Boituva decreta situação de emergência em razão de fortes chuvas


A prefeitura de Boituva decretou hoje (18) situação de emergência em razão dos alagamentos e danos causados pelas chuvas intensas que têm atingido a cidade nos últimos 35 dias. Segundo o prefeito da cidade, Edson Marcusso, há 70 famílias ilhadas no município.

“Estamos reunidos emergencialmente no paço municipal onde decidimos baixar o decreto de situação de emergência para fazer frente ao agravamento da situação das enchentes devido às cheias do Rio Sorocaba. Tem chovido muito na região e, em alguns locais, famílias encontram-se ilhadas. São mais de 70 famílias hoje já nessa situação”, disse o prefeito nas redes sociais.

A administração municipal elenca dificuldades de acesso a bairros rurais, o que afeta serviços de educação, saúde e segurança; queda de pontes e de árvores; deslizamentos; alagamentos de propriedades, desalojamento de famílias, danos materiais, econômicos e sociais; e perda de pavimento em zona urbana, afetando a mobilidade dos munícipes.

Segundo a prefeitura, com o decreto, fica a municipalidade autorizada a dispensar de licitação os contratos para continuidade dos serviços públicos ou de segurança de pessoas, obras, serviços e equipamentos, em casos caracterizados de urgência ou de calamidade pública.

O decreto 2.840 de 2023 terá validade enquanto persistirem os efeitos das chuvas e tem vigência a partir da zero hora de amanhã (19).




Fonte: Agência Brasil

Marido enche a cara de pinga, pega marreta e parte para cima da esposa no Jardim São Bento, em Presidente Prudente



Depois de quebrar a porta de um quarto onde a vítima tentava se refugiar, o homem, de 44 anos, conseguiu agredir a mulher, de 36 anos, com uma ripa de madeira. Um homem, de 44 anos, foi preso em flagrante por violência doméstica na madrugada deste sábado (18), no Jardim São Bento, em Presidente Prudente (SP).
A vítima foi a esposa dele, uma mulher, de 36 anos, que, segundo as informações do Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, contou que seu marido havia bebido pinga e ficado muito exaltado, passando a xingá-la. Segundo a vítima, o homem também pegou uma marreta e partiu em sua direção e ela se trancou em um quarto da casa, mas o suspeito começou a danificar a porta.
Um outro homem, de 70 anos, que testemunhou a situação, conseguiu tomar a marreta do agressor, porém, com uma ripa da porta já danificada, o marido desferiu um golpe de madeira na esposa.
Quando os policiais militares acionados para o atendimento da ocorrência chegaram ao local, o indiciado estava no imóvel e negou os fatos, apresentava-se exaltado e não quis fornecer a versão dele.
Em razão do estado exaltado, os policiais algemaram o preso e o conduziram à Delegacia Participativa da Polícia Civil.
Na delegacia, a mulher relatou que o seu marido começou a beber pinga no interior da residência e que “do nada” ele passou a ofendê-la com termos injuriosos, tais como “vagabunda” e “safada”, entre outros.
Em seguida, o indiciado desferiu um tapa em sua cabeça, e começou “a fechar a mão” e agredi-la com socos. Para se defender, a mulher puxou os cabelos dele, mas, mesmo assim, ele ainda a agredia com socos.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a mulher conseguiu trancar a porta do quarto, enquanto o agressor ficou do lado de fora. Então, o indiciado apanhou uma marreta e passou a golpear a porta do quarto, danificando-a.
O indiciado quebrou a porta e foi na direção da mulher para agredi-la. No entanto, ele só não conseguiu agredi-la com a marreta porque o idoso o segurou e retirou a ferramenta das mãos dele. Porém, o indiciado pegou uma ripa da porta danificada e desferiu um golpe na perna da mulher, provocando lesão.
Em seguida, o idoso conseguiu segurar o indiciado e a mulher acionou a Polícia Militar. O agressor, com uma vassoura em mãos, ainda correu atrás da mulher, que conseguiu escapar e não foi alcançada.
A Polícia Civil decretou a prisão em flagrante do suspeito, mas deixou de realizar o interrogatório dele, inviabilizado em razão de seu estado exaltado.
O homem preso irá responder pelos crimes de violência doméstica, lesão corporal contra mulher e injúria.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Foliões festejam o carnaval e deixam muito lixo no Rio


A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro recolheu 61,4 toneladas de resíduos, a maior parte (53,3 toneladas) na área interna da Passarela do Samba, na Avenida Marquês de Sapucaí, e o restante – 8,1 toneladas -, na área externa. Foi o resultado do primeiro dia de desfiles das Escolas de Samba da Série Ouro, o grupo de acesso.

