Semana Nacional de Trânsito debate a redução da velocidade nas vias


Com o tema Desacelere, seu bem maior é a vida, foi aberta oficialmente nessa quarta-feira (17) a Semana Nacional de Trânsito 2025, na sede do Ministério dos Transportes. A campanha é promovida pelo Conselho Nacional de Trânsito e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), e tem como objetivo reforçar atitudes mais humanas e responsáveis nas vias públicas.

O secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, explicou que o tema desta edição serve para provocar a reflexão das autoridades locais sobre os limites de velocidade das vias.

“O tema deste ano, sobre desacelerar, está preocupado com uma questão muito importante, que é um grande fator de risco para sinistros e mortes no trânsito, que é o tema da gestão das velocidades. A gente quer apontar para esse problema para que as autoridades, especialmente as autoridades locais, os gestores das vias, avaliem se a gestão da velocidade daquelas vias está adequada para o uso que a gente faz delas”.

Adrualdo Catão também chama a atenção para as metas alcançadas pela campanha. “A Semana Nacional de Trânsito sempre gera resultados interessantes porque mobiliza né, muita gente, e amplia esse debate. Então o que a gente verifica na verdade é que o resultado é um resultado a longo prazo e que tende a levar a ações mais concretas relacionadas ao tema que foi definido”.

A Semana Nacional de Trânsito vai até o dia 25 de setembro. Como parte da campanha, o Detran do Distrito Federal e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares realizam ações educativas e interativas, no estacionamento da Funarte, em Brasília, na quinta e sexta-feira.





Fonte: Agência Brasil

Ministro diz que pente-fino está sendo feito nos créditos consignados


O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, assegurou, nesta quinta-feira (18), que servidores da força-tarefa previdenciária estão apurando eventuais suspeitas de irregularidades na concessão de crédito consignado a aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social.

“Estamos investigando, olhando com lupa, fazendo um pente-fino nesses consignados”, disse o ministro a jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde foi entrevistado no programa Bom Dia, Ministro.

“Não queremos saber de fraudes, de descontos indevidos e vamos agir com muito rigor a fim de saber como isso está sendo feito, além de preservar os nomes do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], da Previdência Social e os [interesses dos] cidadãos que recebem seus benefícios [previdenciários]”, acrescentou o ministro.

Antes de conversar com os jornalistas da EBC, ainda durante o programa, Queiroz disse que, desde que assumiu o comando da pasta, em maio deste ano, tem recebido relatos de pessoas reclamando de que suas aposentadorias e pensões vêm com descontos de créditos consignados que não contrataram e, muitas vezes, sequer receberam.

“A primeira coisa que fiz foi mandar isso para a inteligência, para a força-tarefa previdenciária. Disse: “Olha, quero que vocês passem um pente-fino nisso aí, [façam] uma auditoria. Quero saber quem é que está fazendo isso com os nossos aposentados”, contou Queiroz, acrescentando que já recebeu um relatório com as conclusões preliminares da equipe.

“Ele é sigiloso, mas com base nele estamos fazendo reuniões periódicas com as instituições que comandam [representam] os bancos e as fintechs, como a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] e a ABBC [Associação Brasileira de Bancos]. Para que possamos apertar isso. Estamos vigilantes para que não haja qualquer tipo de desconto indevido, de corrupção ou de fraude também nos consignados”, completou o ministro, referindo-se ao escândalo da fraude bilionária envolvendo as mensalidades associativas.

A chamada força-tarefa previdenciária é formada por servidores do Ministério da Previdência Social e da Polícia Federal (PF). Foi criada com o objetivo de combater, de forma sistemática, crimes e fraudes contra a Previdência Social, mediante ações conjuntas especiais e utilização de procedimentos técnicos da Inteligência.

“O Ministério da Previdência Social paga mais de R$ 1 trilhão todos os anos. Portanto, temos quer ter muito cuidado, porque tem sempre gente querendo meter a mão nesse dinheiro. Por isso, temos uma força-tarefa previdenciária que atua de forma permanente, junto com a PF, no Brasil inteiro”, destacou o ministro.

Informações do Ministério da Previdência Social indicam que, entre 2003 e 2024, os integrantes da força-tarefa previdenciária participaram de 1.315 operações em todo o país, que resultaram em 3.721 prisões, incluindo as de 557 servidores e empregados públicos.

“Há semanas em que ocorrem três, quatro operações. É um trabalho que acontece nos bastidores e que estou fazendo questão de divulgar para as pessoas saberem que existe um cuidado, um tratamento muito especial em relação à integridade e à segurança dos beneficiários da Previdência Social.




Fonte: Agência Brasil

Nasa aposta em missões espaciais para buscar vida em luas e planetas


Sessenta anos após a primeira missão para Marte, a Mariner 4, que tinha o objetivo de registrar imagens do planeta vermelho, a expedição envolvendo o veículo rover Perseverance já é considerada a mais animadora pela comunidade científica e a mais próxima de localizar vida fora do planeta Terra.

Esta é a constatação da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) que, no último dia 10, anunciou possíveis indícios de bioassinatura em uma rocha, localizada na cratera de Jezero.

Na região marciana, onde há bilhões de anos correram rios e lagos, uma combinação de minerais e material orgânico localizados em uma rocha, chamada de Chevaya Falls, pode indicar a existência de vida antiga.

Seria uma espécie de microfóssil, resultado do metabolismo microbiano expelido após se “alimentarem’’ de material orgânico, explicaram cientistas da agência espacial.

A notícia, que já circulava em laboratórios da Nasa há cerca de um ano veio a público agora, após a revisão por pares de cientistas e com a publicação de um artigo na renomada revista Nature.

