Violência policial é expressão do racismo em diversas partes do mundo


A polícia abriu fogo e matou 69 pessoas em Sharpeville, na África do Sul. Foi no dia 21 de abril de 1969, em uma passeata contra as leis que limitavam os direitos de ir e vir das pessoas negras durante o regime segregacionista do apartheid.

Dez anos mais tarde, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a data como Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial. Mas, em 2023, as mortes causadas pela polícia ainda são uma das formas mais violentas do racismo em diversas partes do mundo.

No estado de São Paulo, as polícias mataram mais de uma pessoa por dia ao longo de 2022, totalizando 414 casos, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública. Dessas, 62,5% foram identificadas como pessoas negras. Em janeiro deste ano, foram 37 mortes classificadas como “intervenção policial”.

“Historicamente, há uma consolidação de uma certa permissividade do abuso das polícias pelo Poder Público”, explica o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Dennis Pacheco. Para ele, um dos elementos que não desautoriza a violência das polícias, que se reflete no alto número de mortes, é a falta de condenações, mesmo em casos com fortes evidências de ilegalidade.

“É comum que os promotores arquivem denúncia de abuso por uso da força das polícias nos casos em que policiais matam pessoas. Independente do depoimento das testemunhas, do que se tem de provas construídas ao longo do inquérito, sejam as provas de balística, da cena do crime”, acrescenta.

Uma violência que, segundo o pesquisador, a partir do racismo que contamina toda a sociedade brasileira, acaba sendo direcionada às populações negras. “Está nessa forma de entender o negro como um possível ladrão, como um possível perpetrador de uma violência, que é algo que está muito mais disseminado na sociedade do que uma perspectiva que seja da polícia”, destaca.

Para a assessora de articulação política da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Juliana Borges, existe um fenômeno mundial de criminalização de populações. “Um avanço dessa ideia que o combate ao crime vai garantir bem-estar social. Quando é o contrário, bem-estar social vai ser garantido com mais direitos”, diz.

Vidas Negras Importam

Por isso que a morte, em maio de 2020, de um homem negro sufocado por policiais nos Estados Unidos encontrou, segundo Juliana, ecos em diversas partes do mundo. “A questão do George Floyd não impactou somente a gente aqui no Brasil. Se a gente for pensar naquele mesmo período, a gente teve manifestações contra a violência policial racial na França também”, exemplifica.

O caso desencadeou a criação do movimento Black Lives Matter – Vidas Negras Importam, com diversos protestos nos Estados Unidos, que acabaram chegando também em outros países que enfrentam problemática semelhante.

Na França, as manifestações relembraram o caso Adama Traoré, um jovem negro que morreu após ter sido preso em 2016. À época, o caso também provocou indignação e diversos protestos.

“Naquele mesmo período [da morte de Floyd], a gente também teve manifestações em alguns países africanos questionando a violência policial”, acrescenta Juliana, ao lembrar dos atos na Nigéria que tinham como alvo a brutalidade do Sars (esquadrão especial antirroubo). Segundo a organização não governamental (ONG) Anistia Internacional, em 20 de outubro de 2020, a polícia e o exército nigerianos mataram 12 pessoas que participavam dos protestos.

No Peru, a Anistia Internacional também acusa o Exército e Polícia Nacional de, em dezembro de 2022, usar força desproporcional para reprimir protestos em áreas com população predominantemente indígena. De acordo com a ONG, ao menos 11 pessoas foram mortas durante a repressão aos atos.

O elo em comum em relação às populações que sofrem com a violência policial é, segundo Juliana, pertencer a grupos discriminados e criminalizados por raça, origem ou etnia.

“Mesmo o racismo sendo modulado nessas sociedades, incidindo de forma diferente, operando de maneira diversa, o que a gente tem é que indivíduos negros ou que são racializados – nos Estados Unidos a gente pode avançar para a discussão da comunidade árabe e dos imigrantes latinos – são essas as populações consideradas perigosas e que precisam ser combatidas”, detalha.

Pressão e controle social

O enfrentamento do problema da violência policial deve ser feito, na visão da especialista, mudando a forma de atuação dessas corporações, trazendo o foco para prevenção e garantia de direitos.

“O mais importante é discutir o combate ao racismo institucional, como a gente faz para construir mecanismos de controle social, controle do uso da força, e formação desses policias que garantam maior segurança para a população e também desses policiais enquanto estão exercendo essa atividade”, diz.

Essas mudanças são possíveis, na avaliação de Dennis Pacheco, a partir da pressão de grupos da sociedade civil, especialmente os impactados por essa violência. “Pressão principalmente dos movimentos sociais. Dos acadêmicos e pesquisadores, como eu. [Pressão] que sempre existiu. As mães de pessoas assassinadas pela polícia sempre se posicionaram, buscaram ocupar os espaços decisórios para prevenir violências como aquelas as quais os filhos delas foram submetidos acontecessem novamente”, enfatiza.

