Bombeiros encontram corpos que podem ser de naufrágio no Rio


Dois corpos foram encontrados hoje (12) na Baía de Guanabara, próximos da Ponte Rio-Niterói. O Corpo de Bombeiros foi avisado da ocorrência por pescadores que circulavam pelo local. Os cadáveres são de um homem e de uma mulher, e foram levados para o Instituto Médico Legal para perícia.

Familiares dos dois desaparecidos no naufrágio da traineira Caiçara foram chamados para identificar se os corpos são de Fábio Dantas Soares, de 46 anos, e de Isabel Cristina de Souza Borges, de 38. O naufrágio ocorreu no último domingo (5), na altura das ilhas do Governador e de Paquetá, com 14 pessoas a bordo. Seis sobreviveram, seis morreram e dois ainda estão desaparecidos.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que abriu um inquérito para apurar as causas do afundamento da traineira. Sobreviventes vão ser ouvidos, e a polícia vai apurar se houve negligência, imperícia ou imprudência do condutor da embarcação, identificado como Marcos Paulo da Silva.




Fonte: Agência Brasil

Com porções de crack, cocaína e maconha, adolescente de 16 anos é apreendido por tráfico de drogas, em Osvaldo Cruz




Ocorrência foi registrada na noite deste sábado (11) e entorpecentes foram localizados em diversos cômodos da residência. Adolescente de 16 anos é apreendido por tráfico de drogas, em Osvaldo Cruz (SP)
Polícia Militar
Um adolescente, de 16 anos, foi apreendido, na noite deste sábado (11), por tráfico de drogas com porções de cocaína, maconha e crack, em Osvaldo Cruz (SP).
Conforme informações da Polícia Militar, os policiais iniciaram o patrulhamento e, de posse de informações sobre intenso tráfico de drogas, localizaram o jovem caminhando no quintal em direção ao portão e trazendo um saco plástico.
Ao avistar a viatura, o adolescente tentou fugir para os fundos da residência, deixando cair alguns sachês de cocaína no chão. Ele tentou pular o muro para o terreno vizinho, porém, foi abordado pelos policiais.
O envolvido assumiu a propriedade do entorpecente e afirmou que alugou a residência para o tráfico de drogas. No interior da casa, havia adolescentes de 15 e 16 anos usando drogas.
Durante vistoria no local, a PM localizou cinco sachês de cocaína caídos na frente do quintal, 15 sachês de cocaína em uma cômoda no quarto, uma porção de maconha na geladeira, uma porção de droga sintética e uma balança eletrônica no armário da cozinha.
Com apoio do canil, os policiais também localizaram 17 sachês de cocaína e três porções de crack em uma caixa de som no quarto.
O adolescente foi apreendido por tráfico de drogas e permaneceu à disposição da Justiça.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Bloco Gigantes da Lira embala crianças e adultos na Zona Sul do Rio


Bebês, adolescentes, adultos e idosos. Todos acordaram cedo neste domingo (12) para celebrar o desfile do Gigantes da Lira em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Um dos mais tradicionais blocos infantis da cidade trouxe como tema esse ano as florestas tropicais brasileiras. Além do colorido da vegetação, animais como o macaco, a onça e o jacaré estavam representados nas fantasias e alegorias do grupo.

Rio de Janeiro (RJ), 12/02/2023 - Desfile do bloco infantil  Gigantes da Lira, no bairro de Laranjeiras, zona sul da cidade. (Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 12/02/2023 – Desfile do bloco infantil Gigantes da Lira, no bairro de Laranjeiras, zona sul da cidade. (Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil) – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Criado em 1999, o Gigantes da Lira completa 25 anos em 2023. Costuma atrair por volta de 3 mil pessoas no cortejo, que ocorre na semana anterior ao Carnaval. O bloco é um dos pioneiros da cidade a focar na folia das crianças e famílias. Por isso, cenas como vovôs pulando com os netos ou mães amamentando os filhos são comuns e destoam do estilo de outros blocos populares do Rio. Mas o repertório do Gigantes não fica restrito às músicas infantis. Os tradicionais sambas e marchinhas de Carnaval embalaram o público em Laranjeiras até o início da tarde.

