Hoje é Dia: semana tem luta por igualdade de gênero e música clássica


Apreciar uma orquestra, lutar por direitos e cuidar da saúde. A semana entre os dias 5 e 11 de março têm datas para estas três ações.

Neste domingo (5) é celebrado o Dia Nacional da Música Clássica, um estilo musical que atravessa gerações e continua encantando muitas pessoas ao redor do mundo. A data é uma homenagem ao legado de Heitor Villa-Lobos e é celebrada desde 2009 no país. A Agência Brasil já falou sobre a origem da data.

Já o dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. A data é muito importante para reforçar a luta pela igualdade de gênero e direitos da população feminina. No ano passado, o Tarde Nacional, da Rádio Nacional, destacou que, apesar da data, as mulheres ainda têm muitos desafios para chegar à equidade e paridade.

A data é de intensa mobilização social pelo mundo. No Brasil, atos da Marcha Mundial das Mulheres costumam ocorrer na maioria das capitais brasileiras. A EBC tem tradição na cobertura dos protestos. Bandeiras como o fim do feminicídio e a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres voltam a cada 8 de março, como mostra reportagem de 2019 da Agência Brasil.

O 10 de março é o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. A data serve para conscientizar que a falta de atividade física é um fator de risco para diversas doenças, como obesidade, hipertensão e diabetes, e é importante incentivar a prática regular de exercícios físicos para uma vida mais saudável. O tema foi abordado nas Rádios EBC e TV Brasil no ano passado.

Músico, astronauta e império

No dia 6 de março, completam-se 10 anos da morte do músico paulista Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão, líder da banda Charlie Brown Jr. Chorão deixou um legado importante no rock nacional, com suas letras que abordavam temas como amor, sociedade e crítica política.

Já no dia 8 de março, completam-se 215 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro. Foi um importante capítulo da história do Brasil e abriu as portas para a Independência do país (que ocorreria 14 anos depois). O Na Trilha da História falou sobre a data em 2018.

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

5 a 11 de março de 2023

5

Morte do líder político georgiano Josef Stalin (70 anos)

Morte do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez (10 anos)

Dia Nacional da Música Clássica

Open Data Day (data móvel) – comemoração anual sobre dados abertos realizada em diversas instituições no mundo. Grupos celebram e debatem a importância de acessar, utilizar, modificar e compartilhar dados para qualquer finalidade. Uma oportunidade de mostrar os benefícios dos dados abertos e incentivar a adoção de políticas de dados abertos em governos, em empresas e na sociedade civil

6

Nascimento do compositor, instrumentista e arranjador mineiro Alberto Chimelli (70 anos) – dirigiu, em 1986 e 1987, o Projeto Brahma de Música, que culminou com a apresentação de 23 músicos no Theatro Municipal

Morte do músico paulista Alexandre Magno Abrão, o Chorão (10 anos) – vocalista da banda Charlie Brown Jr

Nascimento do pianista, compositor, professor e comerciante luso-brasileiro Artur Napoleão (180 anos)

Nascimento do maestro e violeiro paulista Rui Torneze (60 anos)

Morte do compositor baiano Assis Valente (65 anos)

Estreia da ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi, no Teatro La Fenice, em Veneza (170 anos)

7

Nascimento do violonista, compositor e musicólogo maranhense Turíbio Santos (80 anos)

Dia do Paleontólogo – fundação da Sociedade Brasileira de Paleontologia

8

Família real portuguesa chega ao Rio de Janeiro (215 anos)

Dia Internacional da Mulher

9

Nascimento da atriz, cantora, compositora e apresentadora fluminense Lúcia Maria Werner Vianna de Carvalho Lins, a Lucinha Lins (70 anos)

Dia Mundial do Rim (data móvel)

10

Nascimento da atriz paulista Célia Biar (105 anos)

Nascimento do médico, anatomista e biólogo italiano Marcello Malpighi (395 anos) – pioneiro na utilização do microscópio

Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo

11

Nascimento do intérprete e instrumentista fluminense Lafayette Coelho Varges Limp (80 anos)

Morte do dramaturgo, teatrólogo, jornalista, cronista e professor fluminense Joracy Schafflor Camargo (50 anos)

 *As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados a cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para [email protected]




Fonte: Agência Brasil

Linha do tempo conta história centenária do Palácio Pedro Ernesto


Tombado em 1988 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) por sua importância arquitetônica, histórica e cultural, o Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, completará 100 anos em 21 de julho de 1923.

