Adolescente de 14 anos é apreendido suspeito de agredir, queimar e matar homem em Adamantina


Um adolescente de 14 anos foi apreendido suspeito de cometer um homicídio, em Adamantina (SP), na noite desta segunda-feira (5). A vítima, um homem de 48 anos, foi agredido e queimado, segundo informações da Polícia Militar.

Por volta das 21h11, a Polícia Militar foi acionada e informada de que um homem teria atentado contra a própria vida, no Jardim Brasil. Quando a equipe chegou, encontrou a vítima caída no quintal, entre duas casas, com queimaduras por quase todo corpo e lesões na face. A situação levantou suspeitas sobre a natureza dos ferimentos.

A Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros conduziu a vítima para o Pronto-socorro local, onde foram constatados o óbito e que lesões na face e nuca eram provenientes de agressões, conforme suspeita policial.

Sendo assim, a equipe da Polícia Militar procurou contato com moradores próximos de onde a vítima foi encontrada. As testemunhas informaram ter visto um adolescente no quintal e indicou onde ele residia.

Os policiais seguiram até a residência do suspeito, de 14 anos, que na presença da mãe confessou a autoria do crime.

O adolescente contou aos militares que, ao deparar-se com a vítima no quintal, ficou com receio de ser agredido e desferiu um soco na face do homem, que caiu ao solo. Em seguida o menor pisou algumas vezes na cabeça dele e, com fósforos, ateou fogo nas vestes a vítima. Na sequência, o infrator deixou o local.

Diante dos fatos, o adolescente recebeu voz de apreensão e permaneceu detido.

Conforme explicou a Polícia Militar, no quintal há duas casas, uma na frente e uma aos fundos, esta segunda era onde residia a vítima.

No imóvel da frente reside uma mulher de 32 anos com seu filho de 13 anos. O infrator teria ido ao local para falar com o outro adolescente, quando se deparou com a vítima.

A Polícia Militar salientou que entre o acionamento do Centro de Operações da corporação (Copom) e a prisão do suspeito levou menos de uma hora.




Fonte: G1

Bicentenário da Independência: independência ou morte!


E se a frase mais famosa que você teria dito, não tivesse sequer sido proferida? É o que pode ter acontecido com Dom Pedro I. Ou, talvez, o famoso brado “independência ou morte” tenha sido parte de uma frase bem maior.

O que se falou exatamente em 7 de setembro de 1822, só quem estava lá sabe.

Ao receber várias cartas no caminho entre Santos e São Paulo, Dom Pedro decidiu tomar a decisão de romper os laços do Brasil com Portugal. “O pomo está maduro, colhe-o já”, escreveu a Princesa Leopoldina.

Padre Belchior de Oliveira, conselheiro de Dom Pedro, estava lá em 1822 e no seu depoimento escrito, em momento algum, lembra-se do famoso “independência ou morte!”. Para o padre, Dom Pedro teria dito algo assim, “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal”.

Ouça na Radioagência Nacional

Já o alferes Canto e Melo, irmão de Domitila, futura Marquesa de Santos, escreveu posteriormente que Dom Pedro falou em alto e bom som, “Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”.

A comitiva de Dom Pedro era pequena. No máximo, 14 pessoas e outra testemunha dos fatos, o Coronel Manuel Marcondes lembrou-se que o grito que ficou marcado para sempre, foi, na verdade, tirado de uma frase bem maior proferida pelo príncipe-regente.

“Brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte! E as nossas cores, verde e amarelo, em substituição às das cortes”.

Seja como for, foi forte o suficiente para romper os vínculos da colônia com a antiga metrópole e significou um novo capítulo na história da terra imensa, chamada Brasil.




Fonte: Agência Brasil

Rapaz é preso após chutar e amassar porta de viatura da Polícia Militar durante abordagem na Avenida Brasil


Um rapaz de 22 anos foi preso por dano qualificado, em Presidente Prudente (SP), após chutar e amassar uma viatura da Polícia Militar. O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil na noite desta segunda-feira (5).

A Polícia Militar foi acionada devido a uma “conduta inconveniente” em um posto de combustíveis na Avenida Brasil, na altura da Vila São Jorge. Quando o suspeito viu a viatura se aproximar, se retirou dali sentido à Rua Orozimbo Costa.

Os policiais o acompanharam e lhe deram ordem de parada. Neste instante, o homem se aproximou da viatura e desferiu um pontapé na porta do passageiro do veículo oficial, amassando a lataria.

