Faltam biólogos em instituições de resgate animal, diz especialista


Rio de Janeiro (RJ) -  Píton ball solta no Parque Nacional da Tijuca é encontrada e buscas se encerram. Foto: Divulgação

Píton ball solta no Parque Nacional da Tijuca é encontrada e buscas se encerram. Foto: Divulgação

Com o ser humano se movimentando a todos os cantos do planeta e a existência de demanda de animais silvestres para o mercado pet, há sempre o risco de potenciais novos invasores no país. No início de março, por exemplo, bombeiros soltaram, por engano, uma píton ball (Python regius), nativa do continente africano, no Parque Nacional da Tijuca, achando se tratar de uma jiboia (Boa constrictor), nativa do local.

No ano passado, uma píton-birmanesa (Python bivittatus), também confundida com uma jiboia, foi solta por policiais militares na natureza, no Distrito Federal. Em janeiro deste ano, em Minas Gerais, uma gata da raça bengal foi equivocadamente introduzida na natureza pois os bombeiros acreditaram se tratar de um filhote de onça-pintada (Panthera onca).

Riscos

O biólogo Henrique Abrahão Charles, que tem um canal no Youtube sobre divulgação científica com mais de 800 mil inscritos, diz que esses incidentes chamam a atenção para os riscos de solturas ocorrerem sem a assistência de especialistas.

“Você não tem profissionais como biólogos dentro das instituições que fazem resgate. A polícia florestal, os bombeiros, a Defesa Civil e as próprias prefeituras são carentes desses profissionais, apesar de as universidades estarem sempre formando bastante. Não há uma cobrança, uma obrigatoriedade da presença desse profissional nessas instituições, apesar de a gente viver no país com a maior biodiversidade do mundo. Fica sempre naquele problema de fazer um treinamento aqui para os bombeiros para as polícias. Não existe como fazer treinamento de identificação. Eu gastei dez anos da minha vida na universidade”.

Em seu canal, Biólogo Henrique, o Biólogo das Cobras, ele conta a história de uma serpente da espécie píton-birmanesa, flagrada em Carbonita (MG) e registrada em vídeo. O animal acabou sendo recapturado dias depois.

“É um animal grande, que equivale quase ao tamanho da sucuri (Eunectes murinus), e lá nos Estados Unidos, onde ela apareceu, ela causa um desequilíbrio ambiental avassalador. Onde aquela cobra passa, por não ter predador natural, ela causa um desequilíbrio, ao ponto de 95% da fauna silvestre deixar de existir onde ela está. Os animais não conseguem competir com esse predador novo que chegou”, afirma.

O fato de a fêmea da píton birmanesa ser capaz, como outros répteis, de fazer partenogênese, ou seja, gerar filhotes por reprodução assexuada (sem um macho) torna a situação ainda mais perigosa.

“Elas são capazes não só de ter filhotes sem a presença do pai, como também conseguem, ao copular com um macho, armazenar espermatozoides por mais de cinco anos. Então ela pode estar fértil e, de vez em quando, ir soltando filhotes [devido ao esperma estocado]”.

Para o pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Jorge Antonio Lourenço Pontes, as solturas precisam seguir alguns protocolos, tanto para evitar a introdução de espécies exóticas quanto para evitar que animais nativos retornem à natureza com doenças contagiosas.

Doutor em Ecologia e Evolução, o pesquisador afirma ser um equívoco soltar animais na natureza sem a devida avaliação. “O certo é: capturou um animal silvestre em lugar indevido? Tem que ter alguém responsável, um técnico competente de um órgão ou instituição de pesquisa para dar um aval: ‘é essa espécie ou não é’. Aí vai ver como está, fazer uma avaliação veterinária. Tem condição de soltura? Fez exame? Porque o bicho pode estar aparentemente sadio e estar carregando uma parasitose ou virose gravíssima”, explica.

Silvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, que monitora espécies invasoras, diz que é impraticável que bombeiros e policiais ambientais mantenham especialistas em cada especialidade da vida selvagem (ornitologia, herpetologia, ictiologia, mastozoologia etc).