Ato em frente a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, cobra solução do caso Marielle Franco e Anderson Gomes.

Ato na escadaria do Palácio cobra solução do caso Marielle Franco e Anderson Gomes – Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

Desde sua inauguração, o edifício e suas escadarias foram palco de marcos importantes para a história do Rio de Janeiro e do Brasil, como a campanha para vereador, em 1954, de Abdias do Nascimento, criador do Teatro Experimental do Negro no Brasil. Ele foi um dos primeiros candidatos a levantar a bandeira antirracista, com o slogan: Não vote em branco, vote no preto.

Outro momento marcante foi o velório do estudante Edson Luiz, de 18 anos, morto pela ditadura militar em março de 1968. O acontecimento parou a cidade e reuniu cerca de 50 mil pessoas. O palácio também recebeu a Passeata dos Cem Mil, manifestação popular contra a ditadura militar brasileira, organizada pelo movimento estudantil, ocorrida em julho do mesmo ano.

Mais recentemente, a sede do Legislativo carioca acolheu o velório da vereadora Marielle Franco, executada com quatro tiros na cabeça em março de 2018. Na ocasião, milhares de pessoas se reuniram em protesto nas escadarias do prédio.

Centenário

Para marcar o início das celebrações do centenário do Palácio Pedro Ernesto, a Câmara do Rio lançou uma linha do tempo virtual que conta a história do prédio. A página na internet traz os principais marcos da trajetória não só do Palácio e da política carioca, mas também do Brasil, afinal a cidade foi a capital federal por quase 200 anos, entre 1763 e 1960.

Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal de vereadores do Rio de Janeiro, no centro da cidade.

Edifício é sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade – Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente da Câmara Municipal, vereador Carlo Caiado, destacou no lançamento da linha do tempo, que um dos objetivos do levantamento histórico é aproximar o cidadão do parlamento e da história da cidade.

“O Palácio é um dos palcos principais da política carioca e brasileira, onde, em toda a sua história, a população vem se manifestar. É um monumento da nossa democracia, que vamos exaltar, ao longo do ano, lembrando sua importância e abrindo ainda mais as portas para a população”.

O edifício foi batizado com o nome de Pedro Ernesto em 1951, em homenagem ao médico e ex-prefeito do Rio de Rio de Janeiro, após seu falecimento em 1942. Ele governou a cidade entre 1931 e 1934, como interventor, e depois de 1935 a 1936, eleito indiretamente pela Câmara Municipal.

O prédio também conta com um rico acervo de obras de arte, decoração interna e móveis de época, além de pinturas e esculturas. Também são atrações o Plenário e a Sala Inglesa, toda revestida em madeira de lei.

*Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara




Fonte: Agência Brasil

Líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade são presos na região de Presidente Prudente


No total, o movimento social mobilizou 2,5 mil pessoas nas ocupações de nove fazendas nas cidades de Marabá Paulista (SP), Mirante do Paranapanema (SP), Presidente Epitácio (SP), Presidente Venceslau (SP), Rosana (SP), Sandovalina (SP) e Teodoro Sampaio (SP).




