Rio tem 41 blocos de rua nesta segunda-feira de carnaval


Quarenta e um blocos carnavalescos devem desfilar pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro nesta segunda-feira de carnaval (20). Entre os destaques está o Bloco do Sargento Pimenta, que se apresenta a partir das 10h, no Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade.

O bloco é conhecido por fazer uma mistura inusitada da banda britânica The Beatles com ritmos brasileiros como samba, marcha e maracatu.

Para o público infantil, a opção é o Largo do Machadinho, Mas Não Largo Meu Suquinho, que faz sua festa na Praça do Largo do Machado, no Catete, também na zona sul da cidade, a partir das 10h.

Há opções também para foliões em outros bairros da cidade, como o Bloco Exagerado (a partir das 9h30, no centro), Banda Bacalhau na Vara (a partir das 10h, em Padre Miguel), Banda Polvo da Ilha (a partir das 11h, na Ilha do Governador), Universibloco (a partir das 15h, no Maracanã), Banda da Inválidos (a partir das 16h, na Lapa), Banda do Riviera (a partir das 16h, na Barra da Tijuca), Bloco das Divas (a partir das 16h, no Recreio dos Bandeirantes), Bloco do Cidade Jardim (a partir das 16h, em Curicica), Bloco de Segunda (a partir das 17h, em Botafogo), Bloco da Colônia (a partir das 17h, em Paquetá) e Bloco Papo de Cachaça (a partir das 17h, no Méier).




Fonte: Agência Brasil

Ponte entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina cede com 100 pessoas


Uma ponte pênsil que liga os municípios de Torres (RS) e Passo de Torres (SC) teve parte de sua estrutura rompida. De acordo com a prefeitura da cidade gaúcha, o acidente aconteceu por volta das 2h20 de hoje (20) por causa do excesso de peso. Cerca de 100 pessoas utilizavam a ponte para travessia quando ela cedeu.

“Os bombeiros gaúchos e catarinenses trabalharam no resgate e, até o momento, não há informações sobre vítimas”, informou a prefeitura de Torres, por meio de nota. “Ao atravessar a ponte, há placas informativas sobre a capacidade máxima: 20 pessoas”, completou o comunicado.




Fonte: Agência Brasil

Obras de manutenção do pavimento na Rodovia Raposo Tavares alteram tráfego de veículos em trechos de Regente Feijó


Segundo informações da Concessionária Cart, a faixa leste, sentido Presidente Prudente (SP) a Regente Feijó, terá bloqueios no km 542,100, com fechamento da alça de ligação da Rodovia José Batista de Souza (SP-483). O condutor que acessar a pista sentido Taciba (SP), deverá ficar atento ao estreitamento na via.




Fonte: G1

Tiroteio em bloco em Magé deixa dois mortos e vários feridos


Um tiroteio durante desfile de bloco carnavalesco em Magé, na região metropolitana do Rio de Janeiro, deixou pelo menos dois mortos na noite de ontem (19). Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, as vítimas são uma mulher e uma criança. O incidente ocorreu na praia de Mauá, durante desfile do Bloco das Piranhas, por volta das 23h.

A Polícia Militar (PM) disse, em nota, que duas pessoas trocaram tiros durante uma briga no bloco e que 19 pessoas ficaram feridas.

A prefeitura de Magé informou que um dos responsáveis pelo tiroteio é policial. Um dos envolvidos é um criminoso que atua na região.

Muitos feridos foram encaminhados para unidades de saúde da cidade. Os casos mais graves foram levados para o Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna), no município vizinho de Duque de Caxias.

Apesar de não promover o carnaval, a prefeitura estava dando apoio aos blocos, inclusive com o efetivo de mais de 40 homens da Guarda Civil e da Ordem Pública, além de 120 seguranças privados, e todo o apoio do 34° BPMERJ. “Nossas redes de saúde e assistência social estão dando todo o suporte às vítimas e familiares. A prefeitura determinou a suspensão do apoio à programação do carnaval na cidade e fez um apelo para que todos os blocos cancelem os seus desfiles”, acrescentou na nota a prefeitura de Magé.