Foi esse contexto que, segundo o pesquisador, ajudou a promover mudanças institucionais nas polícias de São Paulo, o que tem reduzido a letalidade policial, como as câmeras nos uniformes que vêm sendo implantadas nos últimos anos. “A implementação das câmeras faz parte de um conjunto de medidas políticas e administrativas que é muito maior da mera ferramenta tecnológica”, ressalta.

Câmeras e condições de trabalho

Em 2019, os policiais do estado de São Paulo mataram 867 pessoas. Em 2020, o número continuou em patamar semelhante – 815. Em 2021, no entanto, quando o programa de câmeras nas fardas entrou em funcionamento, houve uma redução, com 570 pessoas mortas por policiais. Os equipamentos que registram vídeo e áudio foram implementados, inicialmente, nos batalhões da Polícia Militar que registravam maior número de mortes.

Ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva acredita que é preciso também melhorar as condições de vida e trabalho dos policiais para reduzir a letalidade. “A gente está preocupado com essa questão da letalidade, mas a gente está preocupado com o que gera o efeito letalidade”, diz.

Segundo ele, os policiais sofrem, atualmente, com baixos salários, que fazem com que se submetam a jornadas exaustivas de trabalho, inclusive atuando em funções esporádicas como segurança. Silva afirma que não é possível saber quantos policiais se envolvem nesse tipo de atividade, por ser proibido por lei. Entre as mortes causadas por policiais no ano passado, 143 aconteceram quando os agentes estavam de folga do trabalho oficial.

Por isso, o ouvidor defende que, além de avançar no debate sobre violência, existe um olhar para as condições de trabalho dos agentes.

“O caminho é avançar na tecnologia, na problematização das mortes, no debate sobre como o Estado pode garantir a vida dos civis. Mas a gente também precisa avançar em outras questões que são de valorização da vida policial”, argumenta.

“Uma carga horária menor, um salário mais qualificado, uma política de atendimento à saúde mais decente”, enumera.




Fonte: Agência Brasil

Governo concede títulos a territórios quilombolas em Minas e Sergipe


Nesta terça-feira (21), quando é celebrado o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o governo federal anunciará sete medidas para promoção da igualdade racial no país. Dentre elas, está a titulação de três áreas quilombolas que aguardam há duas décadas pela regularização: Brejo dos Crioulos (MG), Lagoa dos Campinhos (SE) e Serra da Guia (SE). Além disso, o governo também formulará ações de combate à violência contra religiões de matriz africana e criará um programa de proteção aos jovens negros.

A data marca também os 20 anos de criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), primeiro órgão com status de ministério voltado para a questão racial no Brasil, fundada em 2003, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No atual mandato, foi criado o Ministério da Igualdade Racial.

As medidas serão anunciadas às 15h pelo presidente Lula, acompanhado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e demais ministros, no Palácio do Planalto. O evento será transmitido pela TV Brasil.

O pacote de ações envolve titulação de áreas quilombolas e criação de grupos de trabalho para ampliar o acesso de estudantes negros a universidades, reduzir assassinatos de jovens negros e valorizar a cultura afro-brasileira.

Veja abaixo as medidas:

Quilombolas

– O presidente Lula irá assinar a titulação de três áreas quilombolas que aguardam há duas décadas pela regularização: Brejo dos Crioulos (MG), Lagoa dos Campinhos (SE) e Serra da Guia (SE). Será anunciado o programa Aquilomba Brasil, que irá promover os direitos dos povos quilombolas à terra, inclusão produtiva, qualidade de vida, desenvolvimento local e cidadania. Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas sejam quilombolas.

  Acesso a universidade

– Decreto irá criar grupo interministerial para elaboração do Programa Nacional de Ações Afirmativas, que tem como objetivo ampliar o acesso e a permanência de estudantes negros em cursos de graduação e pós-graduação, além de estabelecer reservas de vagas em órgãos públicos.

Redução de homicídios

– Decreto prevê grupo de trabalho para criação do Plano Juventude Negra Viva, que visa reduzir o número de assassinatos, desigualdades e vulnerabilidades sociais entre jovens negros de 15 a 29 anos.

Cais do Valongo

– Criação de um centro no local para valorização da herança africana. Pelo Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro e patrimônio histórico da humanidade, passaram mais de um milhão de escravizados.

Combate ao racismo religioso

– Formulação de ações de combate à violência em relação às religiões de matriz africana e povos de terreiro. No total, o grupo de trabalho terá representantes de 13 órgãos e de nove organizações da sociedade civil.




Fonte: Agência Brasil

Cafeteria em São Paulo é comandada por pessoas com síndrome de Down


O sonho de Jéssica Pereira da Silva, de 31 anos, era abrir um restaurante. A ideia, no entanto, se consolidou com o Bellatucci Café, localizado em Pinheiros, na capital paulista. Dessa forma, ela se tornou a primeira empreendedora com síndrome de Down a se formalizar no Brasil. Nesta terça-feira (21) é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012 e faz referência aos três cromossomos no par 21, que caracterizam a condição genética. 

“Meu sonho era abrir um restaurante, mas minha irmã e minha mãe disseram que restaurante era muito difícil e resolvemos abrir um café. O café mudou minha vida. Ficava muito em casa, assistia muita televisão. Agora chego em casa 7h da noite, trabalho de segunda a sábado”, contou Jéssica.