Na sequência, ele fugiu sentido à Avenida Brasil, mas foi acompanhado, detido pelos policiais militares e conduzido à Delegacia Participativa da Polícia Civil.

“Além do comportamento antissocial, que foi o motivo pelos quais populares acionaram a Polícia no local, o agente deliberadamente e, para não ser abordado, praticou dano contra a viatura oficial do Estado, de modo que sua prisão em flagrante é a medida de rigor”, diz o boletim de ocorrência.

Com as situações, foi decretada a prisão em flagrante do envolvido, que possui medidas cautelares e responde a vários processos criminais por crimes de furto em Presidente Prudente, além de ostentar condenação criminal pela Vara de Potirendaba (SP).




Fonte: G1

Justiça do Rio inicia audiências do caso do menino João Pedro


A primeira audiência de instrução do processo judicial que apura as circunstâncias da morte de João Pedro Mattos Pinto foi realizada nesta segunda-feira (5). O adolescente de 14 anos foi baleado com um tiro de fuzil durante uma operação das polícias civil e federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 18 de maio de 2020.

A casa onde ele brincava com primos e amigos foi invadida por policiais, que entraram atirando, e ficou marcada com 72 tiros após a operação. Ferido, João Pedro foi levado de helicóptero pelos policiais e a família só teve notícias sobre o paradeiro do corpo no dia seguinte. Os agentes cumpriam mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa.

Os policiais civis  Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, todos lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foram indiciados pela Polícia Civil   em junho do ano passado. Em fevereiro, a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e os tornou réus por homicídio duplamente qualificado.

Depoimentos

A juíza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, ouviu oito testemunhas na tarde de ontem. A primeira foi a perita do Ministério Público Maria do Carmo Gargaglione, responsável pelo relatório técnico da reprodução simulada do caso. Ela explicou que foi utilizado um scanner de última geração, único no Brasil.

“O scanner fez uma fotografia com precisão de todos os ambientes da casa e seu entorno. Junto com os depoimentos de quem estava na casa, fizemos um cruzamento de informações. Havia uma concentração grande de marcas de bala em um cômodo da casa”, explicou.

O pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, relatou que estava no trabalho, em um quiosque, quando soube do tiroteio.

“Cheguei no local e encontrei cinco jovens na calçada. Perguntei onde estava o João Pedro e meu sobrinho respondeu que ele tinha sido baleado pela polícia. Só fui saber o que tinha acontecido com meu filho no dia seguinte, quando soube que o corpo dele estava no IML [Instituto Médico Legal]”, contou.

Também foram ouvidos cinco adolescentes que estavam com João Pedro e a dona da casa onde o crime foi cometido. A continuação da audiência foi marcada para o dia 16 de novembro.




Fonte: Agência Brasil

Câmara Municipal aprova proibição de tatuagem e colocação de piercing, com fins estéticos, em animais domésticos


A Câmara Municipal de Presidente Prudente (SP) aprovou, na sessão ordinária desta segunda-feira (5), seis projetos de leis e um projeto de decreto legislativo. Deste total, quatro matérias foram aceitas com urgência. Entre as propostas, está a que proíbe a realização de tatuagem e a colocação de piercing, com fins estéticos, em animais domésticos.

Já no expediente com votação, foram deliberados 29 requerimentos de providências e de informações; quatro moções; dois requerimentos de pesar; e 43 requerimentos de congratulações.

No início da sessão, no expediente sem votação e de leitura de ofícios, os parlamentares encaminharam ao Poder Executivo 53 Indicações de melhorias para diversos bairros da cidade.

Após a sessão ordinária, ocorreu a entrega de Cartão de Prata ao professor Osmar Aparecido Veronezi, conforme Requerimento Nº 4874/18, de autoria da vereadora professora Joana D’arc.

Os trabalhos foram transmitidos ao vivo pelo canal da TV Câmara no YouTube. Todas as transmissões ficam disponíveis após seu encerramento.

Confira abaixo as disposições dos projetos apreciados com urgências e a decisão do plenário sobre cada uma das matérias.