Somado ao que tinha sido recolhido nos dois dias que antecederam a abertura oficial dos desfiles, a quantidade removida de resíduos chega a 89,6 toneladas, sendo 83,3 de lixo orgânico e 6,3 de materiais potencialmente recicláveis. A operação de limpeza do Sambódromo começou às 6h de ontem (17).

Blocos

Nos desfiles dos blocos, desde o início do pré-carnaval, no último dia 4, a Comlurb recolheu 183,4 toneladas de resíduos. Desse total, 12,4 toneladas foram ontem (17). De acordo com a companhia, os blocos que deixaram maior quantidade de lixo foram Carmelitas, em Santa Teresa, na zona sul, com quase 4 toneladas, e Senta que eu empurro, no Catete, região central, com 3 toneladas.

O esquema de limpeza da Comlurb para o carnaval inclui 3.657 garis por dia. Só na parte interna do Sambódromo são até 889 garis diariamente, com o apoio de 21 veículos, sendo 14 caminhões compactadores, quatro basculantes, dois mini basculantes e uma pipa d’água para lavagem da pista com água de reúso. Além disso, são utilizados 34 equipamentos, sendo 20 sopradores, 12 mini varredeiras e duas caixas compactadoras.

A Comlurb está recolhendo materiais potencialmente recicláveis na Passarela do Samba, com exceção de latinhas, a cargo de uma cooperativa. Para o serviço de coleta seletiva são 22 garis. Mais 20 atuam na limpeza dos sete postos de saúde da Marquês de Sapucaí. Foram instalados 800 contêineres, de 240 litros, para o descarte correto dos resíduos.

Na área externa, incluindo o Terreirão do Samba, espaço de shows próximo ao Sambódromo, são até 145 garis por dia com o apoio de dois caminhões compactadores. No local foram instalados 100 contêineres de 240 litros.

Na zona norte, na Avenida Ernani Cardoso, a chamada Nova Intendente, em Cascadura, onde desfilam as escolas das séries Prata, Bronze e Grupo de Avaliação, estão no trabalho até 131 garis diariamente, que utilizam seis caminhões compactadores, uma varredeira de grande porte e duas minivarredeiras. Nessa área, a Comlurb disponibilizou 200 contêineres de 240 litros. A empresa conta com equipes de garis também na limpeza dos bailes oficiais da cidade.

Multa

Desde o início do pré-carnaval, as equipes do Lixo Zero aplicaram 355 multas, sendo 194 por descarte de pequenos resíduos, no valor de R$ 273,09, e 161 por pessoas urinando em via pública – R$ 748,21.

A Comlurb decidiu multar os responsáveis pela empresa Minha Luz é de Led Produções Artísticas, que se concentrou na noite de quinta-feira (16) na Praça Mauá, no centro. Os responsáveis que pediram, mas não conseguiram autorização da prefeitura para o desfile, resolveram fazer o evento mesmo assim, deixando lixo e destruição, com a invasão da área cercada do Museu do Amanhã. A Comlurb, que começou a limpeza ainda na madrugada, entregou a área limpa na manhã seguinte.

Com endereço registrado em Ipanema, na zona sul do Rio, a Minha Luz é de Led, será autuada pelo Programa Lixo Zero, da Comlurb. “Por não ter apresentado prévia de plano de remoção dos resíduos, ampliado o valor devido ao grande impacto paisagístico, à forma de disposição dos resíduos, ao tamanho da área afetada e volume gerado, expondo a riscos de insalubridade e danos físicos a população e profissionais de limpeza da Comlurb”, informou a companhia.

Por não realizar a remoção dos resíduos gerados no evento, depositados irregularmente no local, conforme o Auto de Constatação, as multas somaram R$ 21.487,54. “A companhia ainda avalia se fará a cobrança dos custos com a limpeza”, concluiu.