Fonte: Agência Brasil

Governo reconhece estado de calamidade pública em São Sebastião


Portaria do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, publicada em edição extra do Diário Oficial da União desse domingo (19), reconhece estado de calamidade pública no município de São Sebastião (SP). A cidade do litoral paulista foi atingida por temporais que superaram 600 milímetros em menos de oito horas. Pelo menos 36 pessoas morreram.

As chuvas persistentes causaram bloqueio de estradas, queda de barreiras, inundações, deslizamentos, desabamentos e afetaram o abastecimento de água e energia. Uma criança morreu no município de Ubatuba, também no litoral de São Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (20) a região atingida pelos temporais. A previsão é que ele chegue a São José dos Campos por volta das 10h. De lá, Lula sobrevoa os arredores e desce em São Sebastião. Pelo Twitter, ele lamentou as mortes e manifestou solidariedade às famílias.

Segundo a Defesa Civil de São Paulo, três cidades do litoral norte de São Paulo registraram, nas últimas 24 horas, o volume de chuva esperado para todo o mês de fevereiro. Em São Sebastião, o volume nas últimas 24 horas foi o dobro da média esperada para o mês.




Fonte: Agência Brasil

Comunidade warao enfrenta dificuldade em abrigo improvisado em Roraima


Em frente à Praça Germano Sampaio, no bairro da Pintolândia, em Boa Vista, três jovens estão sentados na calçada. Eles aproveitam a pequena sombra de um muro alto para escapar do sol impiedoso do verão, na capital de Roraima.

O muro cerca um terreno de 15 mil metros quadrados (m²), com um grande galpão, algumas tendas improvisadas, um chão de terra e brita, um campinho de barro com traves tortas de madeira e algumas estruturas cobertas (como uma cozinha comunitária).

Ali vivem seis diferentes comunidades da etnia warao, que fugiram da Venezuela em 2016 e 2017, em busca de melhores condições de vida no Brasil e se estabeleceram no terreno. Hoje somam 340 pessoas, muitas delas crianças já nascidas em solo brasileiro desde a migração do grupo. Segundo eles, alguns já têm visto de residência no Brasil enquanto outros têm status de refugiados.

Boa Vista (RR), 13/02/2023, Abrigo desativado pela Operação Acolhida continua ocupado pelos indígenas venezuelanos da etnia Warao.

Abrigo desativado pela Operação Acolhida continua ocupado pelos indígenas venezuelanos da etnia Warao – Rovena Rosa/Agência Brasil

Quem passa pelo portão de ferro, vê logo na entrada uma caixa d’água com a logomarca da Unicef. Algumas placas também indicam que, um dia, aquele terreno já esteve sob a tutela da Operação Acolhida, uma ação criada em 2018 pelo governo federal para receber, abrigar e reassentar venezuelanos em outras partes do Brasil, em parceria com agências das Nações Unidas (ONU), como o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Desde março de 2022, no entanto, não se vêem mais agentes da Operação Acolhida por ali. Segundo os warao, eles se foram e desativaram o abrigo, chamado de Abrigo de Pintolândia. A coordenação da Acolhida informou que, em novembro de 2021, começou a reestruturar os abrigos indígenas para atender a padrões humanitários internacionais.

Segundo a coordenação, o Abrigo de Pintolândia foi desativado pois apresentava problemas de infraestrutura, habitabilidade, água, saneamento, alagamento e deficiência nas instalações elétricas e hidráulicas.

Outros dois abrigos – Nova Canaã e Tancredo Neves – também foram desativados e, aos warao foi apresentada a proposta para que fossem reassentados em outro local, o Abrigo Waraotuma a Tuaranoko. Parte dos indígenas, no entanto, decidiu continuar por ali.

Boa Vista (RR), 13/02/2023, Abrigo desativado pela Operação Acolhida continua ocupado pelos indígenas venezuelanos da etnia Warao.

