Apresentações de teatro gratuitas no Oeste Paulista denunciam e sensibilizam sobre violência de gênero | Presidente Prudente e Região


O grupo de teatro Bornal de Bugigangas realiza a peça “Sou Mulher e Não Serei Outra Coisa”, nas cidades de Mirante do Paranapanema (SP) e Presidente Prudente (SP). As apresentações serão gratuitas e acompanhadas da “Oficina de Teatro do Oprimido”.

Em Mirante do Paranapanema, o espetáculo acontece nesta sexta-feira (26), às 19h, na Escola Santa Clara, localizada na Agrovila Che Guevara, s/n°. Já a oficina de teatro será no sábado (27), às 10h, no mesmo local.

A apresentação em Presidente Prudente ocorre neste sábado (27), às 20h, no Salão da Capela São Martinho de Lima, localizada na Rua Massao Koga, n° 247, Vila das Parreiras. E a oficina de teatro será no mesmo dia, às 15h, no Galpão da Lua, localizado na Rua Júlio Tiezzi, n° 130, Centro.

A peça “Sou Mulher e Não Serei Outra Coisa” tem o objetivo de denunciar a violência de gênero, sensibilizar o público e promover o debate sobre o tema. A dramaturgia é de Érika Oliveira, direção de Ricardo Bagge e atuação de Rafael Karnakis e Taynara Rafaela dos Santos.

A Bornal de Bugigangas apresentou a peça em diversos locais e cidades e, após as apresentações, promoveu um debate com o objetivo de aprofundar os temas abordados durante o espetáculo. Para o diretor da peça, Ricardo Bagge, o objetivo da peça é sensibilizar as pessoas sobre o tema.

“Buscamos conseguir sensibilizar as pessoas sobre o tema, pois muitas vezes pessoas próximas podem estar sofrendo violência de gênero, mas com a rotina agitada e outras preocupações não percebemos isso”, afirmou Bagge.

Confira a programação completa dos espetáculos e oficinas teatrais:

  • Dia 26 de agosto: Apresentação da peça “Sou Mulher e Não Serei Outra Coisa” na Escola Santa Clara, localizada na Agrovila Che Guevara, s/n°, a partir das 19h;
  • Dia 27 de agosto: “Oficina de Teatro do Oprimido”, na Escola Santa Clara, localizada na Agrovila Che Guevara, s/n°, a partir das 10h;
  • Dia 27 de agosto: Apresentação da peça “Sou Mulher e Não Serei Outra Coisa” no Salão da Capela São Martinho de Lima, localizada na Rua Massao Koga, n° 247, Vila das Parreiras, a partir das 20h;
  • Dia 28 de agosto: “Oficina de Teatro do Oprimido” no Galpão da Lua, localizado na Rua Júlio Tiezzi, n° 130, no Centro, a partir das 15h.

A peça é um projeto de Circulação de Espetáculos de Teatro contemplado pelo edital 02/2021 do ProAC, produzido pela CIRCUS, com a parceria do Ponto de Cultura Galpão Cultural de Assis (SP) e a realização do Governo do Estado de São Paulo.




Fonte: G1

Escola pioneira no Espírito Santo vai formar 12 fotógrafos cegos


Começa hoje (25) no Instituto Luiz Braille do Espírito Santo, em Vitória (ES), curso de fotografia para pessoas cegas. Maior nome da fotografia feita por pessoas com deficiência visual no Brasil e duas vezes fotógrafo oficial dos Jogos Paralímpicos, João Maia considera válido o projeto que formará, de uma só vez, 12 fotógrafos.

A maioria das 12 pessoas cegas que participarão da experiência é formada por alunos de canto e teatro do projeto Cena Diversa, do coletivo Companhia Poéticas da Cena Contemporânea, que trabalha com cinema, teatro, fotografia e vídeo. O projeto foi idealizado e proposto por Rejane Arruda, presidente da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil) e diretora do coletivo e da Escola de Fotógrafos Cegos (EFC). O projeto tem patrocínio da ES Gás, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba.

O curso terá duração de oito meses e incluirá oito módulos do ensino da fotografia, com oficinas, aulas, debates e imersão dos participantes na captação de imagens. “O nosso objetivo é a transmissão do olhar e da poética de uma fotografia contemporânea para eles. A gente aposta nessa transmissão de uma poética visual para essas pessoas que nunca enxergaram imagens”, disse Rejane. As aulas serão às quintas e sextas-feiras, com o acompanhamento de uma equipe composta por quatro fotógrafos.

Serão feitas muitas descrições, procedimentos práticos, nos quais elementos como o toque, a vivência no espaço, metáforas, serão usados para transmitir essa poética aos alunos, “até o ponto de, ao fim dos oito meses, eles se tornarem autônomos e conseguirem construir os próprios dispositivos para a experiência fotográfica”, esclareceu Rejane.

Inclusão

A SOCA Brasil trabalha com inclusão desde 2019. Rejane comentou que as 12 pessoas selecionadas nunca haviam pensado antes em fazer fotografia e, muito menos, em se transformar em fotógrafos. “A ideia é formar 12 fotógrafos cegos. É que eles percebam o que opera uma poética da imagem, por meio da escrita fotográfica, e os próprios dispositivos para que, ao fim do curso, tenham autonomia. Aos poucos, vão percebendo que cada um pode ter um estilo, como autor de uma obra. A meta é a imagem como obra. Não uma fotografia instrumental, mas fotografia arte. A gente aposta que eles são bons contribuintes, bons artistas, exatamente por não enxergarem. Essa é a hipótese do projeto. Porque não enxergam, eles fotografam melhor do que a gente. Eles têm uma imprevisibilidade no olhar. Isso gera bons produtos, boas estéticas”, disse a presidente da SOCA Brasil.