  • Projeto de lei nº 690/18, de 22.08.2022. Autor: Vereadora Professora Joana d’Arc. Assunto: Proíbe a realização de tatuagem e a colocação de piercing, com fins estéticos, em animais domésticos. Aprovado em primeira e segunda discussões. Votos “Sim”: Douglas Kato, Enio Perrone, Ivan Itamar, Professora Joana D’arc, Joãozinho da Saúde, Professor Negativo, Mauro Neves, Nathália Gonzaga, Tiago Oliveira, Wellington Bozo e William Leite. Votos “Não”: Miriam Brandão. *O presidente da Casa, vereador Demerson Dias, votaria somente em caso de desempate.
  • Projeto de lei nº 691/18, de 22.08.2022. Autor: Vereador Mauro Marques das Neves. Assunto: Declara patrimônio cultural imaterial do município de Presidente Prudente a procissão de Corpus Christi. Aprovado em primeira e segunda discussões.
  • Projeto de lei nº 692/18, de 22.08.2022. Autor: Vereador Douglas Kato. Assunto: Dispõe sobre o prazo de validade do Laudo Médico Pericial ou Relatório Médico que ateste a Trissomia 21, popularmente conhecida como Síndrome de Down. Aprovado em primeira e segunda discussões.

Confira abaixo os projetos apreciados com a aprovação de requerimento de urgência e a decisão do plenário sobre cada uma das matérias.

  • Projeto de lei nº 00697/18. Autora: Vereadora Nathália Barbosa Gonzaga da Santa Cruz. Assunto: Inclui na Lei nº 5001, de 17 de dezembro de 1997 (Lei das Denominações), mais um item, nos seguintes termos: a atual área de lazer (código 700649001), localizada entre as Ruas Alcides Pazine, Gaudêncio Moreira, Onofra dos Santos e José das Neves, no bairro Residencial III Milênio/Residencial Santo Expedito I, passa a denominar-se “Praça Antônio Pereira de Andrade”. Aprovado em discussão única.
  • Projeto de lei nº 00700/18. Autor: Vereador Demerson Dias. Assunto: Acrescenta ao artigo 1º da Lei nº 5.002/97 (Lei de Declaração de Utilidade Pública), mais um item, nos seguintes termos: “Ministério Apostólico Manancial”. Aprovado em discussão única.
  • Projeto de lei nº 00701/18. Autora: Vereadora Joana d’Arc Patrício do Nascimento. Assunto: Inclui na Lei n.º 5.001, de 17 de dezembro de 1997, (Lei das Denominações), mais um item, nos seguintes termos: a atual Rua Dois (cód. 44023), localizada no bairro Sem Denominação IV, passa a denominar-se Rua “João Agudo”. Aprovado em discussão única.
  • Projeto de decreto legislativo nº 00031/18. Autora: Vereadora Joana d’Arc Patrício do Nascimento. Assunto: Dispõe sobre a concessão do Título de “Cidadão Prudentino”, ao senhor Marcos Akira Mizusaki, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à comunidade prudentina como promotor de Justiça do Ministério Público Estadual. Aprovado em discussão única.




Fonte: G1

Operação mira assessoria educacional suspeita de atuar ilegalmente para o ingresso de estudantes em cursos universitários de medicina


A Polícia Civil de Teodoro Sampaio (SP) cumpre 18 mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (6) em desfavor de uma assessoria educacional suspeita de atuar ilegalmente para o ingresso de estudantes em cursos universitários de medicina.

A operação, denominada Medicastro, é deflagrada em seis cidades. Do total de mandados, um foi cumprido em Guarujá (SP), três em Teodoro Sampaio, um em Pirapozinho (SP), três em Presidente Prudente (SP), três em Dourados (MS) e sete em Campo Grande (MS).

Segundo a polícia, as investigações começaram há mais de dois anos e estão direcionadas a uma assessoria educacional sediada em Teodoro Sampaio “suspeita de atuar ilegalmente para o ingresso de estudantes em cursos universitários de medicina, ludibriando o processo seletivo ou veiculando falsas promessas aos interessados, fazendo com que ao menos dez investigados auferissem expressiva vantagem ilícita”.

Após representação formulada pela Polícia Civil, o Poder Judiciário decretou, além dos 18 mandados de busca e apreensão, o bloqueio de valores em instituições financeiras no montante de até R$ 6.992.098, o bloqueio junto a matrícula de um imóvel urbano, restrição no órgão de trânsito de quatro veículos automotores e o deferimento de medida cautelar diversa da prisão consistente em suspensão da atividade econômica e financeira da assessoria educacional.