Alternativas

Uma das alternativas, para ela, é criar uma rede de pesquisadores que possam auxiliar na identificação e avaliação desses animais. “[Soltura de forma indevida] é crime ambiental. Solturas de vida silvestre já criaram inúmeros problemas”.

Segundo Ziller, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não são voltados para receber espécies exóticas, mas sim da fauna nativa. No entanto, não existem no país zoológicos ou criadouros suficientes para manter todos esses animais resgatados ou apreendidos.

“Não existe um lugar viável para eles. Eles têm que ser eutanasiados. Isso gera toda uma discussão polêmica. Tem gente que acha que não pode eutanasiar bicho, mas o custo de manutenção disso pra sociedade é altíssimo. E tem que cuidar pra não privilegiar a manutenção da fauna exótica em detrimento da conservação da fauna nativa”.

Segundo o biólogo Henrique, seria importante regulamentar o mercado de animais silvestres nativos, em vez apenas proibir. Isso poderia reduzir o tráfico ilegal dessas espécies e reduziria a demanda por animais exóticos. “[Essas espécies] se fugirem não causariam tanto transtorno, apesar de também causarem transtorno”.

Em relação aos animais exóticos, seria importante identificar aqueles que tenham potencial de invasão grande e proibir seu comércio e criação, como aconteceu com o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) e a tigre-d’água americana (Trachemys scripta).

“Essa píton [que fugiu em Minas Gerais] não deveria estar sendo criada aqui como animal legalizado. Para se entender o animal com potencial invasor, deveriam se criar comitês, capitaneados pelo Ibama e profissionais da área, tanto criadores quanto pesquisadores, para decidir o que pode e o que não pode”, afirma o biólogo.

Biólogo Henrique alerta que os criadores de animais exóticos devem ter muito cuidado para evitar sua fuga ou soltura indevida. “Considerando que esse animais estão cada vez mais frequentemente soltos na natureza, você pode acabar tendo um desastre ambiental de dimensão inimaginável. Não tem nem como prever o que pode acontecer de negativo para nossa fauna silvestre.”

Para ele, seria importante também que os criadores de espécies silvestres fossem inspecionados periodicamente por biólogos ou zootecnistas para identificar possíveis problemas nas instalações e avaliar o bem-estar dos animais.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta.




Fonte: Agência Brasil

Cães e gatos também são considerados espécies invasoras no Brasil


Cães e gatos são os animais domésticos mais populares do mundo. Para muitos brasileiros, são parte da família. Mas o que nem todos sabem é que esses famosos pets são considerados espécies exóticas invasoras no Brasil.

Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, são espécies que ameaçam a fauna silvestre nativa de várias formas, inclusive invadindo unidades de conservação. Há alguns anos, o Parque Nacional da Tijuca, localizado dentro da cidade do Rio de Janeiro, vem alertando sobre a presença de cachorros dentro de seus limites.

Rio de Janeiro (RJ), 19/03/2023 - Gatos soltos no entorno do Parque Nacional da Tijuca. Foto:Vitor Abdala/Agência Brasil

Gatos soltos no entorno do Parque Nacional da Tijuca. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil

O parque não só impede a entrada de visitantes que estejam acompanhados de pets, como tem tentado conscientizar os moradores do entorno da unidade de conservação de que seus animais de estimação não podem ficar soltos.

“Os animais domésticos, gatos e cachorros, também têm potencial grande de causar desequilíbrio. Eles são animais que têm por hábito a caça, podem interferir no equilíbrio ecológico dessa floresta e podem levar doenças para os animais locais”, explicou a chefe do Parque, Viviane Lasmar. “A gente tem um problema sério de animais domésticos das casas do entorno, que muitas vezes ficam soltos ou são soltos para dar uma volta e entram nas nossas áreas protegidas. Temos vários projetos de reintrodução de fauna nativa que podem estar sendo prejudicados pela presença desses animais”, acrescentou.

Conscientização

Para o doutor em Ecologia e Evolução e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Jorge Antonio Lourenço Pontes, a sociedade precisa lidar com a situação de cães e gatos que vivem soltos nas cidades.