Fonte: G1

Fiscalização apreende carga de maconha transportada em meio a materiais recicláveis na Rodovia da Integração




Motorista do caminhão, com placas de Dourados (MS), foi preso em flagrante por tráfico de droga neste sábado (4). Carga de maconha foi apreendida neste sábado (4) em Presidente Venceslau (SP)
Polícia Militar Rodoviária
A Polícia Militar Rodoviária apreendeu neste sábado (4) uma carga com grande quantidade de maconha que era transportada junto a materiais recicláveis em um caminhão que foi abordado pela fiscalização no km 72 da Rodovia General Euclides de Oliveira Figueiredo, a Rodovia da Integração (SP-563), em Presidente Venceslau (SP).
O motorista do veículo foi preso em flagrante por tráfico de droga.
Durante a fiscalização, os policiais encontraram a maconha em meio aos fardos de materiais recicláveis na carroceria do caminhão, com placas de Dourados (MS).
A ocorrência foi levada à Delegacia da Polícia Civil, em Presidente Venceslau, e o peso da droga apreendida ainda não foi totalizado.

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Fonte: G1

Presidente Prudente tem sessão de cinema inclusiva para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo neste domingo


De acordo com Matheus Cortez, gerente da unidade da cadeia de cinemas Moviecom em Presidente Prudente, a sessão possui algumas particularidades para tornar-se mais acessível a esse público, como luzes do fundo acessas, não exibição de trailers, porta de entrada aberta e um volume mais ameno na sonorização.




Fonte: G1

Mulheres e negros cobram protagonismo no carnaval da Sapucaí


A compositora Thayssa Menezes desfilou neste ano pela primeira vez sem a identificação “Compositor”, no masculino, em suas costas. Isso só foi possível porque ela chegou à presidência da ala dos compositores da Acadêmicos do Cubango, na Série Prata do carnaval carioca, e pediu que o óbvio fosse considerado: mulheres também podem ser compositoras de sambas-enredo.

“Existem pouquíssimas, de se contar com os dedos da mão, mulheres ocupando esse lugar, e, então, nós somos masculinizadas. As mulheres nas alas dos compositores têm que vir com roupas masculinas, porque os carnavalescos têm um parâmetro de que essa ala é masculina. Eu, na minha ala, neste ano, mandei fazer a camisa escrito compositores”, disse.

A mudança de poucas letras e muito significado é um exemplo de uma série de questionamentos levantados nos últimos anos sobre o domínio de homens e brancos em uma festa com forte herança de tradições matriarcais e africanas. Abertas as notas dos jurados do Grupo Especial neste ano, personalidades negras e ativistas antirracistas ecoaram outro tema, “onde estão os negros e os saberes ancestrais na avaliação do carnaval?”

“O carnaval está vivendo uma insurgência negra, que está voltando a reivindicar essa essência, esse fundamento, de olhar para a escola de samba como um terreiro, de reivindicar esse matriarcado negro que estava na construção do que a gente entende como escola de samba”, explica Thayssa, que também é pedagoga e pesquisadora do carnaval.

“Eu encaro essa insurgência como resultado de um conjunto de políticas públicas que aconteceram, como a Lei de Cotas e a garantia do ensino da cultura africana e afro-brasileira dentro das escolas. A gente está vivendo agora as pessoas fruto dessas políticas públicas sendo inseridas no carnaval”, disse.

A pesquisadora aponta que homens brancos são a grande maioria nas presidências, direções e outros postos de comando das escolas de samba, e também acabam controlando o que é considerado a concepção artística da festa, que está nas mãos do carnavalesco.

“A figura do carnavalesco, que é a figura dessa pessoa que é imbuída de conhecimento, que vem da faculdade de Belas Artes trazer a arte erudita mesclada com a popular para essa comunidade, é a figura do homem branco”, avalia. Ela vê como lugares esperados para as mulheres negras aqueles marcados pelo bailado, como a porta-bandeira, a passista e a baiana.

“Esses lugares que as mulheres ocupam são vistos como lugares hierarquizados de forma menor. É como se as mulheres ocupassem a base da pirâmide. Não que exista um valor menor para a baiana. A baiana é uma das maiores figuras dentro da escola de samba. A gente valoriza e respeita, mas a gente também quer estar em outros espaços”, defende.

Apesar desse domínio branco e masculino, Thayssa destaca avanços que vêm quebrando esse paradigma, como o carnavalesco André Rodrigues, da Beija-Flor, que propôs com o enredo deste ano uma revisão da história do Brasil, para recuperar o papel dos negros e outros grupos excluídos na Independência e outros processos históricos.