As pessoas envolvidas com a assessoria educacional estão sendo investigadas pelos crimes estelionato, associação criminosa, fraude em certame de interesse púbico e lavagem de capitais.




Fonte: G1

Flagrado embriagado e com cadela vítima de maus-tratos no porta-malas, idoso é preso em Presidente Venceslau


Um idoso de 79 anos foi preso em flagrante por embriaguez ao volante e maus-tratos a animal doméstico, nesta terça-feira (5), em Presidente Venceslau (SP).

O Policiamento Rodoviário abordou um veículo, com placas de Presidente Venceslau, durante fiscalização de trânsito no km 79,100 da Rodovia Euclides de Oliveira Figueiredo (SP-563)

Durante a vistoria, os policiais constataram sinais notórios de embriaguez no condutor, morador de Presidente Venceslau, que foi convidado a realizar o teste do bafômetro. O dispositivo indicou 0,64 miligramas de álcool por litro de ar alveolar, caracterizando a infração de trânsito e o crime de embriaguez ao volante.

Ainda pelo local, em fiscalização no veículo, foi localizado uma cadela amarrada com um arame de cobre dentro do porta-malas. Segundo a polícia, ela possuía sinais de maus-tratos, aparentemente, zoofilia.

Com auxílio da verificação de um médico veterinário, foram confirmados os maus-tratos e, na Delegacia da Polícia Civil, foi ratificada a voz de prisão. O idoso permaneceu preso à disposição da Justiça.

O animal foi entregue a uma ONG de Presidente Venceslau, onde permanecerá sob cuidados.




Fonte: G1

Cem anos do rádio no Brasil: a cultura das radionovelas


O vaqueiro Soropita ama Doralda. Ama de um jeito que é capaz de montar a cavalo, sair de uma comunidade chamada Ão, em um grotão mineiro em que vive, para ouvir capítulos de radionovela no distrito de Andrequicé, na cidade de Três Marias (MG), onde conseguia captar a transmissão. Ão é uma comunidade fictícia criada pela genialidade de João Guimarães Rosa, no conto Dão-lalalão, do livro Noites do Sertão, publicado pela primeira vez no ano de 1956.

Aquela década de 1950, aliás, fazia parte da Era de Ouro do Rádio. Na história, o vaqueiro descobre-se, também, encantado por radionovelas. Ao recordar os capítulos para a amada e para a comunidade ansiosa por ouvi-lo, pensa na própria vida.

O pesquisador José Osvaldo dos Santos, de 70 anos, que criou um Ponto de Memória na cidade de Cordisburgo (MG), cidade natal de Rosa, entende que a história revela a importância que as radionovelas exerceram naquele período também para o interior brasileiro.

“O conto termina com todas as pessoas do lugarejo indo ouvir os capítulos da novela e ansiosos para que Soropita voltasse no outro dia para contar mais. As novelas no rádio nos deixaram muitas saudades. Era uma hora solene onde todas as pessoas adultas se reuniam na casa para se deliciarem com os acontecimentos do cotidiano do mundo”, afirma o pesquisador, cujo Ponto de Memória tem o nome de Aqui já é Sertão.

Ele recorda radionovelas como “Jerônimo, o Herói do Sertão”, “O Direito de Nascer”, “Marcelino Pão e Vinho”. “Além de muitas outras que nos maravilhavam. O rádio até hoje é de uma importância grandiosa”.

O próprio pesquisador é um confesso apaixonado pelos aparelhos de rádio e pelos sons que saem daquelas caixas mágicas. Na casa em que guarda relíquias, muitas para lembrar de Guimarães Rosa, ele expõe mais de 100 aparelhos antigos de rádio, que ele comprou ou recebeu como doação.  “Muitos ainda funcionam”.

O primeiro capítulo

Na ficção e na vida real, aparelhos fizeram e fazem as pessoas sonharem. Foi assim desde o começo, conforme explica a professora de comunicação Rose Esquenazi, especialista em história do rádio. A primeira radionovela foi na Rádio Nacional, Em Busca da Felicidade, que era patrocinada por uma marca de creme dental.

Fotos dos roteiros da primeira radionovela produzida no Brasil que conquistou recentemente, a certificação da Unesco como bem cultural e social.