Rio de Janeiro (RJ), 12/02/2023 - Desfile do bloco infantil  Gigantes da Lira, no bairro de Laranjeiras, zona sul da cidade. (Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 12/02/2023 – Desfile do bloco infantil Gigantes da Lira, no bairro de Laranjeiras, zona sul da cidade. (Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil) – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fogo e Paixão

“Você é luz, é raio, estrela e luar, manhã de sol, meu iaiá, meu ioiô…”. O verso da música do cantor Wando anuncia a volta do brega ao carnaval carioca. O Bloco Fogo e Paixão ocupa novamente o Largo de São Francisco de Paula, no centro da cidade, depois de dois anos de interrupção por causa da pandemia do coronavírus. Situação que é lembrada no tema desse ano: Reencontro da Paixão.

No repertório, estão músicas tradicionais que estiveram presentes em todas as 11 edições do bloco. As que mais mexem com o público, segundo os organizadores, são “Evidências” (Chitãozinho & Xororó), “O meu sangue ferve por você” (Sidney Magal) e “O amor e poder” (Rosana). Além da própria música que dá nome ao bloco, é claro.

Novidades

Mas a apresentação desse ano também tem novidades. Músicas de João Gomes, Glória Groove e Léo Santana estão sendo tocadas pela primeira vez.

Também há espaço para homenagear duas cantoras que morreram nos últimos dois anos: Gal Costa e Marília Mendonça. E participações especiais de dois cantores. O primeiro é João Cavalcanti, que veio do grupo Casuarina. Os responsáveis pelo bloco o chamaram depois de ver um show do cantor com a Orquestra Sinfônica de Salvador, onde ele cantava clássicos do brega. O segundo convidado é Bartô Galeno, compositor ícone do brega raiz no Nordeste. A música Saudade Rosa, de autoria dele, foi resgatada e fez sucesso recentemente em memes nas redes sociais.

Brega é pop

João Marcelo de Oliveira, um dos organizadores do Fogo e Paixão, celebra o sucesso que o grupo alcançou no carnaval carioca e não tem dúvidas: o brega é pop.

“A gente faz um trabalho durante todos esses anos – e acho que a gente foi bem sucedido – de desconstruir a imagem pejorativa do brega. Ele é um jeito de ser. A gente brinca que o brega é muito: ama muito, sofre muito, é muito colorido. O brega é sempre um tom acima. E quando é alegre, é muito alegre. E as músicas que a gente escolhe para o repertório são músicas que todo mundo sabe cantar. Às vezes, a pessoa tem vergonha de cantar em público ou, às vezes, nem sabe que conhece a música. Mas quando ela toca, ela canta junto.”

Em 2020, o bloco comemorou 10 anos de existência. Ele foi criado no final de 2010 e fez o primeiro desfile no Carnaval de 2011. Tudo começou com batuqueiros de outros blocos, que viajavam juntos e se reuniam em bares. Nessas rodas de música e cerveja, alguém percebeu que a hora mais animada do encontro era sempre quando alguém puxava uma música brega. E aí, surgiu a ideia de fazer um bloco dedicado ao estilo musical popular.

No primeiro ano, sem muita expectativa, os fundadores esperavam contar com 15 a 20 pessoas para a bateria. Mas no primeiro ensaio, apareceram mais de 50 ritmistas. Hoje, incluindo bateria, equipe técnica e apoio, são cerca de 150 pessoas envolvidas na organização do bloco. No primeiro Carnaval, o público foi de 1500 a 2000 pessoas no Largo de São Francisco. O número aumentou com o tempo e, nos últimos três anos, a média de foliões ficou entre 30 e 40 mil.




Fonte: Agência Brasil

Filha é presa por descumprir medida protetiva contra a própria mãe, em Panorama


Uma mulher, de 28 anos, foi presa, neste sábado (11), após descumprir uma medida protetiva contra a própria mãe, de 53 anos, no bairro Ginasio, em Panorama (SP). A envolvida ainda teria quebrado porta-retratos da residência, tentado atear fogo em alguns panos e agredido a vítima.