“Esse discurso não é novo, já existia nas conversas nas escolas de samba, mas como contradiscurso. Mas quando a gente tem dentro dessa figura do carnavalesco uma pessoa preta que vai reivindicar isso, não como contradiscurso, mas como o próprio discurso do enredo, isso é ganho muito grande”, comemora. “O que a gente tem conseguido aos poucos é muito caro. E acho que não tem volta. É daí pra frente”.

Autoestima

Se homens negros já são raros no posto de carnavalesco, mulheres negras são ainda mais. Nascida em Nilópolis, na Baixada Fluminense, Winnie Nicolau é uma pioneira no cargo, assinando o carnaval na Pimpolhos da Grande Rio, escola mirim do carnaval carioca.

“Passei por uma montanha de emoções juntas, de me tornar uma pessoa que representa outras, de ser a primeira pessoa a fazer aquilo, de ter uma responsabilidade como pessoa preta carregando isso. Mas eu vi que eu entreguei. Abri essa porta para que viessem outras mulheres pretas”, disse.

No desfile concebido por Winnie, transbordou sua experiência de vida como mulher preta. A escola contou a história do livro O Pequeno Príncipe Preto, de Rodrigo França, que trabalha a autoestima e o afeto de uma criança preta.

“Eu joguei tudo que eu vivi, porque já fui essa criança que precisou ter a autoestima reforçada por causa do meu cabelo, do meu nariz, do tom de pele. Por ser retinta, o bullying era muito mais cruel”, disse. “Eu procurei jogar toda a minha trajetória desde quando eu era criança até hoje, e como eu quero que uma criança hoje seja tratada, já que sou mãe de uma menina negra e tia de um menino negro. Apliquei tudo isso dentro do desfile e deu super certo”.

Winnie vê seu pioneirismo como uma possibilidade de levar transformação não apenas ao carnaval, mas aos componentes das escolas de samba que estão em contato com o enredo e podem sair da avenida fortalecidos por ele. E como sua escola é uma agremiação mirim, são as crianças da comunidade que ela busca inspirar.

“Falar para a minha filha é fácil. Hoje o meu papel é falar fora de casa, para trazer uma autoestima. Se você não tiver nem a autoestima, a gente está fazendo o que o sistema quer, que é matando o que tem dentro daquela criança desde pequeno para se tornar o adulto que eles querem, inerte, de baixa autoestima, e que não se reconhece como pessoa preta e não sabe se posicionar socialmente. Meu papel hoje é quebrar isso”, disse.

Ausência

A ausência das mulheres em posições decisórias na história do carnaval não quer dizer que elas tenham ficado de fora da construção do que são os desfiles das escolas de samba. A jornalista e doutora em Memória Social Bárbara Pereira, pesquisadora do carnaval, conta que o apagamento das mulheres vem desde a fundação das escolas de samba, processo em que tiveram atuação decisiva.

“Em muitas escolas, as fundadoras ficaram de fora das atas de fundação, só os homens assinaram. As mulheres que estavam ali fazendo de tudo para que as escolas existissem não estão nas atas. E quando você olha a trajetória, desde os anos 30 até hoje, o número de mulheres como presidente de escola é pífio perto dos homens”, disse. “As escolas de samba reproduzem o machismo que existe na sociedade. Hoje há uma certa desconstrução, entre muitas aspas, mas as escolas continuam sendo machistas. Os papéis de homens e mulheres desde o começo dos desfiles estão definidos como os papéis sociais. O papel de poder é o do homem”.

Bárbara cita que há exceções, como a presidente da Imperatriz Leopoldinense, Cátia Drummond, ou a carnavalesca Rosa Magalhães, mas, mesmo nesses casos, elas estão cercadas por homens em outras posições decisórias.