Fonte: Agência Brasil

Chuva e trovoadas deixam SP em estado de atenção para alagamentos


A chuva moderada com trovoadas, que ocorrem na cidade de São Paulo no início desta tarde (18) deixam em estado de atenção para alagamentos as zonas Leste e a Marginal Tietê, informou o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE).

Segundo o órgão, áreas de instabilidade formadas pela propagação de uma frente fria ao largo do litoral paulista começam a provocar chuva moderada a forte entre as subprefeituras de São Mateus, Aricanduva/Vila Formosa, Sapopemba e os municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

A tendência é de deslocamento lento, o que potencializa a formação de alagamentos intransitáveis, formação de enxurradas repentinas e rápida elevação de pequenos rios e córregos. O tempo permanece instável durante toda a tarde com previsão de chuva que pode se generalizar. A expectativa é de grandes volumes de chuva.

Próximos dias

O domingo (19) será chuvoso e a expectativa é de elevados volumes de chuva, o que vão manter o potencial alto para formação de alagamentos, transbordamentos e deslizamentos de terra nas áreas de risco. Os maiores acumulados de chuva devem se concentrar entre a madrugada e o início da tarde. Os termômetros oscilam entre 18°C e 22°C.

Na segunda-feira (20), a área de baixa pressão vai se deslocar para o sul do estado de São Paulo e litoral da Região Sul. Dessa forma, o sol volta a aparecer entre nuvens pela manhã e primeiras horas da tarde na capital e Grande São Paulo. Com o aquecimento e a entrada da brisa marítima, áreas de instabilidade se formam e provocam chuva em forma de pancadas moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento entre o meio da tarde e o início da noite. O solo encharcado mantém alto o potencial para formação de alagamentos e deslizamentos de terra. Mínima de 19°C e máxima de 28°C.

Medidas simples podem amenizar os efeitos dos alagamentos, aconselha o CGE:

– Evite transitar em ruas alagadas;

– Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas;

– Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda;

– Mantenha-se longe da rede elétrica e não pare debaixo de árvores. Abrigue-se em casas e prédios;

– Planeje suas viagens, para que haja menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas;

– Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) através do número 156 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.




Fonte: Agência Brasil

Itália pede ao Itamaraty que Robinho cumpra pena no Brasil


O Itamaraty confirmou em nota que recebeu do governo italiano um pedido para que a execução da pena do ex-jogador Robinho seja em território brasileiro. O ex-atleta e um amigo, Ricardo Falco, foram condenados a nove anos de prisão por violência sexual cometida em 2013, contra uma jovem de 23 anos, em uma boate em Milão.

“Comunicação recebida do governo italiano, por meio da qual se transmite decisão da Justiça daquele país sobre o tema, foi encaminhada à análise do Departamento de Repatriação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, diz a pasta em nota divulgada nessa sexta-feira (17) .

O documento lembra que a análise de processos desta natureza é de competência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), autoridade central para a cooperação jurídica internacional, inclusive para os casos de extradição e de transferência de condenados. “Cabe ao Ministério das Relações Exteriores auxiliar o MJSP no encaminhamento da documentação às autoridades estrangeiras competentes, por meio das missões diplomáticas no exterior”, acrescenta a nota.

Ainda segundo o Itamaraty, em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724 de 2012, “informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais”.

Histórico

Em novembro do ano passado, o governo italiano já havia feito um pedido de extradição do ex-jogador. A solicitação acabou negada por não ser algo permitido pela Constituição brasileira.




Fonte: Agência Brasil

Modernização expulsou samba do centro de São Paulo


A construção da Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, na zona leste da capital paulista, o prolongamento da Avenida Pacaembu, na zona oeste e a construção da futura Estação Saracura/14 Bis, na região central, são alguns dos exemplos de como a modernização da cidade de São Paulo, por meio de obras de infraestrutura, apaga a memória material de territórios ocupados desde o período colonial pela população negra, e transfere para a periferia os locais de produção e manifestação cultural dos negros. 

A análise é de um grupo de pesquisadores que se reuniu no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), na capital paulista, na véspera do carnaval, para discutir o deslocamento forçado, para longe do centro da cidade, de um dos componentes mais marcantes dos territórios negros, o samba.