Os achados foram considerados relevantes por uma equipe internacional de cientistas, mas não são conclusivos, aponta o artigo. Isso porque também existe a possibilidade de se tratar de uma ação abiótica, decorrente de um processo químico não biológico, ou seja, sem presença de vida.

Para a astrônoma brasileira Rosaly Lopes, vice-diretora de Ciências Planetárias do Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato, em tradução livre) da Nasa, embora os resultados das análises do Perseverance sejam animadores, eles só serão conclusivos após a checagem da amostra em laboratórios terrestres.

O administrador interino da Nasa, Sean Duffy, informou que trazer a amostra de volta para a Terra depende ainda da avaliação de orçamento, do tempo e da tecnologia que seria empregada na missão de resgate. 


Planeta Marte em foto do telescópio espacial Hubble da Nasa
Planeta Marte em foto do telescópio espacial Hubble da Nasa

Planeta Marte em foto do telescópio espacial Hubble da Nasa – NASA/Direitos reservados

Corrida Espacial

Mesmo com os desafios para confirmar a existência de vida em Marte, a Nasa está a todo vapor na corrida espacial, no páreo com países como China, Índia e Rússia.

Estes países se unem ao jogo para ver quem desvenda primeiro a grande questão sobre o Universo: estamos sós nesta imensidão?

Em entrevista exclusiva à TV Brasil a astrônoma brasileira Rosaly Lopes abordou temas como as futuras missões espaciais lideradas pela Nasa, onde ela trabalha há mais de 30 anos, e sobre o quão próximo estamos de respostas de vida no nosso Sistema Solar.

“Um dos maiores objetivos agora da Nasa, da nossa comunidade científica, é saber se existiu vida em outros mundos.”

Confira trechos da entrevista:


Brasília (DF), 18/09/2025 –  Personagem Rosaly Lopes.
Após descoberta em Marte, Nasa aposta em missões espaciais em busca de vida em outros mundos.
Foto: Rosaly Lopes/Arquivo pessoal
Brasília (DF), 18/09/2025 –  Personagem Rosaly Lopes.
Após descoberta em Marte, Nasa aposta em missões espaciais em busca de vida em outros mundos.
Foto: Rosaly Lopes/Arquivo pessoal

A astrônoma brasileira Rosaly Lopes falou com exclusividade à Empresa Brasil de Comunicação – Rosaly Lopes/Arquivo pessoal

Agência Brasil: O recente anúncio da Nasa, sobre a missão envolvendo o rover Perseverance e a potencial bioassinatura em rocha no planeta Marte, animou a comunidade científica sobre a possibilidade de descoberta de vida fora da Terra. Qual era o clima entre os colegas astrônomos e cientistas envolvidos na pesquisa e em outras missões espaciais às vésperas e após o anúncio público desta notícia, considerada pela Nasa a mais próxima de achar vida fora da Terra?
Rosaly Lopes:  Esse resultado já tinha sido anunciado entre os cientistas assim que descobrimos a rocha, há pouco mais de um ano, e os instrumentos do robô Perseverance fizeram as primeiras análises da amostra, chamada Cânion Safira.
A diferença, agora, é que o artigo científico foi publicado. E isso quer dizer que, no princípio, antes de todas as análises terem avançado, ainda se tinha muita dúvida.
Isso porque o resultado encontrado na rocha talvez possa ser abiótico [decorrente de processos químicos, mas sem presença de vida], já que as análises ainda não foram finalizadas. Mas agora, a publicação do artigo em uma revista científica como a Nature demonstra que a comunidade científica diz que as análises são boas.
Isso faz com que esse resultado não seja considerado, ainda, como prova de vida fora da Terra, mas é mais aceito, agora, como grande possibilidade de ser um sinal de vida – que chamamos de uma bioassinatura em Marte.
É importante trazer essa rocha de volta porque as análises que o robô pode fazer e a que a gente pode fazer aqui nos laboratórios da Terra não se comparam. Realmente, para fazer uma análise profunda e demonstrar que isso é um sinal de vida, tem que ser feito aqui na Terra.

Agência Brasil: Embora os estudos continuem sendo realizados, há limites para atuação do rover Perseverance em Marte. Qual a principal complexidade para o avanço das pesquisas? 
Rosaly Lopes: É porque muitos sinais, como este, podem ter explicações abióticas. Isso quer dizer que não tem ação ou registro de vida, são processos químicos que podem ter ocorrido. Então é difícil provar, principalmente com essas medidas que o robô fez, que são muito limitadas. Você não pode mandar um grande laboratório para Marte, porque seria muito grande, muito pesado. Então, ainda tem a possibilidade de isso ser abiótico, e para saber com certeza mesmo nós temos que trazer a amostra de volta para a Terra.

Agência Brasil: A amostra recolhida pelo Perseverance, Cânion Safira, vem de uma rocha localizada em um vale onde há bilhões de anos passavam rios e lagos. E a comparação com os minerais decorrentes do metabolismo de vida microbiana nos leitos de rios aqui na Terra foram essenciais para os parâmetros de comparação com a amostra de Marte. Como estudar a origem da vida no nosso planeta pode nos ajudar com as missões em outros planetas e luas? 
Rosaly Lopes: As pesquisas na Terra nos ajudam muito a pesquisar a possibilidade de vida em outros planetas. Então, por exemplo, as rochas antigas na Terra que mostram sinais de vida, que mostram que existiu vida naquela época antiga da Terra, todos os sinais estão lá nas rochas. Mas a aplicação para outros planetas realmente não é fácil, porque as condições são diferentes.
É muito importante que a gente pesquise se a vida evoluiu em outro planeta, porque até hoje nós não sabemos se a evolução da vida em um planeta é uma coisa muito fácil ou muito difícil. Porque nós só temos um exemplo e esse exemplo é a Terra. E você não pode fazer nenhuma estatística com só um exemplo.
Então, é um dos maiores, digamos, objetivos agora da Nasa, da nossa comunidade científica, é saber se existiu vida em outros mundos. Mas provar, principalmente sem trazer material de volta para a Terra, é difícil, porque existem, na maior parte do tempo, explicações, que o processo pode ter sido abiótico, quer dizer que não foi causado por vida.

