Concursos públicos e processos seletivos têm salários de até R$ 11,8 mil no Oeste Paulista




Vagas são destinadas a profissionais com níveis de escolaridade médio, técnico e superior. Prefeitura de Mirante do Paranapanema (SP) realiza processo seletivo para contratar 35 profissionais
Arquivo/TV Fronteira
Concursos públicos e processos seletivos oferecem oportunidades para trabalhar em diversas cidades do Oeste Paulista. Há vagas para diferentes áreas e as inscrições podem ser feitas pela internet.
Confira as oportunidades:
Fatec
A Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Adamantina (SP) está realizando um Processo Seletivo com o objetivo de contratar um Professor de Ensino Superior.
A vaga é destinada para atuar na disciplina de Banco de Dados não Relacionais, na área de Ciências da Computação/Engenharia da Computação.
Os profissionais deverão exercer jornadas de quatro horas/aulas, no período noturno, e receberão R$ 34,13 por hora/aula.
As inscrições devem ser feitas até esta quarta-feira, pela internet.
Prefeitura de Mirante do Paranapanema
A Prefeitura de Mirante do Paranapanema (SP) está realizando dois Concursos Públicos e um Processo Seletivo com o objetivo de contratar 35 profissionais de níveis fundamental incompleto, médio/técnico e superior. Além disso, os certames irão realizar a formação de cadastro reserva.
Confira as vagas a partir dos editais abaixo:
Concurso Público 001/2023: Auxiliar de Serviços; Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (8); Fisioterapeuta (2); Inspetor de Alunos (2); Motorista (5); Padeiro (1); Pedreiro (1); Procurador Jurídico; Recepcionista (2); Técnico em Enfermagem; Técnico em Enfermagem do Trabalho (1); Técnico em Segurança do Trabalho (1);
Concurso Público 002/2023: Agente Comunitário de Saúde – ESF CUIABÁ (1); Médico – ESF (5);
Processo Seletivo 001/2023: Professor de Educação Básica II – Educação Física (6).
Os contratados receberão salários mensais de R$ 1.212,00 a R$ 11.850,00, ou R$ 14,39 por hora/aula. A carga horária semanal vai de 20 a 40 horas.
As inscrições devem ser feitas até o dia 7 de março, pela internet. A taxa custa de R$ 50 a R$ 90, conforme o cargo de interesse.
Tribunal Regional Eleitoral
O Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo está realizando um Processo Seletivo com o objetivo de admitir 219 estagiários do Oeste Paulista. Há oportunidades para alunos dos cursos de Administração e Direito.
Confira as cidades onde há vagas:
Adamantina (SP), Junqueirópolis (SP), Martinópolis (SP), Mirante do Paranapanema (SP), Osvaldo Cruz (SP), Pacaembu (SP), Pirapozinho (SP), Presidente Bernardes (SP), Presidente Prudente (SP), Presidente Venceslau (SP), Regente Feijó (SP), Santo Anastácio (SP), Teodoro Sampaio (SP), Tupi Paulista (SP).
Interessados devem inscrever o dia 12 de março, pela internet.
A bolsa-auxílio mensal será de R$ 750, com o acréscimo do auxílio-transporte de R$ 8,80. A carga horária semanal a ser exercida é de 25 horas.
Prefeitura de Panorama
A Prefeitura de Panorama (SP) está realizando um Concurso Público, com 27 vagas, que tem o objetivo de contratar e formar cadastro reserva de profissionais com níveis de escolaridade fundamental, médio e superior.
Veja as vagas abaixo:
Pedreiro (1);
Ajudante Geral Masculino (3);
Ajudante Geral Feminino (3);
Motorista (3);
Operador de Máquinas (2);
Tratorista (1);
Agente Comunitário de Saúde (2);
Agente de Controle de Vetores (2);
Escriturário (2);
Auxiliar de Enfermagem (3);
Técnico em Enfermagem (2);
Enfermeiro (2);
Farmacêutico (1);
Professor Educação Básica II – Arte; e
Professor Educação Básica II – Inglês.
Os contratados deverão exercer suas atividades semanais em jornadas de 12h30 a 40 horas. A remuneração para os cargos varia entre R$ 1.316,13 e R$ 3.206,97, e, para os cargos de professor, de R$ 20,37 a R$ 22,12 por hora/aula.
As inscrições têm uma taxa de R$ 11,89 a R$ 16,80 e devem ser feitas até o dia 3 de março, pela internet.
Etec
A Escola Técnica Estadual (Etec) de Adamantina anunciou a realização de três novos Processos Seletivos, com o objetivo de formar cadastro reserva para professores de ensino médio e técnico.
De acordo com o edital, as oportunidades são para as áreas de Matemática, Programação e Algoritmos e Programação Web I.
Para concorrer a uma das chances é necessário que os candidatos possuam licenciatura ou equivalente, acompanhado do diploma de curso de bacharelado ou de tecnologia de nível superior que permitiu a formação docente.
Os profissionais admitidos deverão cumprir jornadas de até 200 horas mensais e contarão com remuneração de R$ 20,19 por hora/aula.
As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de março, pela internet.