O gosto por cozinhar veio ao observar a própria mãe e se tornou profissão com o curso de Técnico em Gastronomia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Já formada, Jéssica teve a certeza de que queria ter um empreendimento na área de alimentação. Nas redes sociais, Jéssica conta sua rotina no café

“Gostava de ver a minha mãe mexendo com as panelas, as facas e comecei a ajudar a arrumar a mesa, fazer suco, sobremesa, salada e aí apaixonei”, disse. Na cafeteria, Jéssica serve doces, tortas e cafés. “Faço bolo de pote, brigadeiro, pão de mel, crepe. Cozinhamos todos os dias, vendemos tudo fresco e trabalhamos juntos, minha família toda me ajuda com o café”.

São Paulo (SP), 20/03/2023 - O barista Philippe Tavares, 31 anos, que tem síndrome de Down, trabalha na Bellatucci Café, uma cafeteria inclusiva. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O barista Philippe Tavares, 31 anos, trabalha na Bellatucci Café, uma cafeteria inclusiva. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No local, trabalham outras pessoas com síndrome de Down, inclusive Philippe Tavares, de 31 anos, o barista. “Ele era meu amigo e é barista aqui. E agora, meu namorado”, revelou Jéssica.

O jovem fez curso de barista e de garçom. “Eu amo estar aqui. Sou barista e faço cafés, cappuccino, café mocha. Sou um barista show. Conheci a Jéssica na Apae, aos 6 anos. Agora, ela é minha namorada”, contou orgulhoso.

Confiança

A mãe da Jéssica, Ivânia Della Bella da Silva, é uma das facilitadoras do empreendimento e está diariamente com os trabalhadores do café. Ela faz o treinamento e os acompanha, além de driblar os contratempos e a desconfiança dos clientes.

“Os obstáculos que a gente encontra, como passar para as pessoas a confiança que eles devem ter em contratar o serviço é árduo. É um trabalho de persistência, mas verdadeiro”.

Além de servir o café no local, a cafeteria também realiza eventos empresarias, oferecendo coffee breaks e coquetéis.

“Desde pequena, a Jéssica mostrou sinais de que queria trabalhar com comidas. Ela fez curso de técnica em gastronomia e começou a gostar muito, a procurar receitas, então quis abrir um restaurante. Sugerimos abrir um café e ela ficou super feliz”, contou.

A irmã de Jéssica, Priscila, junto do marido, Douglas Batetucci, investiram no espaço. Com a pandemia, o Café mudou de lugar. Agora, funciona anexo ao Restaurante Como Assim?!, cujo o dono, um investidor social, apoiou o empreendimento de impacto social da Jéssica. “A família toda ajuda e a gente não quer parar, queremos ver o resultado dela que está sendo muito bacana”.

Ivânia aconselha pais e mães a incentivar e a estimular filhos com síndrome de Down. Sua expectativa é que, assim, a sociedade se torne mais acolhedora e aprenda a conviver melhor com pessoas diferentes.

“Os nossos filhos jovens estão abrindo caminho para esses bebês [pessoas com Down] com um leque de possibilidades. Desejo que as mães estimulem seus filhos e deixem eles serem o que eles quiserem porque eles podem, basta você confiar. Se ele gosta de uma coisa, trabalhe em cima disso que ele vai dar certo e acreditar. Tenho a experiência viva e espero que um dia a sociedade deixe de falar inclusão e fale apenas em convivência, que a gente saiba conviver com os diferentes”, argumentou Ivânia.

Barreiras

O empreendimento da Jéssica é um exemplo da capacidade das pessoas com síndrome de Down. No entanto, a inserção no mercado de trabalho ainda enfrenta dificuldades, explicou a psicóloga Paula Cardoso Tedeschi, que atua na Fundação Síndrome de Down, com sede em Campinas (SP).

“As barreiras são alguns estigmas e preconceitos, uma superinfantilização das pessoas. Então há barreiras físicas, atitudinais e comunicacionais que dificultam a inclusão. São esses preconceitos de imaginar que [a pessoa com Down] não pode fazer e que não tem capacidade”, disse.

Para a psicóloga, mudanças nas posturas dos colegas e dos líderes de organizações podem melhorar a inclusão das pessoas com Down no mercado de trabalho.

“É preciso mudar esse olhar muito infantilizado, de imaginar que o colega de trabalho é uma criança, de não visualizá-lo como uma pessoa adulta que tem os seus direitos e os seus deveres. É uma pessoa que está lá para fazer um tipo de serviço e a postura do colega ou do líder deve ser de apoiá-lo como a todos os funcionários. Há questões em que são necessárias de adaptações, mas essas questões não impedem que essa pessoa seja tratada como um trabalhador, que tem horários, deveres e direitos, assim como os demais”, afirmou.

A Fundação Síndrome de Down oferece, desde 1999, o Serviço de Formação e Inclusão no Mercado de Trabalho. https://www.fsdown.org.br/o-que-fazemos/formacao-e-inclusao-no-mercado-de-trabalho/ O curso é composto por quatro programas: Iniciação ao Trabalho, Vivência Prática Profissional, Contratação CLT e Sócio Laboral.