Os 12 alunos receberão, durante o curso, bolsa no valor de R$ 360 por mês, concedida pela ES Gás. Os futuros fotógrafos farão uma itinerância por espaços urbanos onde moram, que frequentam, onde circulam, para trabalhar com a cidade. “A cidade vai ser clicada no cotidiano dos alunos”, informou Rejane Arruda. A curadora Bárbara Bragato selecionará 32 fotografias de toda a produção feita ao longo do curso, para estampar estruturas cúbicas que serão espalhadas pelo Parque do Moscoso, em Vitória. Com o título Quando fecho os olhos vejo mais perto, a exposição ficará aberta ao público durante um ano, a partir de junho de 2023.

Referência

Referência nacional na fotografia para deficientes visuais, João Maia participará de um bate-papo com os futuros fotógrafos, em data a ser agendada. Em entrevista à Agência Brasil, Maia reiterou a validade da Escola de Fotógrafos Cegos, “porque o conhecimento tem que ser compartilhado. Se você tiver uma metodologia que agregue conhecimento, é muito importante para as pessoas com deficiência”.

Atualmente, João Maia dá oficinas de fotografia para pessoas com e sem deficiência, inclusive no exterior. “Temos que democratizar a fotografia”. Ele lembrou que, hoje, os ‘smartphones’ têm acessibilidade e as câmeras dos celulares são muito mais acessíveis do que as profissionais. “Então, mexemos aí com muita autonomia”. Isso não significa entretanto, que uma pessoa com deficiência visual não consiga operar um equipamento profissional.

Considerou que ações como a da Escola de Fotógrafos Cegos da SOCA Brasil são “importantíssimas”. João Maia está concluindo, no momento, pós-graduação em fotografia. “Acho que em qualquer espaço posso estar”. Para ele, cabe ao professor quebrar paradigmas e se adaptar às necessidades de qualquer aluno com deficiência visual. “São sempre válidas as ações que trazem conhecimento para pessoas com deficiência”. Destacou que, no decorrer da experiência, se alguém quiser investir mais em sua capacitação, fazendo um curso técnico, bacharelado ou pós-graduação, esse aluno com deficiência deve ficar à vontade, porque não existem barreiras. “Barreiras eu encontro todo dia no meu caminho, mas se eu for me preocupar com essa barreira, não vou crescer profissionalmente. Hoje, não paro de estudar porque o conhecimento é que vai me diferenciar de qualquer outra pessoa, com ou sem deficiência”.

Emoção

João Maia enxerga cores pelo olho esquerdo. Até 15 centímetros, ele consegue perceber o que tem à frente, embora sem formato. Quanto mais se distancia, porém, mais perde a definição do que está ali. Quando viaja para cobrir uma Paralimpíada, como ocorreu na edição de 2020 no Japão, realizada em 2021, Maia leva sempre um assistente para guiá-lo, descrever o ambiente. Mas toda a concepção da imagem e do que ele quer transmitir em termos de emoção é de responsabilidade exclusiva sua. “Eu sou responsável por isso”.

A emoção e o som, a comunicação entre os atletas, as equipes, são transformados por Maia em imagens, como ocorreu na final do futebol de 5 nas Paralimpíadas de Tóquio, entre Brasil e Argentina. “Minha fotografia é muito sonora e eu tento traduzir toda essa emoção em minhas imagens. Eu fico feliz quando a gente tem ações que possibilitam à pessoa com deficiência sair de sua zona de conforto. Nada impede que uma pessoa com deficiência visual fotografe para seu lazer ou possa, inclusive, ser um fotógrafo profissional. Fiquei muito feliz de saber que o meu trabalho é referência no país e fora dele. Hoje, sou um fotógrafo especializado em esporte paralímpico. Esse é o meu diferencial”.

Na avaliação de João Maia, a fotografia nada mais é do que emoção. “É memória, é algo que te traz sentimentos. É usar os outros sentidos que estão tão aguçados, como audição, tato, olfato, paladar. A fotografia é isso”, afirmou.

João Maia é considerado referência na lista de fotógrafos cegos, onde estão também, entre outros nomes, o esloveno naturalizado francês Evgen Bavcar, professor de Estética na Universidade de Sorbonne e que já expôs em vários museus pelo mundo; e o americano Pete Eckert, que fez trabalhos para a Volkswagen e a Playboy, além do autoral que o fez reconhecido internacionalmente com as suas light paintings (fisiogramas ou pinturas de luz).




Fonte: Agência Brasil

Itamaraty abre hoje exposição do coração de D. Pedro I


O Ministério das Relações Exteriores (MRE) abre hoje (25) a exposição Um coração ardoroso: vida e legado de D. Pedro I. O evento faz parte das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil e permitirá que o público veja o coração do imperador, que está conservado em cápsula de vidro.

Emprestado pelo governo português para ser exposto durante as comemorações, o órgão do primeiro imperador brasileiro foi trazido de Portugal a bordo de um jato executivo da Força Aérea Brasileira (FAB) e chegou a Brasília na segunda-feira (22).

No Palácio do Itamaraty, o coração está na Sala Santiago Dantas, climatizada para servir de exposição e cripta.

A partir de hoje (25) até 5 de setembro, o local será aberto a visitas agendadas de estudantes das escolas do Distrito Federal e, nos fins de semana, a visitação será aberta ao público em geral.