Mulheres lavam roupa no antigo abrigo da Operação Acolhida – Rovena Rosa/Agência Brasil

Cada comunidade warao é chefiada por um aidamo, e os aidamos não queriam viver sob a administração da Operação Acolhida, com quem tinham atritos em relação às regras impostas dentro dos abrigos.

“Ficamos aqui porque nossos filhos já estavam estudando perto daqui. E nós já estávamos aqui antes. Também disseram que ia melhorar [nossa situação] mas não melhorou. É outra cultura, outra forma de convivência. Não havia respeito aos aidamos. Nunca nos consultavam. Nunca nos informavam”, conta Euligio Baez, um dos seis aidamos que chefiam o local.

Insegurança alimentar

A escolha não foi fácil. Ao optar por ficar no antigo abrigo, eles teriam a liberdade para se autogovernar, como faziam em seu território originário, mas não teriam mais acesso aos alimentos e à segurança proporcionada pela Operação Acolhida. A situação trouxe o primeiro grande problema para os warao. A maioria deles não têm emprego.

“A maioria segue desempregada. Sem emprego, mas com condição de trabalhar. Temos pessoas que sabem pelo menos ser ajudante, [trabalhar] na área de limpeza e pessoas com formação que são competentes para trabalhar em uma instituição”, diz Jeremias Fuentes, outro aidamo.

Segundo os aidamos ouvidos pela reportagem, a comunidade vive da venda de artesanato, da coleta de material reciclável e de auxílios governamentais. “A maioria aqui é de famílias. São pais que têm quatro, cinco filhos, que têm que buscar uma forma de se manter. Creio que a falta de oportunidades [de emprego] pode ser um tipo de discriminação, porque somos indígenas”, relata Fuentes.

Boa Vista (RR), 13/02/2023, Crianças da etnia Warao brincam no abrigo desativado pela Operação Acolhida, mas que continua ocupado pelos indígenas venezuelanos.

Crianças da etnia Warao brincam no local ocupado pelos indígenas venezuelanos – Rovena Rosa/Agência Brasil

Segundo Norberto Medina, outro aidamo do abrigo, com a pouca renda disponível para a comunidade, a comida é insuficiente. Com isso, os warao normalmente fazem apenas uma refeição por dia. “Já estamos acostumados com isso”.

A comunidade conta também com a ajuda de doações, como as que são feitas pela organização não governamental (ONG) Ação da Cidadania, inclusive de roupas e calçados.

“A gente tem etnias diversas na cidade. Tem os índios do leste, tem os venezuelanos, os índios da Venezuela e estão todos passando fome. A insegurança alimentar é tremenda. Aqui tem várias crianças que estavam desnutridas”, afirma o coordenador de emergências da ONG, Antônio Carlos Silva.

Apesar das dificuldades, os warao persistem com o plano de viver em Boa Vista, pelo menos por agora. “Queremos que nossos filhos sigam estudando e tenham outro futuro. Seria bom que tivéssemos um terreno para plantar milho. Gostaríamos disso. Não sabemos quando poderemos voltar [à Venezuela], mas por enquanto, estamos aqui”, diz Norberto Medina.

O futuro da nova geração warao é também o que faz a comunidade do aidamo Enoc Silva continuar no Brasil apesar das dificuldades: “viemos da Venezuela com um propósito, mas vivemos aqui os mesmos maus tratos que vivíamos na Venezuela. O motivo que estamos aqui é pelas crianças que estão estudando e têm um sonho de um dia fazer faculdade”.

Operação Acolhida

Boa Vista (RR), 13/02/2023, Abrigo desativado pela Operação Acolhida continua ocupado pelos indígenas venezuelanos da etnia Warao.

Abrigo da Operação Acolhida foi desativado no ano passado – Rovena Rosa/Agência Brasil

De acordo com a coordenação da Operação Acolhida, o processo de desativação de Pintolândia envolveu diálogo com as comunidades indígenas abrigadas. “Foram criadas comissões, formadas por beneficiários e representantes das instituições, em contato com pessoas indígenas abrigadas de diferentes perfis e etnias, com o objetivo de deliberarem sobre o espaço físico de novos abrigos, serviços, proteção e mitigação de riscos de segurança”.