“Não interessa politicamente falar de fauna silvestre. Interessa, sim, falar de cão e gato de rua. É mais fácil um político arrastar milhares de votos se falar que defendeu o cachorro de rua do que falar que defendeu a serpente silvestre, que ninguém gosta. É mais fácil o cara falar do gato de rua do que o cara resolver o problema de onças que estão sendo atropeladas ou caçadas. Tem vários trabalhos científicos mostrando os estragos que cães e gatos fazem nas unidades [de conservação], mas ninguém toma providência. Porque se alguém tentar fazer controle, se levantam políticos, se levanta a população contra. A gente já passou dessa fase, estamos numa situação de problema crítico da biodiversidade e para a saúde humana”.

Segundo ele, é preciso pensar em formas de conter esses animais. Castração de cães e gatos de rua resolve apenas parcialmente o problema, já que o animal continua causando impacto por anos. Colocá-los em abrigo é inviável, devido à limitação de espaço e ao alto custo disso.

“Animal de rua tem que ser retirado. Além do problema na fauna silvestre, tem o problema de disseminação de doenças. Tem toxoplasmose, filariose. Acho que todos os animais domésticos dentro de casa tinham que ser microchipados e registrados num órgão oficial, porque se achou o animal depois na rua, o microchip vai saber de quem é e a pessoa tem que ser multada”.

A eutanásia de cães e gatos é regulada pela Lei Federal 14.228, de 2021, que proíbe a eliminação da vida desses animais sem uma justificativa sanitária, seja ela o bem-estar do próprio animal, seja o risco de propagação de doenças que coloquem em risco a saúde humana ou de outros animais.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não teve resposta.




Fonte: Agência Brasil

Durante vistoria de pescadores amadores, Polícia Ambiental apreende 400 metros de redes de emalhar irregulares, em Rosana




Material tinha comprimento superior ao permitido e não possuía placas de identificação, segundo a corporação. Polícia Militar Ambiental apreende 400 metros de redes de emalhar irregulares, em Rosana (SP)
Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental apreendeu 400 metros de redes de emalhar durante vistoria de pescadores amadores no Rio Paranapanema, próximo à Usina Hidrelétrica Engenheiro (UHE) Sérgio Motta, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP), nesta sexta-feira (25).
O material estava disposto no ambiente aquático de forma irregular, com comprimento superior ao permitido e sem as placas de identificação, conforme a polícia.
As duas redes, que totalizaram 400 metros, foram apreendidas e depositadas na Base Operacional de Rosana, para “posterior destinação”.
Polícia Militar Ambiental apreende 400 metros de redes de emalhar irregulares, em Rosana (SP)
Polícia Militar Ambiental

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Fonte: G1

Mais de 100 animais brasileiros são considerados invasores no país


Os animais exóticos não são apenas aqueles que vêm de outro país. Alguns deles são brasileiros, mas se tornam um problema em ecossistemas onde não deveriam estar. Segundo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, nada menos que 118 invasores são nativos do Brasil, mas, por algum motivo, extrapolaram seus limites de ocorrência natural.

“São espécies que foram trazidas por alguma influência humana, para uma área onde elas não ocorriam naturalmente. E isso independe de fronteiras políticas. Por isso dizemos que a espécie pode ser nativa em algum lugar do Brasil, mas ela é invasora e causa problemas em outro ecossistema onde ela não é nativa”, explica Silvia Ziller, fundadora do instituto, organização não governamental que monitora espécies invasoras no país há quase 20 anos.

É o caso do pirarucu (Arapaima gigas), que teve exemplares retirados da região amazônica, de onde é nativo, pelo aquarismo, aquicultura e pesca desportiva. O peixe gigante e se espalhou por rios e lagos de estados como Bahia, Piauí e São Paulo, de acordo com o banco de dados do Instituto Hórus.

Rio de Janeiro (RJ), 19/03/2023 - Saguis (Callithrix sp.) do cerrado e da caatinga são invasores na Mata Atlântica. Foto:Vitor Abdala/Agência Brasil

Saguis (Callithrix sp.) do cerrado e da caatinga são invasores na Mata Atlântica. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil

Também há situações como a dos saguis (Callithrix sp.), pequenos primatas criados como animais domésticos. O sagui-de-tufos-pretos (C. penicillata), proveniente do cerrado, e o sagui-de-tufos-brancos (C. jacchus), da caatinga, por exemplo, acabaram inseridos na Mata Atlântica.