Os horários de visitação e as regras que devem ser seguidas pelo público podem ser acessadas no site do Itamaraty.

Na terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia de chegada do coração de Dom Pedro I. O órgão foi levado pela rampa do Palácio do Planalto, recebido por Bolsonaro e pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro.




Fonte: Agência Brasil

Turismo espera alta de 63% em empregos formais no segundo semestre


Ações de investimento em infraestrutura e parcerias estratégicas durante o período da pandemia e da baixa movimentação foram fundamentais para a retomada rápida e positiva pela qual passa atualmente o turismo brasileiro, afirmou hoje (24), em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro do Turismo, Carlos Brito.

O ministro do Turismo, Carlos Brito,  é o entrevistado no programa A Voz do Brasil,

O ministro do Turismo, Carlos Brito, é o entrevistado no programa A Voz do Brasil, – Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o setor faturou cerca de R$ 94 bilhões apenas no primeiro semestre de 2022. O número é 33% superior ao mesmo período em 2021, quando o Brasil ainda passava por restrições sanitárias e de circulação.

O ministro afirmou ainda que a perspectiva de crescimento para o segundo semestre de 2022 é de 63% em relação ao mesmo período de 2021. “Estamos falando de aproximadamente 673 mil empregos que serão gerados no setor de serviços, onde o turismo está incluído”, adicionou.

“O faturamento representa um crescimento de 33% em relação a 2021. O turismo apresenta uma retomada. Tivemos uma geração de 278 mil empregos. Destes, 100 mil foram do setor do turismo“, afirmou.

Carlos Brito explicou que foram realizadas cerca de 2,9 mil obras de infraestrutura em todo o país entre 2019 e 2022. Com isso, o retorno do fluxo de turistas foi facilitado, além da melhoria em pontos turísticos e demais estruturas logísticas relacionadas.

Aeroportos

Em junho deste ano, mais de 6 milhões de passageiros usaram a malha aeroviária brasileira. Sobre os cruzeiros, o ministro Carlos Brito informou que o país passa a contar com 9 navios fixos e outros 35 navios com rotas em águas brasileiras. “Isso gera para a economia aproximadamente R$ 3,8 bilhões – 48 mil empregos diretos e indiretos”, complementou.

Assista ao programa:




Fonte: Agência Brasil

Frio e pessoas em situação de rua preocupam São Paulo


Nas noites frias entre a última quinta-feira (18) e hoje (24), a estação do Metrô Pedro II, de São Paulo, acolheu 507 pessoas que vivem em situação de rua. O balanço foi divulgado hoje pelo governo paulista. Entre os acolhidos, cinco eram crianças.

Desde a última quinta-feira, a estação Pedro II vinha funcionando como um abrigo temporário à noite para atender a população em situação de rua. Segundo o governo, a estação é transformada em abrigo sempre que a Defesa Civil emite estado de alerta para temperaturas abaixo de 10º Celsius, o que foi anotado durante o fim de semana.

O local tem capacidade para atender apenas 100 pessoas por noite, mas o governo de São Paulo informou que ele pode ser ampliado chegando a 400 pessoas, se necessário. Esse atendimento funciona das 19h às 8h.

Essa foi a terceira vez que a estação se transformou em um abrigo somente este ano. Em maio, 179 pessoas já haviam sido acolhidas por causa do frio. No início de junho, outras 125 pessoas.

Embora importante, essa ação vem se mostrando insuficiente. Só no último fim de semana foi registrada a morte de dois moradores em situação de rua, possivelmente por hipotermia. As causas da morte estão sendo apuradas.

Uma dessas mortes ocorreu na madrugada de sábado (20), quando a capital chegou a registrar sensação térmica em torno de 3º Celsius. No domingo (21), o padre Julio Lancellotti, que desenvolve um trabalho com a população carente, relatou a morte de um outro morador em situação de rua durante a onda de frio na capital.

Vagas

A prefeitura de São Paulo vem informando que o número de vagas em abrigos da capital vem crescendo nos últimos anos. Mesmo assim, esse número não consegue suprir a necessidade de acolhimento para toda a população que vive em situação de rua em São Paulo, que cresceu 31% em dois anos, passando de 24.344 pessoas vivendo nas ruas em 2019 para 31.884 ao final de 2021.

Se há quase 32 mil pessoas morando nas ruas da capital, a rede socioassistencial municipal de São Paulo conta com apenas 18 mil vagas. Outras 2.044 vagas adicionais foram criadas durante a vigência da Operação Baixas Temperaturas, que entra em operação quando a cidade registra frio intenso.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que, durante a Operação Baixas Temperaturas, que funcionará até 30 de setembro, são também montadas dez tendas para atendimento dessa população quando a temperatura fica abaixo dos 10º Celsius. E que, além dos chamados pelo telefone 156, equipes fazem busca ativa durante as noites por pessoas em situação de rua.

Procurada pela Agência Brasil, a secretaria informou que a cidade de São Paulo conta com “a maior rede pública socioassistencial da América Latina destinada a atender a população em situação de rua” e que “as iniciativas realizadas de 2021 até o momento já produziram a ampliação de 3.609 novas vagas nos serviços de acolhimento”.

A secretaria informou, ainda, que “tem buscado parcerias que possam resultar em um rápido aumento da capacidade de atendimento na rede”.