A Operação Acolhida destacou ainda que “as comissões discutiram estratégias para a não dependência dos abrigos, ou seja, em contato com a comunidade indígena, também foram desenhadas oportunidades de saída dos abrigos por meio de programas de empreendedorismo, interiorização, apoio financeiro ou emprego formal, um aspecto prioritário apontado pela população para apoiar sua autonomia no Brasil”.

Quem quis pôde se mudar para Waraotuma a Tuaranoko, onde, segundo a coordenação, as “instalações estão mais alinhadas aos padrões de abrigamento emergencial e às necessidades identificadas pelas comunidades, com uma abordagem culturalmente sensível às suas particularidades e levando-se em conta as sugestões feitas em espaços de diálogo” e o novo abrigo destina-se exclusivamente às pessoas indígenas venezuelanas, “não sendo compartilhado com a população não indígena”.

Por fim, a coordenação da operação afirmou que continua comprometida em identificar soluções duradouras que permitam a autonomia das populações indígenas em sua vida no Brasil. A operação informou ainda que “permanece aberta a possibilidade de abrigamento e alimentação das famílias indígenas no novo abrigo Waraotuma a Tuaranoko”.




Fonte: Agência Brasil

Casal é preso com duas armas de fogo dentro de veículo na Rodovia Arlindo Bétio, em Teodoro Sampaio




Além do armamento, Policia Rodoviária também localizou 19 cartuchos intactos dentro do carro. Além das armas, Polícia Rodoviária encontrou 19 cartuchos intactos dentro do veículo
Polícia Rodoviária
Um homem, de 46 anos, e uma mulher, de 38 anos, foram presos com duas armas de fogo dentro do veículo em que estavam na Rodovia Arlindo Bétio (SP-613), neste domingo (19), em Teodoro Sampaio (SP).
Segundo informações da Polícia Rodoviária, a equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) estava em fiscalização, quando se depararam com dois veículos em alta velocidade no km 000,200.
Durante abordagem, os policiais encontraram duas armas de fogo, uma calibre 35 milímetros com oito cartuchos intactos e outra de calibre nove milímetros, com 11 cartuchos também sem uso.
O armamento estava dentro de um dos carros com dois ocupantes, ambos residentes de Teodoro Sampaio.
Diante dos fatos, foi dada voz de prisão em flagrante para o condutor e a passageira. O casal foi conduzido para a Polícia Civil da cidade, onde o delegado ratificou a voz de prisão e arbitrou fiança. Após pagar, ambos foram liberados.
As armas permaneceram apreendidas.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Sapucaí reúne historiografia e delírio no segundo dia de desfiles


A segunda noite de desfiles da Marquês de Sapucaí, nesta segunda-feira (20) trará histórias reais e imaginadas nos enredos das escolas de samba do Grupo Especial, com fábulas delirantes, historiografia e casos difíceis de acreditar. Os desfiles começam com a curiosa chegada dos búfalos à Ilha de Marajó, contada pela Paraíso do Tuiuti, que entra na avenida às 22h.

A jornada dos animais contada pela escola começa na Índia e está relacionada ao comércio de especiarias para o Ocidente. Um navio com búfalos e temperos viajava do país asiático para a Guiana Francesa, mas afundou bem diante da costa brasileira, onde os bovinos conseguiram chegar como náufragos e se tornaram símbolo cultural. Um dos carnavalescos da Tuiuti, João Vitor Araújo jura que foi assim.

“A tripulação humana morreu, mas os bichos conseguiram nadar até a Ilha de Marajó. Se você me perguntar como, não sei”, confessa. “Só sabemos que chegaram à costa, se adaptaram ao clima e vivem felizes até hoje. E hoje a Ilha de Marajó tem uma das maiores manadas do mundo”.