“É um universo predominante masculino”, define. “O dia que tiver uma escola de samba em que a presidente é mulher, a carnavalesca é uma mulher progressista, a enredista é mulher, a diretora de barracão é mulher. Enfim, um conjunto feminino, de fato, no topo da pirâmide da escola de samba, não estou dizendo que tudo seria diferente, mas a gente nunca experimentou isso, uma escola tendo essencialmente decisões femininas”, defende.

Autora do livro Trajetórias e Memórias de Passistas do Carnaval Carioca, a pesquisadora discorda de quem aponta machismo na exposição dos corpos femininos na Marquês de Sapucaí, afinal, o carnaval é a festa da sensualidade. Para Bárbara, o machismo está no fato de esse ser o único lugar de visibilidade que é esperado delas.

“Não critico a mulher que recebe essa visibilidade. Ela tem que existir, porque a mulher tem que estar onde ela quiser. Se a mulher quer estar em frente à bateria seminua, beleza. Só que os outros espaços das escolas de samba deveriam ser ocupados pelas mulheres também. É o que eu não consigo ver quando olho a trajetória do carnaval. Não vejo avanço nesse sentido”, reclama.

Entre as poucas mulheres que chegaram à presidência de uma escola no Grupo Especial está Elizabeth Nunes, a primeira mulher que presidiu a Acadêmicos do Salgueiro, entre 1986 e 1988. Seu trabalho é reconhecido como responsável por tirar a escola de um período de crise.

“Luxo e requinte passaram a ser marca da escola que, através de sua administração, passou a conquistar lugar de destaque entre as escolas de samba”, diz nota de pesar assinada pelo presidente do Salgueiro, André Vaz, após a morte da ex-presidente, em 2020.

A filha de Elizabeth, a cantora Liesbeth Nunes, disse que sua mãe tinha um profundo envolvimento com a comunidade, colaborando em tarefas diárias do barracão e da quadra, ao mesmo tempo em que fazia a ponte entre a comunidade do Morro do Salgueiro e o público e artistas da roda de samba que ela organizava na zona sul.

“Ela já era muito querida no Salgueiro, e as mulheres já mandavam muito no Salgueiro. Elas sentavam com a diretoria e decidiam as coisas, mesmo sem ter cargo”, conta Liesbeth, que lembra que sua mãe não se intimidou por ser a primeira mulher a presidir a escola. “As pessoas não contavam que uma mulher seria presidente. E minha mãe era mão de ferro, minha mãe mandava, dava ordem pra homens, brigava, era exigente no barracão. Minha mãe foi amada e odiada. Agora, a maioria do morro só fala bem dela, que aquele tempo era o tempo bom do Salgueiro”.

A cantora lembra que mesmo o fato de sua mãe ser bonita, bem relacionada com artistas e poderosa no mundo do samba, não impediam que ela fosse questionada como mulher em uma posição de poder. “O que aconteceu foi que muitos homens passaram a ter muita inveja dela, queriam acabar com ela. Ela foi invejada 24 horas. Ela fala que não sofreu [machismo], mas ela não dura muito tempo na presidência mesmo tendo 40 anos de escola. Ela preparou toda a escola para ser campeã. Ela fez toda a cama e tiraram ela quando o Salgueiro saiu da lama”.

Além do legado na agremiação tijucana, Elizabeth deixou o samba como herança para a filha, que trava suas próprias batalhas para marcar seu lugar como intérprete e compositora no carnaval das escolas de samba. Em sua ala de compositores no Salgueiro, ela disse que são sete mulheres e 200 homens.

“Na disputa de samba-enredo, que hoje em dia é milionária e tem que chegar chegando, e os puxadores são homens, é raridade uma mulher. Eu já puxei, mas já ouvi que mulher cantando não tem nada a ver, que tem que ser um homem”, disse, acrescentando que já disputou com suas composições em várias escolas e cantou no carro de som neste ano nos desfiles do Salgueiro, Anil e Estácio de Sá.

