São Paulo ainda tem mais de 45 mil imóveis sem luz devido às chuvas


A chuva forte que atingiu a cidade de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (29), causou alagamentos e queda de energia em várias regiões. Cerca de 45 mil imóveis ainda estão sem eletricidade, segundo a última atualização da Enel. O número sobe para 56.800 clientes sem luz considerando os municípios da região metropolitana.

As chuvas começaram por volta das 5h e colocaram em alerta todas as regiões da capital paulista. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), os bairros que apresentaram maiores índices de concentração de chuva foram: Cidade Ademar 21 milímetros (mm), Jabaquara (20,5mm) e Campo Limpo (20,4mm).

Nesta madrugada, os termômetros na capital oscilaram em torno dos 17,3 graus Celsius (ºC) e regiões do extremo sul chegaram aos 15,8ºC. Em torno das 8h, as instabilidades se afastaram para o Vale do Paraíba e, a partir das 9h, houve considerável melhora, já com a presença de sol forte.

À tarde as instabilidades retornam, mas com chuvas mais fracas e isoladas. Os ventos úmidos que passam a soprar do oceano causarão queda na temperatura e as mínimas de hoje devem ocorrer no final da noite.

*Estagiário da Agência Brasil sob supervisão de Odair Braz Junior




Fonte: Agência Brasil

Famílias se cadastram para reconhecer corpos no IML do Rio


Famílias que foram ao Instituto Médico Legal, no centro do Rio de Janeiro, para reconhecer os corpos de pessoas mortas na Operação Contenção, realizada na terça-feira (28), estão passando por um processo de cadastramento nesta quarta-feira (29), no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ), que fica ao lado do necrotério.

Além das 64 mortes informadas oficialmente no balanço estadual divulgado ontem, pelo menos mais 70 corpos foram resgatados nesta madrugada de áreas de mata no Complexo da Penha, uma das áreas onde ocorreu a operação das policias civil e militar contra a facção criminosa Comando Vermelho.

Com sinais de execução, como tiros na testa e decapitação, os corpos encontrados durante a madrugada foram concentrados na Praça São Lucas, no complexo de favelas, desde o início desta manhã, e, depois, encaminhados para o IML.

Não há previsão de liberação dos corpos ainda nesta quarta, e os familiares cadastrados aguardam no local. À Agência Brasil, um parente de outra pessoa morta que pediu para não ser identificado criticou a forma como os corpos foram encontrados.

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“Eles largaram o corpo lá, pelado. Nem animal se trata assim, não importa o que a pessoa fez”, declarou. “Fizeram a bagunça que fizeram e largaram lá de qualquer jeito”.

“É muito difícil encontrar a pessoa que a gente ama desse jeito”, desabafou o familiar, que veio de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, para fazer o reconhecimento.


Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Operação Contenção.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Operação Contenção.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

Dezenas de corpos são reunidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Outra mulher, que se identificou como “Carol Malícia”, 24 anos, contou à Agência Brasil que veio de Arraial do Cabo, também na Região dos Lagos, para fazer o reconhecimento do pai da filha de 1 ano e 3 meses, identificado apenas como Vitor.

Ela contou que estava em contato com ele até terça-feira, quando ele disse estar encurralado e não saber se iria “suportar por muito tempo”. Vitor ainda teria dito que havia muitas pessoas atingidas por bala ao seu lado, mas não informou o local em que estava.

Depois desse relato, Carol perdeu a comunicação com Vitor, que foi encontrado, posteriormente, com sinais de bala na perna e no pé.




Fonte: Agência Brasil

Defensoria Publica critica aumento da letalidade policial no Rio


A Defensoria Pública da União (DPU) repudiou, em nota, o aumento da violência e da letalidade policial no estado do Rio de Janeiro. Em nota divulgada nesta quarta-feira (29), a instituição de proteção aos direitos humanos e assistência jurídica criticou a chamada Operação Contenção, que as forças de segurança pública do estado deflagraram ontem (28).

“Para a DPU, ações estatais de segurança pública não podem resultar em execuções sumárias, desaparecimentos ou violações de direitos humanos, sobretudo em comunidades historicamente marcadas por desigualdade, ausência de políticas sociais e exclusão institucional”, sustenta a instituição.

O número de mortos na ação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense, já chega a 64, segundo informações oficiais divulgadas pelo governo estadual. Entre as vítimas fatais, há quatro policiais – dois civis e dois do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Mais de 100 pessoas foram detidas e armas e munições apreendidas, incluindo 75 fuzis, pistolas e granadas. Segundo moradores das duas comunidades, o número de mortos é superior ao já confirmado.