Essas espécies competem com os micos nativos do bioma atlântico e hibridizam com alguns congêneres, como o sagui-da-serra-escuro (C. aurita), ameaçado de extinção. E, para complicar ainda mais, os híbridos gerados por essas interações dos diferentes saguis também são considerados invasores, ocupando nichos de outras espécies e transmitindo doenças para outros animais.

Endêmico de remanescentes da Mata Atlântica do sul da Bahia, o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), da mesma família dos saguis, é uma espécie considerada em perigo de extinção pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira 2018. Já foi extinto de Minas Gerais.

Ainda assim, foi trazido para o Rio de Janeiro e indevidamente solto no Parque Estadual da Serra da Tiririca, onde começou a se espalhar. O risco é que o animal chegue às áreas de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), congênere também ameaçado e com uma população ainda menor que a espécie baiana.

Outro caso curioso é o da tartaruga tigre-d’água brasileira (Trachemys dorbigni), nativa do Rio Grande do Sul. A espécie de quelônio sofreu com a soltura indevida na natureza e consequente invasão de sua congênere norte-americana (Trachemys scripta), atualmente proibida no Brasil. Mas passou de vítima da invasão a animal invasor, ao ser levada como pet para outros estados e também solta de forma indevida nesses locais, onde passou a predar espécies nativas, transmitir doenças e disputar espaço com quelônios locais.

No Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, por exemplo, compete com o cágado-de-barbelas-cinzento (Phrynops hilarii). Um estudo realizado no local de 2019 a 2020, pelo biólogo Lucas de Souza, na época estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostrou que as capturas de tigre d’água na unidade de conservação foram mais frequentes do que aquelas do cágado, o que pode sinalizar que a espécie invasora passou a predominar no ambiente em detrimento da nativa.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta.




Fonte: Agência Brasil

Nenhuma aposta acerta a Mega-Sena e prêmio acumula em R$ 75 milhões


As seis dezenas do concurso 2.577 da Mega-Sena foram sorteadas na noite desse sábado (25), no Espaço da Sorte, em São Paulo. Nenhuma aposta acertou os seis números: 12 – 18 – 22 – 31 – 44 – 50.

O prêmio de R$ 63.703.777, 84 acumulou. O valor estimado pela Caixa para o concurso 2.578 é R$ 75 milhões.

A quina registrou 123 acertadores; cada um vai receber R$ 46.928,10. Já a quadra teve 9.192 apostas vencedoras e vai pagar um prêmio individual de R$ 898,05.

O próximo concurso da Mega-Sena será na quarta-feira (29). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credencias pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.




Fonte: Agência Brasil

Brasil tem mais de 270 animais exóticos que ameaçam biodiversidade


O Brasil convive com 272 animais exóticos invasores em seus diversos ecossistemas, segundo base de dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. A organização não governamental monitora, desde 2005, espécies consideradas exóticas por não pertencem originalmente àquele local e invasoras porque se reproduzem e se espalham, de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade da área.

São animais pouco conhecidos do grande público, como o lagarto anolis-marrom (Anolis sagrei), a caranguejola (Cancer paguros) e o coral-sol (Tubastrea sp.), mas há outros mais famosos como os onipresentes cães (Canis familiaris), gatos domésticos (Felis catus) e pombos-comuns (Columba livia)

E eles chegam por aqui, trazidos pelo homem de diversas formas, seja acidentalmente por meio de navios e plataformas de petróleo, seja propositalmente, para servir como fonte de alimentação, como estoque para pesca/caça esportiva ou como animais de estimação.

O coral-sol, por exemplo, é nativo dos oceanos Índico e Pacífico. Ele chegou ao Brasil através das plataformas de petróleo fabricadas no exterior e trazidas para a Bacia de Campos. Já o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) chegou ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, através do hobby de aquarismo e acabou sendo liberado em rios e lagos.

