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Professora Eliana Pereira Neves é sepultada 48 dias após ser encontrada morta carbonizada em porta-malas de carro, em Regente Feijó
Familiares e amigos prestaram homenagens à vítima, que foi enterrada em caixão lacrado, na tarde desta segunda-feira (15). Restos mortais estavam no IML, em São Paulo, para exame de DNA. Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada na tarde desta segunda-feira (15), em Regente Feijó (SP) Leonardo Bosisio/g1 Os restos mortais da professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foram sepultados, na tarde desta segunda-feira (15), no Cemitério Municipal de Regente Feijó (SP), 48 dias após o crime de feminicídio que a vitimou. Até então, os restos mortais estavam no Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo (SP), para onde haviam sido encaminhados para a realização de um exame de DNA. O velório ocorreu durante um período de duas horas, das 15h30 às 17h30, e foi aberto ao público, também em Regente Feijó. Familiares e amigos da vítima prestaram homenagens à mulher, que foi velada e posteriormente enterrada em um caixão lacrado. O corpo da professora foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas de um carro, no último dia 28 de março, na zona rural de Regente Feijó. As investigações encabeçadas pela Polícia Civil identificaram o acusado de cometer o crime de feminicídio que vitimou a professora e Carlos de Souza, de 62 anos, está preso no Centro de Detenção Provisória de Caiuá (SP). Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada na tarde desta segunda-feira (15), em Regente Feijó (SP) Leonardo Bosisio/g1 VEJA TAMBÉM: Acusado de matar professora carbonizada em carro teria se mudado a Regente Feijó para ‘cuidar da mãe’, relatam parentes Corpo de professora é encontrado carbonizado dentro de porta-malas de veículo em Regente Feijó Professora encontrada carbonizada no porta-malas de carro trabalhava há mais de 30 anos na rede municipal de ensino em Regente Feijó Escola municipal de Regente Feijó retoma atividades após assassinato da professora Eliana Pereira Neves Trabalhadores rurais encontram pertences de professora morta carbonizada próximos ao local do crime, em Regente Feijó Justiça marca audiência de acusado de matar professora que teve corpo carbonizado em Regente Feijó Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada na tarde desta segunda-feira (15), em Regente Feijó (SP) Leonardo Bosisio/g1 Relembre o caso Conforme o delegado responsável pelas investigações sobre o caso, Airton Roberto Guelfi, a Polícia Militar recebeu um chamado de um produtor rural, no início da noite de 28 de março, alegando que um veículo estava pegando fogo em meio a uma plantação de soja. Os policiais foram até o local e, pela placa do veículo, conseguiram identificar que a proprietária era moradora de Regente Feijó. A Polícia Civil foi acionada e, enquanto se deslocava, a PM já havia feito contato com os familiares. Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada na tarde desta segunda-feira (15), em Regente Feijó (SP) Leonardo Bosisio/g1 No local, os agentes encontraram alguns parentes e iniciaram uma conversa para tentar entender o que poderia ter acontecido. “Durante a entrevista, o que chamou a atenção foi um possível envolvimento da proprietária do veículo com um homem de Regente Feijó. Nós identificamos, com os familiares, a residência desse cidadão e, imediatamente, a gente se deslocou até essa residência”, relatou Guelfi. Professora Eliana Pereira Neves foi sepultada nesta segunda-feira (15), em Regente Feijó (SP) Redes sociais Na casa do suspeito, ele foi questionado sobre o possível relacionamento com a vítima e permitiu a entrada dos policiais. “No interior da casa, onde havia um pouco mais de luz, identificamos no braço dele algumas queimaduras que já remetiam à ideia, justamente, do incêndio do veículo, o que chamou atenção”, enfatizou o delegado. Além disso, os policiais verificaram outras inconsistências em relação à versão dada pelo homem, como, por exemplo, ele ter afirmado que ficou das 9h às 15h andando de bicicleta, porém, a Polícia Civil verificou que o transporte continha teias de aranha, dando indícios de que “não saía do lugar há um tempo”. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Leonardo Bosisio/g1 O suspeito foi conduzido para a delegacia e, durante o interrogatório, o delegado apresentou todas as informações coletadas com testemunhas e perícias e o questionou sobre os fatos. “Ele acabou confessando indiretamente que estava com ela no local. A única coisa que ele alega é que ela mesmo que buscou a morte. Ele alega que ela se matou através do fogo. A versão é basicamente essa, que ele estava no local e viu o carro pegando fogo e que, diante do pedido da vítima que queria se matar, ele se virou e foi embora”, afirmou Guelfi. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Leonardo Bosisio/g1 Na residência, a Polícia Civil também localizou uma medida protetiva expedida por um juiz de São Paulo, que o proíbe de manter contato com a ex-esposa. Não há evidências de que ele tenha recebido ajuda para cometer o crime. Testemunhas Segundo o delegado, a colaboração da família e de testemunhas foi de fundamental importância para a investigação do caso, inclusive, apresentando contradições na versão inicial do envolvido. “Essas testemunhas disseram que no dia do crime, durante a tarde, haviam avistado os dois no interior do veículo. Então, isso foi fundamental para que a gente pudesse entender e, consequentemente, concluir que a versão dele não era a verdadeira”, analisou Guelfi. