Instalação convida público a relembrar memórias do período de gestação e nascimento, em Presidente Prudente




Apresentação ocorrerá neste sábado (24) e domingo (25) no Teatro Paulo Roberto Lisbôa. Instalação coreográfica ‘Mãe do Corpo’ é realizada em Presidente Prudente (SP)
Estevam Salomão
Em um convite a uma experiência imersiva para entrar em contato com as memórias do período gestacional, a instalação coreográfica “Mãe do Corpo” promove duas sessões neste sábado (24) e domingo (25) no Teatro Paulo Roberto Lisbôa, localizado no Centro Cultural Matazzo, na Vila Marcondes, em Presidente Prudente (SP). A entrada é gratuita, entretanto, haverá a distribuição de ingressos meia hora antes de cada apresentação.
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Segundo a idealizadora do projeto, a artista Emanuella Kalil, “Mãe do Corpo” é um sinônimo para útero, mas também se refere à forma sutil e imaterial do órgão, para algumas comunidades tradicionais.
Por isso, no formato de uma instalação coreográfica, o trabalho convida os participantes a uma experiência sensorial e imersiva.
“Esse trabalho transforma a arquitetura daquele espaço na anatomia de um corpo feminino. É isso que fazemos para tratar da forma com que a gente vem ao mundo, por isso, ele pode ser fruido por qualquer pessoa”, explicou a Emanuelle ao g1.
Além disso, a proposta da instalação é um rito artístico para cuidar, com arte, de aspectos relacionados à gestação e ao nascimento.
O elenco foi composto durante a vivência de dança terapêutica voltada para mães que fez parte do projeto, em 2024. Desde então, surgiu a Companhia das Mães, coletivo que compartilha saberes e colabora em produções.
Instalação coreográfica ‘Mãe do Corpo’ é realizada em Presidente Prudente (SP)
Estevam Salomão
Uso dos cinco sentidos
Segundo Emanuella, a instação convida o espectador a visitar aspectos da própria festação, de forma que explora todos os sentidos.
“Não é um trabalho para só fruir pelo visual, não é um trabalho que você vai se sentar na plateia e assistir a um espetáculo. Proponho uma experiência de todos os sentidos, de contato com essas memórias que ficam registradas no nosso corpo desse momento tão inicial da vida”, detalhou ao g1.
Por isso, ao propor o trabalho, a artista compartilhou que sua ideia é propor um convite para as pessoas entrarem em contato com elas mesmas.
“A minha ideia ao propor esse trabalho, é convidar as pessoas para uma pausa, porque a gente tem sempre um dia a dia tão corrido, muitas vezes. no automático, porque ficamos muito em celular, em tela e em redes sociais. E, esquecemos, às vezes, de parar para sentir nosso próprio corpo, para sentir como a gente está. Esse trabalho é um convite para isso. Para a gente refletir, para cada um, como está sua vida, como você está, o que você está sentindo, quem é você. É um trabalho que vai perguntar para cada um, mais do que chegar e mostrar uma coisa pronta, a minha ideia é convidar esse espectador, essa pessoa que participa a criar o seu próprio ato estético”, explicou Emanuella.
Instalação coreográfica ‘Mãe do Corpo’ é realizada em Presidente Prudente (SP)
Estevam Salomão
A artista ainda citou que, para a execução da instalação, se inspira no discurso da pintora e escultora brasileira, Lygia Clark (1920 – 1988), que diz que “não gostava de dar algo pronto, mas, sim, convidar a pessoa a construir”.
“Eu acho que a importância do trabalho é nesse sentido, de propor essa pausa, de convidar as pessoas a pararem, a respirarem um pouco, a ver como elas estão, a fruir cultura, a fruir a arte”, completou.
Ainda segundo Emanuella, a arte e a cultura são fundamentais para a vida, uma vez que te ajudam a entrar em contato consigo mesmo.
“A minha ideia é isso: trazer um momento para as pessoas olharem para si mesmas. O tema é a forma com que a gente vem ao mundo, a forma com que a vida se inicia, esse momento de muita magia”, finalizou ao g1.
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Instalação coreográfica ‘Mãe do Corpo’ é realizada em Presidente Prudente (SP)
Estevam Salomão
Programação
A instalação será realizada no sábado e no domingo, com calssificação indicativa para maiores de 18 anos. Veja os horários:
Sábado (24)
A sessão ocorrerá às 20h, com espaço para crianças, enquanto pais, mães e responsáveis vão ao teatro.
Domingo (25)
A sessão ocorrerá às 19h, com audiodescrição e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Os ingressos serão distribuídos meia hora antes de cada apresentação, em frente ao Teatro Paulo Roberto Lisbôa, que fica no Centro Cultural Matarazzo, localizado na Rua Quintino Bocaiúva, nº 749, na Vila Marcondes.

