Especialistas alertam para medidas associadas às sirenes de desastres


O governo paulista anunciou no último dia 23, logo após o temporal no litoral Norte de São Paulo que deixou 65 mortos, que instalará sirenes na região, em locais onde há risco de desabamentos e enchentes. A medida emergencial, no entanto, é vista com cautela por especialistas. Eles afirmam que a adoção dos equipamentos precisa ocorrer em conjunto com uma série de ações, como o treinamento da população, a elaboração de rotas de fuga e a realização recorrente de simulados.

“Esse sistema de alerta tem que estar dentro do sistema de gestão de risco do município. Você tem que ter um mapeamento das áreas de risco e das áreas que vão receber essas pessoas em caso de desastre, em caso de acidente. Essas pessoas têm que ser direcionadas para locais que sejam seguros”, destaca o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro e diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis

De acordo com o pesquisador, o treinamento da população é outra etapa importante do sistema de alerta, e deve contar com as lideranças de bairro. “O treinamento até parece simples, mas não é. É um processo que tem que ter o convencimento da população. As pessoas têm que ser convencidas que aquele sistema funciona e, para esse convencimento, você tem que ter líderes da comunidade local participando”, afirma.

Segundo Reis, a sirene é o último elemento, a última coisa a ser instalada dentro desse sistema de gestão de risco. A crítica dele sobre a instalação de sirenes é que existe a ideia de solução pela pura e simples instalação do equipamento. Mas, ele reforça, existe a necessidade de uma série de ações em conjunto.

Ele explica que o sistema de sirenes é bastante eficiente no Japão, onde há treinamentos recorrentes e já faz parte da cultura do país. “Tem que ter treinamento anual. Por isso que no Japão funciona a sirene. Eles treinam a população há mais um século. As leis deles de Defesa Civil sobre desastres naturais têm mais de 100 anos”.

Para o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Canedo, o processo de implementação das sirenes precisa, antes de tudo, levar em conta que as entre as pessoas que serão alertadas pelo equipamento estão idosos, crianças, doentes, pessoas com deficiência, e com dificuldade de locomoção.

“O que fazer para socorrer aqueles que não podem sair, pessoas idosas, pessoas que estejam doentes, com dificuldade locomoção. Vai ter que ter pessoas treinadas para ir no contrafluxo. Todo mundo descendo e vai ter que ter pessoas especializadas para subir, retirar aquelas pessoas que são cadeirantes, que são doentes do coração. É tudo uma grande confusão. Não é só tocar o apito e está resolvido”.

O professor acrescenta que o desastre pode ocorrer em um horário em que a maioria dos adultos esteja trabalhando fora de casa. “Quem vai subir e pegar as crianças e idosos?”, questiona. “Plano de contingência para evacuação é algo muito difícil de ser feito. Mas é extraordinariamente mais difícil de ser conduzido. E é por isso que tem que ser muito bem planejado”.




Fonte: Agência Brasil

Alças de acesso nas rodovias Assis Chateaubriand e Raposo Tavares, em Presidente Prudente, passam por obras a partir desta quarta-feira


Um dos pontos em obra será o dispositivo localizado no km 564,700. Haverá interdição parcial das alças de saída da rodovia e interdição total da alça de entrada para a rodovia no sentido interior-capital. Neste último caso, os motoristas terão como alternativa utilizar o retorno do dispositivo do km 563. Esta obra, especificamente, terá duração de dois dias, ao contrário das outras duas que serão concluídas no mesmo dia.




Fonte: G1

Equipes suspendem buscas em São Sebastião em razão de novas chuvas


As equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil paralisaram os trabalhos na tarde de hoje (28) em São Sebastião (SP) em razão de fortes chuvas que voltaram a atingir região. As autoridades procuravam, no período da manhã, um homem desaparecido desde o temporal do último dia 19, no bairro da Vila Baleia Verde.

A Defesa Civil emitiu no fim da tarde de hoje um alerta para chuva forte na região, com possibilidade de novos deslizamentos de terra, válido até a próxima quinta-feira (2). “Há previsão para pancadas de chuvas, acompanhadas por descargas elétricas, fortes rajadas de vento e granizo”, diz o alerta. “Recomenda-se atenção especial às áreas mais vulneráveis, pois pode haver risco de deslizamentos, desabamentos, alagamentos, enchentes e ocorrências relacionadas a raios, ventos e granizo”.