Já o achigã (Micropterus salmoides), também nativo dos EUA, foi introduzido no país inicialmente para a aquicultura, mas depois foi solto em corpos d’água do país para a pesca esportiva. A tilápia africana Oreochromis macrochir também foi inserida para servir para a pesca.

Rio de Janeiro (RJ), 19/03/2023 - Tartaruga tigre d_água (Trachemys sp.), animal invasor, em lago no Parque Nacional da Tijuca. Foto:Vitor Abdala/Agência Brasil

Tartaruga tigre d_água (Trachemys sp.), animal invasor, em lago no Parque Nacional da Tijuca. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil

Esses animais ameaçam a biodiversidade local por causar um desequilíbrio ambiental. Afinal, eles chegam de repente em um ambiente que levou gerações para encontrar um balanço entre os diversos seres que habitam aquela área.

“Os problemas gerados dependem da espécie. Tem espécies predadoras, que se alimentam de outros animais, como é o caso do peixe-leão (Pterois volitans), bastante agressivo que se alimenta de diversas espécies de peixes. Temos outros como os javalis (Sus scrofa), que destroem a regeneração natural de plantas na floresta e degradam áreas naturais. E tem aquelas que ocupam espaço de espécies nativas, como a tartaruga tigre-d’água [americana, Trachemys scripta]. Elas acabam ocupando nichos de reprodução ou de descanso de espécies similares nativas”, explica a fundadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller.

Impactos

O Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pelo Instituto Hórus, aponta ainda outros problemas, como a transmissão de doenças do animal exótico para a fauna nativa. É o caso do lagostim-vermelho, que é vetor de um fungo que pode dizimar espécies nativas e que teve seu comércio e criação proibidos pelo governo brasileiro em 2008.

Outro exemplo é o peixe panga (Pangasianodon hypophthalmus), proveniente da Ásia e inserido pelo aquarismo e aquicultura, que é, segundo o banco de dados, suscetível a doenças parasitárias.

Há ainda o risco de transmissão de doenças para o ser humano, como é o caso do camarão-tigre-gigante (Penaeus monodon), vetor de vírus e bactérias como a salmonella, nativo dos oceanos Índico e Pacífico e introduzido pela aquicultura, ou do caramujo-gigante-africano (Lissachatina fulica), vetor do verme que causa a angiostrongilíase abdominal, inserido no Paraná como iguaria culinária.

Vale mencionar que o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, também é uma espécie invasora. Originário do nordeste da África, chegou ao Brasil de forma acidental, provavelmente através do tráfico de escravos.

Outro impacto negativo à biodiversidade é a contaminação genética das populações de espécies nativas, uma vez que animais exóticos podem acasalar com os nativos e gerar híbridos. A molinésia (Poecilia sphenops), que vive do México ao norte da América do Sul, por exemplo, se hibridiza com o nativo guaru (Poecilia vivipara).

“Bicho invasor ou planta também quando está num novo ambiente, em condições novas, às vezes ele tem potencial no material genético [para se adaptar], e aquilo explode num ambiente totalmente novo. É um erro nosso [provocar a invasão], mas cabe a gente para cuidar que isso seja cessado ou pelo menos minimizado para reduzir os problemas”, afirma Jorge Antonio Lourenço Pontes, doutor em Ecologia e Evolução e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Conservação

Em 2018, foi criada a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras, comandada pelo Ministério do Meio Ambiente, que consiste em instrumentos como a manutenção de uma base de dados para monitorar a situação e a criação de planos específicos para lidar com espécies individuais, grupos de espécies, regiões ou vias de dispersão.

Um dos focos principais é proteger as espécies nativas ameaçadas de extinção, já que, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), as exóticas invasoras são uma das principais causas de extinções e perda de biodiversidade no mundo. Como o controle das invasoras é difícil, principalmente quando ela já se espalhou por um grande território, há uma prioridade em detectar precocemente as invasões.

“Em vez de você só investir em programas de controle, que são de longo prazo, também investir em uma abordagem mais preventiva, de detecção das espécies quando elas começam a ser um problema. Aquelas que são introduzidas mais recentemente, porque ainda têm populações menores, ainda são focos pequenos. A erradicação é mais viável do que quando já tem populações muito grande estabelecidas. O javali já está espalhado pelo Brasil, assim como o caracol-africano. A gente vai conviver com essas espécies sempre. Elas não são mais passíveis de eliminação completa. Elas são passíveis de iniciativas de controle, em áreas prioritárias”, afirma Ziller.