“Esse serviço é oferecido a população com síndrome de Down e deficiência intelectual, através do Serviço Único de Saúde (SUS). As famílias podem procurar os centros de saúde, que encaminham para a fundação”, explica a psicóloga.

Legislação

A contratação desse público está prevista na Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91). A legislação determina que a empresa com 100 e 200 empregados está obrigada a preencher 2% dos seus cargos com pessoas com deficiência. Empresas com 201 a 500, são 3%; de 501 a 1000, são 4% e de 1001 em diante são 5%. A multa para o descumprimento pode chegar a mais de R$ 200 mil.

Já o Estatuto da Pessoa com Deficiência veda a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.

Na opinião da psicóloga, é necessário que a sociedade e as empresas sejam mais inclusivas para que de fato as pessoas com Down tenham oportunidades.

“Desde a questão arquitetônica para uma adaptação e locomoção até as questões das informações para as mudanças nas barreiras atitudinais. As empresas também precisam estar mais dispostas a conhecer, a ter vivências, para que tenhamos mais possibilidades de inclusão, inclusive com planos de carreira nas empresas. É preciso uma série de mudanças para que um trabalho de fato inclusivo”, afirmou Paula.

Inclusão

Na visão da fundadora da ONG Nosso Olhar, Thaissa Alvarenga, a socialização e inclusão desses indivíduos deve ser trabalhada desde o berço familiar até a vida adulta. E quem convive também deve aprender mais sobre as pessoas com Down.

“No Brasil, temos a Lei de Cotas. Porém, para várias pessoas, essa realidade ainda é distante. Pessoas sem deficiência também devem ter a disposição de aprenderem para que a diversidade seja colocada em prática, assim a inclusão pode ser de fato trabalhada em todos os ambientes. Devemos promover e orientar. Para inclusão acontecer, devemos mobilizar o setor público e privado, unido com o terceiro setor”, avaliou. Thaissa atua pela garantia da capacitação, inserção no mercado de trabalho, independência financeira e autonomia das pessoas com deficiência e responsável pelo portal de conteúdos Chico e Suas Marias e Espaço Rede T21.






Fonte: Agência Brasil

Durante sessão ordinária, Câmara Municipal de Presidente Prudente aprova quatro projetos de leis




Reunião teve início às 20h desta segunda-feira (20) e foi transmitida ao vivo pelo canal da TV Câmara no YouTube. Vereadores de Presidente Prudente aprovam quatro projetos durante sessão ordinária
Câmara Municipal de Presidente Prudente
A Câmara Municipal de Presidente Prudente (SP) aprovou quatro projetos de leis e dois projetos de decretos legislativos durante sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (20).
Os vereadores aprovaram em expediente com votação 34 requerimentos de providências e informações, quatro moções, quatro requerimentos de pesar e 45 requerimentos de congratulações.
No início da sessão, durante experiente sem votação e de leitura de ofícios, os parlamentares encaminharam ao Poder Executivo 62 indicações de melhorias para diversos bairros da cidade.
Após a reunião ordinária, foi realizada sessão informal para entrega de cartão de prata à Déborah Cristina Crispim Matsu, conforme requerimento nº 6.625/18, de autoria da vereadora Nathália Gonzaga (PSDB).
Confira abaixo as disposições dos projetos discutidos na ordem do dia e a decisão do plenário sobre cada uma das matérias.
Projeto de Lei nº 822/18, de 06/03/2023. Autor: Prefeito municipal. Assunto: Dispõe sobre a regulamentação da possibilidade de recebimento de recursos econômicos e financeiros para a Fundação de Educação, Pesquisa e Inovação “Vicente Furlanetto” para a realização de eventos e ações na forma que especifica, com o objetivo de ampliar os métodos de custeamento das ações desenvolvidas, com a participação da iniciativa privada. (PL nº 26/2023) – I*. Aprovado em primeira e segunda discussões.
Projeto de Lei nº 821/18, de 27/02/2023. Autor: Vereador Demerson Dias. Assunto: Acrescenta ao artigo 1º da Lei nº 5.002/97 (Lei de Declaração de Utilidade Pública), mais um item, nos seguintes termos: “ASSOCIAÇÃO ESPORTIVA PRUDENTE THUNDERS”. Aprovado em discussão única.
Projeto de Decreto Legislativo nº 44/18, de 06/03/2023. Autor: Vereador Enio Perrone. Assunto: Dispõe sobre a concessão do Título de “CIDADÃO PRUDENTINO”, ao Excelentíssimo Senhor DR. LUÍS ROBERTO GOMES, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à comunidade prudentina nas áreas jurídica e social, como Procurador de Estado, Promotor de Justiça, Procurador da República e Professor Universitário. Aprovado em discussão única.
Confira abaixo os projetos discutidos com urgências e a decisão do plenário sobre as matérias.
Projeto de Lei nº 830/18. Autor: Mesa da Câmara. Assunto: Dispõe sobre: a concessão de correção monetária do valor do sistema de aquisição de gêneros alimentícios por documentos de legitimação da Câmara Municipal de Presidente Prudente. Aprovado em primeira e segunda discussões.
Projeto de Lei nº 831/18. Autor: Mesa da Câmara. Assunto: Dispõe sobre: a concessão de Revisão Geral Anual aos servidores da Câmara Municipal de Presidente Prudente. Aprovado em primeira e segunda discussões.
Projeto de Decreto Legislativo nº 00046/18. Autor: Vereadores 18ª Legislatura. Assunto: Dispõe sobre a concessão do Título de “CIDADÃO PRUDENTINO”, ao Senhor REINALDO CARNEIRO BASTOS, em reconhecimento aos relevantes serviços futebolísticos prestados como Presidente da Federação Paulista de Futebol à cidade de Presidente Prudente. Aprovado em discussão única.
A reunião desta segunda-feira (20) foi transmitida ao vivo pelo canal da TV Câmara. Todas as transmissões ficam disponíveis após seu encerramento.