Segundo o governo do estado, até o momento, 65 óbitos foram confirmados em razão das fortes chuvas na região: 64 em São Sebastião e um em Ubatuba (SP). Foram identificados e liberados para sepultamento 57 corpos: 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que sete pessoas estão internadas no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN), em Caraguatatuba (SP). O estado de saúde delas é estável. Outros 16 pacientes já receberam alta hospitalar e cinco foram transferidos para outras unidades. O governo contabilizada 1.090 desalojados e 1.126 desabrigados na região.

A Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) segue totalmente interditada em razão do rompimento de tubulação, na altura do quilômetro 82, em Biritiba Mirim (SP). As obras emergenciais foram iniciadas no último dia 21, com previsão de liberação do trânsito em dois meses e conclusão em até seis meses. No km 174 da Rio-Santos (SP-055), a via está sujeita a interrupções temporárias, de acordo com a condição climática.




Fonte: Agência Brasil

Equipes suspendem buscam em São Sebastião em razão de novas chuvas


As equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil paralisaram os trabalhos na tarde de hoje (28) em São Sebastião (SP) em razão de fortes chuvas que voltaram a atingir região. As autoridades procuravam, no período da manhã, um homem desaparecido desde o temporal do último dia 19, no bairro da Vila Baleia Verde.

A Defesa Civil emitiu no fim da tarde de hoje um alerta para chuva forte na região, com possibilidade de novos deslizamentos de terra, válido até a próxima quinta-feira (2). “Há previsão para pancadas de chuvas, acompanhadas por descargas elétricas, fortes rajadas de vento e granizo”, diz o alerta. “Recomenda-se atenção especial às áreas mais vulneráveis, pois pode haver risco de deslizamentos, desabamentos, alagamentos, enchentes e ocorrências relacionadas a raios, ventos e granizo”.

Segundo o governo do estado, até o momento, 65 óbitos foram confirmados em razão das fortes chuvas na região: 64 em São Sebastião e um em Ubatuba (SP). Foram identificados e liberados para sepultamento 57 corpos: 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que sete pessoas estão internadas no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN), em Caraguatatuba (SP). O estado de saúde delas é estável. Outros 16 pacientes já receberam alta hospitalar e cinco foram transferidos para outras unidades. O governo contabilizada 1.090 desalojados e 1.126 desabrigados na região.

A Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) segue totalmente interditada em razão do rompimento de tubulação, na altura do quilômetro 82, em Biritiba Mirim (SP). As obras emergenciais foram iniciadas no último dia 21, com previsão de liberação do trânsito em dois meses e conclusão em até seis meses. No km 174 da Rio-Santos (SP-055), a via está sujeita a interrupções temporárias, de acordo com a condição climática.




Fonte: Agência Brasil

Quase um ano e meio fechado após estragos causados por vendaval, IBC volta a receber eventos