Fonte: G1

Cartilha dá dicas sobre uso seguro de redes sociais


O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) preparou uma cartilha com orientações para uso seguro das redes sociais. A publicação foi disponibilizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ao qual o centro está vinculado. Para acessá-la, clique aqui.

A publicação foi lançada em comemoração ao Dia da Internet Segura (7 de fevereiro), com o apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e da Safernet Brasil.

O fascículo Redes Sociais faz parte da Cartilha de Segurança para Internet do CERT.br, e está dividido em duas partes: Cuidados essenciais nas redes sociais e Cuidados com sua reputação online.

Segundo o NIC.br, a primeira parte é uma reflexão que deve ser adotada antes de se publicar um conteúdo e compartilhar de informações, apresentando algumas configurações de segurança e privacidade.

A segunda parte apresenta dicas para a proteção de um futuro profissional. Aborda questões sobre respeito à privacidade alheia e mostra exemplos de “conteúdo indevido que não deve ser ‘curtido’ ou compartilhado”.

“As redes sociais se tornaram mais do que um meio de interação e entretenimento. Ao se manifestarem nesses locais, os usuários deixam rastros digitais que ajudam a moldar sua reputação online. O que ela curte ou compartilha diz muito sobre a pessoa. Por isso, o fascículo fornece instruções sobre como evitar prejuízos e se proteger”, destaca a gerente do CERT.br, Cristine Hoepers.

Ela acrescenta que a publicação dá instruções sobre como proteger as contas em redes sociais, que são muito visadas por pessoas de má-fé. “Depois de invadi-las, eles se aproveitam da confiança entre os usuários e da velocidade com que as informações se propagam para disseminar malware [qualquer tipo de software de computador com intenção maliciosa] e aplicar golpes na rede de contatos da vítima”.

Veja algumas das orientações apresentadas no fascículo Redes Sociais da cartilha:

  • Pense bem antes de postar: Nas redes sociais, as informações se propagam rapidamente e, depois que algo é divulgado, dificilmente pode ser apagado ou controlado. Lembre-se: uma vez postado, sempre postado;
  • Seja seletivo ao aceitar seguidores: Quanto maior sua rede, maior a exposição de seus dados, postagens e lista de contatos. Isso aumenta o risco de abuso dessas informações. Configure sua conta como privada, quando possível, e verifique a identidade da pessoa antes de aceitá-la em sua rede;
  • Proteja o acesso à sua conta: Crie senhas fortes e ative a verificação em duas etapas; ative alertas e notificações de tentativas de acesso em suas contas, redobrando a atenção com contas que dão acesso a outras; se alguma conta sua foi invadida: troque a senha e siga os procedimentos para recuperação do acesso, se necessário;
  • Cuidado com aplicativos de terceiros: Apps de jogos, testes de personalidade e edição de imagens podem capturar suas informações pessoais, fotos, histórico de navegação e lista de contatos para usos diversos e abusivos. Pense bem antes de dar acessos e leia os termos de uso e privacidade;
  • Ajuste as configurações de segurança e privacidade das plataformas: Elas ajudam a definir quais informações são compartilhadas sobre você e como seus dados são tratados. Configure suas redes sociais de forma que se sinta confortável, procurando o equilíbrio entre exposição, segurança e privacidade;
  • Cuidado com o que curte ou compartilha: Suas interações sociais, como curtidas e compartilhamentos, dizem muito sobre você, pois demonstram seu apoio àquele conteúdo. Se o conteúdo for indevido, isso pode gerar consequências, inclusive judiciais;
  • Respeite a privacidade alheia: Evite falar sobre as ações, hábitos e rotina de outras pessoas; pense como elas se sentiriam se aquilo se tornasse público. Peça também autorização antes de postar imagens em que outros apareçam ou de compartilhar postagens alheias.




Fonte: Agência Brasil

Autores indígenas são destaque em exposição temporária em SP


A ocupação dos indígenas no meio literário tem aumentado nos últimos anos e pode ser visitada pelo público no novo espaço de convivência do Instituto Moreira Salles (IMS), ligado à exposição “Xingu: contatos”, que continua até o dia 9 de abril, na sede do instituto, na Avenida Paulista.