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Fonte: G1

Capivaras são resgatadas da Lagoa dos Patos e transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente




Retirada das animais foi uma medida de proteção à fauna silvestre. Capivaras foram transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Militar Ambiental
Oito capivaras que viviam na Lagoa dos Patos, no bairro Cohab, foram transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP).
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O grupo começou com apenas uma fêmea, que logo recebeu a companhia de um macho. Juntos, o casal teve duas ninhadas que totalizou nove animais no local.
De acordo com as informações divulgadas nesta quarta-feira (21) pela Prefeitura e pela Polícia Militar Ambiental, para evitar estresse ou o uso da sedação durante o resgate, as equipes optaram por um manejo mais humanizado.
“Criamos uma área cercada onde disponibilizamos alimentação para que os animais criassem o hábito de entrar no cercado de forma espontânea. Quando eles estavam habituados, fizemos a captura de forma segura”, explicou o veterinário Oskar José Ditt Kump.
Capivaras foram transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Militar Ambiental
Apesar de todo o cuidado, um filhote conseguiu escapar da contenção. Ainda assim, oito capivaras foram resgatadas e levadas à Cidade da Criança, que oferece ampla área verde e um lago natural, um habitat ideal para animais silvestres como elas.
“Essa ação reforça a importância de respeitarmos a fauna silvestre. As capivaras precisam estar em um ambiente adequado para expressar seus comportamentos naturais”, destacou o capitão da Polícia Ambiental, Júlio César Cacciari.
A ação foi conduzida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea), com o apoio da Polícia Militar Ambiental, Defesa Civil, Abrigo de Animais, além da presença de um biólogo e um veterinário.
Capivaras foram transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Militar Ambiental
A retirada das capivaras também foi uma medida de proteção à fauna silvestre. Na Lagoa dos Patos, alguns frequentadores vinham alimentando os animais de forma inadequada, o que pode prejudicar a saúde das capivaras e alterar o comportamento natural.
De acordo com a Semea, não houve registros de ataques ou problemas relacionados a carrapatos no local. Cabe lembrar que o parasita pode transmitir a febre maculosa.
O filhote que escapou durante o resgate segue sendo monitorado e deverá ser capturado em breve, com o mesmo cuidado adotado com o restante do grupo.
A capivara é o maior roedor do mundo e pode pesar até 91 quilos, vivendo em áreas próximas a rios, lagos e pântanos. Altamente adaptável, é comum em grande parte da América do Sul.
Capivaras foram transferidas para a Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Militar Ambiental

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Fonte: G1

TV Brasil terá programação especial das festas de São João


A TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), inicia na próxima semana uma programação especial, com as principais festas de São João do país, em parceria com o Ministério do Turismo. 

O projeto Arraiá Brasil vai percorrer várias cidades ao longo de todo o mês de junho, mostrando a cultura junina, principalmente do Nordeste.

A programação começa no dia 30 de maio com transmissões ao vivo e reportagens especiais, junto com emissoras da Rede Nacional de Comunicação Pública.

De quinta-feira a domingo, a TV Brasil vai mostrar, direto dos circuitos juninos, as festas da Bahia, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e de Caruaru (PE).

Os arraias do Recife, de Olinda, Petrolina, Maranhão e do Ceará também não ficam de fora.

