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Umbanda faz culto à Iemanjá na véspera do réveillon no Rio
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Ana Beatriz de Oliveira, 23 anos, foi a primeira a chegar à Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro, para assistir e participar na noite de ontem (30), véspera do réveillon, do ritual em devoção à Iemanjá, orixá feminina que nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda representa as águas, seja nos mares ou nos rios. A jovem trazia rosas amarelas para presentear a entidade, geralmente reverenciada com as cores azul e branco. “Eu fui comprar rosa branca, mas não tinha. Só tinha palma branca, só que estava murcha.” As rosas amarelas eram oferendas de Ana Beatriz em gratidão à Iemanjá.
![]() Pessoas se reúnem para celebrar, agradecer e levar oferendas a Iemanjá, misturando tradições iorubás, sincretismo religioso e preservação cultural, na Praia Vermelha, na Urca, zona sul do Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil As palmas brancas, rosas amarelas e outras flores levadas à Praia Vermelha podiam ser depositadas, junto com cartas, perfumes e champanhe, em um barco, azul e branco, de cerca de dois metros de comprimento, com a imagem de Iemanjá, e que ornamentava o espaço para a gira na areia da praia organizada pela Associação Umbanda e Cultos Afros (Auca). O culto, chamado de “Presente de Iemanjá”, foi quinto ocorrido na última semana do ano em devoção à entidade, e que recebeu apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro (Coordenadoria da Diversidade Religiosa). >> Réveillon 2026: veja onde dar as boas-vindas ao ano novo <<
![]() Celebração mistura tradições iorubás, sincretismo religioso e preservação cultural, na Praia Vermelha, na Urca, zona sul do Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Palco gospelApesar do suporte logístico e de segurança da prefeitura para os eventos religiosos de matriz africana, há lideranças da Umbanda que enxergam tratamento diferenciado com outras religiões nos eventos de fim de ano. O babalawô Ivanir dos Santos, pesquisador e doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estranhou o patrocínio da prefeitura a um palco dedicado integralmente à música evangélica em Copacabana na noite do réveillon (hoje, 31). “Por que esse privilégio?”, questiona em entrevista à Agência Brasil. “Não se trata de ser contra o palco gospel, não é esse debate. O debate é haver palco para apenas uma música religiosa”, pondera ao dizer que católicos, mulçumanos, budistas, assim como o povo do Candomblé e da Umbanda produzem música religiosa para seus ritos e louvores. Santos assinala que a ausência de um espaço dedicado a músicas dos terreiros representa um “apagamento” de quem na década de 1950 iniciou uma tradição de festejar a passagem do ano vestido de branco na Praia de Copacabana, fazendo cultos e oferendas à Iemanjá. Ele teme que o apagamento de tradições culturais e religiosas acabe por se impor uma cultura espiritual “hegemônica” e pouco tolerante com outras formas de credo. Em entrevista coletiva ontem, após saber das críticas ao apoio à música evangélica, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, salientou que “há uma parcela muito significativa da nossa cidade que gosta de música gospel e que quer — e pode — ter seu espaço”
Fonte: Agência Brasil |
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