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Fonte: G1

Rompimento de tubulação interdita trecho de rodovia vicinal que faz a ligação entre Pacaembu e Mirandópolis




Parte da estrada municipal Kouitiro Sato, que liga Pacaembu (SP) a Mirandópolis (SP), cedeu após forte chuva na região
Renato Campanari/TV Fronteira
O rompimento de uma tubulação de passagem subterrânea de água destruiu um trecho da Rodovia Kouitiro Sato e provocou a interdição total da pista nos dois sentidos, nesta quarta-feira (1º), em Pacaembu (SP).
O acumulado de chuva deste ano ultrapassa os 800 milímetros em Pacaembu (SP).




Fonte: G1

União de Maricá, Sereno e Acari desfilam na Sapucaí em 2024


As escolas de samba União de Maricá e Sereno de Campo Grande foram as campeãs da Série Prata (terceira divisão) do carnaval carioca. A União do Parque Acari conquistou o vice-campeonato geral. Com isso, as três agremiações avançaram para a Série Ouro (segunda divisão). A apuração do resultado ocorreu ontem (28).

Neste ano, 32 escolas de samba participaram da Série Prata e desfilaram na Avenida Ernani Cardoso, em Cascadura, na zona norte da cidade do Rio. União de Maricá ficou com o título de melhor escola de sexta-feira (24), Sereno de Campo Grande conquistou o título de sábado (25), enquanto União do Parque Acari foi a vice-campeã geral.

Como a Série Ouro desfila na Avenida Marquês de Sapucaí (Sambódromo), no centro da cidade, as três escolas estarão, no ano que vem, na Passarela do Samba, onde também se apresentam as agremiações do Grupo Especial (primeira divisão).

Na Série Ouro, as três se unirão a Império Serrano (última colocada no Grupo Especial) e às outras 12 escolas que se mantiveram no grupo: Unidos de Padre Miguel, Inocentes de Belford Roxo, Império da Tijuca, Acadêmicos de Niterói, União da Ilha do Governador, São Clemente, Estácio de Sá, Unidos de Bangu, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos da Ponte, Arranco do Engenho de Dentro e Em Cima da Hora.

Série Bronze

Também ontem houve apuração da Série Bronze (quarta divisão) e Grupo de Avaliação (quinta divisão). As primeiras colocadas da Bronze (a campeã Fla Manguaça, além de Tubarão de Mesquita, Barra da Tijuca, Concentra Imperial e Feitiço Carioca) sobem para a Série Prata.

As cinco primeiras colocadas do Grupo de Avaliação sobem para a Série Bronze: a campeã Alegria do Vilar, Império de Brás de Pina, TPM, Império de Nova Iguaçu e Unidos de Cosmos.




Fonte: Agência Brasil

PF investiga pesca e comercialização ilegal de lagosta no Ceará


Crimes ambientais que envolvem pesca e comercialização ilícitas de lagostas no Ceará são o alvo da Operação Macruros, da Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (1º). Ao todo, 60 mandados judiciais, expedidos pela 15ª Vara da Justiça Federal, estão sendo cumpridos em Fortaleza, Eusébio (CE), Aracati (CE), Fortim (CE), Icapuí (CE), Porto do Mangue (RN) e Alcobaça (BA).

Segundo a PF, a operação de hoje envolve 230 policiais federais e tem a parceria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que identificou mais de 249 toneladas de lagosta com indícios de serem provenientes de pesca ilegal no Ceará.