O Ministério do Turismo lançou nesta quarta-feira as ações para o São João, que inclui a parceria com a TV Brasil.

” A TV Brasil tem o compromisso de mostrar todos os sotaques na nossa programação e enaltecer a cultura e todas as suas expressões. E o Ministério do Turismo está muito alinhado com esse compromisso”, destaca a gerente-executiva de Marketing da EBC, Ana Carolina Machado.

Essa união de esforços vai permitir que as equipes tenham estúdios em várias festas nordestinas, para mostrar a diversidade da cultura popular brasileira.

“A nossa ideia com essa parceria é que a gente valorize a cultura, o artesanato, a comida, a música daquela região, o destino, o produto, a experiência como um todo para a gente levar ao Brasil inteiro”, ressalta a secretária-executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes.

Os festejos terão a cobertura da Agência Brasil, do Radiojornalismo e da Radioagência Nacional, veículos da EBC.




Fonte: Agência Brasil

Rio confirma mais duas mortes por febre do Oropouche


Mais duas mortes por febre do Oropouche foram confirmadas hoje (21) pela Secretaria de Estado de Saúde. do Rio de Janeiro. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ). As vítimas são duas mulheres: uma moradora de Macaé, no norte fluminense, com 34 anos de idade, e outra de Paraty, na Costa Verde, com 23 anos. As duas tiveram os primeiros sintomas da doença em março deste ano, foram internadas e morreram dias depois.

A febre do Oropouche é uma doença viral transmitida pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim, mosquito-pólvora ou polvinha. É uma arbovirose, como a dengue e a chikungunya, que se manifesta com febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, e em alguns casos pode gerar complicações como meningite ou encefalite.

Os dois casos ocorreram há mais de dois meses e são episódios isolados. Desde então, não houve novos registros de casos graves, internações, nem novos óbitos relacionados à febre do Oropouche naqueles municípios.

“Reforçamos a importância da vigilância contínua e das medidas preventivas adotadas pela população e pelos gestores municipais. Desde o ano passado, com a introdução do vírus no estado, nossos especialistas têm aperfeiçoado os protocolos de Vigilância Epidemiológica e aprimorado a assistência aos pacientes”, avaliou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

Sintomas

Os sintomas da febre do Oropouche são parecidos com os da dengue. O período de incubação dura entre quatro e oito dias. O início geralmente é marcado por febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias. Na maioria dos casos, o paciente se recupera em uma semana. Porém, a doença pode se agravar em grupos de risco, entre crianças e idosos a partir de 60 anos.

“A febre do Oropouche é nova no nosso estado e requer atenção redobrada. O maruim é bem pequeno e corriqueiro em locais silvestres e áreas de mata.

Por isso, segundo o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do estado, Mário Sergio Ribeiro, a recomendação é usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passar repelente nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo, e instalar telas de malha fina em portas e janelas.

Casos

Neste ano, até 21 de maio, o estado registrou 1.581 casos, e três óbitos pela doença. Os municípios que mais concentram notificações de casos suspeitos são: Cachoeiras de Macacu (649); Macaé (502); Angra dos Reis (320); Guapimirim (168) e Paraty (131). Em 2024, foram registrados 128 casos confirmados da doença, com predominância na cidade de Piraí.




Fonte: Agência Brasil

Sitiante leva multa de mais de R$ 1,6 mil por desmatamento de vegetação nativa em Flórida Paulista | Presidente Prudente e Região


O homem, de 65 anos, identificado como proprietário do sítio, recebeu um auto de infração ambiental com multa no valor de R$ 1.650,00 em decorrência da destruição de 0,30 hectare de vegetação nativa em estágio inicial mediante desmatamento.




Fonte: G1

VÍDEO: Jiboia fica enroscada em serpentina de muro de residência e é resgatada pelo Corpo de Bombeiros em Presidente Venceslau | Presidente Prudente e Região


De acordo com a corporação, um morador da residência, de 22 anos, acordou pela manhã em razão do barulho de latidos de seus dois cães e, quando foi para o quintal, se deparou com a serpente em cima do muro, que tem cerca de dois metros de altura.