“O poder instituído tem agido de diversas formas, mas tem uma forma que sempre se repete, é a carta coringa desse poder, que é infraestrutura. É muito difícil ir contra esse tipo de necessidade, todo mundo precisa do transporte. Ninguém vai questionar. Você até questiona um empreendimento imobiliário, mas ninguém questiona uma obra de infraestrutura”, destaca Gleuson Pinheiro, pesquisador do Laboratório Cultura, Cidade e Diáspora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Pinheiro, que também é carnavalesco de escolas de samba e professor da Escola da Cidade –  Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, estudou em seu mestrado o caso da escola de samba Príncipe Negro, fundada no bairro de Vila Prudente, na zona Leste, na década de 60, mas forçada a se mudar para bem longe dali, nos anos 80, a Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital.

“A história do príncipe, originalmente sediado na Vila Prudente, é um caso típico da expulsão da população negra para as periferias mais distantes, conforme a metrópole se expande. Naquele caso, a construção da Avenida Professor Luiz Inácio de Anhaia Mello foi determinante para que negros perdessem a moradia e não tivessem condições de permanecer na região”, afirma.

A escola de samba, que hoje está no Grupo de Acesso de Bairros 1, viu os membros de sua comunidade terem de sair da região após a valorização imobiliária trazida pelo processo de construção da nova avenida.

“[A] periferia deixa de ter um significado exclusivamente espacial e passa a definir o lugar de determinadas manifestações culturais centrais ou protagonistas e manifestações periféricas ou à margem. Nesse contexto, manifestações culturais da população negra são empurradas duplamente para as margens: tanto para os limites periféricos da cidade – acompanhando a expulsão da população negra para a periferia – quanto para fora dos eventos, circuitos e espaços culturais oficiais da cidade”, escreve em seu mestrado, defendido na USP.

O afastamento da população negra das áreas centrais de São Paulo não só restringe o alcance das manifestações culturais, como afeta diretamente a existência dos negros na maior cidade do país. O Mapa da Desigualdade, publicado no fim de 2022 pela Rede Nossa São Paulo e o Instituto Cidades Sustentáveis, mostra uma diferença de até 21 anos na expectativa de vida de quem mora na área nobre central do município e quem mora na periferia.

“À medida que você vai saindo do centro da cidade, deixa a região da Faria Lima, Moema, à medida que você se dirige para as bordas, para o leste, o oeste da cidade, a cada quilômetro que você anda, é um ano a menos de vida estatisticamente”, destaca Bruno Baronetti, doutor em história pela USP e pesquisador da cultura popular brasileira.

“A pessoa que está na cidade Tiradentes vai ter 20 anos a menos de vida do que uma pessoa que tá morando nos Jardins. É disso que a gente tá falando, de expulsão de pessoas, e essa expulsão produz uma cidade desigual, que gera pessoas que vão ter uma expectativa de vida 20 anos menor”, ressalta.

Largo da Banana

Conhecido como o berço do samba de São Paulo, o Largo da Banana, que ficava na região da Barra Funda, na zona oeste da capital, era ponto de encontro dos negros desde o fim do século 19. Em 1958, no entanto, com o prolongamento da Avenida Pacaembu até a Marginal Tietê, e a construção do Viaduto Pacaembu, o largo deixou de existir. Hoje, no local, resta apenas uma placa, colocada em 2021 nas proximidades do viaduto, para marcar que o local foi ponto inicial do samba paulistano, onde estivadores negros se reuniam em roda de samba e capoeira.

“O Largo da Banana é extinto em 1950 para, mais uma vez em nome do progresso, a construção do Viaduto Pacaembu e da Avenida Pacaembu. Se você for pesquisar nos acervos dos jornais, dos principais jornais da cidade, só há referências ao Largo da Banana nas páginas policiais. Não há nenhuma referência, para a grande imprensa, de que ali se praticava samba, que era um local de sociabilidade”, destaca Baronetti.

“Essas pessoas que fazem esse samba no Largo da Banana serão fundamentais para a construção das escolas de samba e dos cordões carnavalescos aqui em São Paulo, no começo do século 20”, acrescenta.