Agência Brasil: Vamos falar um pouco sobre as próximas missões da Nasa. Estamos a caminho de missões importantes, como a Dragonfly, que vai sobrevoar Titã, com uma espécie de super drone. Essa lua de Saturno é formada por lagos e tem geologia muito semelhante à da Terra. Em que etapa dos preparativos estamos desta que é considerada a primeira missão aérea para outro mundo?
Rosaly Lopes:  A missão Dragonfly é uma missão com drone que vai a Titã e tem dentro desse drone vários instrumentos, como se fosse um pequeno laboratório para procurar material orgânico e possibilidades que a vida evoluiu em Titã, uma das luas de Saturno.
A missão foi confirmada e agora está sendo preparada para ser lançada por volta de 2028, 2029. Isso depende muito de orçamento, mas a missão já está confirmada. Isso quer dizer que a Nasa vai dar recursos para essa missão.
O objetivo principal da Dragonfly é achar sinais de que talvez a vida tenha evoluído em Titã. Será uma missão muito interessante, mesmo não achando esses sinais de vida, porque vai estudar muito sobre a geologia de Titã, que é uma das luas mais fascinantes do sistema solar.


Brasília (DF), 18/09/2025 –  Personagem Rosaly Lopes.
Após descoberta em Marte, Nasa aposta em missões espaciais em busca de vida em outros mundos.
Foto: Rosaly Lopes/Arquivo pessoal
Brasília (DF), 18/09/2025 –  Personagem Rosaly Lopes.
Após descoberta em Marte, Nasa aposta em missões espaciais em busca de vida em outros mundos.
Foto: Rosaly Lopes/Arquivo pessoal

Cientista da Nasa, a brasileira Rosaly Lopes fala sobre futuras missões espaciais – Rosaly Lopes/Arquivo pessoal

Agência Brasil: Já a missão Psyque, lançada em 2023, pretende investigar um asteroide, entender a origem desse objeto rico em metais a orbitá-lo. Recentemente, tivemos informações de um objeto interestelar com comportamento considerado atípico em relação à trajetória e velocidade, o 3I/Atlas. Mas mesmo com características raras, e até teorias sobre um possível objeto não identificado, segundo artigos científicos trata-se de um cometa vindo de outro sistema solar. Existe algum tipo de preocupação com estes objetos celestes? Por que precisamos conhecê-los melhor?
Rosaly Lopes: Isso é muito interessante. Não é o primeiro objeto interestelar que nós achamos [antes, já foram localizados Oumuamua, em 2017; e 2I/Borisov, em 2019]. E pelas observações, achamos que realmente é um cometa. Mas seria muito interessante estudar esse objeto, porque ele vem de outro sistema solar. E isso nos daria a possibilidade de saber se os cometas em outros sistemas solares são realmente iguais aos do nosso sistema solar, ou se têm características diferentes.
O problema é que nós não temos ainda um jeito de lançar rapidamente uma missão para estudar esses objetos interestelares. Quando eles aparecem, é questão de meses e não, de anos para nós prepararmos uma missão. Mas nós vamos usar todas as missões possíveis que nós temos, que a Nasa tem, para tirar imagens do 3I/Atlas. 
Inclusive a missão Psyche está se preparando para fazer imagens distantes, claro, desse cometa. Já se falou, entre os colegas cientistas, sobre a possibilidade de fazer uma nave que possa ser lançada rapidamente, caso um desses objetos interestelares venha de novo, mas ainda não se obteve os recursos para isso. A nave ficaria armazenada até um objeto interestelar vir e mesmo assim a trajetória pode ser difícil. Então, realmente há estes problemas que dificultam o lançamento de uma missão para um objeto interestelar como este.

Agência Brasil: A missão Artemis volta às incursões na Lua, inclusive com a presença, pela primeira vez, de uma astronauta, a Cristina Koch. Prevista para 2026, a missão vai sobrevoar o nosso satélite, mas segundo Sean Duffy, o administrador interino da Nasa, a ideia é voltar a deixar a pegada norte-americana na Lua. Como a senhora percebe a importância dessa representatividade das mulheres neste momento? Acredita que este é um impulsionamento para atrair mais meninas e mulheres dedicadas às ciências espaciais? 
Rosaly Lopes:  A missão Artemis II, que a Cristina Koch vai, ela não vai pousar na Lua, ela vai sobrevoar ao redor da Lua. Eu acho a presença de uma mulher nesta missão muito importante, porque inspira mulheres, meninas, a seguir carreiras em ciência e tecnologia. Eu já tinha muito interesse em astronomia, mas uma coisa que foi uma grande inspiração para mim foi ler, em um jornal brasileiro, um artigo sobre uma moça que trabalhava em Houston, no Centro Espacial de Johnson, durante o programa Apollo. O nome dela é Poppy Northcutt, e eu a encontrei pela primeira vez em 2019, porque ela deixou a Nasa e se tornou advogada. Só  de ver uma foto e um pequeno artigo de jornal sobre uma mulher trabalhando no centro de controles da Nasa foi uma grande inspiração para mim.
Então, é muito importante porque é uma coisa que as mulheres têm que saber que elas podem fazer. É o caso também da primeira mulher astronauta, a Sally Ride, que infelizmente já faleceu, mas eu acho que ela inspirou muitas outras jovens na época. E uma coisa ainda sobre essa questão que eu sempre digo é que mulheres são, pelo menos, 50% da população. Então, não se deve excluir mulheres, 50% da população, de qualquer área, porque isso representa 50% dos talentos e da inteligência que pode ser usada para o bem da humanidade.