Radionovela – 100 anos do rádio – Fotos dos roteiros da primeira radionovela produzida no Brasil que conquistou recentemente, a certificação da Unesco como bem cultural e social. – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ouça abaixo a abertura da novela

Radionovela – 100 anos do rádio – CrossMedia EBC · Ouça a abertura da radionovela “Em Busca da Felicidade”

“Antes de estrear, as pessoas que mandassem para a Rádio Nacional uma embalagem dessa pasta de dente ganhava um livrinho simples com os radioatores e a trama da história. Ninguém esperava que 48 mil cartas chegassem à emissora”, lembra Rose Esquenazi.

O Museu do Rádio grava cenas da primeira radionovela do Brasil.

O Museu do Rádio gravou cenas da primeira radionovela do Brasil. “Em busca da felicidade”, que completou 80 anos. – Tomaz Silva/Agência Brasil

Para o pesquisador Thiago Guimarães, do acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Era de Ouro do Rádio coincide com o momento áureo das radionovelas. “Elas alcançaram o status de principal produto produzido pelas emissoras na época”, afirma.

A radionovelas eram inicialmente transmitidas à tarde e deixavam as ouvintes emocionadas. O sucesso era tanto que a história passou a ser transmitida três vezes por semana. “A chegada desse formato fez tanto sucesso que logo a Rádio Nacional abriu diferentes horários. Então, a programação da Rádio Nacional chegou a ter 16 novelas no ar”, diz a professora Rose Esquinazi. Com personagens fixos, como o vilão, o traidor e a heroína.

“A Rádio Nacional, então, separou um andar inteiro do prédio do jornal A Noite, na Praça Mauá, exclusivamente para as radionovelas. A emissora formou uma equipe de radioatores, diretores, autores, maestro e músicos. A Rádio Nacional transmitia ao vivo essas novelas”, diz a pesquisadora.

A professora explica que, em meados dos anos 1950, auge da Rádio Nacional, tinham contrato 670 funcionários, sendo 10 maestros e arranjadores, 124 músicos, 96 cantores e cantoras, No palco oval, ficava a orquestra. O diretor, no centro. Os atores permaneciam sentados e iam pro microfone conforme os papéis deles começavam a aparecer. Atrás, uma instalação era reservada para quem fazia a sonoplastia. “Como não tinha computador, todos os efeitos especiais eram feitos com pequenos aparelhos. A campainha, o chão de assoalho, a areia, o trovão…tudo era feito com pequenos aparelhos”.

As novelas eram melodramas que depois foram até adaptadas para a TV, como ocorreu com O Direito de Nascer, sucesso em 1951 na rádio. “A Rádio Nacional tornou-se a principal emissora do Brasil. Outra emissora que passou a ganhar destaque com o gênero foi a Rádio São Paulo”. A professora aponta que a Rádio Nacional chegava longe por causa da capacidade das suas antenas.

Segundo o pesquisador Thiago Guimarães, as radionovelas cubanas eram referência na América Latina e elas já eram uma adaptação do modelo norte-americano, conhecido como soap opera. “A primeira radionovela transmitida no Brasil, Em busca da Felicidade, foi adaptada de um original cubano. O Amaral Gurgel, que chegou a atuar na novela, ressaltou que a adaptação que Gilberto Martins fez do texto original de Leandro Blanco foi importante para o sucesso da novela”.

Ele explica que as produções em São Paulo e no Rio de Janeiro geraram uma sensação de pertencimento de um Brasil moderno da metade do século 20. “A radionovela passa a perder força quando a televisão se consolida no Brasil, provocando o deslocamento dos anunciantes do rádio para a TV. Com isso, os profissionais – atores, diretores, escritores, técnicos – acabam sendo atraídos para a televisão, fazendo com que a produção de radionovelas declinasse (muito embora não tenha desaparecido completamente)”.

Na Amazônia

Para o pesquisador Claudio Paixão, que estudou as influências das radionovelas a partir das produções da Rádio Nacional da Amazônia (confira aqui a pesquisa), implantada em 1977, as produções na região Norte tiveram outros momentos de auge. Havia um repertório especial e apelo: novelas com um colorido regional e com comprometimento socioambiental. Mesmo que fossem gravadas a partir do Rio de Janeiro. Antes das novelas, esquetes de radioteatro eram encenadas com o foco na saúde. “Na década de 1970, rádio ainda era novidade para o interior da Amazônia. As primeiras produções na rádio foram Poronga, Terçado e Coragem e Heróis Anônimos.