A partir dessa saga inacreditável, a escola descreve as belezas naturais da ilha e também a arte e o folclore marajoaras, famosos internacionalmente. O enredo homenageia ainda o compositor Mestre Damasceno e o carimbó.

Centenária

O desfile de 2023 vai marcar o centenário da Portela, a maior campeã da história do carnaval do Rio de Janeiro. A escola azul e branco de Madureira vai aproveitar a efeméride para visitar sua própria história, trazendo de volta cinco figuras marcantes, que no carnaval recebem o título de baluartes: o sambista histórico Paulo da Portela; a porta-bandeira Tia Dodô; o bicheiro e patrono Natal da Portela, e os cantores e compositores David Corrêa e Monarco.

Paulo da Portela será interpretado na avenida pelo ator Ícaro Silva, que considerou o convite uma grande honra pela importância histórica do sambista.

“Ajudou a tirar o samba da marginalidade, inventou o samba-enredo e trouxe para a nossa cultura popular o desfile de carnaval como a gente conhece hoje. Então é uma grande honraria não só pra mim como amante da escola, mas como artista e preto, e brasileiro, representar esse homem que tanto fez pela nossa população e pela tradição da cultura afro-brasileira”, disse o ator.

Também azul e branca, a Vila Isabel vai falar das festas religiosas de diversas crenças, destacando não apenas a espiritualidade, mas a diversão que elas promovem. Estão no enredo festas pagãs da antiguidade, festas dos padroeiros religiosos, festas populares como o São João e celebrações com origem indígena como a de Parintins. O carnaval, é claro, não fica de fora e será o grand finale do desfile.

O carnavalesco Paulo Barros lembra que o carnaval também é uma festa com origem religiosa e adianta que o desfile será uma grande miscelânea de celebrações. “O enredo está baseado na alegria e na diversão. Depois de um longo tempo com a pandemia, que nos deixou muito tristes, a gente estudava um enredo para a Vila e só pensava em alegria e diversão”.

A literatura de cordel é a grande inspiração da Imperatriz Leopoldinense para imaginar a chegada de Lampião à vida após a morte. Céu? Inferno? A Imperatriz vai contar que o cangaceiro não conseguiu abrigo em nenhum dos dois e voltou à Terra.

A história fantástica é uma adaptação de cordéis de José Pacheco, Guaipuan Vieira, Rodolfo Coelho Cavalcante e Moreira de Acopiara. O carnavalesco Leandro Vieira é o responsável pela pesquisa e desenvolvimento e imaginou um Lampião arruaceiro demais para ser aceito pelo Tinhoso, e pecador demais para que São Pedro lhe abrisse as portas do céu. Nem a intercessão de Padre Ciço resolve, e Virgulino termina se espalhando por todo o Brasil, na arte de Luiz Gonzaga e Mestre Vitalino.

“Lampião é esse personagem mítico do folclore brasileiro que em diversas áreas foi abraçado como uma figura típica da brasilidade. Então, ao se debruçar, nesses cordéis, a gente procura encontrar um destino delirante para essa figura tão contraditória e fascinante da cultura brasileira”, explica o carnavalesco Leandro Vieira. “Meu interesse não é saber se ele é herói ou vilão, não é fazer um julgamento do Lampião nem apresentar sua biografia”.

Depois da jornada de Lampião após a morte, a Beija-Flor vai entrar na avenida falando de eventos históricos reais, mas nem sempre lembrados. A escola de Nilópolis vai contar a “verdadeira independência do Brasil”, em 2 de julho de 1823, quando soldados brasileiros derrotaram tropas portuguesas que ainda estavam na Bahia, mesmo após o grito de Dom Pedro I às margens do Ipiranga.