“Pra vir uma mulher puxando o samba na avenida, eu não sei quando vai acontecer. A gente já vê puxando ao lado do homem, mas sendo a puxadora mesmo [intérprete principal], eu não consigo nem imaginar. Só uma escola muito atrevida e corajosa para fazer isso, porque eles têm medo de perder ponto. A mulher participa, mas nunca é a puxadora oficial. Até porque para a mulher ser a puxadora oficial, tem que ser no tom dela e o restante tem que vir atrás dela. Hoje ela tem que cantar no tom do homem”.

Gêneros em debate

A reivindicação de espaço na estrutura das escolas de samba passa também por um conflito entre as estruturas ancestrais concebidas no desfile e os questionamentos ao binarismo de gênero, ainda sem soluções simples. As regras do desfile na Sapucaí, por exemplo, exigem que apenas mulheres estejam na ala das baianas, que tradicionalmente homenageia as mães de santo, e a performance do casal de mestre-sala e porta-bandeira se dá com o termo casal contemplando apenas homem e mulher. Da mesma forma, passistas performam coreografias masculinas e femininas em seu samba no pé, seguindo a tradição dos malandros e cabrochas que marcavam a boemia dos tempos em que nasceu o carnaval moderno no Rio de Janeiro.

O pesquisador Rodolfo Viana ouviu e observou, em seu trabalho de doutorado, os dilemas enfrentados por passistas gays nas escolas de samba. Ele pondera que, de maneira geral, as manifestações populares brasileiras estilizam e encenam práticas facilmente reconhecidos por qualquer pessoa que assista, como a sedução do homem à mulher, o que se dá também nas quadrilhas juninas e nas danças tradicionais do norte do Brasil.

“Os festejos têm um código de comportamento em que parece que só existe a vida heterossexual para uma performance. E aí mora um grave conflito com os tempos atuais, que divide opiniões, gera desconfortos, tretas e reprodução de preconceitos. Na minha pesquisa, escolhi olhar para a prática da tradição e para os tempos em que vivemos e discuti ‘quem disse que malandro precisa ser macho?’. Pois é isso que é esperado do homem passista, independente da orientação sexual. É a hora que a tradição vira uma exigência para cumprir uma regra arbitrária de gênero, que nem de perto quer saber de ter um bamba do samba se parecendo com uma bicha”.

A colisão entre a tradição dos passistas e a diversidade sexual é um tema sensível nas escolas, disse o pesquisador, já que passistas gays não “têm como desinstalar de seus corpos a manifestação de sua homossexualidade”. Viana argumenta que a tradição busca eternizar o malandro macho, mas deveria ter espaço também para a bicha malandro, com Madame Satã como uma referência.

“Imagino essa figura tão poderosa da Lapa, que duvido que o Seu Zé [Pilintra] não tiraria o chapéu em gesto de respeito. Ou seja, o mundo do carnaval brasileiro é criativo demais e vai respondendo os próprios dilemas da tradição que esse mesmo mundo inventou. Isso não é conciliação, é inteligência popular que busca saídas para um futuro, onde, de fato, a liberdade seja vivenciada por todo mundo”.

E sob os holofotes da Marquês de Sapucaí, uma das posições que recebe maior destaque da imprensa é a rainha de bateria, que algumas escolas reservam a passistas da comunidade, mas grande parte entrega a “famosas”. Também nesse lugar, começam a surgir novidades, como o rei de bateria, posto que o maquiador Juarez Souza ocupou pelo segundo ano seguido na Acadêmicos de Niterói. Este ano, pela primeira vez, ele veio sozinho à frente da bateria da escola.

“Eu vim bem seguro com a minha escola, porque conheço todos. Eu me senti abraçado. O público que está assistindo, na minha visão, quer ver o espetáculo, e eu acho que quando você entrega o que o público quer ver, o gênero fica secundário. Em nenhum momento vi alguém fazendo caras e bocas, algum tipo de preconceito”, disse Juarez, que foi acompanhado de perto pelo marido e pela mãe. “Meu marido me dá muito apoio, está sempre comigo desde quando a gente começou. Quando desfilei de destaque, ele que amarrou meu costeiro. Ele me dá o maior apoio e fica mais nervoso que eu, às vezes”, disse.