Com um trabalho de 21 anos de implantação e manutenção de bibliotecas em comunidades tradicionais da Amazônia Legal, a Associação Vaga Lume colocou parte do acervo indígena criado nessas duas décadas à disposição do público na exposição. São 219 títulos, apresentados em três categorias. O Acervo infanto-juvenil, com 127 títulos; o Acervo bibliográfico e informativos, com 71 títulos; e o Acervo fotolivros, com 21 títulos.

As obras literárias são, na maioria, infantis e juvenis. Destacam-se os autores indígenas Daniel Munduruku, Cristino Wapichana, Yaguarê Yamã, Eliane Potiguara, Olívio Jekupé e Marcia Kambeba. Entre os nomes do acervo bibliográfico e fotolivros estão Julie Dorrico, Kaká Werá, Ailton Krenak e Edson Kayapó. Há também diversos autores e ilustradores indigenistas relevantes no meio como Mauricio Negro, Leonardo Boff, Bettty Mindlin e Claudia Andujar.

Ambiente de acolhimento

Parceria entre o IMS e a Vaga Lume, o espaço de convivência no 9º andar do IMS, conta com pufes e tapetes espalhados pelo chão, um ambiente de acolhimento para que adultos e crianças possam conhecer um pouco mais sobre as culturas dos povos originários.

Além da biblioteca, o local conta também com curtas-metragens projetados em uma tela e um mural composto por ilustrações e palavras em kuikuro (língua do grupo indígena que habita as aldeias Ipatse, Akuhugi e Lahatuá, no sul do Parque Indígena do Xingu – MT). Há mediadores disponíveis para conversar com o público e incentivar a fruição, leitura e interação, entre eles três indígenas – dois deles falantes de sua língua originária.

Exposição

Em cartaz desde novembro de 2022, a mostra revisita a trajetória de lutas e resistências do Xingu, primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961. Exibida no 7º e no 8º andar do centro cultural, a exposição apresenta múltiplas narrativas e olhares em torno do território, tendo como destaque a produção audiovisual indígena contemporânea, que tem no Xingu um de seus principais pólos.

O conjunto inclui seis curtas-metragens, feitos especialmente para a exposição, de autoria de Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng, Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema.

A mostra traz ainda um trabalho inédito do artista Denilson Baniwa, fotografias produzidas pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu +, e um mural, com grafismos alto-xinguanos, criado pelo artista Wally Amaru na empena de um prédio na rua da Consolação. Em diálogo, são exibidos imagens, reportagens e outros documentos produzidos no Xingu por não indígenas desde o final do Século 19.




Fonte: Agência Brasil

Pequena vila na região do Paredão é rota de fuga de garimpeiros em RR


Com casas simples, ruas poeirentas, alguns poucos estabelecimentos comerciais e igrejas, e localizada a duas horas de carro de Boa Vista, Vila Reislândia é um dos principais pontos de parada dos garimpeiros que deixam os locais de mineração ilegal de ouro na região do rio Uraricoera, nas terras yanomami.

Depois de uma viagem de barco que pode durar alguns dias – ao custo de dois e cinco gramas de ouro – segundo relatos de garimpeiros, eles precisam desembarcar em um ponto chamado de “beira” e ainda encarar uma esburacada estrada de terra de quase 40 quilômetros a bordo de uma caminhonete, em um trajeto que custa R$ 250, para chegar à pequena vila.

Vila Reislândia (RR), 11/02/2012, Vila Reislândia, região também conhecida como Paredão, é passagem para quem vem das áreas de garimpo ilegal de ouro no rio Iraricoera.

Vila Reislândia (RR), 11/02/2012, Vila Reislândia, região também conhecida como Paredão, é passagem para quem vem das áreas de garimpo ilegal de ouro no rio Iraricoera. – Rovena Rosa/Agência Brasil

A área onde fica Reislândia é mais conhecida como Paredão. Ali já funcionava como ponto de chegada e saída daqueles que buscavam o sonho de enriquecer na região do Uraricoera, rio que corta as terras yanomami e vai desaguar no Rio Branco, já na capital Boa Vista.