“Recentemente, por meio de termo de cessão de uso, o governo do estado disponibilizou seis prédios em antigas unidades da Fundação Casa, que, uma vez readequadas, vão possibilitar a criação de 600 novas vagas para a população em situação de rua. A primeira unidade, com capacidade para 100 vagas destinadas a famílias, será entregue ainda neste mês de agosto no Itaim Paulista, zona leste”, anunciou a secretaria.




Fonte: Agência Brasil

Integrantes de grupos de trabalhadores sem-terra desmontam acampamento e deixam Presidente Prudente após dois dias de protestos | Presidente Prudente e Região


Após reunião com representantes da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, os trabalhadores rurais sem-terra que passaram os últimos dois dias em protesto em Presidente Prudente (SP) decidiram encerrar a manifestação na tarde desta quarta-feira (24).

Os protestos dos grupos de trabalhadores rurais sem-terra contra a lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e promulgada pelo governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB), que criou o Programa Estadual de Regularização de Terras, duraram por dois dias em Presidente Prudente (SP).

Neste segundo dia, integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e do Movimento de Agricultores Sem Terras (Mast) também se posicionaram, na sede do escritório regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que é um órgão do governo federal e funciona no Recinto de Exposições, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), na Vila Nova Prudente.

A mobilização começou na manhã desta terça-feira (23), em frente aos prédios da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, no Centro, e da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), no Jardim Colina.

No trecho do Jardim Colina, o grupo montou um acampamento e, na manhã desta quarta-feira (24), se posicionou sobre a Rua Engenheiro Alfred Johan Liemert , em frente ao prédio da Fundação Itesp. O local está interditado e o trânsito de veículos, impossibilitado.

Na manhã desta quarta-feira (24), integrantes seguiram também ao escritório regional do Incra, que funciona no Recinto de Exposições Jacob Tosello, localizado no km 563 da Rodovia Raposo Tavares. O prédio estava fechado, mas os manifestantes receberam orientações para agendar uma reunião.

Segundo o coordenador da Frente Nacional de Luta (FNL), Luciano Lima , em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (24), na sede da Procuradoria-Geral do Estado na cidade de Presidente Prudente, os representantes do Estado esclareceram diversos pontos sobre a lei estadual 17.557/2022, que criou o Programa Estadual de Regularização de Terras. Os representantes do Estado disseram que a lei ainda não entrou em vigor, pois ainda faltam alguns amparos. Desta forma, vão conseguir dar andamento nos processos de regularização de terras que já estavam abertos.

Ainda de acordo com o coordenador da FNL, durante a reunião, o Itesp e a Procuradoria do Estado se comprometeram em manter o levantamento das áreas que já estavam em vistorias para realizar a demarcação, como na fazenda São Luís, por exemplo, e também dar continuidade nos processos já abertos.

Em nota ao g1, a Fundação Itesp informou que os manifestantes decidiram encerrar o protesto após os representantes do Estado ter esclarecido as dúvidas dos mesmos. O encontro envolveu os representantes do órgão e lideranças do movimento social na tarde desta quarta-feira (24), na Procuradoria Geral do Estado, sobre a nova lei 17,557/2022, que cria o Programa Estadual de Regularização de Terras.

Desta forma, os grupos de trabalhadores rurais sem-terra fizeram a retirada do acampamento instalado em frente ao prédio da Fundação Itesp e devem deixar Presidente Prudente ainda na tarde desta quarta-feira (24).

Integrantes do movimento sem-terra deixam acampamento em Presidente Prudente (SP) — Foto: TV Fronteira

Em nota ao g1, o Incra ressaltou que as pautas apresentadas serão encaminhadas para a sede da autarquia, onde serão avaliadas, como ocorre neste tipo de situação.

“Em relação à citada manifestação, feita de forma pacífica em nosso escritório de Presidente Prudente, informamos que compete ao governo federal, por meio do Incra, a arrecadação de áreas particulares para a reforma agrária”, pontuou.

“Já as ações discriminatórias para a regularização das chamadas áreas devolutas (terras públicas nunca tituladas, sem destinação do poder público a um particular), como é a maior parte das terras no Pontal do Paranapanema, competem ao governo do Estado de São Paulo”, prosseguiu.

“Quanto às demais políticas de infraestrutura e de créditos para a reforma agrária sob responsabilidade do Incra, esclarecemos que estas são executadas também em assentamentos estaduais, sempre que o Incra é demandado, o que vem sendo realizado conforme os planos de trabalho da autarquia”, enfatizou.

“Por último, reforçamos nossa postura de permanente diálogo com todos os setores da sociedade civil. As pautas apresentadas serão recepcionadas e devidamente encaminhadas para a sede da autarquia, onde serão avaliadas, como ocorre neste tipo de situação”, concluiu o órgão do governo federal ao g1.

  • Em 2º dia de protesto, trabalhadores sem-terra se mobilizam no escritório regional do Incra e fecham rua no Jardim Colina, em Presidente Prudente
  • Grupos de trabalhadores rurais sem-terra protestam em frente ao Itesp e à Procuradoria-Geral do Estado, em Presidente Prudente

O projeto de lei 277, que tratava sobre a regularização de terras, foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em junho deste ano.

O texto autoriza o governo paulista, por intermédio da Secretaria da Fazenda do Estado, a implantar a regularização fundiária de terras públicas já ocupadas acima de 15 módulos (que variam, em hectares, de acordo com cada município).

A lei que permite a regularização fundiária de terras consideradas devolutas no Estado de São Paulo foi sancionada e promulgada pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB) em 21 de julho. A cerimônia oficial foi realizada no Rancho Quarto de Milha, em Presidente Prudente (SP), onde Garcia reuniu-se em um almoço com representantes do setor ruralista e lideranças políticas e empresariais.