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Fonte: G1

Exposição no IMS de São Paulo mostra ditaduras chilena e brasileira


Em 1973, o fotojornalista Evandro Teixeira (1935) foi enviado pelo Jornal do Brasil (JB) para cobrir o golpe militar no Chile. Acompanhado do repórter Paulo César de Araújo, Teixeira embarcou para o Chile no dia 12 de setembro, um dia após o golpe que culminou com a morte do então presidente Salvador Allende. Com as fronteiras fechadas pela junta militar chilena, ele só conseguiu entrar em Santiago no dia 21 de setembro, quando foi permitido que a imprensa registrasse o acontecimento, mas sob forte vigilância militar.

Com a máquina analógica guardada dentro da jaqueta e sempre preparada para o clique, Teixeira conseguiu se desvencilhar da censura chilena e fazer os mais importantes registros daquele período para a imprensa brasileira. E são essas fotos, produzidas em preto e branco para o JB, que estão em exposição a partir desta terça-feira (21) no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. A mostra Evandro Teixeira, Chile, 1973 é gratuita e fica em cartaz até 30 de julho. A curadoria é de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS.

“A exposição olha primordialmente para o material que o Evandro produziu em Santiago dias após o golpe militar de 1973. E essa apresentação é construída em diálogo com o que ele havia produzido antes no Brasil, também no período de ditadura militar – imagens icônicas como a da tomada do Forte de Copacabana no dia 1º de abril de 1964, no primeiro dia do golpe”, disse Burgi, em entrevista à Agência Brasil.

Aliás, essa foto produzida por Teixeira sobre a tomada do Forte de Copacabana, em que os militares são apresentados sob forte sombra e chuva torrencial no Rio de Janeiro, apenas com uma luz brilhando ao fundo, é um de seus registros preferidos. Apó visitar a exposição em sua homenagem, em São Paulo, Teixeira contou como a imagem foi feita. “As 5h, o Leno [capitão Leno, que era seu vizinho no Rio de Janeiro] bateu na minha porta dizendo que o golpe militar estava acontecendo. ‘Você vem comigo ou não?’, ele falou. Naquele momento, coloquei a câmera dentro da jaqueta, enchi os bolsos de filmes e levei só uma lente de 35 milímetros. E parti para lá”, contou o fotojornalista. E foi assim que ele fez o primeiro flagrante do golpe de 1964.

Ao todo, a exposição apresenta 160 fotografias, além de livros, vídeos, fac-símiles, crachás de imprensa e até a máquina que Teixeira precisou levar ao Chile para transmitir ao Brasil suas fotos analógicas. Das 160 fotos em exposição, 130 apresentam as imagens feitas por ele naquele país. As demais são fotos em que retrata a ditadura brasileira. Entre elas está uma das mais famosas do período em que registrou centenas de pessoas aglomeradas na Cinelândia, no centro do Rio, segurando uma faixa onde se lê: Abaixo a Ditadura, Povo no Poder, feita durante a Passeata dos 100 mil. A foto, que havia sido escolhida para estampar a capa do Jornal do Brasil, acabou sendo censurada pelos militares e não pôde entrar na primeira página do jornal. Mas se tornou uma das imagens mais conhecidas sobre a ditadura militar brasileira.

“Ele fez uma série de imagens das manifestações de 1968, que começaram com o assassinato do estudante Edson Luis (Edson Luís de Lima Souto, morto por militares brasileiros], passou pela missa de sétimo dia reprimida na Candelária, que culminou depois na chamada ‘sexta-feira sangrenta’ [evento em que os militares reprimiram uma passeata de estudantes, provocando a morte de pelo menos 28 pessoas]. E, por fim, retratou também a Passeata dos 100 mil”, explicou Burgi.

Salas expositivas

A exposição apresenta três grandes conjuntos de imagens feitas por Teixeira nessa viagem ao Chile. No primeiro espaço são apresentadas fotos que ele fez da ditadura brasileira e também imagens em que retratou o que aconteceu no Estádio Nacional de Chile, “transformado em um campo de detenção, torturas e assassinatos”, segundo o curador.