Rota de fuga

Mas, com a Operação Libertação, que reúne forças governamentais para acabar com a atividade garimpeira ilegal nas terras yanomami, o local virou uma efervescente rota de fuga. Ali, dezenas de motoristas de aplicativo fazem fila, próximo a um posto de gasolina, para ajudar a evacuar os garimpeiros da região.

Uma corrida até Boa Vista custa R$ 150 por pessoa em uma viagem coletiva. O clima entre os motoristas é de desconfiança em relação à imprensa e aos carros de polícia que eventualmente circulam por ali, mas também de competição entre eles. Quando uma caminhonete chega da “beira”, com um grupo de garimpeiros, os motoristas disputam a corrida.

Alguns esperam horas pela oportunidade de conseguir a “corrida”. Vários deles haviam pernoitado em Reislândia e, ao meio-dia deste sábado (11), ainda esperavam os primeiros clientes garimpeiros chegarem da “beira”.

De repente, uma caminhonete surge na estrada, vindo do rio, e entra em velocidade pela rua principal de Reislândia, mas não para no posto de gasolina onde os motoristas de aplicativo estão concentrados. Um deles, possivelmente de forma já previamente acertada, segue a caminhonete até uma casa de madeira.

Três garimpeiros

Ali, três garimpeiros descem da caminhonete com seus poucos pertences e acertam a corrida até Boa Vista. O paraense Marco Rogério Brandão, de 51 anos, é um deles.

Há dez anos trabalhando como garimpeiro, sendo os últimos sete meses nas terras yanomami, ele deixou o garimpo na última quinta-feira (9), mas, devido a problemas no barco, que quebrou o motor duas vezes, só conseguiu chegar dois dias depois na Vila Reislândia, pagando 3 gramas de ouro para o barqueiro (aproximadamente R$ 900 na cotação de hoje).

Brandão planeja se estabelecer agora em Itaituba, no Pará, outra cidade garimpeira, onde sua família tem uma propriedade rural. Mas ele diz que não quer mais saber de garimpo. Seu plano agora é ajudar o pai já idoso a cuidar da roça.

“Eu queria uma vida melhor pra família. Tenho uma filha aqui [no Brasil] e outra na Venezuela. Antes do garimpo, eu trabalhava com roça. Naquele negócio da pessoa querer ter uma vida melhor, entrei no garimpo. Eu sei que tem muitos que querem tirar proveito em cima da gente, que estão lá pra roubar, essas coisas. Eu, graças a Deus, não”.

O garimpeiro conta que os últimos dias foram tensos. Tinha medo de ser preso ou maltratado pelas forças policiais. “Decidi sair há mais ou menos uns cinco dias. A gente tinha televisão no barraco e via as notícias. E eu disse: “rapaz, vamos simbora”. Tem muita gente [lá dentro] que diz: “eu não vou [embora]”. Mas pra eles nós somos criminosos. E criminoso sabe como é tratado, né?”.

Uma de suas principais angústias foi não ter conseguido ganhar o que pretendia. “Tá certo que eu entrei sem nada, mas vou sair sem nada… Eu até queria ter o bastante pra eu trazer, porque eu saía de lá carregando nem que fosse a pé. Eu queria ter um quilo de ouro comigo. O pouquinho que eu ganhei, [vendi no próprio garimpo e] fizeram transferência por pix”.

Outro que está no grupo é um venezuelano que, por sua condição de imigrante, não quis se identificar. No Brasil há seis anos, ele diz trabalhar nas terras yanomami há mais de dois. “Vou voltar pra Venezuela. Porque pagar aluguel aqui, não dá”.

Ele conta que chegou a tentar se inserir no mercado de trabalho formal brasileiro, mas não conseguiu. A opção foi tentar a vida no garimpo. Mas, depois de ter que fugir das terras yanomami, assim como Brandão, não quer mais saber desse tipo de trabalho.