Valor investido no barracão, existente desde a década de 1950 e tombado pelo patrimônio histórico, foi de R$ 76.243,83‬. Valor da reforma do Centro de Eventos do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Presidente Prudente (SP), ultrapassou R$ 70 mil
Alysson Vinícius/Secult
Depois de quase um ano e meio fechado por conta de um vendaval no dia 1º de outubro de 2021, o Centro de Eventos do Instituto Brasileiro do Café (IBC), no Parque Residencial Jarina, em Presidente Prudente (SP), volta a receber eventos.
O valor investido na reforma, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura (Secult), foi de R$ 74.743,83, através da Tomada de Preços 19/22, somado a R$ 1.500, da visita inicial de engenheiro especialista, totalizando R$ 76.243,83.
A Secult concluiu a manutenção e o reparo da estrutura e do telhado do prédio no ano passado, além do trabalho de preservação das características do espaço, que existe desde a década de 1950. Por se tratar de um prédio tombado, o local precisou passar por vistoria técnico-especializada e liberação pela Defesa Civil.
Confira os eventos confirmados para 2023:
Campeonato do Corpo de Bombeiros: fevereiro e março;
Festa das Nações: prevista para o mês de julho;
Batatec: prevista entre os dias 20 e 23 de julho;
Exposição de Carros: data a definir; e
Feira de Artesanato: data a definir.
“O IBC é um patrimônio. O fato de ele voltar é o fato de poder receber eventos que contemplem grandes proporções de pessoas. Nós teremos aproximadamente 3 mil pessoas de pé, ao mesmo tempo, dentro do IBC, em eventos de grandes proporções, em um local seguro, um local adequado, local com estacionamento e de fácil acesso, porque fica próximo ao centro e ao Centro Cultural Matarazzo”, destacou o secretário municipal de Cultura, Yuri Correa dos Reis.
Centro de Eventos do Instituto Brasileiro do Café (IBC) estava fechado desde outubro de 2021, após vendaval
Alysson Vinícius/Secult
Reforma do IBC
A Secult concluiu a manutenção e o reparo da estrutura e do telhado do prédio em dezembro de 2022, após uma tempestade de poeira que causou estragos na região de Presidente Prudente, em outubro de 2021.
Na época, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Cultura, o investimento no conserto foi de R$ 112.115,75.
Por se tratar de um prédio tombado pelo patrimônio histórico, o espaço foi vistoriado pelo engenheiro civil Everaldo Pletz, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que é especialista em Mecânica de Estruturas.
De acordo com o secretário municipal de Cultura, Yuri Correa dos Reis, o trabalho de manutenção foi executado por uma empresa especializada e levou em consideração as características da construção, que precisavam ser preservadas em conformidade ao tombamento.
A empresa executou a manutenção do madeiramento do telhado, da cobertura externa com telhas onduladas de aço, além da instalação interna das telhas com utilização de plataforma elevatória e a instalação de um novo beiral que também havia sido arrancado pela força do vento.
No entanto, faltava, ainda, o local receber os laudos necessários para a reabertura e, assim, voltar a receber atrações.
Tombamento
Em outubro de 2019, a Prefeitura de Presidente Prudente decretou o tombamento do imóvel onde fica o Centro de Eventos do IBC, o barracão do antigo Instituto Brasileiro do Café, no Parque Residencial Jarina.
A medida foi adotada para permitir a preservação do patrimônio arquitetônico, cultural e histórico representado pelo local.
O barracão é utilizado para a realização de exposições, feiras, festas populares, mostras artísticas e culturais, quermesses e shows.
Com o decreto municipal 30.268/2019, até mesmo melhorias no local ficaram sujeitas a análise do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat), já que as características históricas e culturais do prédio precisam ser preservadas.
O tombamento do IBC ocorreu após análises do Condephaat e das secretarias municipais de Assuntos Jurídicos e Legislativos (Seajur) e de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seplan).
Centro de Eventos do Instituto Brasileiro do Café (IBC) estava fechado desde outubro de 2021, após vendaval
Alysson Vinícius/Secult

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Fonte: G1

Governo retoma grupo de trabalho para combate a mudanças climáticas


A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou, nesta terça-feira (28), ao lado do assessor especial para o Clima do Governo dos Estados Unidos, John Kerry, a formação de um grupo de trabalho para conter os efeitos das mudanças climáticas no Brasil, com foco no combate ao desmatamento e na defesa dos povos indígenas.

Segundo a ministra, a força-tarefa será composta por representantes de diversos ministérios, buscando ampliar a proteção da biodiversidade brasileira e dos oceanos, questões centrais para frear o aquecimento do planeta e conter a emissão de gases do efeito estufa. “Estamos fazendo um grande esforço para proteção das florestas no mundo. E é fundamental que o mundo desenvolvido ajude a proteger a floresta”, afirmou Marina Silva. 

Criado inicialmente em 2015, o grupo de trabalho agora vai ser retomado e estabelecer prioridades de ações conjuntas entre os dois países. “Dentro da atualização desse acordo com os Estados Unidos, teremos uma agenda de trabalho até abril, quando haverá um encontro no G20 [grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo] para alinhar essa transição para um mundo mais sustentável, justo, fraterno e de paz”, disse a ministra.

Para Marina Silva, o grande desafio será combater os efeitos negativos das mudanças climáticas sem que isso traga prejuízos em termos de desenvolvimento econômico e social.