Nesta sessão da sala expositiva, o curador colocou de lado as imagens feitas no estádio e que foram encenadas pelos militares, mostrando poucos presos políticos nas arquibancadas e um coronel dando entrevista. Dizia que todos eles recebiam bom atendimento nas prisões. Do outro lado, foram colocadas as fotos que Evandro fez ao conseguir se desvencilhar dos militares e entrar no subsolo do estádio, mostrando os estudantes sendo presos.

“A junta militar [chilena], ao liberar a imprensa internacional, tentou fazer a reconstrução de uma narrativa às avessas do que de fato estava acontecendo no Estádio Nacional. Ele [Teixeira] e dezenas de fotojornalistas foram levados ao estádio, que foi previamente preparado com apenas 10% dos presos escolhidos para ficarem ali nas arquibancadas. Enquanto o coronel dava entrevista dizendo que os presos tinham direito a banho de sol e atendimento médico, o Evandro, que já conhecia o local por ter coberto a Copa do Mundo, desceu ao subsolo e mostrou imagens de estudantes chegando, presos”, disse o curador.

Evandro Teixeira se lembra bem desse momento. Ao visitar a exposição nessa segunda-feira (21), ele contou à Agência Brasil como foi vivenciar essa parte da história. “Foi um momento de tensão no Estádio Nacional, por exemplo. Como eu conhecia o estádio, por já ter estado na Copa do Mundo de 1962, eu sabia onde estava pesando. Sabia que lá tinha um porão. E aí quando eu estava acompanhando a visita [oficial] ao estádio, quando acabou [essa apresentação], dei uma fugida e fiz rapidamente meia dúzia de fotogramas de estudantes presos encostados no paredão. E todos eles morreram. Todos que estavam no fotograma morreram”, contou.

O segundo espaço da sala expositiva apresenta fotos feitas por ele nas ruas de Santiago. É nesse espaço que se encontra também a máquina de telefoto, que funcionava como aparelho de fax e que utilizava para enviar fotos do Chile para o Jornal do Brasil. “Aqui há uma série de imagens do Palácio de La Moneda bombardeado, da cidade ocupada pelo Exército e do cemitério periférico com covas abertas”, descreveu o curador.

Já o terceiro espaço apresenta as imagens que Teixeira fez sobre a morte e o enterro do poeta chileno Pablo Neruda. O fotógrafo havia conhecido Neruda e sua esposa Matilde ainda no Brasil, quando estiveram em Salvador para visitar o escritor Jorge Amado.

Assim que chegou ao Chile para retratar a ditadura, Teixeira soube que Neruda estava hospitalizado em uma clínica. E se dirigiu ao local. Lá encontrou Neruda já morto e acabou fazendo os únicos e últimos registros do poeta. “Ele foi com uma câmera escondida, conseguiu passar por uma entrada lateral e chegou a uma área onde o corpo do Neruda havia sido trazido para a preparação [do enterro]. Há uma foto importante que ele faz, a primeira delas, em que está a viúva do Neruda [ao lado do corpo]. Ele fez a foto e se apresentou para ela, lembrando da visita deles a Jorge Amado. E aí ela pediu que ele lá ficasse e a acompanhasse. O fotojornalista fez 36 horas de documentação entre a clínica, a casa deles, o velório e o enterro. Essa acabou virando a primeira manifestação política contra o regime de [Augusto] Pinochet”, disse o curador.

As fotos sobre a morte e o enterro de Neruda são apresentadas acompanhadas por trechos de suas poesias. “Tem uma foto de dona Matilde em um cubículo, ao lado da porta por onde entrei. Quando abriu a porta da Clínica Santa Maria, eu estava rodando por ali e procurando por onde entrar. Vi uma portinha aberta e entrei. Quando entrei naquele cubículo, vi o corpo do Neruda em uma maca e dona Matilde sentada ao lado. E aí eu ‘pá’, cliquei. Primeiro eu fotografei e depois fui falar que eu era o fotógrafo [que fez imagens] do Jorge Amado. ‘Lembra?’, disse a ela. Aí ela olhou para mim e afirmou: ‘meu filho, sua presença aqui é muito importante’”, lembrou Teixeira.

Então, ele foi autorizado pela viúva a fotografar o velório e o enterro do poeta, que foi acompanhado por uma multidão. “Foi bem emocionante. Eu chorei lá. Eu subi no túmulo para fotografar de cima e vi o povo cantando: ‘Neruda está vivo’. E aí eu chorei. Com as lágrimas derramadas, eu me segurei. Foi um momento lindo”, contou.

As ditaduras

Na entrevista à Agência Brasil, o fotojornalista que vivenciou os períodos violentos de ditadura militar no Brasil e no Chile disse que não há diferenças entre eles. E ressaltou que, saber sobre esse período na história dos dois países é importante para que a sociedade jamais permita a volta das ditaduras. “Aquilo que aconteceu em Brasília [a invasão dos três Poderes, no início de janeiro deste ano] foi uma vergonha. Aquilo me deu um negócio. Aquilo foi uma coisa triste”, lamentou.