Já o maranhense Aldecir Ferreira da Silva, de 60 anos, que trabalha com garimpo há mais de 40 anos, demonstra insatisfação com as ações policiais para expulsar garimpeiros das terras indígenas. “O cara vem ganhar um dinheiro pra pagar o estudo do filho, pra comprar o que comer, e o que tá acontecendo aí? Nós ‘tava’ ali trabalhando e agora ‘tem que vim’ embora todo mundo… Isso é errado. Eu tava há sete meses aí. A ordem [dos policiais] é pra [gente] ser preso. Quem não fica preocupado em ser preso? Por isso eu vim embora. Todo mundo tá preocupado com a prisão”.

Os três aceitam conversar, mas não querem ser fotografados pela reportagem. Estão cansados e só pensam em sair dali. Fazem um almoço rápido numa pequena pensão e depois caem na estrada, inicialmente, rumo a Boa Vista, e depois para algum lugar, longe das terras yanomami.




Fonte: Agência Brasil

Projeto da Petrobras encontra mais de 30 mil animais mortos em praias


Mais de 30 mil animais foram encontrados machucados ou mortos no litoral brasileiro, no ano passado, segundo o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), executado pela Petrobras no âmbito do licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nos últimos 12 meses, cerca de 98 espécies foram monitoradas pelo projeto.

Os estados com maior incidência de animais mortos ou debilitados encontrados pelo PMP foram Santa Catarina, Paraná, São Paulo e o Rio de Janeiro. Santa Catarina, por exemplo, registrou 10.915 animais nessa situação; em São Paulo, foram 6.282; no Rio de Janeiro, 5.100, enquanto no Paraná foram 3.375. A bióloga Denise Rosário, consultora em biodiversidade da Petrobras, que acompanha o projeto, informou que os animais saudáveis não são contabilizados na pesquisa. Cerca de 88% foram encontrados mortos.

Os animais debilitados são encaminhados para tratamento veterinário em um dos 24 centros de reabilitação ou unidades de estabilização mantidos pelo projeto, visando à reintrodução posterior no seu habitat natural. Cerca de 26% são reabilitados e reintroduzidos na natureza, após tratamento e estabilização do quadro clínico. O sucesso da reabilitação depende, em grande parte, do estado em que o animal é encontrado. Denise destacou que apesar do percentual relativamente baixo, o número de animais reabilitados é expressivo, porque retornam à natureza e contribuem para a manutenção de suas populações originais, inclusive de espécies ameaçadas de extinção.

Pinguim em reabilitacão

Pinguim em reabilitação – PMP-BS/Agência Petrobras

Parceria

O projeto já reabilitou animais de 14 espécies ameaçadas de extinção. Muitos animais marinhos figuram nessa lista, como as aves pardela-de-trindade (Pterodroma arminjoniana), atobá-de-patas-vermelhas (Sula Sula) e albatroz-de-bico-amarelo-do-atlântico (Thalassarche chlororhynchos), as tartarugas marinhas e mamíferos como o boto-cinza (Sotalia guianensis) e algumas espécies de baleias. Para a atividade de reabilitação, a Petrobras trabalha em parceria com diversas organizações científicas de conservação da fauna marinha e também com as comunidades locais.

“Além do monitoramento regular das praias, feito pelas equipes do projeto, existem telefones para acionamento da comunidade, que são amplamente divulgados. E a colaboração da comunidade é muito importante porque as chances de recuperação aumentam se eles forem levados aos centros de atendimento veterinário logo após serem encontrados”, disse Denise. Nessas bases existem equipes multidisciplinares que se dedicam aos cuidados com os animais. Ela explicou que, muitas vezes, um animal é resgatado em uma região e transferido para soltura e tratamento em outra área ou até mesmo em outro estado, levando em conta as características ideais para soltura, de acordo com cada espécie.