Kerry, por sua vez, disse que o presidente norte-americano, Joe Biden, tem interesse em trabalhar junto ao Brasil para reverter as mudanças climáticas e se comprometeu a colaborar com o Fundo Amazônia, que reúne doações de potências globais para a preservação ambiental. A intenção dos Estados Unidos com a retomada do Fundo Amazônia é contribuir com projetos de mitigação climática e com a contenção do aumento da temperatura global em até 1,5° C, valor recomendado pelo Acordo de Paris.

O grupo de trabalho de alto nível terá como prioridade aprimorar o diálogo entre os ministérios e trabalhar em temas de transição justa e inclusão para descarbonização da economia. Também entrarão na composição do grupo representantes dos setores público, privado, filantrópico e multilateral para discutir os temas relacionados ao clima no G20.

O Fundo Amazônia é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e se destina a apoiar projetos de combate ao desmatamento e de incentivo à conservação das florestas na região amazônica. Foi criado em 2008 e conta com doações de países como Noruega e Alemanha.




Fonte: Agência Brasil

Funai se desculpa com famílias de Bruno e Dom por nota de 2022


A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) divulgou nesta terça-feira (28) um pedido de desculpas às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em razão de nota divulgada pelo órgão durante o governo de Jair Bolsonaro. Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em junho de 2022 no Vale do Javari, no Amazonas.

“A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) vem a público corrigir os termos de nota difamatória e violenta anteriormente publicada por esta fundação, quando era presidida pelo delegado Marcelo Xavier. A nota publicada no dia 10 de junho de 2022, apenas cinco dias após o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, ameaçava a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) de processo judicial e trazia uma série de inverdades contra Bruno e Dom”, diz o pedido de desculpas.

De acordo com a fundação, o texto foi retirado do site da Funai por determinação da Justiça Federal do Amazonas, que considerou a nota indevida, contrária aos direitos humanos e não compatível “com a realidade dos fatos e com as normas em vigor”.

“Hoje, a Funai se retrata e pede desculpas por esse capítulo lamentável de sua história. Afirmamos a importância do trabalho da Univaja, organização indígena cuja colaboração é fundamental para a proteção e promoção dos direitos indígenas na região do Vale do Javari e sem a qual os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips não teriam sido, pelo menos em parte, solucionados”, consta no texto.

No texto, a Funai destaca que “Bruno era um indigenista dedicado, de seriedade e compromisso amplamente reconhecidos, que sofreu perseguição dentro do órgão que o deveria proteger e foi exonerado de suas funções por incomodar criminosos, ou seja, por cumprir o seu dever como funcionário do Estado. Pagou com a vida pelo comprometimento inabalável que tinha com os povos indígenas”.

Sobre o britânico, o órgão afirma que “Dom Phillips era um jornalista que devotava seu trabalho à proteção da Amazônia e de seus povos e também pagou com a vida por essa dedicação”.

“Por isso tudo, hoje pedimos desculpas às famílias de Bruno e Dom. Os nomes deles foram insultados por autoridades públicas no momento mais difícil da vida de suas famílias e é dever do Estado brasileiro reconhecer a violência difamatória que sofreram, se desculpar com seus familiares e nunca mais permitir a repetição de atos dessa natureza”, finaliza a nota.

Nesta segunda-feira (27), representantes da Terra Indígena do Vale do Javari, líderes da Univaja e autoridades do governo federal realizaram o primeiro ato em Atalaia do Norte, no Amazonas, desde o assassinato do indigenista e do jornalista. O encontro teve o objetivo de marcar a unidade de forças com o Poder Público, em defesa dos povos que habitam a região. As viúvas de Dom e Bruno, respectivamente, Alessandra Sampaio e Beatriz Matos, também estiveram no local.