De autoria dos deputados estaduais Altair Moraes (REPUBLICANOS), Campos Machado (AVANTE), Carla Morando (PSDB), Carlos Cezar (PL), Coronel Telhada (PP), Fernando Cury (União Brasil), Frederico d’Avila (PL), Gil Diniz (PL), Itamar Borges (MDB), Jorge Wilson Xerife do Consumidor (REPUBLICANOS), Mauro Bragato (PSDB), Reinaldo Alguz (União Brasil), Sebastião Santos (REPUBLICANOS) e Vinícius Camarinha (PSDB), a nova lei tem como objetivo criar o Programa Estadual de Regularização de Terras.

O Programa Estadual de Regularização de Terras autoriza o Estado a transigir e a celebrar acordos, judicial ou administrativamente, para fins de alienação, com vistas a prevenir demandas ou extinguir as que estiverem pendentes, em todas as fases dos processos discriminatórios, reivindicatórios e regularização de posses em terras devolutas.

Na mesma cerimônia em Presidente Prudente, Garcia regulamentou a lei nº 17.517, que transfere, em definitivo, terras estaduais a produtores rurais assentados mediante pagamento.

“Vim a Presidente Prudente para sancionar a lei da paz no campo, a lei que vai trazer desenvolvimento e investimento para a área rural. É uma lei construída por muitas mãos, de autoria de diversos deputados, de diversos partidos, e que agora conta com a minha sanção definitiva”, declarou o governador na ocasião.

Integrantes do movimento sem-terra deixam acampamento em Presidente Prudente (SP) — Foto: Sérgio Bonilha

Integrantes do movimento sem-terra deixam acampamento em Presidente Prudente (SP) — Foto: TV Fronteira

Integrantes do movimento sem-terra deixam acampamento em Presidente Prudente (SP) — Foto: TV Fronteira

Integrantes do movimento sem-terra deixam acampamento em Presidente Prudente (SP) — Foto: TV Fronteira




Fonte: G1

Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirma caso de varíola dos macacos em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirma o primeiro caso de varíola dos macacos na cidade de Presidente Prudente (SP), nesta quarta-feira (24). É a primeira confirmação da doença no Oeste Paulista.

De acordo com informações da Prefeitura de Presidente Prudente, ainda não foram divulgados os detalhes sobre o paciente e o estado de saúde.

O Estado de São Paulo tem 2.640 casos confirmados da Monkeypox. O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. O vírus da Monkeypox, que faz parte da mesma família da varíola, é transmitido entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

Os casos dessa infecção eram relativamente comuns na África Central e na África Ocidental, especialmente em regiões com florestas tropicais. Mais recentemente, o número de casos parece ter aumentado também em áreas urbanas.

Apesar do nome, os principais hospedeiros desse vírus na natureza são roedores. Mas primatas não humanos também são afetados por esse tipo de varíola.

Nesta sexta-feira (29), o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte por varíola dos macacos no Brasil. O paciente, um homem de 41 anos com graves problemas de imunidade, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte (MG), e morreu na quinta-feira (28). O secretário de Saúde do Estado de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, disse que o paciente que não resistiu estava em tratamento oncológico (linfoma) e era imunossuprimido.

Prevenção contra a Monkeypox (MPX):

  • Evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele;
  • Evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença;
  • Higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool gel;
  • Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais;
  • Uso de máscaras, protegendo contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.

Sintomas da Monkeypox (MPX):

  • O principal sintoma é o aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas, que podem surgir no rosto, dentro da boca ou em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus;
  • Caroço no pescoço, axila e virilhas;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Calafrios;
  • Cansaço;
  • Dores musculares.
  • Família moradora de Presidente Epitácio é colocada em quarentena após parente apresentar sintomas suspeitos da varíola dos macacos
  • Exames indicam resultado negativo para varíola dos macacos e família moradora de Presidente Epitácio é liberada de isolamento




Fonte: G1

Piso da enfermagem: entidades apontam risco de hospitais demitirem


Uma consulta feita com 2.511 estabelecimentos brasileiros de saúde indica que a criação dos pisos salariais nacionais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras pode resultar no fechamento de 20 mil leitos hospitalares em todo o país e em até 83 mil demissões.

A lei que define os valores mínimos que serão pagos aos profissionais entrou em vigor no último dia 5. O texto aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estabelece que nenhum enfermeiro pode receber menos que R$ 4.750, independentemente de trabalhar na iniciativa privada ou no serviço público federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

Para técnicos de enfermagem, o ganho não pode ser inferior a 70% deste valor, ou seja, a R$ 3.325. Já os auxiliares e as parteiras não podem receber menos que a metade do piso pago aos enfermeiros, ou seja, menos que R$ 2.375. União, estados, Distrito Federal e os municípios têm até o fim do atual exercício financeiro para ajustar as remunerações e os respectivos planos de carreira de seus profissionais. Já para trabalhadores celetistas, os pisos já estão em vigor.

Os responsáveis pela pesquisa sustentam que a adequação ao piso salarial elevará as despesas das instituições com as folhas de pagamento na média, em 60%. Razão pela qual 77% das instituições consultadas responderam que, para pagar os valores estipulados na Lei 14.434, terão que reduzir o número de enfermeiros contratados.

Além disso, 65% dos entrevistados afirmaram que também terão que demitir pessoal de outras áreas. Além disso, 59% preveem o cancelamento de investimentos e 51% acreditam que terão que reduzir o número de leitos hospitalares.