A pesquisadora cita como exemplo bem-sucedido de combate a espécies invasoras, a erradicação das cabras de Trindade, ilha oceânica localizada a mais de mil quilômetros da costa brasileira. Os animais, introduzidos por colonos séculos atrás, dizimaram a flora nativa. Cerca duas décadas atrás, finalmente foram eliminados com o objetivo de tentar restaurar a vegetação nativa.

Mas, apenas para comprovar como espécies invasoras são um problema de difícil solução, as tentativas de restaurar a flora nativa acabaram gerando outro problema. Em meio às mudas produzidas no continente e levadas para a ilha, viajaram lagartixas-comuns (Hemidactylus mabouia), espécies exóticas até mesmo no continente americano que passaram a povoar Trindade.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras mas não obteve resposta.




Fonte: Agência Brasil

Hoje é Dia rememora os 55 anos do assassinato do estudante Edson Luís


Ele tinha 17 anos e foi morto pela Polícia Militar em 1968, no restaurante Calabouço, durante um protesto de estudantes contra a alta do preço da refeição e a má qualidade da comida no restaurante estudantil. No dia 28 de março, completam-se 55 anos do assassinato do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, considerado um dos marcos de repressão da ditadura militar que vigorou no país entre 1964 e 1985. 

O velório e o enterro de Edson Luís viraram um ato político, e ele se tornou símbolo do movimento estudantil e da luta por democracia. Entenda neste episódio do História Hoje:

O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, já se debruçou sobre o Brasil de 1968, e, claro, falou sobre o assassinato de Edson Luís:

Dia de expressões artísticas

O que o circo, o teatro e o grafite podem ter em comum? Além de serem expressões artísticas, estas três manifestações dividem o mesmo dia no calendário de efemérides: é o dia 27 de março, que virou o Dia Nacional do Circo, o Dia Mundial do Teatro e o Dia Nacional do Grafite.

Foi em um dia 27 de março que nasceu o palhaço Abelardo Pinto – mais conhecido como Piolin. A história do pioneiro defensor das artes circenses, que cresceu dentro do circo, aprendeu do malabarismo ao contorcionismo e virou palhaço, se repete em várias outras vidas ligadas ao picadeiro – como conta o episódio Vida de circo, da série documental Circos, disponível na TV Brasil Play. Os circenses falam sobre a itinerância, a convivência, o respeito, a transmissão dos saberes, as próximas gerações, as dificuldades que enfrentam e os rumos do circo:

Para quem quer mergulhar no universo circense, a TV Brasil Play também disponibiliza o programa Palhaçaria, com performances dos personagens mais amados pela criançada: tem pirueta, marmelada, palhaçada, acrobacia, malabarismo, contação de histórias, números musicais, piadas e muita magia. E tem ainda o Especial Mirage Circus, com uma apresentação completa de um espetáculo do circo que dá nome ao episódio.

O teatro, celebrado mundialmente também nesta segunda (27), é tema de vários programas disponíveis na TV Brasil Play. O Curta Temporada exibe peças teatrais e entrevistas com integrantes das peças. Em Atos, estudantes de interpretação entrevistam atores consagrados sobre o processo de formação do ator e fazem pequenos jogos teatrais. Teatro de Bonecos traz uma coletânea de performances de teatro de bonecos, com diversas técnicas e linguagens. Para fechar a lista de recomendações tem o Teatros no Brasil, que, além de mostrar os espaços físicos, de norte a sul do país, em que a atuação acontece, resgata imagens, depoimentos, arquitetura e os grandes espetáculos que passaram por lá.