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Leonardo Bosisio/g1 Os vizinhos do homem confirmaram para a Polícia Civil que ele tinha se mudado para a cidade havia cerca de 20 dias e, conforme testemunhas, não existia informação de nenhum tipo de agressão anterior entre eles. “A informação que temos é que ele é natural de Regente Feijó, mudou-se para São Paulo e retornou agora. Segundo testemunhas e ele, os dois se conheceram na infância e, agora, quando acabou retornando nos últimos 20 dias, eles se aproximaram e começaram a conversar. Eles trocavam mensagens via telefone celular”, reforçou o delegado. Já sobre a morte da professora ser causada pelo fogo, Guelfi afirmou que essas informações dependem do laudo necroscópico. E ela ter sido vítima de violência sexual não é uma hipótese descartada, porém, “não há elementos materiais para afirmar”. “Os indícios indicam que a questão da perícia ter encontrado junto ao corpo um cabo metálico utilizado para amarrar as mãos, eventualmente, ela pode ter morrido em decorrência do fogo. Mas isso vai depender do laudo necroscópico que ainda não foi emitido”, finalizou. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Redes sociais IML O Instituto Médico Legal (IML) submeteu o corpo da vítima a um exame de DNA e, no dia 29 de abril, após mais de um mês do crime, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que administra o órgão, disse ao g1 que o material genético da vítima havia sido coletado e encaminhado para análise. Nesta segunda-feira (15), os restos mortais retornaram a Regente Feijó, onde ocorreram o velório e o sepultamento da vítima do feminicídio. Audiência na Justiça Carlos de Souza foi preso na noite do dia 28 de março e, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), segue no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá (SP). O juiz Marcel Pangoni Guerra, da Comarca de Regente Feijó, marcou para as 14h do dia 19 de junho a audiência de instrução, interrogatório, debates e julgamento sobre o caso envolvendo a professora Eliana Neves e o acusado de ter praticado o crime. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Leonardo Bosisio/g1 A decisão foi publicada em 1º de maio e, segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), a audiência irá avaliar a possibilidade de Carlos de Souza ir a júri popular. A Justiça analisou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), em abril, que enquadrou o réu na prática de homicídio triplamente qualificado com emprego de fogo, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio. Defesa O advogado Fernando Oliveira, responsável pela defesa do réu, informou ao g1 que, “durante o transcorrer da instrução criminal, o acusado se manifestará nos autos, de modo que a verdade dos fatos será esclarecida ao final, após análise probatória de todos os meios de provas admitidos em direito”. Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP), no último dia 28 de março Leonardo Bosisio/g1 Cuidar da mãe Familiares de Carlos de Souza, de 62 anos, acusado de matar a professora Eliana Pereira Neves, no último dia 28 de março, afirmaram ao g1 que o investigado teria se mudado a Regente Feijó para “cuidar da mãe”. A docente, de 52 anos, foi encontrada carbonizada dentro de seu próprio carro em meio a uma plantação de soja, no bairro rural regentense de São Sebastião, conhecido popularmente como “Pito Aceso”. O investigado estava na cidade havia cerca de 20 dias e, segundo a família, teria se mudado de São Paulo para o interior paulista, a mais de 540km de distância, a fim de cuidar da mãe, de 78 anos, que “passa por um tratamento de saúde delicado”. Conforme os relatos, o idoso estava separado “de corpos” da esposa, que havia ficado na capital, assim como parte da família dele. “A gente ainda não sabe exatamente o que aconteceu, estamos aguardando as respostas, mas lamentamos e sentimos muito pela dor da professora Eliana e de seus familiares. A gente sente muito por isso. É uma perda realmente horrível”, disse ao g1 um parente próximo, que pediu para não ser identificado. Carlos de Souza, de 62 anos, é acusado de assassinar a professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, em Regente Feijó (SP) Cedida De acordo com informações de familiares, a propriedade sobre o imóvel onde Carlos de Souza residia era de sua mãe. Lá, ele foi encontrado e preso por homicídio triplamente qualificado com uso de fogo, impossibilidade de resistência da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver, no dia 28 de março. Na data do crime, a mãe do acusado estava na capital, para dar continuidade ao tratamento que estava fazendo, e Carlos de Souza “teria ficado sozinho na casa”. Em meio às investigações, a Polícia Civil também localizou na residência uma medida protetiva expedida por um juiz de São Paulo, que o proíbe de manter contato com a ex-esposa. “O que for julgado, o que for decidido, que a justiça seja feita. Nós não estamos passando a mão na cabeça de ninguém. Se cometeu um erro, que a justiça seja feita, mas a gente tá sofrendo muito […] é sangue, dói, machuca. Mas a gente também sente e respeita muito a outra família”, relatou ao g1 o familiar.Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região. Fonte: G1 |
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