De acordo com a pesquisadora de tradições e cultura afro-brasileira, sambas e escolas de samba,  doutora e mestre em ciência da religião, Cláudia Alexandre, o mesmo processo de apagamento de uma grande referência cultural negra – que ocorreu com o Largo da Banana – está se repetindo atualmente com a construção da Estação de Metrô Saracura/14 Bis, no centro de São Paulo.

No local, hoje bairro do Bixiga, existiu o Quilombo Saracura, e foi a sede da escola de samba Vai-vai. No início do século passado, a região era conhecida por nomes como Pequena África ou Quadrilátero Negro, devido à ocupação de pessoas descendentes do antigo quilombo.

Foi essa comunidade que fundou, em 1930, uma das mais importantes e tradicionais escolas de samba da cidade de São Paulo, a Vai-vai, com origem em um cordão carnavalesco que saía pelas ruas do bairro. Em 2021, a escola de samba deixou a sede na região, que foi demolida para dar lugar às obras da futura estação de metrô.

“A gente está dizendo que o projeto do metrô foi pensado para passar por cima de um patrimônio negro, de um território negro, desprezando as histórias e as memórias que estão ali. É apagar de vez a história do Quilombo Saracura, que a gente não acessa na própria história e memória oficial de São Paulo. O metrô foi projetado em cima de um patrimônio histórico da cidade que é a Escola de Samba Vai-vai, e a história que ela guardava e preservava do próprio quilombo do passado”, afirma Alexandre.

O Movimento Mobiliza Saracura Vai-vai entrou, na semana passada, com ação judicial pedindo a garantia de preservação do sítio arqueológico encontrado nas obras da Estação 14 Bis, na região central paulistana, que vai integrar a futura Linha 6 Laranja do Metrô. Segundo a articulação, que reúne cerca de 150 coletivos e organizações da sociedade civil, as obras, já iniciadas, colocam em risco possíveis vestígios do Quilombo Saracura, uma comunidade formada por pessoas que foram escravizadas onde está atualmente o bairro do Bixiga.

A concessionária responsável pela construção da estação, a Linha Uni, disse, em nota, que  “tem dialogado com as partes interessadas para, após a identificação da origem dos achados, apoiar a comunidade em futuros projetos educativos e de preservação do patrimônio”. Segundo a empresa, o Movimento Saracura Vai-vai tem acompanhado os trabalhos com reuniões e visitas ao canteiro.




Fonte: Agência Brasil

Previsão de chuva forte deixa regiões do Rio de Janeiro em alerta


Nas últimas 24 horas, os Bombeiros do Rio atenderam 150 ocorrências relacionadas às chuvas em todo o território fluminense. Entre elas 40 salvamentos de pessoas presas ou ilhadas, duas inundações, 7 desabamentos e deslizamentos e 101 cortes de árvores.

De acordo com a Defesa Civil do Estado, a passagem da frente fria pelo oceano e a atuação de um sistema de baixa pressão sobre o estado do Rio de Janeiro provocarão também chuvas fortes a muito fortes, a partir da manhã deste sábado na Costa Verde e, a partir da tarde, nas regiões: Sul, capital, Serrana, Baixada Fluminense e Metropolitana. Nas demais regiões há previsão de chuva moderada a forte, a partir da tarde.

Capital

Segundo o Alerta Rio, serviço da prefeitura, a aproximação e passagem de uma frente fria sobre o oceano influenciarão o tempo na cidade do Rio de Janeiro hoje (18). O dia terá céu parcialmente nublado a nublado e há previsão de pancadas de chuva moderada a forte a partir da tarde. Ainda conforme o Alerta Rio, os ventos estarão moderados entre 18,5 km/h a 51,9 km/h e as temperaturas terão declínio acentuado, com máxima de 34°C.

A Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec-RJ) e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), monitoram as precipitações em todo o estado. A intenção é prevenir e minimizar qualquer possível dano. Os agentes da Defesa Civil Estadual permanecem em contato frequente com as Prefeituras, para dar suporte nos casos em que as ocorrências extrapolam a capacidade de resposta da gestão municipal.

Monitoramento

Além de monitorar as condições meteorológicas, o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) segue avaliando os níveis pluviométricos e enviando alertas para os municípios. Por volta das 11h, estava alto o risco hidrológico na Região Metropolitana com alerta para inundações e alagamentos em São Gonçalo, onde a chuva forte de segunda-feira (13) à noite causou a morte de quatro pessoas.