A sinopse do enredo, intitulada Convocação, propõe a revisão do que é considerado o marco histórico da Independência, o 7 de setembro. “O triunfo popular de 1823 é muito mais sobre nós e sobre nossas disputas. O Dia da Independência que queremos é comemorado ao som dos batuques de caboclo, cantando que até o sol é brasileiro. Precisamos festejar os marcos populares em festas que tenham cheiro, cor e sabor de brasilidade, reconhecendo o protagonismo feminino e afro-ameríndio. Somos aqueles e aquelas que, excluídos dos espaços de poder, ousam ter esperança no amanhã. O Brasil precisa reconhecer os muitos Brasis e suas verdadeiras batalhas”.

A partir dessa mudança, a escola propõe uma releitura de toda a história brasileira, em um desfile que é também um “ato cívico pela construção de um Brasil livre, soberano e verdadeiramente independente. Fazemos festa porque esta é, também, manifestação política e na festa carnavalesca gritamos que outros Brasis são possíveis”, convoca a Beija-Flor.

Os desfiles do grupo especial terminam com uma homenagem da Viradouro a uma personagem pouco conhecida da história brasileira, Rosa Maria Egipcíaca, uma mulher africana nascida no Benin e escravizada no Brasil, onde viveu uma vida marcada também por visões, profecias e fé.

A escola de Niterói vai contar como a autora de Sagrada teologia do amor de Deus luz brilhante das almas peregrinas, livro do qual pouco foi preservado, causou a ira da Igreja Católica ao narrar experiências extrasensoriais com Jesus Cristo e mesclar suas raízes africanas aos ritos cristãos. Esse incômodo terminou em perseguição, e Rosa Maria foi presa e levada pela Inquisição para Lisboa, onde permaneceu até sua morte, em 1771.

Confira o horário em que cada desfile começa:

Paraíso do Tuiutí: 22h

Portela: 23h

Vila Isabel: 0h

Imperatriz: 1h

Beija-Flor: 2h

Viradouro: 3h




Fonte: Agência Brasil

Lula visita áreas atingidas por temporais no litoral norte de SP


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (20) as áreas afetadas pelas fortes chuvas e desabamentos no litoral paulista, especialmente em São Sebastião, onde morreram pelo menos 36 pessoas. Uma criança morreu em Ubatuba.

A previsão é de que o presidente deixe Salvador agora de manhã e chegue a São José dos Campos por volta das 10h. De lá sobrevoa a região e desce em São Sebastião, o município mais atingido pelas chuvas, que superaram 600 milímetros em menos de oito horas.

Em mensagem divulgada ontem à noite no Twitter, Lula disse que serão reunidos todos os níveis de governo e, com a solidariedade da sociedade, atender feridos, buscar desaparecidos, restabelecer as rodovias, ligações de energia e telecomunicações na região. Ele lamentou as mortes e manifestou solidariedade às famílias.

O presidente disse ainda que conversou com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, com o governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas e com o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto sobre a situação.

Segundo a Defesa Civil de São Paulo, três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo tiveram, nas últimas 24 horas, o volume de chuva esperado para todo o mês de fevereiro. Em São Sebastião, o volume nas últimas 24 horas foi o dobro da média esperada para o mê

As chuvas persistentes causaram bloqueio de estradas, queda de barreiras, inundações, deslizamentos, desabamentos e afetaram o abastecimento de água e energia na região.




Fonte: Agência Brasil

São Paulo tem carnaval com forró e afro axé em bairros periféricos


É no ritmo do forró que as ruas de São Miguel Paulista vão celebrar o carnaval em São Paulo nesta terça-feira (21). Bairro localizado no extremo da zona leste paulistana, São Miguel Paulista é um reduto nordestino e, durante a maior festa cultural brasileira, não deixa de mostrar suas raízes para a cidade que os acolheu.

Foi nesse bairro que, em 2012, surgiu o Bloco do Baião, uma homenagem ao centenário do grande mestre sanfoneiro brasileiro, Luiz Gonzaga. O Bloco do Baião é um dos quase 500 blocos carnavalescos que desfilarão pela capital paulista entre o pré-carnaval e o pós-carnaval. A maior parte desses blocos passam pelo centro da cidade, mas apesar do menor investimento, há folia rolando também pelas periferias de São Paulo. Pela zona leste, por exemplo, passarão 68 blocos, sendo oito deles somente na subprefeitura de São Miguel Paulista.