“Os impactos são imediatos. A folha de pagamento está aí. Esse levantamento é só uma amostra do que será desencadeado pelo Brasil”, afirmou, em nota, o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirocles Véras, destacando que os estabelecimentos filantrópicos que atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e que, segundo ele, há tempos “sofrem com o subfinanciamento” público, sentirão ainda mais os reflexos do aumento dos custos.

“A redução na assistência à população será certa, bem como redução dos postos de trabalho em todas as categorias, especialmente na enfermagem. Todos os investimentos, melhorias em infraestrutura serão cancelados, sem previsão de luz no fim do túnel”, acrescentou Véras.

Valorização

Membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes de Sousa rebateu as conclusões das entidades responsáveis pela pesquisa. “Defendemos que é preciso melhorar o financiamento à saúde pública e nos solidarizamos com o setor filantrópico, cuja importância é vital. Ocorre que os problemas de financiamento deste segmento não vêm de hoje, não sendo correto atribuir à valorização dos trabalhadores a possibilidade de serviços virem a ser inviabilizados”, ponderou Sousa, afirmando à Agência Brasil que cabe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo “ajustar a conta”.

“A aprovação do projeto que desonera a folha de pagamento do setor seria muito importante. Já o estabelecimento do piso vai qualificar o trabalho. Muitos profissionais hoje forçados a fazer jornadas duplas ou triplas para sobreviver poderão inclusive abrir mão de um destes trabalhos, dando vez a outros profissionais que não encontram vagas”, comentou Sousa.

Além da CMB, participaram da organização da pesquisa outras quatro grandes entidades do setor hospitalar brasileiro: Confederação Nacional de Saúde – CNSaúde; Federação Brasileira de Hospitais – FBH; Associação Nacional de Hospitais Privados – Anahp e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – Abramed.




Fonte: Agência Brasil

EBC e empresa indiana firmam acordo para troca de conteúdos


A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) assinou um memorando de entendimento (MoU) com a Prasar Bharati, o serviço público de radiodifusão indiano, nesta quarta-feira (24). O objetivo é trocar conteúdos produzidos por ambas as empresas. A assinatura ocorreu durante reunião da Comissão Mista de Cooperação Brasil-Índia, realizada no Palácio do Itamaraty.
Serão compartilhados conteúdos próprios produzidos para as plataformas de televisão, rádio, agência de notícias e internet. No caso da EBC, os conteúdos poderão ser usados pela TV Brasil e seus parceiros de rede, pela TV Brasil Play, pelas rádios da EBC, pela Agência Brasil e pela Radioagência Nacional. Já a Prasar Bharati poderá usar os conteúdos da EBC em seus veículos Doordarshan e All India Radio.

De acordo com o estabelecido, não haverá custo para nenhuma das partes. “Cada participante assumirá as próprias despesas decorrentes deste instrumento como tributos de toda natureza, transporte, serviços de tradução de conteúdo e outras despesas que possam estar relacionadas com o objetivo do presente instrumento”, diz o memorando.

Segundo o presidente da EBC, Glen Valente, a nova parceria faz parte da estratégia de buscar conteúdos diferenciados para a TV Brasil, como filmes produzidos em Bollywood (a indústria cinematográfica indiana). Glen Valente destaca também que essa troca demonstra que a TV Brasil produz conteúdos interessantes não só para o Brasil como para fora do país.

“Eu acho que é sempre bom mostrar que a TV Brasil produz conteúdos maravilhosos, que são de excelência e qualidade e que, de alguma maneira, podem ser utilizados fora do Brasil”, enfatizou.




Fonte: Agência Brasil

Instituto NeuroVida traz depoimentos de mães na Semana da Criança Excepcional | Especial Publicitário – Instituto NeuroVida


Dos dias 21 a 28 de agosto, é comemorada a Semana Nacional da Criança Excepcional. “O objetivo foi demonstrar à sociedade as condições dessas crianças de maneira a contribuir para a desconstrução de preconceitos, divulgação das necessidades especiais delas e o caráter único da excepcionalidade de cada uma”, explica Julio Agante Fernandes, proprietário do Instituto NeuroVida. Mais do que a reflexão, fica a necessidade da mobilização social para que se estruture e organize políticas públicas que promovam a inclusão dessas crianças em vários aspectos.

De acordo com o dicionário Aurélio, excepcional é um adjetivo que traz como definição o que é diferente, não está dentro dos padrões considerados normais. Seus sinônimos, quando aplicados no sentido abstrato da arte, qualificam histórias, quadros, filmes e esculturas como fantásticas, sensacionais, fabulosas e magníficas. Quando aplicado na realidade, trazem o sentido de incomum, atípico, diferente.

“Na literatura, ser uma criança excepcional significa apresentar qualquer tipo de deficiência, podendo ser intelectual, motora, de comunicação ou sensitiva”, afirma Julio. Porém, ressalta que é importante destacar que enquanto seres humanos, todos nós apresentamos diferenças, o que nos faz um ser único dentro da espécie.

O Instituto NeuroVida sempre reforça a necessidade de conscientização sobre as potencialidades dos indivíduos. Além do que existe e é visto, há na mente de cada um, infinitas possibilidades, oportunidades de demonstrar o que se passa em nossos mundos, fazer o outro ver a vida com os nossos olhos.