Fonte: Agência Brasil

Justiça condena ex-prefeito, ex-secretário de Obras e empresário por crime de responsabilidade em Presidente Prudente




Sentença substituiu a pena privativa de liberdade de três anos de reclusão por prestação de serviços à comunidade e pelo pagamento de R$ 468.720,00 à Prefeitura. Fórum de Presidente Prudente
Heloise Hamada/G1
A juíza da 3ª Vara Criminal da Comarca de Presidente Prudente (SP), Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade, julgou procedente a denúncia formulada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) e condenou por crime de responsabilidade o ex-prefeito Milton Carlos de Mello “Tupã”, o ex-secretário municipal de Obras e Serviços Públicos Alfredo José Penha e o empresário Gervásio Costa.
Na sentença proferida nesta segunda-feira (27), a juíza substituiu a pena privativa de liberdade de três anos de reclusão, em regime inicialmente aberto, por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade, à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, e no pagamento de um montante equivalente a 360 salários mínimos ao município de Presidente Prudente, ou seja, R$ 468.720,00 em valor atual.
Sem os requisitos da prisão preventiva, a juíza permitiu aos condenados o direito de recorrer em liberdade.
Na decisão, à qual o g1 teve acesso, a magistrada ainda pontua que o trânsito em julgado da sentença acarretará a inabilitação dos acusados, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função públicos, eletivos ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular.
Os três réus foram condenados pela prática do crime previsto no artigo 1º, inciso II, do decreto-lei nº 201/67, ou seja, “utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos”, combinado com os artigos 29 e 30, ambos do Código Penal.
De acordo com a acusação formulada pelo Ministério Público, o ex-prefeito e o ex-secretário realizaram obras viárias com recursos públicos da Prefeitura na região do Jardim Santana, na zona leste de Presidente Prudente, para beneficiar interesses particulares do empresário.
Tupã esteve à frente do Poder Executivo local por dois mandatos consecutivos entre os anos de 2009 e 2016.
A sentença da juíza Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade aponta que a abertura e a pavimentação de vias destinadas a facilitar o acesso aos galpões da empresa de Gervásio Costa causaram um prejuízo direto ao patrimônio público, correspondente ao montante despendido para a execução das obras, no valor de R$ 268.578,80.
“O dano patrimonial diretamente causado aos cofres públicos foi de R$ 268.578,80, montante correspondente às expensas de pavimentação das vias, que deverá ser atualizado desde a data do dispêndio, pela Fazenda Pública”, afirma a magistrada.
Com isso, ela fixou o valor mínimo para reparação de danos em R$ 268.578,80, atualizado desde a data do dispêndio.
Acusação
De acordo com a acusação, o então prefeito Tupã, por meio do decreto municipal nº 20.570, de 17 de novembro de 2009, declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação amigável, parte de um imóvel de propriedade da empresa CMV Administração e Locação Ltda., cujo sócio proprietário era Gervásio Costa. Visava-se, com o decreto, a abrir vias públicas, sob o pretexto de melhorar o sistema viário do Jardim Santana e adjacências.
Após a publicação do decreto, a CMV doou a área ao município, por meio de escritura pública lavrada em 19 de janeiro de 2010. Após assumir a posse do imóvel, a Prefeitura abriu vias públicas, em duas etapas.
Ainda segundo a acusação, a suposta motivação da desapropriação do imóvel e da posterior abertura de vias públicas seria melhorar o sistema viário do Jardim Santana e adjacências. Entretanto, de acordo com o MPE-SP, essa motivação foi um pretexto usado pelo ex-prefeito e pelo ex-secretário para beneficiar o empresário, de quem eram amigos.
A Promotoria sustenta que as pavimentações foram realizadas apenas para atender aos interesses de Gervásio Costa e da CMV Administração e Locação Ltda., que doara a área ao município.
Segundo imagens do local, a pavimentação de parte da Rua Projetada D serviu exclusivamente para garantir acesso a um barracão de Gervásio, que faz testada com aquela via pública. Ainda em conformidade com aquelas imagens, a pavimentação da Rua Projetada B serviu exclusivamente de acesso ao barracão instalado na área, de propriedade do empresário. Do mesmo modo, a pavimentação da Rua Projetada C, embora tendo ligação com a Rua Pierre de Almeida Leitão, foi executada para permitir acesso a toda a área de barracão. Para garantir acesso da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) e da respectiva marginal à Rua Pierre de Almeida Leitão, bastaria pavimentar toda a Rua Projetada D, conforme a denúncia. A pavimentação da Rua Projetada A visou a garantir acesso a outro barracão, de propriedade da CMV Administração e Locação Ltda., circunstância que também beneficiou o acusado Gervásio, segundo o MPE-SP.
Ainda segundo a acusação, Tupã e Penha, sob o pretexto de beneficiar moradores da região onde as obras foram realizadas, atuaram para que o município de Presidente Prudente beneficiasse Gervásio e a CMV, custeando a abertura de três vias contíguas e adjacentes aos barracões e galpões existentes na área.