Componente de escolas de samba há 13 anos, Souza conta que já foi passista, já desfilou em ala, já foi destaque e até sonhava em ser rei de bateria, mas não achava que um dia isso seria possível. Esse, aliás, é um sonho secreto de muitos homens passistas, revela.

“Acreditava que era impossível pelo preconceito. Mas a partir do momento que você vê um homem à frente da bateria, ou uma trans, como foi na Unidos de Padre Miguel, isso abre uma porta para várias pessoas sonharem. Eu acho que ali é um lugar de sambista. Não importa se é homem cis, homem trans, homem gay, homem hétero, mulher cis, mulher trans. É um lugar para quem é apaixonado pelo samba”, afirma.




Fonte: Agência Brasil

Carro fica destruído ao se envolver em atropelamento de bovinos na Rodovia Engenheiro Byron de Azevedo Nogueira, em Dracena




Motorista, de 29 anos, teve ferimentos leves e foi levado ao Pronto-socorro para receber atendimento médico. Carro atropelou bovinos na Rodovia Engenheiro Byron de Azevedo Nogueira, em Dracena (SP)
Polícia Militar Rodoviária
Um acidente de trânsito envolvendo dois animais bovinos foi registrado na noite desta sexta-feira (3), pela Polícia Militar Rodoviária, no km 8,600 da Rodovia Engenheiro Byron de Azevedo Nogueira, em Dracena (SP).
Segundo informações da Polícia Rodoviária, um carro atropelou os dois animais que estavam na pista. O motorista, de 29 anos, teve ferimentos leves e foi levado ao Pronto-socorro da cidade para receber atendimento médico.
A ocorrência foi registrada às 22h30 e as causas do acidente serão apuradas pela polícia.
Os bovinos morreram no local.
O carro ficou destruído em decorrência do choque com os animais.
Carro atropelou bovinos na Rodovia Engenheiro Byron de Azevedo Nogueira, em Dracena (SP)
Polícia Militar Rodoviária
Carro atropelou bovinos na Rodovia Engenheiro Byron de Azevedo Nogueira, em Dracena (SP)
Polícia Militar Rodoviária

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Fonte: G1

Sonia Guajajara aciona governador do MS após prisão de indígenas


A ministra dos Povos Indígnenas, Sonia Guajajara, notificou o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, pedindo providências sobre o caso envolvendo três lideranças indígenas Kaiowá Laranjeira Nhanderu. Os indígenas foram presos em ação da Polícia Militar no município de Rio Brilhante, ao ocuparem a região da Fazenda de Inho. A área está em processo de regularização fundiária pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

De acordo com a pasta, os indígenas Clara Barbosa, Adauto Barbosa e Lucimar Centurião foram detidos sob acusação de esbulho possessório, resistência e desobediência e, mesmo após audiência de custódia, seguem presos. Uma equipe da Funai que foi até o local teria sido impedida de acompanhar ação pela própria PM, diz o ministério, que classifica a medida como inconstitucional.

“É inadmissível que uma ação como esta avance sob corpos e territórios indígenas com tamanha violência, como foi relatado. Os Guarani-Kaiowá estão ali lutando pelo direito que lhes é garantido por lei e sabem que podem contar com o apoio e resguardo tanto do MPI, quanto da Funai, que foi impedida de acompanhar a ação. Por isso, aguardo retorno urgente do governador Eduardo, certa de que ele não compactua com isso e não será conivente com desastroso desenrolar desta ação”, declarou a ministra dos povos indígenas, de acordo com sua assessoria.

A reportagem procurou a assessoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) para pedir esclarecimentos sobre a operação e a prisão dos indígenas e aguarda retorno.




Fonte: Agência Brasil

Após tentativa de fuga, arma falsa é apreendida pela Polícia Militar em Monte Castelo


O homem alegou que usava o simulacro para defesa pessoal, na tentativa de intimidar uma pessoa que estaria o ameaçando de morte. Segundo ele, a sacola plástica, avistada em uma de suas mãos no início da fuga, conteria remédios, porém, não foram localizados.