Bloco do Baião - Carnaval

Bloco do Baião vem celebrar a tradição popular nordestina- Carnaval – TV Brasil

O Bloco do Baião foi criado para representar e celebrar a tradição popular nordestina. Todos os anos, ele sai em cortejo com sanfoneiros, zabumbeiros, trianguleiros, rabequeiros e uma ala de frente formada por Lampião e Maria Bonita. “O forró é uma sequência de ritmos nordestinos. Dentro dele existe o xote, o xaxado, o baião, o coco, o arrasta-pé. E isso é o Bloco do Baião. Foi uma forma de não deixar acabar essa cultura, de não deixar acabar com essa tradição”, explicou Wagner Ufracker da Silva, mais conhecido como Zé da Lua, fundador do Bloco do Baião.

“Os moradores aqui [de São Miguel Paulista], em sua maioria, não têm condições de ir para o Sambódromo. Então temos aqui blocos com uma diversidade muito grande. O Bloco do Baião representa a cultura nordestina. Tem o bloco dos sertanejos, da cultura afro-brasileira, do samba” detalha. “Aqui em São Miguel Paulista, por exemplo, a gente não tem locais de entretenimento como em outros lugares da cidade. É muito carente. Então fazemos um Carnaval voltado para a família e para a criançada”.

Neste ano, o bloco vai homenagear dois mestres da cultura do bairro: Sacha Arcanjo e Alzira Viana, que fundaram a Praça do Forró e também ajudaram a criar o Bloco do Baião.

Alzira e Sacha no Carnaval de São Paulo

Alzira e Sacha são os homenageados deste ano do Bloco do Baião – TV Brasil

“Meu pai era forrozeiro. Onde ele ia, ele me levava. Com cinco anos de idade eu já estava no forró”, contou Alzira, em entrevista à TV Brasil. “O forró já tinha dominado a minha cabeça, não tinha mais como voltar atrás. Pegou no sangue”, diz.

“A gente põe lá um arrasta-pé, um xote, que o pessoal curte bem, e dá para fazer a mesma magia do carnaval. E estamos com o Bloco do Baião fazendo isso”, contou Sacha.

Alzira destaca que o forró é mesmo um ritmo que apaixona as pessoas. “O forró não nasceu para morrer, mas para ficar. O forró é vida. Só quem dança e que toca é que sabe”, pontua.

Diversidade cultural

As periferias de São Paulo mostram que o carnaval brasileiro não é feito só de marchinhas, samba ou axé. Há espaço para todo ritmo, todo tipo de festa, todo tipo de manifestação. Esse também é o caso do Bloco Afro É Di Santo, que percorre as ruas de M´Boi Mirim, na zona sul paulistana. Surgido em 2010, o bloco tem como base o samba-reggae e ritmos de origem afro-brasileira.

“Neste ano, o nosso tema é Águas de Axé nos Caminhos do Bloco Afro É Di Santo. Nosso bloco tem dois patronos: Oxalá e Oxum, que são orixás. Uma de nossas características é trazer, para os tambores, os ritmos das religiões de matrizes africanas e, a partir daí, nos encontrarmos tanto na nossa fé quanto no ritmo. A partir da nossa ancestralidade, do que a gente é o que a gente faz no território, vamos cantando e resistindo contra todas essas violências que a gente sofreu e vem sofrendo ao longo do tempo”, disse Andrea Souza de Oliveira, co-fundadora do bloco.

O cortejo percorre as ruas do M´Boi Mirim sempre nas segundas-feiras de carnaval. “Nós somos um bloco afirmativo periférico, um bloco afro. Esse é o Bloco Afro É Di Santo, com essa identidade afro-brasileira e que tem como influência o samba e o reggae, inspirados nos blocos de Salvador, nos toques de terreiro e na consciência de afirmação negra e de cultura anti-racista”, descreveu Mestre Rabi Batuqueiro, fundador do bloco.