Clique aqui e leia mais sobre a missão Artemis

Agência Brasil: Por fim, o supertelescópio James Webb lançado em 2021 tem revelado imagens do Universo até então nunca vistas. Na sua avaliação, qual imagem ou descoberta é considerada a mais surpreendente até o momento? 
Rosaly Lopes:  As imagens do James Webb são maravilhosas e é muito difícil escolher uma. É bom lembrar que, quando o James Webb foi proposto e depois construído, ele custou muito, muito caro e o orçamento foi lá em cima, triplicou (custo estimado de US$10 bilhões).
Muitos cientistas estavam contra fazer isso porque era muito caro e iria tirar recursos de outras possíveis missões. Mas, realmente, foi um enorme sucesso. Eu acho que, hoje em dia, todos os cientistas concordam que realmente valeu à pena. Valeu pelos recursos e pelo dinheiro investido nessa missão.
Às vezes, para realizar as missões que causam maiores avanços na ciência é necessário gastar bastante dinheiro. Então, eu acho que o James Webb foi uma história incrível de sucesso, tudo deu certo e os resultados são maravilhosos.

Clique aqui e leia mais sobre o supertelescópio James Webb


Imagens coloridas do Telescópio Espacial James Webb da NASA
Imagens coloridas do Telescópio Espacial James Webb da NASA

Imagens coloridas do Telescópio Espacial James Webb da NASA – Nasa/divulgação




Fonte: Agência Brasil

Rio vai sediar em 2026 competição mundial de resgate e salvamento


O Rio de Janeiro, por meio do Corpo de Bombeiros Militar do estado, vai sediar em 2026 o maior encontro internacional de profissionais de resgate, evento organizado pela World Rescue Organization (WRO).

A expectativa dos organizadores é reunir mais de 70 equipes internacionais, envolvendo cerca de 350 competidores de vários países, que participarão de provas em cenários de atendimento pré-hospitalar e salvamento veicular.

O anúncio oficial foi feito durante o encerramento da edição 2025 do evento, realizado na cidade de Karlovac, na Croácia.

“O Rio de Janeiro estará preparado para receber cada um dos participantes. Além da competição, esperamos que vocês experimentem a nossa hospitalidade, compartilhem conhecimentos com as nossas equipes e levem consigo memórias que durarão para toda a vida”, disse o major Fabio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio e membro da Associação Brasileira de Resgate e Salvamento.

O evento, criado em 1999, será realizado pela corporação em parceria com a Associação Brasileira de Resgate e Salvamento e a WRO.

Corpo de Bombeiros fluminense informou, em nota, que a competição é uma oportunidade de troca de experiências entre as equipes dos países participantes, quando estarão compartilhando novas técnicas, inovações na área de resgate. estratégias para melhorar a resposta a emergências.

Segundo a corporação, cada exercício apresentado na competição “reproduzirá situações reais, colocando à prova a capacidade técnica, o trabalho em equipe e a tomada de decisão sob pressão”.

“Esse compromisso mundial dialoga diretamente com as metas estabelecidas pelas Nações Unidas, que em 2030 encerrarão a chamada Década para a Segurança no Trânsito, instituída em 2021 pela Assembleia Geral da ONU”, acrescentou.

As metas estabelecidas pela ONU objetiva “reduzir pela metade o número de mortes no trânsito, que atualmente vitimam cerca de 1,2 milhão de pessoas por ano em todo o mundo. Por isso a importância de eventos como esse” – declarou o Secretário de Estado de Defesa Civil e Comandante do CBMERJ, coronel Tarciso Salles.

Acidentes de trânsito

No estado do Rio de Janeiro, a gravidade desse cenário é evidente: em 2024, o Corpo de Bombeiros foi acionado para 73.919 ocorrências de acidentes de trânsito, entre colisões, capotagens, quedas de veículo e atropelamentos. No ano anterior, foram registradas 63.812 ocorrências, e, este ano, de janeiro até agora, a corporação já contabiliza mais de 53.870 chamados. Os números demonstram a importância do aprimoramento constante das equipes para esse tipo de atendimento.

Criado em 1999, o evento é considerado o maior encontro internacional de profissionais de resgate, consolidando-se como uma plataforma global de formação, inovação e cooperação. A cada edição, bombeiros, socorristas e especialistas em emergências médicas se reúnem para aprender, ensinar e reforçar o compromisso coletivo de salvar vidas.




Fonte: Agência Brasil

EBC tem projetos na 2ª Mostra Brasileira de Design da Informação


Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi selecionada para a 2ª Mostra Brasileira de Design da Informação (MDBI), iniciativa da Sociedade Brasileira de Design da Informação (SBDI) com o apoio da Associação dos Designers Gráficos do Brasil (ADG Brasil). A mostra ocorre paralelamente ao 12º Congresso Internacional de Design da Informação (CIDI 2025), organizado pela SBDI em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).

O anúncio oficial dos trabalhos foi feito na última terça-feira (16). A EBC foi selecionada com dois projetos: ‘Painel do Tempo – As origens da EBC’ e ‘Guia de Identidade Visual da EBC’.

De acordo com Felipe Honda, profissional responsável à época pela criação de identidades visuais da empresa e seus veículos, a escolha pelo júri representa o interesse que a sociedade e o meio acadêmico têm em saber sobre a história e o papel da comunicação pública brasileira.