Teixeira vai participar de um bate-papo com o público nesta terça-feira, a partir das 18h. Na conversa, que também contará com a presença do curador da mostra, serão discutidas as ditaduras e a importância dos regimes democráticos. “É uma exposição importantíssima porque fala fundamentalmente da questão do Estado de Direito e do significado de violência, toda vez que você rompe isso”, disse Burgi.

“Esse tipo de exposição é importante para ensinar à novas gerações o que é a ditadura. Diferentemente do Brasil, a Argentina e o Chile tiveram um processo de julgamento [dos responsáveis pelas torturas e mortes do período] que permitiram às novas gerações conhecer a história. Como no Brasil não houve esses julgamentos, esse tipo de iniciativa, a exposição é fundamental”, afirmou Carina, filha do fotógrafo.

O bate-papo também deve incluir a importância do papel do fotojornalista nos registros históricos. “Minha aventura pessoal identifica-se com a aventura vivida pelo mundo. Não tenho méritos para isso, sou um homem manejando uma câmera. Quando bem operada, é um fósforo aceso na escuridão. Ilumina fatos nem sempre muito compreensíveis. Oferece lampejos, revela dores do impasse do mundo. E desperta nos homens o desejo de destruir esse impasse”, disse o fotógrafo em texto sobre a exposição.

A mostra no Instituto Moreira Salles tem entrada gratuita. Mais informações podem ser obtidas no site da exposição. “Tomara que muita gente venha ver porque, modéstia a parte, eu não tinha ainda a dimensão da qualidade e da quantidade do que eu tinha feito”, disse o fotógrafo à reportagem.




Fonte: Agência Brasil

Amor multiplicado por três: Associação do Oeste Paulista de Síndrome de Down promove inclusão social de crianças e adultos buscando a garantia de oportunidades


“Antigamente, há 23 anos atrás ou mais, não tínhamos esse apoio. Na época, levei minha filha para uma outra associação, para que ela pudesse ser atendida por especialistas. Hoje, as mães que têm seus filhos com a síndrome já são encaminhadas para a AOPDown. Fico feliz que as mães, hoje, não só as que têm filhos com Down, tenham locais para que elas possam levá-los, onde essas famílias, no início e na descoberta das necessidades especiais que eles apresentam, muitas vezes se encontram perdidas”, enfatizou ao g1.




Fonte: G1

Combate ao desmatamento é prioridade para mitigar mudanças climáticas


O combate ao desmatamento deve ser a prioridade do Brasil para a mitigação das mudanças climáticas. A avaliação é da secretária Nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Ana Toni.

“Em termos de mitigação, o [combate ao] desmatamento é o número um, dois, e três”, disse a secretária.

Ela cita ainda a eletrificação de ônibus e de pequenos caminhões urbanos como medidas para reduzir a emissão de carbono.

“Na área de energia e transporte, obviamente temos a eletrificação dos ônibus, eletrificação dos pequenos caminhões que andam na cidade. Não só porque é bom para tirar carbono, mas também por causa da questão de saúde”.

Relatório

As declarações de Ana Toni foram dadas hoje (20) em live nas redes sociais, após a divulgação do Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas (ONU).

O documento apontou que o ritmo e a escala das medidas tomadas até agora pelos países, assim como os planos atuais, são insuficientes para lidar com as mudanças no clima.

O relatório alerta que são necessárias medidas mais ambiciosas e mostra que, “se agirmos agora, ainda é possível garantir um futuro sustentável e habitável para todos”.

O IPCC foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988. A proposta é fornecer avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros, além de propor opções de adaptação e mitigação. O painel tem 195 países membros, entre eles o Brasil.

“A gente deve olhar para as questões de mitigação não só no combate às mudanças do clima, mas também que sejam benéficas seja para saúde, seja para trazer mais emprego. Reflorestamento é um caso que também traz empregos”, disse Ana.




Fonte: Agência Brasil

Operação Clava prende dois suspeitos de tentativa de homicídio em Mirante do Paranapanema


A Polícia Civil prendeu temporariamente dois homens por tentativa de homicídio, nesta segunda-feira (20), durante a Operação Clava, em Mirante do Paranapanema (SP). O crime aconteceu no último dia 12 de março, quando três suspeitos, com idades entre 20 e 41 anos, teriam agredido outro homem, de 40 anos, desferindo vários golpes contra sua cabeça e seu corpo em um bar.




Fonte: G1

Recadastramento de armas particulares chega a 81%


O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (20) que a pasta atingiu a meta de recadastrar mais de 80% das armas particulares no país. De um total de 762.365 armas registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mantido pelo Exército, foram recadastradas até o momento 613.834. O número representa 81% do total. O prazo final termina no dia 3 de abril e, segundo Dino, não será prorrogado.

“Não haverá nenhum efeito de confisco de armas que forem recadastradas, porém, sim, daquelas que não forem recadastradas. No mês de abril, quando tivermos a conclusão, as armas que não forem recadastradas estarão sujeitas à apreensão administrativa e remessa à própria Polícia Federal [PF], para que instaure os inquéritos policiais competentes relativos a essas armas”, explicou o ministro, durante coletiva de imprensa, em Brasília.