Em sua nota, a DPU lembra que, em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou parcialmente o plano de redução da letalidade policial apresentado pelo governo do Rio de Janeiro, estabelecendo parâmetros claros para a atuação das forças de segurança pública em territórios vulneráveis. Na prática, a Corte determinou a adoção de medidas complementares às operações policiais – consideradas excepcionais -, como a elaboração de planos de recuperação e reocupação territorial de áreas ocupadas por organizações criminosas.

“A decisão do Supremo reafirma o dever constitucional do estado brasileiro de garantir a segurança pública em consonância com a proteção à vida, aos direitos humanos e à dignidade das pessoas, sobretudo da população negra, pobre e periférica – historicamente mais atingida por operações de alta letalidade”, destacou a DPU, argumentando que o combate à criminalidade “deve ocorrer dentro dos limites da legalidade, com uso proporcional da força, transparência na apuração dos fatos e garantia do devido processo legal”.

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Ontem, o governador Cláudio Castro assegurou a jornalistas que a Operação Contenção foi autorizada pelo Poder Judiciário e acompanhada pelo Ministério Público estadual. Ainda assim, o próprio Castro admitiu que a ação pode ter excedidos “os limites e as competências” do governo estadual.

“Esta operação tem muito pouco a ver com segurança pública. Ela é uma operação de defesa. [Porque] esta é uma guerra que está passando os limites que o estado [do Rio de Janeiro] deveria estar defendendo sozinho. Para uma guerra desta, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio muito maior. Neste momento, talvez até de Forças Armadas”, propôs Castro, se referindo ao poder bélico e financeiro das organizações criminosas.




Fonte: Agência Brasil

Theatro Municipal do Rio exibe Frida até o dia 31


O Theatro Municipal do Rio de Janeiro encerra a partir desta quarta-feira (29) o espetáculo Frida, do coreógrafo carioca Reginaldo Oliveira, em sua estreia na América Latina.

As primeiras bailarinas do Municipal, Claudia Mota e Márcia Jaqueline, se revezam no papel da pintora mexicana Frida Kahlo. O balé tem supervisão artística de Hélio Bejani e Jorge Teixeira, com direção geral de Hélio Bejani. As sessões estão programadas para os dias 29, 30 e 31 deste mês, às 19h, com classificação etária de 12 anos. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou através do site.

Em entrevista à Agência Brasil, o coreógrafo Reginaldo Oliveira informou que essa é sua primeira coreografia para o balé do Theatro Municipal do Rio, onde também atuou como bailarino. “Foi um sonho, porque saí de uma comunidade do Rio”, lembrou. Há cerca de 20 anos, ele trabalha como diretor de balé e coreógrafo da companhia Salzburg Landestheater, na Áustria.

Para criar o espetáculo Frida, Reginaldo pesquisou sobre a vida da artista plástica em livros, fotos e cartas escritas por ela. “Para mim, foi muito importante entrar nesse mundo (de Frida), tentar me conectar e tirar de dentro para fora elementos que mostrassem ao público a força daquela mulher, que, apesar de ter sofrido um acidente terrível, que resultou em mais de 30 cirurgias, transformou essa dor em arte”.

Antes de ensaiar com os bailarinos, ele se reuniu com o corpo de baile do Municipal do Rio, e apresentou Frida e sua obra em livros, fotos, pinturas e textos, fazendo um verdadeiro laboratório.

Força e superação

Para o coreógrafo, Frida tem uma força “descomunal”. Por isso, o balé é inspirado na força dessa artista e suas origens. “Eu trago nesse balé o acidente, mas trago também a superação, que é muito importante para nós, seres humanos. Ela decide viver, lutar por seus ideais. É uma mulher muito avançada para seu tempo. Frida é muito atual, ela vive entre nós. O balé mostra que temos que seguir em frente; que temos momentos de dor, mas temos que lutar. E sermos verdadeiros”.

Foi sempre um sonho de Reginaldo voltar como coreógrafo ao Municipal do Rio, mostrando sua experiência de mais de 20 anos. Durante o espetáculo, as bailarinas Sophia Palma e Tabata Salles trazem para o palco uma espécie de autorretrato de Frida Kahlo, que transformou o tempo que passou na cama, após as inúmeras cirurgias, em pinturas dela própria. “Ela se transformou em arte”, analisou o coreógrafo.