E o grafite, cujo dia é uma homenagem a Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987 e o primeiro a levar arte para os muros das cidades, foi tema de um episódio do Caminhos da Reportagem, da TV Brasil:

Pioneiro espacial

Ainda no dia 27, completam-se 55 anos da morte do cosmonauta russo Iuri Gagarin, o primeiro homem a orbitar o planeta, em 1961. Ele morreu aos 34 anos, em um acidente aéreo. Esta reportagem do Repórter Brasil, da TV Brasil, que foi ao ar quando o histórico voo de Gagarin completou 60 anos, traz imagens de seu velório – e da comoção causada pela partida precoce:

E há 50 anos, Marlon Brando recusou o Oscar de Melhor Ator por sua atuação em O poderoso chefão. Depois que seu nome foi anunciado, a ativista Shasheen Littlefeather subiu ao palco representando o ator, negou-se a receber a estatueta e avisou que Brando declinava a honraria em protesto pelo tratamento dispensado aos povos indígenas norte-americanos no cinema e na televisão.

No discurso lido pela ativista, Brando também chamava atenção para as reivindicações do povo Oglala na região de Wounded Knee, no estado da Dakota do Sul, que, meses depois de protestos, viria a ser reprimido pelas forças policiais. O História Hoje contou detalhes da performance reconhecida, mas jamais laureada, de Marlon Brando em O poderoso chefão:

Dia da mentira

Fechando a semana, o primeiro dia do mês de abril é conhecido em todo o mundo como o Dia da Mentira. Não se sabe de onde vem o costume de contar mentiras e pregar peças neste dia, mas a versão mais difundida tem relação com a mudança do calendário, em 1582.

A Agência Brasil conta que, por aqui, a tradição foi introduzida em 1828, com o impresso mineiro “A Mentira”, que trazia, em sua primeira edição, publicada em 1º de abril, a notícia da morte de Dom Pedro I na capa. Claro que não era verdade. O História Hoje conta como o Dia da Mentira é lembrado mundo afora:

Confira a lista semanal* do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

26 de março a 1º de abril de 2023

26

Morte da atriz francesa Sarah Bernhardt (100 anos) – uma das mais famosa atrizes da história. Visitou o Brasil quatro vezes, parte delas durante o reinado de D. Pedro II

27

Nascimento da apresentadora de televisão Maria da Graça Meneghel, mais conhecida como Xuxa (60 anos)

Morte do cosmonauta russo Iuri Gagarin (55 anos) – primeiro homem a ir ao espaço, em 1961

Marlon Brando recusa Oscar de Melhor Ator por O poderoso chefão (50 anos)

Uso do Viagra é aprovado nos Estados Unidos (25 anos)

Explorador espanhol Juan Ponce de León descobre a Flórida (510 anos)

Dia Nacional do Circo

Dia Mundial do Teatro

Dia Nacional da Inclusão Digital – data não oficial

Dia do Grafite – data em homenagem ao pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987

28

Lançado nos Estados Unidos o clássico do cinema Os pássaros, de Alfred Hitchcock (60 anos)

Assassinato do estudante secundarista Edson Luís pela Polícia Militar, durante uma manifestação estudantil no restaurante Calabouço (55 anos)

Dia do Diagramador

Dia do Revisor

29

Nascimento do músico grego Vangelis (80 anos)

Assassinato da menina Isabella Nardoni (15 anos)

30

Nascimento do pintor holandês Vincent Van Gogh (170 anos)

31

Nascimento do político estadunidense Albert Arnold Gore Jr., mais conhecido como Al Gore (75 anos)

1

Nascimento do sociólogo francês Roger Bastide (125 anos)

Fundação da companhia Teatro de Arena, na cidade de São Paulo (65 anos)

Dia da Mentira

*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados a cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para [email protected]




Fonte: Agência Brasil

Espetáculo infantil ‘O Carteiro e a Bicicleta Acrobática’ é apresentado gratuitamente neste domingo em Presidente Prudente