O Sigma é o sistema que registra os armamentos em nome dos chamados CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores). O outro sistema nacional de registro de armas de civis, o Sinarm, mantido pela PF, registra armas de empresas de segurança privada, policiais civis, guardas municipais e pessoas físicas com autorização de posse ou porte.

O recadastramento atual, que começou em fevereiro, está sendo feito pela PF e vai condensar todas as informações sobre armamento civil no Sinarm a partir de agora. Essa foi uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que suspendeu, por meio de decreto, os registros para aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por CACs.

Após o fim da etapa de recadastramento, segundo Dino, uma proposta de novo decreto com regras sobre aquisição de armas, obtenção de posse ou porte e funcionamento de clubes de tiro será apresentado ao presidente da República. O tema também deverá ser discutido por meio de audiências públicas no Congresso Nacional.

Uso restrito

Apesar de ter batido a meta geral de recadastramento das armas registradas por CACs, o ministro da Justiça informou que o percentual é menor em relação às armas de uso restrito. Neste caso, do total de 62.870 armas de uso restrito registradas no Brasil em nome de civis, apenas 33 mil foram recadastradas, um pouco mais da metade.

“Nós temos percentual mais alto de cadastramento nas armas de uso permitido e um percentual menor nas armas de uso restrito. Esse é o alerta, restam 14 dias e este prazo não será prorrogado”, ressaltou. As armas de uso restrito são aquelas de uso exclusivo das Forças Armadas, forças de segurança pública e também por CACs. Normalmente, são aquelas armas com maior poder de destruição, como as pistolas automáticas, metralhadoras, fuzis, entre outras.

Rio Grande do Norte

Durante a coletiva, Dino também abordou os casos de violência no Rio Grande do Norte por ação de uma facção criminosa. Desde o dia 14, o estado enfrenta uma crise na segurança pública, com mais de 252 ataques contra a população, prédios públicos, comércios e veículos. Mais cedo, Dino anunciou a liberação de R$ 100 milhões em investimentos para reforçar a segurança no estado, incluindo recursos para ampliação do sistema carcerário e reaparelhamento das polícias. Até o momento, segundo Dino, há cerca de 700 agentes da Força Nacional de Segurança em apoio às ações de polícia ostensiva no estado.

“Nós temos uma situação de controle progressivo da violência instalada. Tivemos noites, dias de haver mais de 100 ocorrências de ataques. Nesta madrugada, tivemos cerca de cinco. Então, temos uma situação de diminuição efetiva de indicadores, mostrando a crescente eficácia dessa atuação conjunta do governo federal com o governo do Rio Grande do Norte”, afirmou. Segundo Dino, a crise de segurança não deve extrapolar as fronteiras do Rio Grande do Norte e, em breve, o ministro espera “controle total” da situação. O apoio da Força Nacional seguirá no estado por tempo indeterminado.




Fonte: Agência Brasil

PF liberta paraguaios que trabalhavam em situação análoga à escravidão


A Polícia Federal libertou, nesta segunda-feira (20), 19 paraguaios que trabalhavam em uma fábrica de cigarros clandestina e em condições análoga à escravidão, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os trabalhadores chegaram ao Brasil de olhos vendados e não sabiam sequer em que cidade estavam.

A Operação Libertatis teve o objetivo reprimir organização criminosa especializada nos crimes de tráfico de pessoas, redução a condição análoga à de escravo, fraude no comércio, sonegação por falta de fornecimento de nota fiscal e delito contra as relações de consumo.

A fábrica tem grande capacidade de produção, sendo responsável pela distribuição de cigarros em todo o estado do Rio de Janeiro. Os cigarros clandestinamente são vendidos a preços bem abaixo do mercado nacional. Um maço é vendido por ambulantes ao preço de R$ 4.

A Polícia Federal informou que os paraguaios estavam alojados na própria fábrica e trabalhavam em jornada excessiva de 12 horas por dia, 7 dias por semana, em dois turnos, inclusive de madrugada, sem descanso semanal. Além disso, os trabalhadores se encontravam em local sem as mínimas condições de higiene, convivendo com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos da produção dos cigarros. Eles não recebiam qualquer remuneração pelos serviços prestados, tinham a liberdade de locomoção restrita e ainda eram forçados a trabalhar sem equipamentos de proteção.

Os trabalhadores resgatados disseram que foram trazidos do Paraguai mediante a promessa de que trabalhariam na produção de roupas. Contudo, eles foram encaminhados para as instalações da fábrica, onde eram mantidos presos até o resgate de hoje. Eles também relataram que mantinham contato com apenas uma pessoa, a qual aparecia para trazer mantimentos, armada e vestindo uma máscara que ocultava seu rosto.

A deflagração da Operação Libertatis contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal, e teve por finalidade o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em diversas localidades do município de Duque de Caxias.

O Consulado da República do Paraguai no Rio de Janeiro informou que já tomou conhecimento do caso mas “que não seria possível se pronunciar sobre a situação dos trabalhadores mantidos em cárcere privado por questões de protocolo e de segurança”.




Fonte: Agência Brasil