Confira episódio da novela

Claudio Paixão contextualiza que contar histórias brasileiras também significou uma ação estratégica para a região, uma vez que emissoras estrangeiras faziam o papel de comunicação no interior. A primeira radionovela produzida especificamente pelos profissionais da Rádio Nacional da Amazônia foi  A História do Dito Gaioleiro (escrita em 1979 e levada ao ar em 1980). “Embora seja uma produção infantil, o que a gente percebe nessa radionovela é o interesse dela em passar lições sobre o cuidado com o meio ambiente e de não deixar os pássaros presos em gaiolas, com discussões sobre ética e cidadania”.

Depois vieram as radionovelas para adultos, como Dois Corações, que foi produzida a partir da sugestão de  um ouvinte. O pesquisador cita que tiveram ainda novelas que retratam como trabalhadores foram atraídos para o garimpo, deixando a família pra trás. Histórias que eram exclusivas para a Amazônia.  “Se a gente pensar no Brasil mais profundo, entendemos como o rádio desempenha um papel muito importante. As radionovelas são frutos da relação que a emissora construiu com os ouvintes”.




Fonte: Agência Brasil

Internet: rede comunitária é alternativa de conexão para comunidades


Levantamento inédito produzido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), lançado hoje (5), em São Paulo, revela o perfil de redes comunitárias de internet no país. São experiências que, muitas vezes, não recebem apoio do Poder Público e de empresas, mas que modificam realidades por meio da conexão digital.

Quatro em cada cinco redes mapeadas (83%) estão em localidades de povos tradicionais, como comunidades quilombolas, aldeias indígenas ou áreas ribeirinhas.

“A rede [de internet] não chega lá, onde chega é nos morros, então era muito difícil. Tinha que fazer a lista de oferta [dos produtos], subir o morro para ofertar e depois tinha que marcar um horário para subir o morro de novo para receber o pedido [das consumidoras]”, relata a agricultora Vanilda Aparecida, do Quilombo Ribeirão Grande/Terra Seca, no município Barra do Turvo, em São Paulo. Primeiro, em 2019, foi instalada a rede de intranet para comunicação local e, depois, com a pandemia, foi implantada a internet.

A pesquisa, que teve uma etapa qualitativa e quantitativa, foi coordenada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O mapeamento listou 63 redes comunitárias, sendo que 40 delas foram entrevistadas. Essas redes podem ser definidas como arranjos de conectividade que não têm como finalidade o lucro, são desenvolvidas por meio de autogestão e pressupõem algum grau de autonomia das decisões e apropriação tecnológica.

As entrevistas com os gestores foram feitas entre 25 de novembro de 2021 e 10 de março de 2022. No momento da coleta, 24 (60%) das redes comunitárias ouvidas estavam ativas, 14 (35%) encontravam-se paralisadas momentaneamente ou em implementação e duas (5%) delas haviam sido encerradas definitivamente.

No Quilombo Ribeirão Grande/Terra Seca, o ponto de internet foi instalado na casa da Vanilda Aparecida com o apoio de organizações da sociedade civil. Melhorou a vida na comunidade e ampliou a comunicação das mulheres agricultoras.

“Pagamos R$ 200 a R$ 300. E esse ponto foi colocado na rede, que é onde a comunidade inteira ficou acessando. Começamos a fazer a nossa reunião online, a criançada [começou a] estudar. Mas isso ainda não está 100%, porque são 15 megas. Para uma comunidade inteira, o pessoal reclama. ‘Tem que melhorar essa internet’”, relata.

Dados

Sobre o perfil dos usuários, o estudo mostrou que os principais beneficiários são os moradores do entorno (58%), visitantes (48%) e associações (43%), além de outras instituições, como escolas e igrejas (35%) e comerciantes locais (25%).

Os gestores são 55% pretos ou pardos e 20% indígenas – proporção superior à média da população nacional. Já em relação à escolaridade, 40% deles têm ensino superior e 33% pós-graduação, mas não relacionada à especialidade técnica. Em 45% das redes comunitárias, os beneficiários participam das decisões sobre o funcionamento.

O levantamento mostrou, também, que 23% das redes comunitárias fazem um investimento médio mensal de mais de R$ 1 mil para se manter ativas, e 38% têm um custo de até R$ 1 mil. Das experiências ouvidas, 38% contam com doações voluntárias de pessoas da própria comunidade, e igual proporção tem financiamento de organizações não governamentais. Em 28% delas são cobradas mensalidades ou anuidades dos usuários.