Companhia se apresenta a partir das 15h, na Área de Convivência do Sesc Thermas. “O Carteiro e a Bicicleta Acrobatica” é encenado gratuitamente no Sesc Thermas neste domingo (26)
Foto Paula Poltronieri
A Companhia Sabatino Brothers traz o universo circense para o Sesc Thermas de Presidente Prudente (SP), neste domingo (26), com o espetáculo “O Carteiro e a Bicicleta Acrobática”, a partir das 15h.
Um carteiro à moda antiga resgata a magia do envio de cartas, trazendo ao público o interessante jogo entre o personagem, a bicicleta e as encomendas. A exibição ocorre na Área de Convivência e a entrada é gratuita.
Na sequência, André Sabatino, artista circense da companhia, demonstra e ensina um pouco da magia do circo através de acrobacias de solo e técnicas de equilíbrio para iniciantes na aula aberta “Acrobacias e Equilíbrio”, às 16h30. A participação é livre e gratuita.
Oficina
Oficina de Introdução a Produção de Mudas
Cadu Lobo
A partir das 11h, o público coloca as mãos na terra para participar da oficina “Introdução à Produção de Mudas”, que acontece no Quiosque.
O agente de educação ambiental do Sesc ministra uma introdução teórica e prática sobre a produção de mudas de árvores nativas, abordando desde a coleta das sementes até as diferentes etapas de produção em um viveiro.
A atividade tem classificação de 12 anos, é gratuita e a entrega de senhas para participação acontece a partir das 9h45.
Serviço
O Sesc Thermas de Presidente Prudente fica na Rua Alberto Peters, n° 111, no Jardim das Rosas.
Para mais informações, o telefone é (18) 3226-0400.

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Fonte: G1

Com 32 mil afetados por chuvas, Acre entra em situação de emergência


O governo do Acre a a prefeitura de Rio Branco decretaram situação de emergência em decorrência das chuvas que atingiram a região. Só na capital, 32 mil pessoas foram afetadas, segundo dados da prefeitura. Pelo menos duas mil estão desalojadas e 500 em abrigos municipais. 

Em pouco mais de 13 horas, choveu mais da metade da média esperada para o mês de março inteiro. A tempestade começou na quinta-feira (23). A força das águas foi tanta que abriu uma cratera na BR 364, interrompendo o tráfego.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil do Estado, o Rio Acre chegou, nesse sábado (25), a 16,23 metros, ultrapassando a cota de alerta, de 14 metros. Um plano de contingência foi montado e a cidade começa a receber as primeiras doações para ajudar os atingidos. São cestas básicas, roupas, colchões e outros insumos.

As aulas na rede estadual foram suspensas e as escolas estão sendo usadas como abrigo para os atingidos. Ao todo, 24 abrigos foram disponibilizados.

A previsão é que chova pelo menos mais 100 milímetros neste fim de semana, com alta possibilidade de inundações principalmente na capital. A região está em alerta laranja. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Estadual, Carlos Batista, também há preocupação com os municípios de Brasileia, Assis Brasil, Xapuri e Epitaciolândia.

*Colaborou Douglas Corrêa.




Fonte: Agência Brasil

Homem tem prisão preventiva decretada por abuso sexual contra própria filha quando tinha 11 anos, em Euclides da Cunha Paulista




De acordo com delegado que investiga o caso, outra filha mais velha também teria sido abusada na infância. Homem é preso por abusar da filha quando era criança nesta sexta-feira (24) em Euclides da Cunha Paulista (SP)
Arquivo/TV Fronteira
Um homem foi preso preventivamente em Euclides da Cunha Paulista (SP), nesta sexta-feira (24), por ter abusado da própria filha quando ela tinha 11 anos.
De acordo com o delegado Raul Gomes Oliveira da Costa, responsável pelas investigações, a denúncia foi feita pela própria vítima e a mãe dela. A mulher, que já é maior de idade, diz que os abusos ocorreram durante a infância.
Ainda segundo informações da Polícia Civil, o homem tentou se matar ao tomar veneno, mas foi socorrido ao Hospital Regional de Porto Primavera, em Rosana (SP) e permaneceu internado antes da prisão.
O suspeito confirmou à polícia que mantinha relações sexuais com a filha, que estava grávida de sete meses na época.
Uma outra filha do homem foi ouvida pela polícia e também afirmou que foi abusada na infância por ele.
Diante da confissão do investigado, o delegado responsável representou pela prisão preventiva, que foi acatada.
O homem foi encaminhado para a Cadeia Pública de Venceslau (SP) e permanece à disposição da justiça.

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Fonte: G1