“O painel do tempo, por exemplo, consegue abordar de forma didática 100 anos dessa construção. Esse mesmo estudo foi fundamental para o processo de rebranding (processo de marketing para renovar e revitalizar a imagem) das marcas e novo posicionamento da EBC”, afirma.

Honda comenta ainda que o caráter colaborativo na construção dos produtos foi fundamental.

“O acervo da EBC cumpre papel importante como salvaguarda dos artefatos de nossa história no processo de desenvolvimento da comunicação pública e governamental do país”, diz.

Confira os trabalhos selecionados:

Painel do Tempo – As Origens da EBC

O trabalho resgata mais de um século de comunicação pública no Brasil, reunindo a trajetória de cerca de 30 empresas e mais de 100 logotipos que marcaram a evolução da EBC.

Guia de Identidade Visual da EBC

O desafio de unificar a marca gestora e quatro veículos distintos resultou em um guia de identidade visual que equilibra diversidade e unidade no ecossistema da comunicação pública.




Fonte: Agência Brasil

Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 33 milhões


As seis dezenas do concurso 2.916 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 33 milhões.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.

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As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 6.





Fonte: Agência Brasil

Veterinária explica sobre plantas que podem ser tóxicas para animais


De acordo com Juliana, os tutores devem ter atenção com plantas comuns em casas e jardins, já que muitas podem ser tóxicas para cães e gatos. Conforme a veterinária, ao ingerir uma planta tóxica o animal pode apresentar sintomas como vômito, diarreia, salivação excessiva, letargia, apatia, dificuldade para respirar, tremores e até convulsões.




Fonte: G1

Roubos de rua e de veículos diminuem em agosto no Rio de Janeiro


O Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) divulgou nesta quarta-feira (17) os indicadores de agosto de 2025, que mostram queda de 13% no número de roubos de rua, com 4.461 ocorrências contra 5.123 no mesmo período de 2024.

Os roubos de veículos também apresentaram queda. De acordo com o instituto, foram 1.810 casos, em agosto deste ano, frente a 2.833 no mesmo mês de 2024, o que representa uma redução de 36%. Houve ainda recuo de 22% no número de roubos a transeuntes — o menor índice para agosto desde 2004 —, de 60% em roubos em coletivo e de 43,7% em roubos de carga.

O furto de celulares aumentou 40% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo 3.915 em 2026 contra 2.797 aparelhos em 2024.

O furto de bicicleta, de pessoas pedalando na rua e levadas de prédios e residências registrou aumento de 26%. Em agosto deste ano, foram 349 furtos contra 323 no mesmo período do ano passado.

O furto a transeuntes nas ruas teve um pequeno aumento, com 1014 em agosto deste ano contra 992 no mesmo período de 2024, o que representa o aumento de 2%.

Os furtos em coletivos tiveram também cresceram neste ano:  712 furtos contra 668 em agosto de 2024, representando aumento de 7%.

“Os crimes contra o patrimônio impactam diretamente na sensação de segurança da população; então a redução de todos esses tipos de roubo é algo bastante relevante do ponto de vista da segurança pública. Vamos continuar trabalhando e investindo cada vez mais para que essa queda alcance todos os indicadores”, avalia o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

A letalidade violenta também teve redução, com 297 ocorrências em agosto, frente a 305 no mesmo mês do ano anterior, o que corresponde a uma diminuição de 2,6%. As mortes por intervenção de agente do Estado acompanharam a queda, passando de 69 mortes em 2024 para 44 neste ano.

A produtividade das polícias Civil e Militar continua em alta. No acumulado do ano, as forças de segurança fizeram 16.703 apreensões de drogas, um aumento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2024, com média de 69 por dia, bem como a recuperação de veículos, que foi de 11.501 em 2025 contra 11.282 de janeiro a agosto de 2024, um crescimento de 2%.

Entre janeiro e agosto de 2025 foram retiradas das ruas 4.066 armas de fogo, com média de 16 por dia, sendo 518 fuzis, o que corresponde a cerca de duas apreensões diárias. Além disso, no acumulado do ano os agentes de segurança efetuaram 28.139 prisões em flagrante, uma média de 116 por dia.

A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, ressaltou a importância dos resultados alcançados.

“A redução expressiva e contínua em diversos indicadores reflete a alta produtividade das polícias, que atuam com precisão, estratégia e comprometimento, em um esforço coordenado”.

Resumo dos indicadores:

  • Letalidade violenta: 297 mortes em agosto de 2025, queda de 2,6% em relação a agosto de 2024, quando houve 305 vítimas.
  • Roubo de rua: 4.461 registros em agosto de 2025, redução de 13% em relação a agosto de 2024, que teve 5.123 casos.
  • Roubo de veículo: 1.810 registros em agosto de 2025, queda de 36% frente às 2.833 ocorrências de agosto de 2024.
  • Apreensão de drogas: Foram registradas 16.703 apreensões de drogas no acumulado do ano, o que representa um aumento de 1,4% em relação a 2024, com média diária de 69 apreensões.
  • Fuzis apreendidos: 518 apreensões de janeiro a agosto de 2025, uma média de 2 por dia.
  • Armas apreendidas: 4.066 de janeiro a agosto de 2025. Durante o período, foram retiradas uma média de 16 armas por dia das ruas.
  • Recuperação de veículos: 11.501 de janeiro a agosto de 2025, aumento de 2% frente aos 11.282 do mesmo período de 2024.
  • Prisão em flagrante: 28.139 prisões em flagrante ao longo dos oito primeiros meses do ano, uma média de 119 por dia.
  • Roubo a transeunte: 2.000 registros em agosto de 2025, queda de 22,6% em comparação às 2.584 ocorrências em agosto de 2024.
  • Roubo em coletivo: 293 registros em agosto de 2025, queda de 60% em relação a agosto de 2024, quando houve 731 casos.
  • Roubo de carga: 184 registros em agosto de 2025, queda de 43,7% em relação a agosto de 2024, que teve 327 ocorrências.
  • Mortes por intervenção de agente do Estado: 44 mortes em agosto de 2025, queda de 25 mortes em comparação ao mesmo mês de 2024.