Fonte: G1

PF vai investigar o caso do envio de joias para Michelle Bolsonaro


O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou na noite desta sexta-feira (3) que acionará a Polícia Federal, no início da próxima semana, para investigar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso envolvendo a tentativa de trazer ilegalmente joias avaliadas em mais R$ 16 milhões, que teriam sido um presidente dado pela Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Dino apontou a suspeita de prática de ao menos três crimes no caso, que ainda deverão ser apurados.   

“Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira”, afirmou em postagem nas redes sociais.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também afirmou que vai acionar a PF e o Ministério Público Federal (MPF) para que entrem no caso. “Isso cheira, no mínimo, a lavagem de dinheiro”, escreveu nas redes sociais.

Entenda

A informação foi revelada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada também nesta sexta-feira. De acordo com a publicação, um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram barrados pela Receita Federal, em outubro de 2021. Os itens, avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,3 milhões) foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ambos retornavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio. Ainda de acordo com a matéria, a retenção ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após inspeção por raio-X.

Na ocasião, o ex-ministro teria se valido do cargo para pedir a liberação das joias, alegando serem presentes do governo saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os servidores da Receita Federal, no entanto, alegaram que o procedimento para a entrada desses itens como presentes oficiais de um governo estrangeiro para o governo brasileiro teriam que obedecer a outro trâmite legal e, por isso, retiveram as joias pelo não pagamento dos tributos. Todos esses momentos teriam sido registrados em vídeo. Pela legislação, itens com valor superior a US$ 1 mil estão sujeitos à tributação quando ingressam em território nacional. Neste caso, além do pagamento de 50% em impostos pelo valor dos bens, incidiria uma multa de 25% pela tentativa de entrada ilegal no país, ou seja, sem declaração às autoridades alfandegárias. Os itens estão em posse da Receita desde então. Ainda não há confirmação sobre quem de fato deu os supostos presentes.

Em nota enviada neste sábado (4), a assessoria do ex-ministro Bento Albuquerque alegou que as joias eram “presentes institucionais destinados à Representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de Minas e Energia – portanto, do Estado brasileiro; e que, em decorrência, o Ministério de Minas e Energia adotaria as medidas cabíveis para o correto e legal encaminhamento do acervo recebido”. A afirmação é diferente do que ele teria informado ao jornal Folha de S. Paulo, em que teria confirmado tratar-se de presente para Michelle Bolsonaro. Em outra declaração, dessa vez ao jornal O Globo, Albuquerque sustentou que os itens seriam sido “devidamente incorporadas ao acervo oficial brasileiro”.

Além das matérias jornalísticas, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, noticiou nas redes sociais que o [governo] Bolsonaro tentou trazer ilegalmente colar e brincos de diamante para a ex-primeira-dama, e que os presidentes teriam sido dados na Arábia Saudita no final de 2021. Ele chegou a postar uma foto dessas joias, “A Petrobras havia acabado de vender uma refinaria por 1,8 bilhão de dólares para um grupo da Arábia Saudita”, comentou o ministro.

O jornal O Estado de S. Paulo informa ainda que, nos últimos meses de seu governo, Jair Bolsonaro teria tentado, ao menos quatros vezes, por meio de ofícios, reaver as joias apreendidas, sem sucesso. Um desses ofícios foi enviado em 28 de dezembro 2022, às vésperas do fim de seu governo, mas novamente houve uma negativa da Receita Federal.

Outro lado

Após a divulgação das denúncias, e ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma postagem em sua conta no Instagram para comentar o assunto. Ela chegou a ironizar o caso. “Eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus!”, escreveu. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, em declaração à CNN, disse que joias iam para acervo da Presidência e negou ilegalidade. “Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”.

Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, também negou envolvimento no caso. “Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”, afirmou.

A reportagem da Agência Brasil busca contato com as assessorias do ex-presidente, da ex-primeira-dama e do ex-ministro Bento Albuquerque para obter mais esclarecimentos sobre o caso.




Fonte: Agência Brasil