Fonte: Agência Brasil

Escolas de São Paulo mostram cultura negra, indígenas e samba


Sete escolas do Grupo Especial abriram o carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, nessa sexta-feira (17). A Independente Tricolor foi a primeira a entrar na avenida com o enredo Samba no pé, lança na mão, isso é uma invasão!. 

O samba-enredo, cantado por Pê Santana e Lico Monteiro, faz alusão à estratégia para vencer batalhas, partindo da vitória grega sobre os troianos, e à conquista de espaços, uma referência ao retorno da escola ao Grupo Especial em 2023, após três anos no grupo de acesso.

Na avenida, os carros mostraram os principais símbolos da mitologia, como o famoso Cavalo de Troia; os Mistérios do Mar Egeu; e a escultura mais alta da escola, o Deus da Mitologia Grega Ares, que representa a guerra. Outros deuses foram mostrados no desfile, como Hermes, o mensageiro; Hades, deus do submundo; Afrodite, deusa do amor; Erebro, deus da escuridão e o deus Dionísio. O casal de porta -bandeiras simbolizou Helena e Páris, que deu origem à Guerra de Troia, uma disputa entre gregos e troianos, por volta do século 12 a.C.

Acadêmicos do Tatuapé

A Acadêmicos do Tatuapé surpreendeu com uma sereia de olhos brancos na comissão de frente e evoluiu mostrando a homenagem à cidade de Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.

A natureza exuberante da cidade foi retratada pela escola em carros que mostravam os indígenas que moravam na região, além dos caiçaras e quilombolas. Até o movimento hippie, que se concentrou na cidade nos anos 60, foi simbolizada em duas alas.

Dourada, a Ala das Baianas mostrou que a cidade também foi caminho do ouro, cercada pela Mata Atlântica. Com o enredo Tatuapé canta Paraty! Do caminho do ouro à economia azul. Patrimônio mundial, cultura e biodiversidade. Paraty cidade criativa da gastronomia foi  interpretado por Celsinho Mody.

Barroca Zona Sul

A Barroca Zona Sul enfrentou, em seu desfile, chuva forte, após um dia quente na capital paulista. Mas, apesar da adversidade, a escola não teve problemas e mostrou com garra o enredo Guaicurus, que contou a história dessa tribo indígena no Pantanal.

O espírito guerreiro, marca do povo indígena, foi mostrado nos carros como o abre-alas, que apresentou grande indígena empunhando uma lança em defesa de seu povo. A comissão de frente contou a história da criação dos povos originários.

Unidos de Vila Maria

A Unidos de Vila Maria entrou no desfile de 2023 com samba-enredo que fez referências a desfiles antigos, ao bairro e à própria história.

O enredo Vila Maria. Minha Origem. Minha Essência. Minha História! Fonte de Amor Muito Além do Carnaval levou para a avenida pierrots e colombinas, carros com um bonde e até a Igreja da Candelária, que fica no bairro. Homenageou famosos que viveram lá, como o piloto de Fórmula Um Ayrton Senna e o jogador de futebol Dener, que jogou em equipe de futsal local.

Até papai Noel foi para a avenida, em um carro gigante, puxado por hienas. Ele representou as distribuições de presentes no bairro feitas no Natal, uma das ações sociais da escola.

Rosas de Ouro

A Rosas de Ouro fez coro à busca por respeito e igualdade racial com o samba-enredo.

Com o tema Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome, a resistência negra foi apresentada através dos tempos.

Para começar, a Comissão de Frente mostrou o navio negreiro, em que negros eram trazidos ao Brasil para serem escravizados. A perfomance no navio em movimento foi um dos destaques.

O desfile foi um manifesto racial no sambódromo do Anhembi e homenageou ídolos negros como Glória Maria, Pelé, Pixinguina, Machado de Assis, Aleijadinho e a cultura afrobrasileira.

Também foram homeageados os cantores Gilberto Gil, Lecy Brandão e o rapper Emicida, que compôs a canção AmarElo, inspiração para o samba enredo com o termo kindala, que significa agora e está em um verso da música.

Tom Maior

Com um culto às Mães Pretas Ancestrais, a Tom Maior mostrou no sambódromo o maternal espiritual, por meio da criação, do ensinamento, da guia, da força, do respeito e da devoção.