Fonte: G1

Promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, participa de seminário internacional de segurança, democracia e direitos humanos | Presidente Prudente e Região


“Durante minha trajetória, tiveram vários fatos que marcaram minha carreira. Em 2013, fui responsável pela denúncia contra 175 integrantes do PCC, inclusive o Marcola, considerada a maior investigação da história do MPE-SP. Depois, fui o responsável por várias outras investigações que tiveram destaque nacional, como a Operação Ethos, a Operação Echelon, a Operação Sharks, a Operação Fim de Linha, a Operação Salus et Dignitas (Cracolândia) e outras”, descreve o promotor.




Fonte: G1

Emissoras públicas defendem protagonismo mundial contra desinformação Agência Brasil


Representantes de organizações nacionais e internacionais estão reunidos, em São Paulo, para debater o papel das emissoras públicas na prática do jornalismo, na programação cultural e na educação. 

O 1º Congresso Internacional de Emissoras Públicas da USP, que acontece nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), pretende fomentar debates sobre o papel das emissoras públicas, destacando sua contribuição para o jornalismo de qualidade, o fortalecimento da democracia, a valorização da pluralidade, a programação cultural e a promoção da educação midiática, sempre orientadas pelo interesse público.

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, afirmou no evento que a desinformação sempre existiu, mas a desinformação como método político, instrumento da extrema direita, é a novidade mais recente, principalmente com a ascensão das mídias sociais, das redes sociais.

“A desinformação tem dois braços. O primeiro é desestabilizar democracias. Nós vivemos isso muito de perto aqui no Brasil, com o questionamento, por exemplo, do processo eleitoral, que é exemplo no mundo. Outro exemplo é a vacinação, também referência para o mundo, que é um serviço público, também foi afetado pela desinformação. São dois exemplos de como a desinformação pode afetar o acesso a políticas e serviços públicas”, disse.

Jean Lima citou os veículos da EBC como parte da credibilidade do jornalismo como forma de combater a desinformação.

“Temos na TV 2 horas e meia de jornalismo diário, que informa a população sobre os serviços, atendimento ao cidadão, políticas públicas. Temos a Rádio Nacional, que presta serviço importante, também por meio de podcast, com ações educativas e informativas”.

Ele mencionou também a Rádioagência e a Agência Brasil, agência pública de notícias, ambas da EBC.

Fake news

A correspondente da ARD na América do Sul (Associação de Empresas Públicas de Radiodifusão da República Federal da Alemanha), Anne Herrberg, ressaltou que a entidade, para combater as fake news, tem usado mais tempo para checar as informações e fontes.

“Hoje temos muitos mecanismos para fazer a checagem de dados e fatos. Temos um departamento jurídico que também ajuda muito a eleger palavras, ver qual o impacto de algo e como podemos falar algo. Temos também trabalhado para construir fontes para deixar nosso trabalho mais transparente para a audiência”, explicou.

O diretor de redação da BBC Brasil em Londres, Caio Quero, defendeu que antes de falar em como combater as fake news é preciso destacar o impacto de ser uma emissora pública no conteúdo e como é importante reforçar a segurança da informação para impactar positivamente no ambiente internacional mais democratizado com as pessoas acessando e produzindo muita informação.

“Nós, como parte do serviço público, como emissoras públicas e como veículos de comunicação pública, temos que lembrar primeiro que a cadeira, o computador, tudo isso é bem público. E o nosso motivo final de existência, que é o conteúdo, também é público. E isso tem algumas questões que a gente tem que lembrar: um dos valores mais importantes da BBC é o que eles chamam de value for money, que é valorizar o dinheiro do contribuinte e lembrar que o contribuinte está financiando o nosso jornalismo, que tem que ter qualidade”, afirmou.

O diretor de Programação da TV Cultura, Eneas Carlos Pereira, ressaltou que a desinformação é fruto, principalmente, da polarização e das transformações tecnológicas, que dá uma grande repercussão para as notícias falsas.