“As pessoas que a gente convidou para fazer parte do bloco também vêm desse meio cultural, da cultura que usa as ruas para se manifestar, para mostrar o que a gente faz, de onde a gente veio. A rua é nosso lugar de expressão”, falou Mestre Rabi.

Descentralização

O carnaval de rua é uma festa democrática e, em São Paulo, ele tem caminhado para também ser descentralizado, ampliando a ideia de ocupação da cidade.

Dos 475 blocos previstos para desfilar neste ano no carnaval de Rua de São Paulo, 123 vão ocorrer nas periferias da cidade, informou a Secretaria Municipal de Cultura. A expectativa da prefeitura é que cerca de 300 mil pessoas acompanhem o carnaval periférico. Essa previsão, informou a secretaria, desconsidera a região central, a Vila Mariana e Pinheiros, bairros que concentram atualmente a maioria dos blocos da cidade.

“Entre os desfiles na periferia estão blocos em Itaquera, Grajaú, São Miguel Paulista, Sapopemba, Brasilândia, Pirituba, Guaianases, M’Boi Mirim, Cidade Tiradentes e Ermelino Matarazzo. Enquanto o centro concentra megablocos, os bairros periféricos têm maior quantidade de blocos pequenos e regionais”, informou a secretaria, por meio de nota.

O carnaval de rua sempre existiu nas comunidades mais periféricas da cidade. Mas ele ganhou impulso nos últimos anos, com o surgimento de novos blocos e formas de celebração. “Os blocos de Carnaval sempre existiram nas periferias, mas é fato que nos últimos 10 ou 15 anos, aumentou muito a presença desses blocos nos bairros de periferia”, disse Tiaraju Pablo D´Andrea, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Centro de Estudos Periféricos.

Em entrevista à TV Brasil, ele apontou três principais hipóteses para esse crescimento do Carnaval periférico. Uma delas, disse ele, é o que ele chama de “primavera cultural periférica”, com a proliferação de coletivos culturais e artísticos nas periferias de São Paulo. Uma segunda hipótese, diz ele, tem relação com os movimentos populares e sociais de ocupação de espaços públicos. E, por fim, ele destaca o fato das escolas de samba não estarem mais conseguindo aglutinar a massa que quer curtir o carnaval. “Ás vezes as escolas de samba têm um formato um pouco mais rígido. É uma competição ou precisa pagar fantasia ou precisa ter assiduidade nos ensaios. Por isso, a população, de forma geral, acaba preferindo algo mais leve, descompromissado e sem necessidade de se pagar por fantasias”, disse ele.

Uma característica desse carnaval, destacou ele, é ser mais heterogêneo, uma forma de expressar as diversas raízes culturais da população que vive longe do centro. “É na periferia que habita a classe trabalhadora brasileira, a população mais empobrecida do ponto de vista cultural ou das relações sociais e é na periferia que há uma certa interculturalidade, uma heterogeneidade no que se refere às raízes culturais. Isso se expressa na maneira como as periferias mostram sua cultura e, no carnaval, isso não seria diferente”, conclui.

“São Miguel Paulista é um bairro eminentemente nordestino e é óbvio que, em uma de suas expressões carnavalescas, ele iria reivindicar essa origem, essa musicalidade que vem do Nordeste brasileiro. A zona sul de São Paulo tem uma presença negra muito evidente e que se expressa também na defesa das tradições e da origem africana. Vale destacar ainda outras reivindicações que vêm sendo feitas por meio do carnaval: há blocos que defendem a chamada cultura tradicional, blocos que defendem a cultura indígena e blocos que vão querer cantar aquilo que as pessoas gostam de escutar. Então a gente vai ter bloco carnavalesco que canta música sertaneja, que é muito escutada nas periferias. Estamos vendo que, por meio do Carnaval, uma série de gostos e formas musicais estão se expressando”, disse o professor.

*Em colaboração com Priscila Kerche e Thiago Padovan, da TV Brasil




Fonte: Agência Brasil