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América Latina tem sido inabalável em apoio a Assange, diz Shipton
Depois de passar por Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro, John Shipton, pai do ativista Julian Assange, esteve hoje (28) no Cine Petra Belas Artes, em São Paulo, em campanha pela liberdade de seu filho e também para divulgar o documentário Ithaka – A Luta de Assange, de Ben Lawrence, filme que estreia no Brasil na quinta-feira (31). Durante entrevista a jornalistas, ele agradeceu o apoio do governo brasileiro e de outros países latino-americanos a seu filho. “A comunidade latino-americana tem sido inabalável em seu apoio a Julian Assange ao longo dos últimos 14 anos – eu e também outros familiares expressamos nossa gratidão”, disse ele. Nascido na Austrália, Julian Assange fundou a organização WikiLeaks, em 2006, especializada em analisar e divulgar documentos censurados ou restritos que envolvem assuntos sensíveis como guerra e espionagem. Em 2010, o site divulgou documentos secretos do Exército americano e, após esses vazamentos, as autoridades dos Estados Unidos começaram a investigá-lo criminalmente. Em 2019, após ter vivido sete anos asilado na Embaixada do Equador, ele foi preso na Inglaterra, em um presídio de segurança máxima. Sua detenção tem que tem sido descrita por seu pai como “um assassinato em câmera lenta”. Segundo Shipton, por estar em uma prisão de segurança máxima, seu filho não pôde assistir ao documentário.
Enquanto está preso na Inglaterra, os Estados Unidos seguem solicitando a extradição de Assange para que ele possa ser julgado pelas leis norte-americanas. O ativista é acusado pela Justiça dos EUA de 18 crimes, incluindo espionagem, devido à publicação de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão. Caso seja considerado culpado, ele pode pegar até 175 anos de prisão. Pai do ativista Julian Assange, John Shipton, durante entrevista pata divulgar o documentário Ithaka. A obra mostra o trabalho de Shipton na tentativa de libertar seu filho, preso na Inglaterra – Paulo Pinto/Agência BrasilRepercussãoA detenção de Assange tem gerado protestos em diversas partes do mundo. Em julho deste ano, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, entregou ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um abaixo-assinado para que o Brasil conceda asilo político ao ativista. A carta é assinada por 3,2 mil pessoas entre cientistas, jornalistas, professores, sindicalistas, lideranças e entidades da sociedade civil e solicita que o presidente Lula promova um esforço internacional para negociar o asilo político a Assange com o governo britânico. Durante sua passagem por Brasília, o pai de Assange se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, e agradeceu o apoio do governo brasileiro à sua luta.
Na rede social X (antigo Twitter), o ministro disse que o presidente Lula é “sensível à causa e um dos principais defensores de Assange”. “Reafirmamos o compromisso do nosso governo com a sua luta, a do Assange, e o nosso compromisso com a liberdade de expressão. Defendemos quem tem coragem de buscar um mundo melhor”, escreveu Pimenta. Em maio, em uma visita à Londres, Lula classificou como vergonhosa a prisão de Assange: “É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar”, disse Lula, citando toda a imprensa.
Questionado por jornalistas hoje em São Paulo sobre se seu filho gostaria de viver no Brasil, Shipton disse não saber responder a isso. Mas declarou que Assange “gostaria muito de ser livre”. O diretor do filme, Ben Lawrence, tem dito em entrevistas que Assange pagou um alto preço por seu trabalho.
Fonte: Agência Brasil |
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