“A pós-verdade ou a desinformação, as fake news, acabam nascendo do casamento perverso do populismo e da polarização. Os dois meio que se retroalimentam e criam pós-verdade. Isso não é privilégio nem de uma direita, nem de uma esquerda. Isso acaba sendo uma conduta humana para permanência no poder”, avalia.

Para Eneas, é preciso estar atento porque a forma de comunicação pública não tem acompanhado a transformação que tem acontecido desde o surgimento dessas “fazendas digitais”.

“Existe uma nova forma de fluir conteúdo, as pessoas hoje falam e absorvem conteúdo de uma forma distinta. Porque aquela forma de comunicar dos programas de uma hora, daquelas coisas muito extensas hoje já não têm mais a mesma funcionalidade. Nós da comunicação pública precisamos estar atentos a isso”.

Emissora pública

Por definição, emissoras públicas são aquelas que não têm finalidade comercial e não se subordinam a gestões partidárias, governamentais ou religiosas. Elas se financiam por meio de verbas públicas ou de orçamentos assegurados por legislações públicas e são geridas por boards ou conselhos curadores que contam com a participação de representantes da sociedade civil. Isso significa que os canais de televisão e de rádio diretamente controlados pelo Estado não podem ser considerados propriamente públicos.




Fonte: Agência Brasil

Dirigentes de emissoras públicas alertam para cuidados com fake news


Representantes de organizações nacionais e internacionais estão reunidos, em São Paulo, para debater o papel das emissoras públicas na prática do jornalismo, na programação cultural e na educação. 

O 1º Congresso Internacional de Emissoras Públicas da USP, que acontece nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), pretende fomentar debates sobre o papel das emissoras públicas, destacando sua contribuição para o jornalismo de qualidade, o fortalecimento da democracia, a valorização da pluralidade, a programação cultural e a promoção da educação midiática, sempre orientadas pelo interesse público.

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, afirmou no painel As contribuições e as estratégias das emissoras públicas para enfrentar o cenário de desinformação e promover a democracia, que a desinformação sempre existiu, mas a desinformação como método político, instrumento da extrema direita, é a novidade mais recente, principalmente com a ascensão das mídias sociais, das redes sociais.

“A desinformação tem dois braços. O primeiro é desestabilizar democracias. Nós vivemos isso muito de perto aqui no Brasil, com o questionamento, por exemplo, do processo eleitoral, que é exemplo no mundo. Outro exemplo é a vacinação, também referência para o mundo, que é um serviço público, também foi afetado pela desinformação. São dois exemplos de como a desinformação pode afetar o acesso a políticas e serviços públicas”, disse.

Jean Lima citou os veículos da EBC como parte da credibilidade do jornalismo como forma de combater a desinformação.

“Temos na TV 2 horas e meia de jornalismo diário, que informa a população sobre os serviços, atendimento ao cidadão, políticas públicas. Temos a Rádio Nacional, que presta serviço importante, também por meio de podcast, com ações educativas e informativas”.

Ele mencionou também a Rádioagência e a Agência Brasil, agência pública de notícias, ambas da EBC.

Fake news

A correspondente da ARD na América do Sul (Associação de Empresas Públicas de Radiodifusão da República Federal da Alemanha), Anne Herrberg, ressaltou que a entidade, para combater as fake news, tem usado mais tempo para checar as informações e fontes.

“Hoje temos muitos mecanismos para fazer a checagem de dados e fatos. Temos um departamento jurídico que também ajuda muito a eleger palavras, ver qual o impacto de algo e como podemos falar algo. Temos também trabalhado para construir fontes para deixar nosso trabalho mais transparente para a audiência”, explicou.

O diretor de redação da BBC Brasil em Londres, Caio Quero, defendeu que antes de falar em como combater as fake news é preciso destacar o impacto de ser uma emissora pública no conteúdo e como é importante reforçar a segurança da informação para impactar positivamente no ambiente internacional mais democratizado com as pessoas acessando e produzindo muita informação.