Com isso, segundo a Promotoria de Justiça, facilitou-se o acesso ao interior do imóvel, circunstância que acarretou valorização patrimonial, sem que o proprietário despendesse recursos próprios e cumprisse os ditames da lei nº 6.766/79.
Em decorrência dos fatos, conforme o MPE-SP, Gervásio e a CMV obtiveram, ao menos, duas vantagens: deixaram de arcar com os custos da abertura de vias que melhoraram o trânsito e o acesso à área total, especialmente aos barracões e galpões, circunstância que ensejou o incremento das atividades econômicas e a valorização do local; e esquivaram-se da implantação de loteamento urbano, nos termos da lei nº 6.766/79.
De acordo com a Promotoria, era necessário o desmembramento, por loteamento, tendo em vista a abertura de vias públicas, fato que implicaria, além de reserva de área verde, a implantação de infraestrutura básica.
Concluída a investigação, os réus recusaram a proposta de acordo de não persecução penal e o Ministério Público ofertou a denúncia, que foi recebida em 12 de abril de 2021.
Defesa
A defesa do ex-prefeito Milton Carlos de Mello “Tupã” requereu a absolvição do réu, alegando a insuficiência da prova colhida para fundamentar uma condenação; e a atipicidade da conduta, por ausência de dolo.
A defesa do ex-secretário Alfredo José Penha suscitou, preliminarmente, a inépcia da denúncia, alegando a ausência de especificação das condutas. No mérito, também requereu a absolvição do réu, alegando a insuficiência da prova colhida para ensejar uma decisão condenatória; a atipicidade da conduta, por ausência de dolo; e a incomunicabilidade das condições pessoais do ex-prefeito, por se tratar de crime de mão própria.
Já a defesa do empresário Gervásio Costa, preliminarmente, afirmou a inépcia da inicial acusatória, alegando a ausência de individualização das condutas; a ausência de dolo; e a impossibilidade de concurso com o ex-prefeito, por se tratar de crime de mão própria. No mérito, postulou a absolvição do réu, alegando a insuficiência da prova colhida para embasar decisão condenatória; e a atipicidade do fato, por ausência de dolo e de dano. Subsidiariamente, alegou o descabimento do pedido indenizatório, por se tratar de pleito também formulado pelo Ministério Público no âmbito de ação civil.
Em seus interrogatórios na Justiça, os três réus negaram a prática do crime.
Sentença
“Em que pesem as argumentações dos defensores, não há dúvidas de que se visava, com as obras, a atender a interesse privado do acusado Gervásio e da pessoa jurídica que ele controlava”, afirma a juíza Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade.
Ainda de acordo com a magistrada, a execução meramente parcial das Ruas Projetadas B e D escancara a finalidade do projeto inicial, consistente em interligar os galpões que viriam a ser construídos por Gervásio e pela CMV Administração e Locação Ltda. à rodovia e aos bairros, além de conectá-los entre si.
“A execução parcial das Ruas Projetadas B e D, apenas até pontos de acesso a imóveis de CMV Administração e Locação Ltda., evidencia que o projeto, a desapropriação e a doação, desde o princípio, tinham como finalidade exclusiva facilitar o fluxo de veículos até os galpões que viriam a ser construídos. Tal circunstância também é verificável pela forma como se iniciou o procedimento administrativo de estudo de abertura de vias e pelas menções a Gervásio ao longo do procedimento, embora não fosse o proprietário da área”, salienta a juíza.
A sentença conclui que a CMV “deixou de arcar com os custos de implantação de infraestrutura, deixou de ceder ao município áreas destinadas ao lazer e ao uso institucional, e deixou de proceder ao licenciamento ambiental e de arcar com os custos deste”.
“Além do dano direto, a conduta dos acusados causou prejuízo patrimonial indireto ao município, consistente na ausência de implantação de infraestrutura, ausência de cessão de áreas institucionais e de lazer, e ausência de licenciamento ambiental”, enfatiza a juíza.
Ainda na sentença, a magistrada avalia a valorização imobiliária da área envolvida na ação penal.
De acordo com a sentença, a valorização imobiliária alegada, de R$ 4,91/m² para R$ 350,00/ m², “é excelente evidência do proveito econômico auferido por meio do loteamento irregular”.
“A variação entre o preço pago (R$ 4,91/m²) e o alegado valor de mercado (R$ 350,00/m²) é de espantosos 7.128,31%”, pontua a magistrada.
“Por óbvio, parte da valorização imobiliária decorreu da construção de galpões comerciais, anteriormente inexistentes. Contudo, a utilidade e valor dos galpões decorre da implantação de vias de acesso, realizada às expensas da Fazenda Pública do Município de Presidente Prudente”, argumenta.
Ela observa que, sem a abertura e a pavimentação de vias, os galpões seriam inacessíveis a veículos pesados, como afirmou uma testemunha.
“Por conseguinte, seriam inúteis como armazéns e sem valor expressivo”, complementa.