Origens

Oriundo da comunidade da Maré, na zona norte do Rio, Reginaldo Oliveira iniciou sua formação em dança na capital fluminense, estudando com Jorge Teixeira. Em 1998, conquistou o primeiro lugar no Concurso de Balé Russo, em São Paulo, e recebeu uma bolsa de estudos para a Academia Estatal de Coreografia do Balé Bolshoi, em Moscou.

Dois anos depois, ingressou na companhia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a direção de Richard Cragun, sendo promovido a solista em 2003. Em 2006, transferiu-se para a Alemanha, integrando o Badisches Staatsballett Karlsruhe, dirigido por Birgit Keil.

Reginaldo é fascinado por figuras femininas, tendo feito coreografias sobre Medeia e Anne Frank. Desde 2017, vive e trabalha em Salzburgo, na Áustria.




Fonte: Agência Brasil

Mortes no Rio ganham repercussão internacional


A operação deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro, nessa terça-feira (28), contra a facção Comando Vermelho, teve repercussão internacional por conta das dezenas de mortes. Oficialmente, são 64 óbitos – incluindo quatro policiais –, mas os números finais devem passar de 100. Outros países e entidades internacionais também se manifestaram diante do alto nível de letalidade.

A ONU (Organização das Nações Unidas) fez um post, no fim da noite de ontem, em seu perfil na rede X (antigo Twitter), onde escreveu: Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação letal reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Relembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”.

O jornal inglês The Guardian publicou matéria com o  título: “Brasil: ao menos 64 mortos no dia mais violento do Rio de Janeiro em meio a batidas policiais”.

A seguir, a publicação escreveu: “A operação – a mais letal da história do Rio – começou de madrugada e teve intensa troca de tiros nos arredores das favelas do Alemão e Penha, onde moram cerca de 300 mil pessoas”. E complementou: “Fotos terríveis com alguns dos jovens homens mortos se espalharam pelas redes sociais”.

Tiroteios

O espanhol El País cravou em sua reportagem sobre a operação que o “Rio de Janeiro vive uma jornada de caos colossal e intensos tiroteios por uma ação policial contra o crime organizado que já é a mais letal da história da cidade brasileira”.

O Le Figaro, importante jornal da França, relata em sua reportagem que há muita “contestação sobre a eficácia destas operações policiais de grande porte no Rio de Janeiro, no entanto, elas são comuns na cidade”.

O New York Times chamou a ação policial de “a mais mortal da história do Rio, com quatro policiais mortos e, ao menos, 60 pessoas mortas. Foi um ataque aos ‘narcoterroristas’, disse o governador do estado”.

O periódico argentino Clarín reproduziu o post de um brasileiro e estampou em seu site: “não é Gaza, é o Rio”.


Members of the military police special unit patrol a street during a police operation against drug trafficking at the favela do Penha, in Rio de Janeiro, Brazil October 28, 2025. REUTERS/Aline Massuca
Members of the military police special unit patrol a street during a police operation against drug trafficking at the favela do Penha, in Rio de Janeiro, Brazil October 28, 2025. REUTERS/Aline Massuca

Dezenas de carros foram queimados durante caos que atingiu o Rio de Janeiro –  foto – REUTERS/Aline Massuca/Proibida reprodução

O número oficial de mortos deve aumentar nas próximas horas desta quarta-feira (29). Já há mais de 60 corpos entregue às autoridades pela população local.




Fonte: Agência Brasil

Moradores retiram cerca de 50 corpos em área de mata após operação


Cerca de 50 corpos foram retirados de uma área de mata do Complexo da Penha por moradores, após a operação realizada pelas forças de segurança do estado, nessa terça-feira (28). Os corpos foram reunidos na Praça São Lucas, no centro da comunidade, e de acordo com os moradores, não fazem parte da contagem oficial de 64 mortos – 60 suspeitos e 4 policiais. A Polícia Militar foi procurada, mas ainda não se pronunciou. 

O ativista Raul Santiago, morador do complexo, fez uma transmissão ao vivo e denunciou a  “chacina que entra para a história do Rio de Janeiro, do Brasil e marca com muita tristeza a realidade do país.” 

A pedido dos familiares, os corpos foram expostos para registro da imprensa, e depois foram cobertos com lençóis. A comunidade aguarda a retirada dos corpos pelo Instituto Médico-Legal.

Se eles realmente estiverem fora das 64 vítimas contabilizadas ontem, o saldo total de mortos da operação mais letal já realizada pelas forças de segurança do Rio, pode chegar a 120. Durante a noite, mais seis corpos encontrados em área de mata no Complexo do Alemão foram levados para o Hospital Getúlio Vargas.