“Nós, como parte do serviço público, como emissoras públicas e como veículos de comunicação pública, temos que lembrar primeiro que a cadeira, o computador, tudo isso é bem público. E o nosso motivo final de existência, que é o conteúdo, também é público. E isso tem algumas questões que a gente tem que lembrar: um dos valores mais importantes da BBC é o que eles chamam de value for money, que é valorizar o dinheiro do contribuinte e lembrar que o contribuinte está financiando o nosso jornalismo, que tem que ter qualidade”, afirmou.

O diretor de Programação da TV Cultura, Eneas Carlos Pereira, ressaltou que a desinformação é fruto, principalmente, da polarização e das transformações tecnológicas, que dá uma grande repercussão para as notícias falsas.

“A pós-verdade ou a desinformação, as fake news, acabam nascendo do casamento perverso do populismo e da polarização. Os dois meio que se retroalimentam e criam pós-verdade. Isso não é privilégio nem de uma direita, nem de uma esquerda. Isso acaba sendo uma conduta humana para permanência no poder”, avalia.

Para Eneas, é preciso estar atento porque a forma de comunicação pública não tem acompanhado a transformação que tem acontecido desde o surgimento dessas “fazendas digitais”.

“Existe uma nova forma de fluir conteúdo, as pessoas hoje falam e absorvem conteúdo de uma forma distinta. Porque aquela forma de comunicar dos programas de uma hora, daquelas coisas muito extensas hoje já não têm mais a mesma funcionalidade. Nós da comunicação pública precisamos estar atentos a isso”.

Emissora pública

Por definição, emissoras públicas são aquelas que não têm finalidade comercial e não se subordinam a gestões partidárias, governamentais ou religiosas. Elas se financiam por meio de verbas públicas ou de orçamentos assegurados por legislações públicas e são geridas por boards ou conselhos curadores que contam com a participação de representantes da sociedade civil. Isso significa que os canais de televisão e de rádio diretamente controlados pelo Estado não podem ser considerados propriamente públicos.




Fonte: Agência Brasil

Menor IMC para bariátrica foi maior avanço de resolução, diz médico


O principal avanço da resolução 2.429/25 publicada nesta terça-feira (20) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) foi incluir pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 30 para a cirurgia bariátrica, desde que tenham algumas condições específicas. A avaliação é do médico Alfredo Martins Fontes, titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e chefe do serviço de cirurgia bariátrica do Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca, no Rio de Janeiro.

“Esses pacientes vão se beneficiar muito da cirurgia bariátrica. Quando se considera o tratamento da obesidade, a gente considera que o paciente fez uma série de tratamentos antes e o resultado foi pífio ou o paciente está exposto a um risco muito alto e acaba havendo a recomendação da cirurgia bariátrica”, defendeu.

As condições previstas para que o paciente possa fazer a cirurgia com o IMC a partir de 30 são diabetes tipo 2, doença cardiovascular grave com lesão em órgão alvo (como coração ou rim), doença renal crônica precoce em decorrência do diabetes tipo 2, apneia do sono grave, doença gordurosa hepática não alcoólica com fibrose, afecções com indicação de transplante e refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica ou osteoartrose grave.

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Antes da resolução, a cirurgia era feita em pessoas com IMC acima de 35. O especialista ressalta que há um grupo de pacientes diabéticos que não tinha o IMC acima de 35 que não estavam contemplados pelas normativas até então existentes.

“Mas os médicos verificavam que todos os pacientes tinham uma melhora muito grande do diabetes e começaram a perceber que a cirurgia poderia ser benéfica também para esses pacientes”,explicou o cirurgião.

Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica mostra que, entre 2020 e 2024, foram realizadas no Brasil 291.731 mil cirurgias bariátricas, sendo 260.380 cirurgias por meio dos planos de saúde e 31.351 procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O número de cirurgias particulares gira em torno de 10 mil procedimentos.