“Mesmo a abertura de acesso direto para a rodovia, anteriormente inexistente, implica valorização imobiliária, pois facilita grandemente o acesso aos galpões. Segundo as testemunhas, caminhões costumavam trafegar por bairro residencial para chegar ao local do fato, circunstância que inegavelmente dificultaria a logística de potenciais locatários e diminuiria o preço de locação e o valor dos imóveis comerciais que se instalassem lá”, afirma a juíza.
“Todas as ações visavam a evitar despesas de arruamento, pavimentação e loteamento para o acusado Gervásio, de quem Milton e Alfredo disseram ser amigos, empregando recursos do Município em benefício dele. Como os réus voluntária e conscientemente visavam a causar dano patrimonial aos cofres públicos, como forma de beneficiar Gervásio, está configurado o dolo específico”, sentencia a juíza.
“Portanto, os autores do fato utilizaram-se de bens, serviços e rendas públicas, consistentes na estrutura organizacional da prefeitura (serviço) e no montante despendido na execução do projeto, R$ 268.578,80 (bens e rendas). A utilização de serviços, bens e rendas públicas foi indevida, pois contrária aos princípios da impessoalidade, legalidade, eficiência e moralidade”, salienta a magistrada.
“Conforme se expôs anteriormente, visava-se exclusivamente a atender aos interesses de CMV Administração e Locação Ltda. e Gervásio, em ofensa ao princípio da impessoalidade. Procedeu-se à abertura de vias inúteis, desconectadas de áreas preexistentes, em ofensa ao princípio da eficiência. Evitou-se a submissão da abertura de vias às normas pertinentes ao loteamento, em ofensa ao princípio da legalidade. A motivação está relacionada à amizade entre os acusados, em ofensa ao princípio da moralidade”, prossegue.
“A ação causou ao Município dano patrimonial direto, no valor de R$ 268.578,80, e indireto, decorrente da ausência de implantação de infraestrutura, ausência de cessão de áreas institucionais e de lazer e ausência de licenciamento ambiental. Todas as ações visavam a evitar despesas e gerar proveitos econômicos futuros para CMV Administração e Locação Ltda. e o acusado Gervásio. Portanto, Gervásio agiu em proveito próprio e Alfredo e Milton, em proveito alheio. Está configurado o dolo específico, pois os denunciados, para atingir o propósito de beneficiar Gervásio, voluntária e conscientemente usaram indevidamente bens e rendas públicas. Em outras palavras, visavam a causar dano patrimonial ao erário e incremento patrimonial a CMV Administração e Locação Ltda. e Gervásio”, afirma.
“Os réus, um deles agindo na condição de Prefeito Municipal, agindo com dolo específico e em concurso entre si, utilizaram indevidamente serviços, bens e rendas públicas, em proveito próprio (no caso de Gervásio) e alheio (no caso de Milton e Alfredo), e causaram prejuízo patrimonial direto (R$ 268.578,80) e indireto ao Município. Praticaram, portanto, a conduta abstratamente prevista no artigo 1º, inciso II, do decreto-lei nº 201/67, combinado com os artigos 29 e 30, ambos do Código Penal”, classifica a juíza.
“Ainda quanto às consequências, consigno que a ação dos denunciados catapultou o valor dos imóveis de CMV Administração e Locação Ltda., de R$ 4,91/m² […] para alegados R$ 350,00/m² […]. Conquanto seja razoável concluir que parte da valorização decorreu da construção de galpões, esta seria inútil sem a urbanização ilícita, conforme se expôs anteriormente”, frisa.
Fórum de Presidente Prudente
Heloise Hamada/G1
Outro lado
Já a defesa de Alfredo José Penha disse que está irresignada e irá recorrer da sentença. Um dos advogados do ex-secretário, Jailton João Santiago, salientou que houve prescrição com relação a seu cliente.
“Ele já tinha deixado o cargo, naquela época, há mais de dois anos antes, três anos, praticamente, de deixar o mandato, de deixar o cargo de secretário de Obras, mesmo porque ele só ocupou o cargo, se eu não me engano, porque eu não estou com os autos na mão, aqui, até meados ou pouco mais do primeiro mandato do governo do Tupã”, ressaltou ao g1.
Ainda de acordo com Santiago, a tese de prescrição foi utilizada pela defesa, no entanto, não foi reconhecida pela juíza.
“Nós entendemos que, com relação a ele, está prescrito, embora não tenha sido reconhecido aqui. E nós estamos entrando com o recurso, vamos apresentar a apelação, no prazo legal, e vamos requerer a absolvição dele no Tribunal de Justiça. Respeitamos a sentença do julgador, mas entendemos que, com relação a Alfredo Penha, está prescrito. Estaremos recorrendo, com certeza, ao tribunal”, concluiu ao g1.
O g1 também entrou em contato com a defesa do Gervásio Costa, representada pelo advogado André Shigueaki Teruya. Ele informou que tomou ciência da sentença nesta terça-feira (28) e que irá fazer o possível para assegurar a absolvição da acusação que foi dirigida ao empresário.
“Não concordamos com o que ficou consignado, tendo em vista que não corresponde aos fatos e às provas produzidas nos autos. Consequentemente, serão manejados todos os recursos processuais cabíveis à defesa, com o fim de assegurar a absolvição da imputação que lhe foi dirigida”, apontou.
O g1 também solicitou ao advogado Alfredo Vasques da Graça Júnior um posicionamento oficial da defesa do ex-prefeito Tupã sobre o assunto, mas até o momento desta publicação não recebeu resposta.