Os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública são referentes aos registros de ocorrência registrados nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro durante o mês de agosto de 2025.




Fonte: Agência Brasil

Rio terá novo monitoramento de mototaxistas de app a partir deste ano


Condutores do 99Moto na cidade do Rio de Janeiro devem ser os primeiros do país a ter acesso ao Relatório de Direção com Telemetria, em que terão um raio-x de seu desempenho no cumprimento das regras e boas práticas de trânsito. O lançamento da ferramenta está previsto para o último trimestre deste ano na capital carioca, segundo anunciou em entrevista coletiva à imprensa o diretor de negócios da 99, Leandro Abecassis.  

O novo monitoramento faz parte de uma parceria firmada em maio com a prefeitura do Rio de Janeiro, visando a um compartilhamento de dados com o Poder Público que permita um melhor planejamento urbano no cenário de crescente uso de motocicletas na cidade.

Por meio da telemetria, a plataforma vai conseguir identificar com maior precisão freadas bruscas, curvas perigosas, excesso de velocidade e outros comportamentos arriscados no trânsito, produzindo uma pontuação que será atribuída a cada motociclista para que ele possa se atentar ao seu desempenho. A reincidência nesses comportamentos poderá levar ao bloqueio do condutor, disse Abecassis.

“Mais do que punir ou qualquer outro tipo de atitude, o principal objetivo é educar, informar que o comportamento deve ser ajustado”, afirma o executivo.

“A ideia não é tirar a forma de ganha-pão do trabalhador, mas a gente precisa que os acidentes não aconteçam”, acrescenta.

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Abecassis avalia que a telemetria representará um avanço na forma de monitorar o cumprimento das regras de trânsito na plataforma, que hoje é mais dependente das sinalizações dos usuários. O sistema atual já permite acompanhar os limites de velocidade por meio do GPS dos celulares, mas depende de uma denúncia dos passageiros para identificar outras formas de desrespeito ou direção perigosa.

O monitoramento das viagens por telemetria é uma tecnologia já utilizada há 5 anos na China pela DiDi Chuxing, multinacional da qual a 99 faz parte. No Brasil, o desenvolvimento dessa inovação conta com uma parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Aumento da frota

Em respeito aos limites da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), essas informações serão compartilhadas com a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), como prevê a parceria, que também foi firmada pelo município com o iFood.

Com a expansão da frota em ritmo acelerado, a cidade buscou as plataformas para discutir como tornar o trânsito mais seguro.

Entre dezembro de 2018 e agosto de 2025, a frota de motos saltou de 305 mil para 462 mil no Rio de Janeiro, um aumento de mais de 50%, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Essa explosão tem sido sentida no sistema público de saúde, onde, de janeiro a junho deste ano, foram atendidas 14.497 vítimas de sinistros com moto em hospitais de urgência e emergência da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro.

Segundo pesquisa contratada pela plataforma junto ao think tank Instituto Cordial, a proporção de usuários do 99Moto envolvidos em sinistros de trânsito a cada 1 milhão de viagens na cidade diminuiu ao longo do ano de 2023 e estabilizou em 2024.

No Rio de Janeiro, no ano passado, houve nove sinistros de trânsito considerados leves, sem internação, a cada 1 milhão de viagens, o que supera a média nacional, de cinco a cada 1 milhão.

Em relação a sinistros graves, quando há internação, houve menos de um a cada 1 milhão de viagens, enquanto a média nacional é de três a cada 1 milhão. No caso dos sinistros com morte, tanto o Rio quanto o Brasil têm menos de uma ocorrência a cada 1 milhão de viagens, segundo a pesquisa do Instituto Cordial.

O estudo conclui que, em comparação com o total de viagens de moto na cidade, a taxa de sinistros graves e fatais nas corridas do aplicativo é 12 vezes menor.

O diretor de operações do Instituto Cordial, Luis Fernando Villaça, avalia que o transporte profissional de passageiros monitorado por uma plataforma faz com que os motociclistas sejam menos imprudentes que aqueles que fazem viagens pessoais, que os que pilotam mototáxis sem monitoramento ou ainda que os entregadores.

“Cada uso da motocicleta têm fatores de risco que são bem específicos. A gente precisa entender cada um desses contextos, para conseguir ter práticas mais efetivas. A motocicleta é uma realidade inegável, a gente teve um aumento de frota muito significativo, que deu acesso à mobilidade e oportunidade de emprego para muita gente. Enquanto a gente não tiver transporte coletivo capilar, barato e realmente acessível, a tendência é que os usos de motocicletas fiquem cada vez mais acentuados. E a gente precisa fazer com isso seja seguro”, afirma.

Velocidade

Entre as principais questões que agravam o risco das viagens de motocicleta está o excesso de velocidade, enfatiza Villaça. Ele cita dados da Federação Mundial do Transporte que indicam que um atropelamento a 30 km/h tem 15% de chances de matar a vítima. Quando essa velocidade sobe para 70 km/h, a chance de morte é de quase 100%.

“Lidar com a velocidade é a forma mais rápida de você reduzir a sinistralidade e a fatalidade no trânsito”, diz.