Risco de vida

O CFM também passou a reconhecer a realização da cirurgia em pacientes a partir dos 14 anos de idade nos casos de obesidade grave (IMC maior que 40) associada a complicações clínicas, desde que com a devida avaliação da equipe multidisciplinar e consentimento dos responsáveis. Adolescentes entre 16 e 18 anos que estejam enquadrados nos critérios estabelecidos para os adultos têm acesso à cirurgia e também os responsáveis e a equipe médica devem concordar com o procedimento.

“São pacientes em que nenhum tratamento conseguiu ter resultados satisfatórios, têm IMC acima de 40, associados com complicações que podem levar esse paciente à morte. Num conjunto de decisões entre pais e médicos, pode se indicar a cirurgia para esses pacientes. Mas são casos raros. A maior parte dos pacientes tem acima de 18 anos”, disse Fontes.

A presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e diretora do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Cintia Cercato, destaca que a cirurgia para adolescentes a partir de 14 anos é para casos muito excepcionais, com risco de vida. “Mas a gente está tendo um aumento importante de casos de obesidade na infância e adolescência”, ressaltou.

Técnicas cirúrgicas

As cirurgias mais indicadas pelos especialistas são a Bypass gástrico em Y de Roux e a gastrectomia vertical (sleeve gástrico). “Essas cirurgias são atualmente as operações com maior embasamento científico na literatura mundial, sendo altamente recomendadas na maioria absoluta das situações clínicas devido à segurança e eficácia”, esclarece o CFM.

Cirurgias alternativas, com indicação primordial para procedimentos revisionais (quando o paciente teve alguma complicação ou recuperou muito peso depois de uma cirurgia), também são definidas na norma, sendo elas: duodenal switch com gastrectomia vertical, bypass gástrico com anastomose única, gastrectomia vertical com anastomose duodeno-ileal e gastrectomia vertical com bipartição do trânsito intestinal.

A Resolução CFM 2.429/25 enumera como cirurgias desaconselhadas a banda gástrica ajustável e a cirurgia de scopinaro, antes permitidas. Para o CFM, esses procedimentos apresentaram resultados insatisfatórios e “percentual proibitivo de complicações graves pós-operatórias”.

A endocrinologista diz que no Brasil a técnica mais utilizada é Bypass gástrico em Y de Roux, mas que tem crescido muito a indicação para a gastrectomia vertical . Ela acrescenta que as técnicas banidas pelo CFM estão em desuso no meio médico seja porque tinham baixa eficácia ou porque traziam um risco maior ao paciente.

Restrições

O CFM estabeleceu que o médico habilitado a fazer esse procedimento é o cirurgião geral ou cirurgião do aparelho digestivo, com habilitação para cirurgia bariátrica.

A Resolução CFM 2.429/25 é mais específica em relação às características do local de realização da cirurgia, definindo que deve ser realizada em hospital de grande porte, com capacidade para cirurgias de alta complexidade, com UTI e plantonista 24 horas.

Cirurgias em pacientes com IMC superior a 60 devem ser realizadas em hospitais com capacidade física, como camas, macas, mesa cirúrgica, cadeira de rodas e outros equipamentos, e equipe multidisciplinar preparados para atendimento a esses pacientes “por serem mais propensos a eventos adversos devido a maior complexidade de sua doença”, destaca o CFM.

Antes, a exigência era que o procedimento fosse realizado em hospital com UTI e com condições para atender pacientes com obesidade mórbida.

Cirurgia não é cura

Os médicos são unânimes em afirmar que a cirurgia bariátrica não vai curar a obesidade. Segundo Cintia Cercato, a obesidade é uma doença crônica, complexa, neuroquímica.

“A cirurgia é a principal forma de tratamento com maior eficácia e maior efetividade no longo prazo. No entanto, a gente tem a recorrência da obesidade em alguns casos porque a cirurgia não corrige a causa base da doença. Ela auxilia no controle. Quando se faz a cirurgia, há um ajuste de hormônios que melhoram o controle da fome e da saciedade. A gente tem um grau que não é desprezível de pessoas que, mesmo operadas, depois de alguns anos, voltam a recuperar o peso porque a doença continua. A cirurgia é uma ferramenta de tratamento”, completa a endocrinologista.




Fonte: Agência Brasil