O tema As Iyamis e os Eleyés mostrou as mães feiticeiras, a ala das baianas e representou a divindade do responsável pela criação do mundo, Oduduá. Diversas figuras maternas inspiradoras também foram destaques, como as rainhas do Congo.

Para fechar o desfile, o carro Adurá às Santas Católicas homenageou as mães pretas do catolicismo, com uma ala de crianças.

Gaviões da Fiel

Ao amanhecer, a Gaviões da Fiel fechou o primeiro dia de desfiles, com o samba-enredo Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém! A escola falou sobre a a intolerância religiosa e o respeito às religiões.

A Gaviões entrou de branco na avenida com o carro abre alas Em Nome do Pai. Representações de anjos brancos se destacaram com o tema da liberdade.

O carro Em nome dos Espíritos levou uma representação de Chico Xavier, rodeado por velas. São Jorge, padroeiro do Corinthians, que originou a escola de samba, foi homenageado pela rainha de bateria Sabrina Sato, que entrou fantasiada do santo guerreiro. Madre Teresa de Calcutá e representações hindus também foram simbolizadas no desfile da escola.




Fonte: Agência Brasil

Serasa: insegurança faz brasileiros desistirem de eventos de carnaval


O medo da falta de segurança impede muitos brasileiros de cair na folia no carnaval. È o que revela uma pesquisa da Serasa, que ouviu 1.573 consumidores da base do órgão, realizada entre 10 e 14 de fevereiro. Com o objetivo de conhecer os hábitos e as percepções do brasileiro sobre segurança de dados durante o período da folia, o levantamento aponta que 74% dos brasileiros já deixaram de ir a algum evento no carnaval pensando na própria segurança e na de seus bens.

“Marcado pelo sentimento de alegria e festa, o carnaval brasileiro concentra grandes aglomerações de pessoas, geralmente em total relax e descontração, clima perfeito para a ação dos golpistas”, alerta Aline Sanchez, gerente do Serasa Premium.

Documentos

Para 48% dos entrevistados, o sentimento de medo em relação a fraudes aumenta nesta época do ano. Entre os entrevistados, os itens que eles não deixam de levar na hora do bloco ou da festa são: celular, dinheiro e documentos. Mesmo com o celular em destaque, preferência ainda é maior pelo documento físico (59%) em detrimento da versão digital no aplicativo do celular (41%).O mesmo acontece para os que utilizam o cartão de crédito e/ou débito como forma de pagamento no Carnaval: 62% optam pelo cartão físico, enquanto 38% preferem utilizar o cartão digital (via carteira digital, smartwatch, tag etc.)

Para ajudar quem vai às ruas e clubes a curtir a folia de Momo, a Serasa lançou a campanha Quem Procura Acha. A ideia é conectar pessoas que encontraram documentos alheios como CPF, RG ou CNH e quem está procurando pelos materiais perdidos. A partir de um cadastro no ambiente da Serasa, a ferramenta serve como um facilitador para conectar essas duas pessoas. “Caso dê match, o folião que perdeu o documento receberá um e-mail com o contato de quem o encontrou para que possa organizar o momento e as condições de entrega”, explica Aline Sanchez.

O serviço estará disponível até o final de fevereiro.




Fonte: Agência Brasil

Cordão da Bola Preta arrasta multidão no centro do Rio de Janeiro


Passa ano, entra ano e o Cordão da Bola Preta, o mais antigo bloco carnavalesco do Rio, continua concentrando multidões nas suas apresentações tradicionais no sábado de carnaval. Em 2023 faz seu 103º desfile e hoje (18) não está diferente arrasta muita gente que se diverte com alegria. A previsão é que o bloco concentre 1 milhão de pessoas. O ânimo dos foliões este ano chegou com um toque de saudade e muita vontade de compensar os dois anos, em que por causa da pandemia, ficaram impedidos de se divertir naquele espaço de descontração.

A irreverência é um destaque nas fantasias, que embora sejam distintas, boa parte, tem um traço em comum: as cores branca e preta, que são as do bloco. Com o calor a preferência também é por roupas mais leves.