Para a professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transporte do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) Marina Baltar, rever os limites de velocidade na cidade, especialmente nas vias expressas, é uma questão urgente.

“Tecnicamente, a gente sabe a importância, mas os moradores têm resistência. Então, muitas vezes, a gente vê uma resistência [dos agentes públicos] pela impopularidade que a questão da segurança viária traz. A gente precisa quebrar essa barreira e mostrar para a população que é um ganho. A gente só conseguiu colocar cinto de segurança nas pessoas depois de uma batalha muito grande”, defende.

A prefeitura do Rio de Janeiro chegou a anunciar um limite de velocidade de 60 km/h para motos na cidade, mas depois recuou, em maio deste ano.

O diretor de engenharia de tráfego da CET-Rio, André Drummond, acredita que a geografia da cidade, com áreas de menor densidade populacional e grandes deslocamentos, dificulta o convencimento da população de que é preciso reduzir os limites de velocidade.

“No imaginário do cidadão comum, diminuir a velocidade é aumentar o tempo de deslocamento, e o tempo de deslocamento já é gigante. A gente tem que desconstruir essa lógica. O que causa o trânsito não é só o volume de carros, é o sinistro de trânsito, um carro quebrado”, diz.

Drummond defende outras medidas adotadas na cidade, como as faixas exclusivas para moto e os pontos de apoio para motociclistas de aplicativo, que estão em expansão. Ele revela que a cidade também está trabalhando em um mapa de velocidade, para padronizar os limites de velocidade em vias de características similares.

“A falta de padronização de velocidade gera uma insegurança no motorista. O primeiro passo talvez seja a padronização das velocidades”, avalia.

Lesões

O ortopedista Marcos Musafir, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ressalta que a velocidade e o tipo de colisão estão entre os principais fatores que vão definir a gravidade de uma lesão causada em um sinistro por moto. “Mesmo os sinistros leves podem causar lesões que só serão detectadas posteriormente”, alerta.

“Como as contusões ao tronco e membros, as entorses das articulações de carga [joelho e tornozelo] em um reflexo de proteção, ou pelo reflexo de apoio [punhos e mãos], além de distensões musculares, escoriações, feridas com potencial de infectar e necessitar cuidados contínuos pós-trauma”, exemplifica.

“Nos centros de trauma, a frequência maior é de média e alta complexidade das lesões, mas, mesmo as de baixa, podem comprometer temporariamente as atividades destas vítimas”, destaca.

Musafir lembra que estudos da SBOT junto aos serviços de ortopedia e traumatologia de todo país têm confirmado a tendência de aumento do número de pacientes vítimas dos veículos de duas rodas, com lesões cada vez mais graves e complexas e tempo de internação prolongado.

“Por isso, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia está lançando em 2025 a campanha Na Moto, Na Moral – não mate, não morra, para chamar a atenção da sociedade e dos poderes executivo e legislativo sobre a importância de se reduzir os acidentes de moto, que estão cada vez mais graves, gerando lesões mais complexas e mortes. Esse é um problema sério de saúde pública e nós ortopedistas temos compromisso com a sociedade em ajudar a encontrar caminhos para reverter”.




Fonte: Agência Brasil

Rio será primeira cidade no país a monitorar motociclistas de app


Condutores do 99Moto na cidade do Rio de Janeiro devem ser os primeiros do país a ter acesso ao Relatório de Direção com Telemetria, em que terão um raio-x de seu desempenho no cumprimento das regras e boas práticas de trânsito. O lançamento da ferramenta está previsto para o último trimestre deste ano na capital carioca, segundo anunciou em entrevista coletiva à imprensa o diretor de negócios da 99, Leandro Abecassis.  

O novo monitoramento faz parte de uma parceria firmada em maio com a Prefeitura do Rio de Janeiro, visando a um compartilhamento de dados com o poder público que permita um melhor planejamento urbano no cenário de crescente uso de motocicletas na cidade.

Por meio da telemetria, a plataforma vai conseguir identificar com maior precisão freadas bruscas, curvas perigosas, excesso de velocidade e outros comportamentos arriscados no trânsito, produzindo uma pontuação que será atribuída a cada motociclista para que ele possa se atentar ao seu desempenho. A reincidência nesses comportamentos poderá levar ao bloqueio do condutor, disse Abecassis.

“Mais do que punir ou qualquer outro tipo de atitude, o principal objetivo é educar, informar que o comportamento deve ser ajustado”, afirma o executivo.

“A ideia não é tirar a forma de ganha-pão do trabalhador, mas a gente precisa que os acidentes não aconteçam”, acrescenta.

Abecassis avalia que a telemetria representará um avanço na forma de monitorar o cumprimento das regras de trânsito na plataforma, que hoje é mais dependente das sinalizações dos usuários. O sistema atual já permite acompanhar os limites de velocidade por meio do GPS dos celulares, mas depende de uma denúncia dos passageiros para identificar outras formas de desrespeito ou direção perigosa.

O monitoramento das viagens por telemetria é uma tecnologia já utilizada há 5 anos na China pela DiDi Chuxing, multinacional da qual a 99 faz parte. No Brasil, o desenvolvimento dessa inovação conta com uma parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Aumento da frota

Em respeito aos limites da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), essas informações serão compartilhadas com a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), como prevê a parceria, que também foi firmada pelo município com o iFood.

Com a expansão da frota em ritmo acelerado, a cidade buscou as plataformas para discutir como tornar o trânsito mais seguro.