Em alguns casos, o tratamento demora meses, porque os animais precisam reaprender a se alimentar, a se locomover ou aguardar um período do ano adequado para a soltura. Dependendo da espécie, como é o caso dos pinguins de Magalhães, eles precisam formar um grupo para irem juntos para o mar. Atualmente, o PMP se divide em quatro projetos que constituem o maior programa de monitoramento de praias do mundo. Eles incluem dez estados litorâneos, com mais 3 mil quilômetros de praias em regiões onde a Petrobras atua.

O projeto é aprimorado continuamente. Segundo informou Denise Rosário, este ano será implementado novo ciclo de execução dos projetos para inclusão das melhores práticas.

Conscientização

Os trabalhos abrangem também a conscientização da população local, com campanhas educativas para explicar que o número de óbitos é causado pelo lixo no mar e pela interação com a pesca e o que pode ser feito para reduzir esse impacto. Nos casos do Rio Grande do Norte e do Ceará, os peixes-bois que retornam à natureza recebem um número de identificação e um equipamento que permite localizá-los para acompanhamento de sua adaptação. Muitas vezes, porém, esse equipamento chama a atenção de pescadores que tentam retirá-lo, pensando que é nocivo para o animal. “Por isso, estamos realizando também um trabalho educativo com as comunidades da região, para explicar a funcionalidade e a importância desse rastreador, a fim de acompanhar a adaptação, saúde e o desenvolvimento do animal”,

Denise confirmou que, de acordo com os resultados do projeto, a pesca é um dos principais fatores de dano aos animais marinhos. “Mas não é o único. São muitos os casos de animais machucados com apetrechos de pesca, mas também por ingestão de lixo, como é o caso do Rio de Janeiro, e também por lesões sérias causadas por linhas de pipa”. No caso de encalhe de cetáceos, que são as baleias, golfinhos e botos, ela explicou que as necropsias dos animais mortos indicam interação humana, sendo a pesca o principal motivo de óbito, seguido por agressão, interação com resíduos sólidos e colisão com embarcações.

Os pesquisadores observam que, devido ao tamanho, os animais, muitas vezes, não conseguem se desvencilhar das redes que ficam presas, dificultando a locomoção e podendo levar ao afogamento e a outras lesões. De acordo com os dados, ocorreram 1.224 registros de mortes de cetáceos. Só em São Paulo 506 animais foram encontrados e em Santa Catarina, 281. Em relação à Toninha, cetáceo mais ameaçado no Brasil, foram 613 no último ano.

Mais afetados

As aves marinhas são as mais atingidas, representando 55,7% dos animais acompanhados pelo monitoramento. Os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) formam a maioria. Foram 11.582 encontrados debilitados ou mortos, um número 70% maior em comparação aos anos anteriores: em 2021 foram registrados 6.758 pinguins e, em 2020, 5.609 animais. Não há uma explicação definitiva para o aumento.

Os pesquisadores acompanham os dados para entender a migração da espécie e as causas do alto número de indivíduos que chegam debilitados ao litoral brasileiro. Entre outras espécies de aves encontradas pelo levantamento, estão o bobo-pequeno (Puffinus puffinus), com 971 indivíduos; atobá-pardo (Sula leucogaster), 949 animais; e o gaivotão (Larus dominicanus), com 941.

As tartarugas marinhas também são recorrentes no estudo, muitas vezes encontradas machucadas por algum apetrecho de pesca ou debilitadas por ingestão de lixo. De acordo com os dados, em 2022, foram 12 mil animais, sendo 79% da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas), somando 9.568 indivíduos. O litoral sudeste é o local com maior incidência: Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com 3.074, 1.590 e 1.647 indivíduos, respectivamente. O Rio de Janeiro e o Espírito Santo são áreas prioritárias para a reprodução de algumas espécies. No Brasil, há cinco espécies de tartarugas, quatro delas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro.

A população pode acionar as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones:

PMP-BS Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341

PMP-BS Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151

PMP-BC/ES (RJ) -0800 0262828

PMP-BC/ES (ES) – 0800 0395005

PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) – 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971

PMP-RNCE (RN) – (84) 98843 4621 e 99943 0058

PMP-RNCE (CE) – (85) 99800 0109 e 99188 2137




Fonte: Agência Brasil

Ciclista morre após se envolver em acidente durante evento esportivo, em Salmourão


O Poder Executivo disse ainda que “disponibilizou três equipes especializadas em primeiros socorros, compostas de ambulâncias para remoção rápida de feridos, em caso de necessidade, profissionais de enfermagem e médico no local da competição, que rapidamente prestaram todo o atendimento necessário aos feridos, especialmente ao ciclista ferido com mais gravidade”.