“É uma política barata de se manter, então pensar que há muito espaço para se fazer em termos de políticas específicas, ou para incentivar a construção de redes comunitárias, apoiar funcionamento; e também aspectos regulatórios. Na pesquisa qualitativa, tivemos muitas contribuições para facilitar a implementação dessas redes”, disse Fábio Storino, do Cetic.br. “Essa pesquisa, pra gente, que é de rede comunitária, é importante porque começa a dar mais força para visibilizar as iniciativas de redes comunitárias no Brasil”, acrescentou Daiane Araujo, da organização não governamental Casa dos Meninos.

Sobre a manutenção do funcionamento da rede nos próximos 12 meses, 53% dos entrevistados, ou 21 das 40 entrevistadas, afirmam estar muito seguros ou seguros de que a rede continuará operando. Quase um quarto das redes analisadas (23%) disseram estar pouco ou nada seguros da continuidade da experiência. Outros 18% declararam estar “nem seguros, nem inseguros”. Quanto à tecnologia de conexão, 18% usavam rádio, 18% satélite e 13% fibra óptica.

Em relação às principais atividades proporcionadas pelo acesso à internet, figuram a promoção de festividades locais e a mobilização dos membros sobre temas de interesse e campanhas, indicadas por 50% das redes.

Entre os serviços oferecidos estão espaços para gravar, compartilhar online arquivos e documentos (28%), a disponibilização de intranet (23%) e o oferecimento de mural de avisos da comunidade pela internet (18%). Também foram citados serviços de rádio comunitária própria, com 13%, e TV comunitária própria, com 8%.

Agenda

A publicação do estudo traz uma agenda com dez pontos com os principais resultados da pesquisa, sinaliza questões críticas e propõe possibilidades de ação. Entre elas, está o fato de que o modelo empresarial não foi suficiente para prover acesso para todos.

O documento também indica que uma política pública de redes comunitárias deve considerar fontes de recursos financeiros de longo prazo. Também identifica, por exemplo, que a capacidade de organização da comunidade e uma boa governança são elementos principais no êxito de uma rede comunitária.




Fonte: Agência Brasil

Identidade nacional foi criada quase 200 anos antes da Independência


Travada quase duzentos anos antes da Proclamação da Independência, a Batalha dos Guararapes (1648-1649) foi um marco na criação da identidade brasileira e criou um contexto de união entre as etnias do país – feito inédito até então.

Foi o que explicou hoje (5), em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e um dos organizadores das comemorações do Bicentenário da Independência, que será celebrado no próximo 7 de setembro.

Segundo o general Heleno, a invasão holandesa ao Nordeste brasileiro deflagrou movimentos contrários que, com o passar dos anos, amadureceram para a noção de necessidade de autonomia, soberania e independência.

“O Brasil tinha sofrido a invasão dos holandeses e é lógico que não aceitamos. Começamos a reagir, e isso foi criando um sentimento de brasilidade pela primeira vez. Esse sentimento uniu as três raças – àquela época, um feito sensacional termos brancos, negros e índios, os grandes formadores da nação brasileira, unidos em prol de recuperar a independência completa do Brasil em relação ao estrangeiro”, explicou.

General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional é o entrevistado no programa, A Voz do Brasil

General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional é o entrevistado no programa, A Voz do Brasil – Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro também falou sobre o papel do Exército Brasileiro e dos militares em debelar esforços contra o recém criado Império do Brasil – nome dado ao país logo após a independência.

“Começa a aparecer a identidade do brasileiro e do Exército Brasileiro. Não tínhamos um exército ainda formado. Foram os portugueses que deram as primeiras tintas ao Exército Brasileiro, transformando-o em um exército invicto, capaz de sustentar a independência”, informou.

Após a independência, disse o general, o país rapidamente se tornou imponente e relevante entre outras potências, tendo influenciado o cenário político-econômico a partir de então.

“A nossa economia cresceu muito. A nossa importancia no cenário mundial também mudou totalmente. Estávamos em plena época da dominância francesa. O grande contestador dessa subida de importancia da franca era o Reino Unido. O Brasil entrou como um novo ator nessa área aonde as potências mundiais se digladiavam em prol de relevância”, disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Assista ao programa na íntegra:




Fonte: Agência Brasil