“A investigação apontou indícios de esquema criminoso de pesca ilegal de lagosta em praias dos municípios de Aracati, Fortim e Icapuí, envolvendo pescadores, atravessadores e empresas, com indícios de falsidades documentais para que o produto da pesca ilegal fosse formalmente inserido no mercado nacional e internacional”, detalhou a PF.

Os investigados podem ser enquadrados em crimes de pesca ilegal; obstrução a ação fiscalizadora ambiental; falsidade ideológica; receptação qualificada; associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas nesses casos podem chegar a 34 anos de prisão, sem prejuízo da descoberta de outros crimes mais graves praticados no material apreendido. “As investigações continuam com análise do material apreendido e fluxo financeiro dos suspeitos”, acrescentou a PF.




Fonte: Agência Brasil

Nos 458 anos do Rio, heranças indígenas resistem ao tempo


O roteiro é conhecido. No dia 1º de março de 1565, um capitão português chamado Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro aos pés do Pão de Açúcar. Na época, nada mais era do que uma base militar para garantir a posse do território.

Havia a concorrência dos franceses, que ocupavam áreas da Baía de Guanabara desde 1555, e de diferentes povos indígenas, que habitavam a região há pelo menos quatro mil anos. Os conflitos entre os grupos tiveram um desfecho na Batalha de Uruçumirim, em 1567: a aliança dos portugueses/temiminós derrotou a dos franceses/tamoios (ou tupinambás).

Passados 458 anos da fundação do Rio, as lembranças da vitória e da ocupação portuguesa têm destaque na paisagem urbana carioca. Mas a participação dos povos indígenas, mesmo sendo protagonistas nesses eventos e no desenvolvimento da região, é praticamente invisível.

A Igreja de São Sebastião, no bairro da Tijuca, reúne os principais símbolos portugueses daquele período. Lá encontra-se uma pedra retangular com um desenho do brasão de armas do país. Acredita-se que seja o marco fincado na terra pelo grupo de Estácio de Sá quando da fundação da cidade. Na igreja, estão também a lápide (construída em 1583) e os restos mortais dele.

Além desses vestígios históricos, um memorial ajuda a perpetuar a fama do português no Aterro do Flamengo. Uma pirâmide de pedra, projetada pelo arquiteto Lucio Costa, foi inaugurada em 1973, como Monumento a Estácio de Sá. No subsolo, há um centro de visitantes com réplica da lápide e material informativo sobre o homenageado.

A maior parte dos vestígios antigos dos povos indígenas foi destruída durante o período de colonização portuguesa. E hoje em dia não há memorial equivalente ao de Estácio de Sá que faça menção à herança desses povos na construção e na formação do território que veio a ser o Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro (RJ), 28/02/2023 - Monumento a Estácio de Sá, no aterro do Flamengo, zona sul da cidade. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Monumento a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Existe uma estátua de Araribóia, líder dos temiminós e colaborador dos portugueses, do outro lado da baía, na cidade de Niterói. No Rio, mal se conhece o nome de Aymberê, por exemplo, que liderou a resistência dos tamoios. A estátua do Curumim, na Lagoa Rodrigo de Freitas, é a única referência da presença pré-colonial dos tamoios (sem nenhum tipo de placa informativa). Mesmo assim, é um marco genérico por se referir a uma palavra da língua tupi que significa criança ou menino. Até o nome da lagoa é um símbolo importante de apagamento: enquanto os habitantes nativos a chamavam de Sacopã, Piraguá ou Sacopenapã, o nome que persiste até hoje é o de um português, capitão do exército, Rodrigo de Freitas.

“Desde 2015, com a efeméride dos 450 anos, essa data da fundação da cidade vem com muita força. Mas a gente tem que lembrar que, bem antes da guerra de fundação da cidade, em 1565, a região já tinha sido ocupada por outros povos que não eram os portugueses. Então, é importante falar da nossa herança indígena”, lembra o historiador Rafael Mattoso, especialista na história do Rio.