Fonte: G1

Caminhos da Reportagem: 8 de janeiro – a democracia de pé


O 8 de janeiro de 2023 entrou para história do país: um dia em que ataques aos Três Poderes da República tentaram abalar a democracia. Prédios foram invadidos e depredados, em cenas de ódio e comemoração de eleitores que não aceitavam o resultado das urnas.

Um mês depois dessas cenas, o Caminhos da Reportagem ouviu histórias de quem presenciou aquele dia. O programa faz uma análise dos fatos que culminaram numa tentativa frustrada de abalar a democracia do país e do que pôde ser aprendido após essas ameaças.

Renato Alves, do Jornal O Tempo, foi um dos 16 profissionais de imprensa que sofreram agressões no dia. Ao fugir dos agressores e pedir ajuda, ele viu de perto a conivência da Polícia Militar do Distrito Federal (DF). Naquela noite, Ricardo Cappelli assumiu como interventor na segurança pública do DF. Em relatório divulgado por ele e sua equipe, a constatação: houve erro e tolerância da PM, numa sequência de fatos que culminaram no vandalismo. “Coincidências? Não me parece”, afirma Cappeli.

Jornalista Renato Alves, agredido no dia 8 de janeiro, volta ao Congresso pela primeira vez após os atos

Jornalista Renato Alves, agredido no dia 8 de janeiro, volta ao Congresso pela primeira vez após os atos – Reprodução/TV Brasil

Os fatos não se restringem apenas ao dia 8. Desde a vitória do presidente Lula nas urnas, sucessivos acontecimentos que não foram reprimidos formaram o cenário ideal para o que aconteceu: bloqueio de estradas, ônibus queimados, uma bomba na área do aeroporto da capital do país e, principalmente, os acampamentos em frente aos quartéis do Exército por todo o Brasil.

Para o ministro da Justiça, Flávio Dino, a existência dos chamados QGs foi decisiva para gerar diversos eventos violentos em Brasília que levaram aos atos antidemocráticos. “Infelizmente, os fatos do dia 8 mostram que esse acampamento acabou funcionando como uma espécie de hub, em que esses extremistas se encontravam, planejavam e executavam ações”, afirma.

Com a intervenção decretada pelo Executivo e o governador do DF, Ibaneis Rocha, afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as prisões dos suspeitos começaram a ocorrer ainda na noite do dia 8. Quase 1.200 pessoas foram detidas. Entre eles, um casal que era dono de um lar temporário para cães resgatados. Não apenas os animais que estavam na custódia deles ficaram abandonados, como também os quatro filhos.

O Caminhos da Reportagem ouviu especialistas para saber o que leva as pessoas a irem tão longe em algo que acreditam sem questionar, como teorias da conspiração sobre urnas e processos democráticos. Para o psicanalista Christian Dunker, a forma de agir desse grupo lembra seguidores de seitas messiânicas, que aguardam o fim do mundo que nunca acontece. “Temos aí perigos de alta agressividade, de uma agressividade errática como a gente viu nas manifestações”, analisa.

Professor João Cezar de Castro Rocha

Professor João Cezar de Castro Rocha – TV Brasil/Reprodução

Para o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Cezar de Castro Rocha, que tem acompanhado grupos bolsonaristas há anos, a desinformação promovida por grupos interessados no poder é um ponto central. “O encadeamento de fake news produz teorias conspiratórias das mais delirantes. E há muitas  pessoas ganhando dinheiro com a radicalização do discurso político, porque a radicalização é o que produz like.

O episódio do Caminhos da Reportagem  “8 de janeiro –  Democracia de pé  vai ao ar neste domingo (12), às 22h, na TV Brasil.




Fonte: Agência Brasil