“Observar todo o esforço desprendido por estas crianças na busca da superação de suas adversidades, nas suas lutas permanentes para atingir objetivos que para muitos são simples, levam à reflexão de quão extraordinárias são”, reforça Julio. Nesse sentido, excepcionais são também muitas mães e pais, nas suas constantes lutas para buscar e oferecer a seus filhos tudo aquilo que necessitam para se desenvolverem.

Para comemorar a Semana Nacional da Criança Excepcional e a luta dessas crianças e famílias, o Instituto NeuroVida traz três depoimentos de mães e crianças que transformaram suas vidas e as das pessoas que as rodeiam. Confira com a gente!

Marcela e Eloah – Presidente Bernardes

“Até um ano, a Eloah se desenvolveu normalmente. Depois disso, ela começou a ter algumas podas como parar de dar tchau, parar de imitar gestos e de comer coisas que antes comia. Recebi o diagnóstico para TEA há pouco tempo, uns 7 meses. Como já estava investigando, estava preparada. Claro que de início, queria que ela fosse como todas as crianças, mas se Deus me mandou ela assim, é porque sabe que vou conseguir.”

Todos os dias aprendo algo com a Eloah. Ela tem muita capacidade de aprender e de me mostrar como é bom ser mãe de atípica. Não é fácil, mas é recompensador ver cada vitória dela. Minha vida era sem graça e com a chegada da Eloah, estou descobrindo que sou capaz de muito mais coisas, coisas que nunca imaginei. Estou superando meus próprios limites.”

“Todos os dias aprendo algo com a Eloah. Ela tem muita capacidade de aprender e de me mostrar como é bom ser mãe de atípica”, afirma Marcela. — Foto: Cedida

“Eloah é linda, inteligente e me surpreende a cada dia, mudou minha vida para muito melhor. O preconceito ainda existe mas eu espero que todas as pessoas possam ter o privilégio de conhecer alguma criança excepcional e saber o tamanho do amor que elas têm dentro delas. Elas são adoráveis e inteligentes. Foi graças à minha filha que hoje estou superando meus limites e estou amando muito tudo isso”.

“Foi graças à minha filha que hoje estou superando meus limites e estou amando muito tudo isso”, finaliza Marcela. — Foto: Cedida

Depoimento da Marcela Milhoranca, 41 anos, mãe da Eloah, de 2 anos e 10 meses.

Beatriz, Khaleo e Kendrew – Regente Feijó

A gestação dos dois foi bem tranquila. Tudo em dia: pré-natal, exames, vitamina, nada fora do normal durante os nove meses. Inclusive, trabalhei durante a primeira gestação. Tanto o Khaleo quanto o Kendrew eram crianças com comportamentos e saúde que não me fizeram perceber ou fazer qualquer outra correlação de que eles tinham algo a mais. A partir dos dois anos, o Khaleo começou a ter algumas atitudes que vieram a afetar a rotina dele como criança. Nessa fase, dos dois aos quatro anos, a falta de informação nos prejudicou bastante. Khaleo é autista não verbal, e apresenta também o TDAH. Ele já verbalizou algumas letras, números e até palavras curtas, mas isso foi por pouco tempo. Após o nascimento do irmão, ele se fechou para qualquer tipo de comunicação verbal. Hoje, toda e qualquer comunicação que ele precisa expressar é através do contato físico.”

Khaleo brincando. — Foto: Cedida

“O Kendrew também sempre foi muito tranquilo, dormia bem, se alimentava de leite materno até demais (risos). Não tive dificuldade alguma com ele, muito pelo contrário. Era um bebê muito calmo. Tanto na creche quanto em casa, ele sempre foi muito carinhoso e protetor. A dificuldade dele sempre foi a comunicação verbal, que apesar de existir, era muito embaraçosa e isso dificultava a rotina dele fora de casa”

Kendrew brincando no carrinho. — Foto: Cedida

O diagnóstico veio primeiro com o Khaleo, quando ele tinha 3 anos, e com o Kendrew foi recente, coincidentemente ele também tinha 3 anos. Apesar da demora no diagnóstico do Khaleo, eu como mãe já sabia e sentia que meu filho era especial, de alguma forma meu coração já sentia através de gestos, olhares e interpretações que ele era diferenciado. O diagnóstico nunca foi problema para nós, pais. No momento em que recebemos a notícia de que nosso filho estaria dentro do espectro até sair dali sabendo que de alguma forma nós precisaríamos dedicar nossa vida à dele, não ele à nós, o único medo, dúvida e questionamento que tivemos era o que faríamos a partir dali. Como seguiríamos? O que mudaria? Qual o tratamento a partir de agora?”

Khaleo quando mais novo. — Foto: Cedida

“Para a família, a questão foi mais delicada. Ninguém entendia o que era autismo, achavam ser frescura, birra de criança mimada. Muitos falaram várias teorias sem base até aceitarem finalmente.”

Sem dúvidas, o melhor ensinamento como mãe atípica até hoje é que é possível amar sem ouvir, ouvir sem falar e entender o que eles sentem mesmo sem eles expressarem uma só palavra. É difícil dizer uma só situação que eles nos ensinam, pois vivemos em constante aprendizado com eles. Pequenos gestos, formas de se comunicar e expressar amor, são pequenas atitudes diárias que nos fazem repensar o quanto eles nos ensinam muito mais do que ensinamos. A Beatriz de hoje nunca seria a Beatriz que se vê no espelho todos os dias sem o Khaleo e o Kendrew.”