Fonte: Agência Brasil

Beneficiários com NIS final 8 recebem Auxílio Gás nesta quarta-feira


Beneficiários inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com Número de Inscrição Social (NIS) de final 8 recebem nesta quarta-feira (29) o Auxílio Gás de outubro no valor de R$ 108.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,01 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 quilos.

O benefício é pago duas vezes a cada semestre e segue o calendário do Bolsa Família, com pagamentos até 31 de outubro, para beneficiários com NIS final 0.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Neste mês, o investimento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome para o Auxílio Gás é de pouco mais de R$ 542 milhões.

Gás do povo

Em setembro, o governo federal lançou o programa Gás do Povo, que vai gradualmente substituir o Auxílio Gás.

Em vez do benefício em dinheiro, as famílias vão retirar a recarga do botijão de gás em revendedoras credenciadas.

O novo programa pretende triplicar o número de favorecidos, alcançando cerca de 15 milhões de famílias.




Fonte: Agência Brasil

Rio amanhece em estágio de normalidade após dia de caos


A cidade do Rio de Janeiro amanheceu em situação de normalidade, após o caos vivido nessa terça-feira (28). As forças de segurança do estado realizaram a operação mais letal da história, para combater o Comando Vermelho, com pelo menos 64 mortos. Em retaliação, os criminosos interditaram 35 ruas em diversos pontos da cidade, com veículos atravessados, latões de lixo, barricadas e pilhas de materiais em chamas.

Às 6h, o Centro de Operações e Resiliência (COR) da prefeitura anunciou que a cidade retornou ao estágio 1, o menor em uma escala de 5, que “significa que não há ocorrências de grande impacto”. O estágio 2 havia sido acionado às 13h48 de ontem, por causa das interdições em diversas ruas e dos problemas nos modais de transporte.

Durante a madrugada, todas as ruas que ainda estavam bloqueadas por barricadas foram liberadas. A última foi a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga os bairros das zona norte e oeste, passando pelo Complexo de Favelas do Lins, às 2h45.

Os transportes também funcionam sem problemas nesta manhã. De acordo com o COR, as operações dos ônibus, VLT, BRT, metrô, trens e barcas ocorrem sem alterações. Na terça, por causa das interdições, mais de 200 linhas tiveram seus itinerários interrompidos e alterados. Além disso, 71 coletivos foram usados pelos criminosos como barricadas.

No trem e no metrô, a alta demanda de passageiros que voltou para casa de forma antecipada no meio da tarde causou superlotação nas estações e composições. A operação precisou ser reforçada com carros extras nos dois modais.




Fonte: Agência Brasil

Número de suspeitos mortos em ação na Penha e no Alemão pode aumentar


Um balanço final da Operação Contenção – feita pelas polícias Civil e Militar (PM) do Rio na noite da terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha contra o crime organizado – indica a prisão de 81 criminosos, entre eles um dos líderes conhecido como ‘Belão’, e a apreensão de 93 fuzis, além de pistolas, granadas e mais de 500 quilos de entorpecentes.

À noite, uma kombi chegou ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, trazendo seis corpos de moradores da comunidade, localizados em uma área de mata no Alemão. Esses corpos não foram ainda contabilizados como mortos na operação.

Se confirmados que essas mortes foram causadas durante o confronto com as policias do Rio, o número de mortos chega a 66 na operação – a maior letalidade da história de operações no Rio de Janeiro.

Por ficar perto dos complexos da Penha e do Alemão, o Hospital Getúlio Vargas recebeu todos os mortos e feridos. Também à noite, moradores iniciaram um protesto na entrada do hospital, informando que outros corpos foram deixados na área de mata. Em seguida, a PM reforçou o policiamento na entrada principal do hospital para garantir a ordem.

Resultados efetivos

Durante a divulgação do balanço da operação, o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, defendeu a atuação policial.

“Estamos falando de uma região com cerca de 9 milhões de metros quadrados, o que corresponde a dois bairros de Copacabana, onde vivem mais de 200 mil pessoas. Essa ação foi fruto de inteligência e de um planejamento cuidadoso para garantir resultados efetivos.”

Segundo o secretário, o fato de haver tantos focos de confronto mostra a precisão das informações de inteligência que foram apuradas.

“Quanto mais inteligência, mais resistência e chance de confronto. Os ataques ordenados da facção criminosa mostram uma tentativa covarde e desesperada de tirar o foco da polícia. Nossas equipes agiram de forma estratégica para capturar ou neutralizar narcoterroristas que tiram a liberdade e a tranquilidade da população”, afirmou.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, destacou a presença ostensiva da corporação e a grande quantidade de fuzis apreendidos.