Entre dezembro de 2018 e agosto de 2025, a frota de motos saltou de 305 mil para 462 mil no Rio de Janeiro, um aumento de mais de 50%, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Essa explosão tem sido sentida no sistema público de saúde, onde, de janeiro a junho deste ano, foram atendidas 14.497 vítimas de sinistros com moto em hospitais de urgência e emergência da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro.

Segundo pesquisa contratada pela plataforma junto ao think tank Instituto Cordial, a proporção de usuários do 99Moto envolvidos em sinistros de trânsito a cada 1 milhão de viagens na cidade diminuiu ao longo do ano de 2023 e estabilizou em 2024.

No Rio de Janeiro, no ano passado, houve nove sinistros de trânsito considerados leves, sem internação, a cada 1 milhão de viagens, o que supera a média nacional, de cinco a cada 1 milhão.

Em relação a sinistros graves, quando há internação, houve menos de um a cada 1 milhão de viagens, enquanto a média nacional é de três a cada 1 milhão. No caso dos sinistros com morte, tanto o Rio quanto o Brasil têm menos de uma ocorrência a cada 1 milhão de viagens, segundo a pesquisa do Instituto Cordial.

O estudo conclui que, em comparação com o total de viagens de moto na cidade, a taxa de sinistros graves e fatais nas corridas do aplicativo é 12 vezes menor.

O diretor de operações do Instituto Cordial, Luis Fernando Villaça, avalia que o transporte profissional de passageiros monitorado por uma plataforma faz com que os motociclistas sejam menos imprudentes que aqueles que fazem viagens pessoais, que os que pilotam mototáxis sem monitoramento ou ainda que os entregadores.

“Cada uso da motocicleta têm fatores de risco que são bem específicos. A gente precisa entender cada um desses contextos, para conseguir ter práticas mais efetivas. A motocicleta é uma realidade inegável, a gente teve um aumento de frota muito significativo, que deu acesso à mobilidade e oportunidade de emprego para muita gente. Enquanto a gente não tiver transporte coletivo capilar, barato e realmente acessível, a tendência é que os usos de motocicletas fiquem cada vez mais acentuados. E a gente precisa fazer com isso seja seguro”, afirma.

Velocidade

Entre as principais questões que agravam o risco das viagens de motocicleta está o excesso de velocidade, enfatiza Villaça. Ele cita dados da Federação Mundial do Transporte que indicam que um atropelamento a 30 km/h tem 15% de chances de matar a vítima. Quando essa velocidade sobe para 70 km/h, a chance de morte é de quase 100%.

“Lidar com a velocidade é a forma mais rápida de você reduzir a sinistralidade e a fatalidade no trânsito”, diz.

Para a professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transporte do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) Marina Baltar, rever os limites de velocidade na cidade, especialmente nas vias expressas, é uma questão urgente.

“Tecnicamente, a gente sabe a importância, mas os moradores têm resistência. Então, muitas vezes, a gente vê uma resistência [dos agentes públicos] pela impopularidade que a questão da segurança viária traz. A gente precisa quebrar essa barreira e mostrar para a população que é um ganho. A gente só conseguiu colocar cinto de segurança nas pessoas depois de uma batalha muito grande”, defende.

A Prefeitura do Rio de Janeiro chegou a anunciar um limite de velocidade de 60 km/h para motos na cidade, mas depois recuou, em maio deste ano.

O diretor de engenharia de tráfego da CET-Rio, André Drummond, acredita que a geografia da cidade, com áreas de menor densidade populacional e grandes deslocamentos, dificulta o convencimento da população de que é preciso reduzir os limites de velocidade.

“No imaginário do cidadão comum, diminuir a velocidade é aumentar o tempo de deslocamento, e o tempo de deslocamento já é gigante. A gente tem que desconstruir essa lógica. O que causa o trânsito não é só o volume de carros, é o sinistro de trânsito, um carro quebrado”, diz.

Drummond defende outras medidas adotadas na cidade, como as faixas exclusivas para moto e os pontos de apoio para motociclistas de aplicativo, que estão em expansão. Ele revela que a cidade também está trabalhando em um mapa de velocidade, para padronizar os limites de velocidade em vias de características similares.

“A falta de padronização de velocidade gera uma insegurança no motorista. O primeiro passo talvez seja a padronização das velocidades”, avalia.

Lesões

O ortopedista Marcos Musafir, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ressalta que a velocidade e o tipo de colisão estão entre os principais fatores que vão definir a gravidade de uma lesão causada em um sinistro por moto. “Mesmo os sinistros leves podem causar lesões que só serão detectadas posteriormente”, alerta.

“Como as contusões ao tronco e membros, as entorses das articulações de carga [joelho e tornozelo] em um reflexo de proteção, ou pelo reflexo de apoio [punhos e mãos], além de distensões musculares, escoriações, feridas com potencial de infectar e necessitar cuidados contínuos pós trauma”, exemplifica.

“Nos centros de trauma, a frequência maior é de média e alta complexidade das lesões, mas, mesmo as de baixa, podem comprometer temporariamente as atividades destas vítimas”, destaca.

Musafir lembra que estudos da SBOT junto aos serviços de ortopedia e traumatologia de todo país têm confirmado a tendência de aumento do número de pacientes vítimas dos veículos de duas rodas, com lesões cada vez mais graves e complexas e tempo de internação prolongado.

“Por isso, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia está lançando em 2025 a campanha Na Moto, Na Moral – não mate, não morra, para chamar a atenção da sociedade e dos poderes executivo e legislativo sobre a importância de se reduzir os acidentes de moto, que estão cada vez mais graves, gerando lesões mais complexas e mortes. Esse é um problema sério de saúde pública e nós ortopedistas temos compromisso com a sociedade em ajudar a encontrar caminhos para reverter”.




Fonte: Agência Brasil