A concentração dos foliões começou cedo, antes mesmo do horário marcado para o desfile, no centro do Rio. O início estava marcado às 9h mas houve atraso de 20 minutos. O encerramento está previsto para as 13h. O trajeto é o mesmo definido pela prefeitura para todos os Megablocos do carnaval carioca: da Rua Primeiro de Março até a Avenida Presidente Antônio Carlos. O policiamento foi reforçado na região pela Polícia Militar e apoio da Guarda Municipal, inclusive com o uso de aparelhos de detector de metais. Os foliões se espalharam não só pelas ruas do circuito como também nas transversais.

O presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, espera um público muito maior do que em anos anteriores, porque é o carnaval da retomada. “O desfile é a mãe de toda a existência do Bola Preta. Se a gente fizer um grande desfile a gente está caminhando com o Bola Preta. O desfile é o maior acontecimento social da vida do Bola Preta. Não existe outro acontecimento tão grande quanto o desfile. Nada é mais importante que o desfile. É a marca do Bola Preta desde a fundação”, disse o presidente.

A passagem de gerações entre os foliões é um dos fatores que mantêm o bloco como um dos favoritos do carnaval. Para Pedro Ernesto, a explicação é o comprometimento do Bola com o carnaval tradicional. Ele lembrou que o bloco é último remanescente das entidades de carnaval daquela ocasião, porque nasceu na segunda década do século XX. Na época existiam instituições com o porte e até maior do que o Bola Preta. Só que todas pereceram ao longo do tempo por problemas econômicos e o Bola continuou firme e forte apegado às suas origens da tradição do carnaval”, contou.

Segundo o presidente, o objetivo maior é preservar a música tradicional do carnaval, o que faz com sua famosa banda, que entre os instrumentos têm a marca de metais. “Foi isso que fez o Bola Preta atravessar os seus 104 anos. O Bola Preta foi fundado em 31 de dezembro de 1918 e já em fevereiro de 19 fez o primeiro desfile que sempre esteve um ano à frente do seu aniversário. Quando fez 100 anos já era o 101º desfile. Só que com a paralisação dos desfiles com a pandemia, apesar de gente ter feito em dezembro 104 anos este desfile é o de número 103”, pontuou.

Entre essas músicas uma reforça a marca do bloco e os foliões não cansam de cantar. É a marcha Quem não chora, não mama, de autoria de Vicente Paiva e Nélson Barbosa. “Quem não chora não mama! Segura, meu bem, a chupeta. Lugar quente é na cama. Ou então no Bola Preta”, dizem os versos mais repetidos no desfile.

Musas e padrinhos

E em 2023, o público terá uma Bola com força total. Durante o desfile, todas as figuras representativas do bloco estarão presentes. Do alto do carro a rainha, a atriz Paola Oliveira cumprimenta os foliões. O bloco tem ainda o padrinho, cantor e compositor Neguinho da Beija-Flor; a madrinha, a cantora Maria Rita; a porta-estandarte oficial do bloco, a atriz Leandra Leal. Entre as musas, a da banda, a atriz e cantora Emanuelle Araújo; a do centenário, a atriz Miriam Duarte, e a musa das musas a porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso.

“Para mim é uma honra ser musa das musas do Cordão da Bola Preta. Quando eu podia imaginar, a moça da comunidade de vida muito simples ser musa das musas do bloco mais importante do Brasil, um bloco tradicional familiar com a gestão do nosso querido Pedro Ernesto que tem a postura de gerir o bloco sempre como se fosse uma família, mantendo o bloco sempre em altíssimo nível, respeitado, organizado. Eu sou uma privilegiada e me sinto honrada em receber a cada ano a faixa de musa das musas do Cordão da Bola Preta. De poder fazer parte dessa família. Você chega ali e encontra, bisavós, filhos e netos, fãs do Bola que são muitos, então , eu sempre me sinto em casa. É gratidão fazer parte dessa história”, contou Selminha.

Pedro tem uma resposta rápida do que o público vai encontrar neste sábado no bloco. “Alegria, paz, amor e muita música boa, tradicional do carnaval”.

Enquanto o bloco ainda estiver terminando o desfile na Avenida Antônio Carlos, mais uma tradição será mantida este ano. Os fãs da Bola já poderão aproveitar, na sede do bloco, na Lapa, também centro do Rio, a famosa macarronada do sábado de desfile.




Fonte: Agência Brasil