“Empregamos força máxima nesta operação e o alto poder de fogo dos criminosos confirma a dificuldade que nossa tropa tem de avançar nesses terrenos com intensos confrontos. Somente nesta operação foram quase 100 fuzis retirados de circulação. Essas armas de guerra são usadas contra os policiais e também contra a população’, explicou o coronel.

A Secretaria de Administração Penitenciária reforçou a vistoria nos presídios com lideranças do Comando Vermelho e apreendeu celulares e drogas. A secretaria também monitora 30 presos que violaram o sistema de tornozeleira eletrônica na região da operação. A Vara de Execuções Penais vai expedir mandados de prisão para todos.

Dez vagas

Após receber um relatório de Inteligência da Polícia Civil, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária, o governador Cláudio Castro solicitou ao governo federal dez vagas para a transferência imediata de lideranças criminosas para presídios federais de segurança máxima.

“Estamos enfrentando o crime com rigor, dentro da lei, e quem continuar comandando ações criminosas de dentro das cadeias vai ser isolado e responsabilizado. O Rio de Janeiro não vai tolerar conivência nem complacência com o crime”, afirmou o governador.

A ação mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares, com a participação do Ministério Público estadual e teve como objetivo cumprir mandados de prisão e conter a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho. Durante a ação, houve intenso tiroteio e quatro policiais foram mortos, sendo dois civis e dois militares do Bope, a tropa de elite da PM.

Segundo o governo do Rio de Janeiro, a operação é resultado de mais de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), nos complexos do Alemão e da Penha, que reúnem 26 comunidades. Durante todo o dia foram registrados diversos confrontos, principalmente na área de mata, e 60 criminosos que reagiram à ação policial morreram.




Fonte: Agência Brasil

“Entrei na estação para me esconder dos tiros”, conta moradora do Rio


Moradores do Rio de Janeiro viveram momentos de pânico e medo nesta terça-feira (28) diante da operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 60 mortos e 80 presos. Milhares enfrentaram dificuldades para conseguir chegar em casa, devido aos bloqueios das vias da cidade, além de terem de fugir dos tiroteios.

As estações de metrô e os pontos de ônibus ficaram lotados durante a tarde.

Tiroteio

A professora Marise Flor conta que ficou no meio de um tiroteio ao pegar um ônibus de volta para casa. O filho chegou a tentar buscá-la de carro, mas não conseguiu passar pelos bloqueios. Ela precisou descer na estação Outeiro Santo, no corredor Transolímpica, em Jacarepaguá, na zona oeste por causa das barricadas, montadas pelas facções criminosas.

Segundo ela, os policiais militares chegaram e atiraram para dispersar os moradores que insistiam em permanecer no local. Neste momento, Marise Flor voltou para dentro da estação para fugir dos tiros.

“Entrei na estação de volta por baixo da roleta para me esconder dos tiros”.

A professora tentou pegar um carro de aplicativo. “Só depois consegui sair da estação. Meu filho conseguiu me pegar e cheguei em casa”.

Ela conta que a situação de desespero provocou dor no estômago. “Em seguida, desabei. Tive uma crise de choro”.

Barricadas

A atendente de um quiosque de sorvete em um supermercado no Engenho Novo, Mariana Colbert, de 24 anos e grávida de 4 meses, conta que às 8h30 as ruas onde vive, no Engenho da Rainha, já estavam fechadas.

De acordo com a jovem, três ônibus estavam atravessados na pista. Mais de 50 ônibus foram utilizados como barricadas no Rio de Janeiro.

Ela teve de caminhar até Inhaúma para pegar um ônibus em direção ao trabalho. Mariana Colbert conta que o motorista mudou o itinerário para evitar passar na comunidade comandada pela facção Comando Vermelho, alvo da megaoperação.

“Levei uma hora para chegar ao trabalho, mas ainda consegui chegar. Muita gente não foi trabalhar, muitas lojas ficaram fechadas. Quando deu 16h fui liberada. Peguei um Uber, que estava mais caro, mas consegui chegar rápido em casa. Quando voltei [para casa], a pista já estava liberada e tinha muita polícia nas ruas”, relata.

Operação Contenção

O Rio de Janeiro passa pela maior operação de segurança em 15 anos, de acordo com o governo do estado.

Ao todo, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão e da Penha. O objetivo é capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.

A operação, que deixa pelo menos 64 mortos é também a mais letal, superando o número de mortos da operação no Jacarezinho, que provocou 28 mortes, em 2021.




Fonte: Agência Brasil