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Fonte: G1

Condutor de caminhão com placas de Recife é preso em flagrante com mais de 100 mil maços de cigarros contrabandeados, em Pirapozinho




Veículo foi abordado por volta das 9h no km 522,500 da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), nesta terça-feira (28), durante a Operação Impacto. Condutor de caminhão é preso com mais de 100 mil maços de cigarros contrabandeados, em Pirapozinho (SP)
Polícia Rodoviária
Um homem, de 32 anos, foi preso em flagrante na manhã desta terça-feira (28) após a Polícia Rodoviária localizar 200 caixas de cigarros de origem estrangeira no caminhão em que ele dirigia, durante a Operação Impacto, em Pirapozinho (SP).
O veículo, com placas de Recife (PE), foi abordado por volta das 9h no km 522,500 da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425). No decorrer da vistoria, os agentes localizaram as caixas de cigarros no interior do baú, sem documentação fiscal.
Ao todo, foram apreendidos 100 mil maços do produto. O caminhão também foi recolhido. Já o condutor foi preso em flagrante pelo crime de contrabando e permanece à disposição da Justiça.
A ocorrência foi apresentada na Delegacia de Polícia Federal de Presidente Prudente (SP).

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Fonte: G1

Motociclista desobedece semáforo em cruzamento e causa acidente de trânsito com outras duas motos em Dracena


Um terceiro motociclista, que estava parado no sinal, local onde o acidente aconteceu, foi atingido pelas motos depois da colisão. Este homem, de 37 anos, foi multado por dirigir com categoria diferente da exigida (categoria B), e não teve ferimentos.




Fonte: G1