Legenda: Kendrew realizando atividades de figuras. — Foto: Cedida

Tive muitas inseguranças, receios, medos, dúvidas, questionamentos, mas em contrapartida me trouxe muita maturidade, força e atenção. Aprendi que em meio ao caos sempre há um porquê, uma razão e um propósito. Sigo nele porque nunca vamos ter respostas para todas nossas perguntas como mães, nunca estamos 100% seguras. O que podemos é viver nossos dias com certeza da nossa fé, garra, força de vontade e que vamos estar presentes na vida deles independente de qualquer situação. Diria que antes deles eu não enxergava, apenas vivia e hoje eu tento olhar para o mundo com os olhos deles para conseguir ver a vida como eles vêm.”

Khaleo pronto para a escola. — Foto: Cedida

Os considero excepcionais porque são crianças que apesar das diferenças, são muito inteligentes. Apesar das muitas dificuldades que o espectro trás, ele também tem seu lado positivo. A cada pequena conquista ou estímulo que eles são capazes de realizar, ficamos com o coração a mil de tanta alegria, emoção e gratidão, porque sabemos que eles podem. O preconceito sempre existiu. A culpa é da falta de informação, que até hoje causa muito constrangimento, dor, e traumas que levamos para a vida toda. Não gosto nem de lembrar. Como adultos relevamos mas, como mães, vendo a falta de empatia e maldade com seu filho, o sentimento de impotência e incapacidade te domina e deixar claro que nossos filhos não merecem desprezo. Meu recado é que todos busquem por informações. Suas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença para um todo. Respeito é bom e eles também gostam. Precisamos sair da bolha para enxergar o que tem fora.”

Beatriz com os filhos e o marido. — Foto: Cedida

Depoimento da Beatriz Leite do Nascimento, 27 anos, mãe do Khaleo, de 6 anos, e do Kendrew, de 4 anos.

Priscila e Bernardo – Presidente Bernardes

“A gravidez do Bernardo foi planejada. Tive que tomar uma injeção para o pulmão e ele não chorou ao nascer, tiveram que socorrer às pressas. Ele teve desconforto respiratório, nasceu com os pés roxos e respirava muito depressa. Teve três paradas cardíacas e ficou na UTI por três dias. Nos primeiros anos de vida do Bernardo, ele só se sentou e andou com 1 ano e 8 meses, não engatinhou. Ele vivia no mundinho dele, no canto. Não interagia com as crianças e babava muito, ficava com a linguinha para fora.”

Recebi o laudo com o diagnóstico do Bernardo como autista quando ele tinha 2 anos. A partir daí, encaminharam ele para fazer psicóloga, fonoterapia, terapia ocupacional e equoterapia. Para mim foi um grande choque, vivi um mês de luto e chorava muito, pois não entendia o que era autista. Depois eu fui me informando, entrando em grupos de mães que têm filhos autistas e fui trocando experiências e me reerguendo. Para meus pais também foi muito difícil quando descobrimos o autismo, mas eles sempre ficaram do meu lado e me apoiaram em tudo, me apoiam até hoje.”

Bernardo brincando no sofá. — Foto: Cedida

As coisas mais fantásticas que o Bernardo faz a cada dia é ser carinhoso, amoroso, abraçar e fazer coisas que antes ele não fazia, como pegar na mão para pedir quando quer algo. Ele começou a se interessar por brinquedos, começou a balbuciar. Antes dele eu tinha o sonho de ser psicóloga, saía com as amigas. Com a chegada dele eu parei a minha vida para viver a dele e não me arrependo. Em fevereiro comecei a trazer ele para o Instituto NeuroVida, indicado por uma amiga. Meu filho começou a fazer as terapias de fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, fisioterapia, nutrição e musicalização. Vejo muita diferença hoje no tratamento do meu filho com os profissionais de lá. Ele está outra criança. Interage mais, tem contato com adultos e crianças, deixa ser abraçado e beijado.”

Mãe e filho dividem vários momentos juntos. — Foto: Cedida

“Já passei por preconceitos com o Bernardo, desde pequeno, porque ele sempre ficava gritando e babando, com a língua para fora. Às vezes tinha crises e as pessoas olhavam com cara feia, como se eu não desse educação ou fosse burra, como se fosse birra do meu filho. Eu ficava muito mal e ainda fico. Pessoas com autismo não mentem, não julgam, não fazem mal a ninguém. São inocentes. Nós, como mães, aprendemos muito com eles. É um amor infinito.”

Para Priscila, viver a vida pelo filho é a melhor coisa que ela poderia ter. — Foto: Cedida

Depoimento da Priscila da Silva Oliveira, 39 anos, mãe do Bernardo, de 6 anos.

Instituto NeuroVida e a informação como arma de inclusão5

O Instituto NeuroVida, sempre de acordo com o bem-estar e desenvolvimento das crianças excepcionais, traz em seu tratamento, além das abordagens multidisciplinares com as crianças, uma abordagem no ambiente escolar. “A gente entende que não adianta alinhar a clínica com a família se não for alinhar também com a escola. Então, as terapeutas vão na escola para conversar e esclarecer quais são as repercussões que aquele quadro gera na criança”, explica Julio.

A abordagem não tem intenção de intervir na didática da escola, mas sim de explicar para professores, coordenadores pedagógicos e para a escola, no geral, quem é aquela criança e porque ela se apresenta daquela forma, podendo auxiliá-los em diversos momentos da participação escolar.

“Deixamos um canal aberto de comunicação para que os professores possam entrar em contato com o Instituto NeuroVida para que a gente possa orientá-los com qualquer dificuldade que eles possam ter na condução dessas crianças no ambiente escolar”, finaliza Julio.






Fonte: G1