“A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi construída em cima de aldeias indígenas. A fundação dela marca a redenção do colonizador sobre os povos originários. E para esse triunfo dos portugueses, muito sangue indígena foi derramado. A partir de então, toda a visibilidade da memória coloca o colonizador como protagonista, quando na verdade não foi assim. Para os portugueses conseguirem consolidar a colonização, tiveram de fazer aliança com lideranças indígenas. O número de franceses e portugueses era infinitamente menor do que o dos tupinambás, tamoios e temiminós”, reforça a historiadora Ana Paula da Silva, doutora em memória social e pesquisadora do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Pro Índio), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

No século 16, quando os europeus chegaram à região, cronistas franceses estimaram que existiam entre 30 e 40 aldeias ao redor da Baía de Guanabara, com população que variava entre 500 a três mil por aldeia. A colonização portuguesa avançou sobre os territórios e provocou a morte de indígenas por meio de conflitos armados e doenças. Muitos dos que sobreviveram foram usados como força de trabalho compulsória na abertura de estradas, construção de engenhos, de fortalezas e de estruturas que hoje são pontos turísticos do Rio de Janeiro. Como é o caso do Passeio Público, do Paço Imperial e dos Arcos da Lapa. Mas essa participação, mesmo que feita sob coerção e violência, é esquecida.

Mão de obra explorada

“Há muitos documentos que mostram essa exploração da mão de obra indígena no Rio de Janeiro. E não existe a materialização dessa memória. Você vai nos Arcos da Lapa, não tem sequer uma plaquinha dizendo que a estrutura foi construída a partir do trabalho indígena”, critica a historiadora Ana Paula da Silva, sobre o processo que aconteceu nos séculos 17 e 18, de criação do que então se chamava Aqueduto da Carioca, para conduzir água do Rio Carioca para o centro.

Outro ponto emblemático para a historiadora é o Outeiro da Glória, onde hoje está situada a Igreja de Nossa Senhora da Glória. Antes chamado de Uruçumirim, o morro foi o lugar da já mencionada vitória de Portugal em 1567. A estrutura católica foi construída em cima do que era uma aldeia tupinambá, chamada Kariók ou Karióg, que na língua tupi significava “casa de índio carijó”. O nome pode ter dado origem à palavra carioca. A permanência do gentílico nos dias atuais é um símbolo de resistência indígena às ações de apagamento e silenciamento ao longo do tempo. Por mais que a materialidade desses povos seja rara, ela se mantém forte por meio das heranças imateriais.

Herança cultural

O patrimônio linguístico carioca deve muito aos habitantes mais antigos da terra, mesmo que a origem dos termos não seja tão popular. No artigo “O Rio de Janeiro continua índio”, do professor e antropólogo José Ribamar Bessa Freire, são listadas as principais marcas imateriais desses povos no cotidiano da cidade.

Há, por exemplo, bairros e acidentes geográficos que conservam nomes de aldeias: Guanabara (baía semelhante a um rio), Pavuna (lugar atoladiço), Irajá (cuia de mel), Iguaçu (rio grande), Ipanema (rio sem peixe), Icaraí (água clara), Maracanã (semelhante a um chocalho) e outros como Tijuca, Jacarepaguá, Guaratiba, Sepetiba, Acari e Itaguaí.

Cultivos de plantas e hábitos alimentares específicos também vêm dessa herança. Basta lembrar itens básicos de sustento como o milho, o amendoim, a mandioca, o feijão. E o conhecimento sobre plantio e consumo de frutas hoje comuns como o abacaxi, o pequi e o caju.

Arqueologia e museus

As pistas da ocupação ancestral indígena do território estão nos sambaquis, sítios arqueológicos formados por conchas, mariscos e pedaços de madeira. Levantamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RJ) indica que há no município 40 sambaquis cadastrados. Um dos mais recentes foi encontrado em 2018, nas obras do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, e data possivelmente de quatro mil anos. Os sítios arqueológicos não são lugares de fácil acesso ao público leigo, ficam mais restritos aos trabalhos de especialistas. Os principais museus dedicados aos sambaquis estão fora do município: Museu do Sambaqui da Tarioba (Rio das Ostras) e Museu do Sambaqui da Beirada (Saquarema).

Documentos e objetos etnográficos relacionados aos indígenas podem ser encontrados em instituições como o Arquivo Geral da Cidade, o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional. O município tem um espaço dedicado especialmente ao tema, o Museu do Índio, em Botafogo. Mas ele está fechado para reformas desde 2016, com previsão de reabertura apenas no segundo semestre de 2023.

O museu está nesse endereço desde 1978. Antes disso, a sede ficava em um espaço – criado em 1953 – ao lado do estádio do Maracanã. O edifício antigo ficou abandonado e foi ocupado por indígenas em 2006, que pediam a criação de um espaço cultural. Em 2013, houve uma reintegração de posse violenta por forças do estado. Uma parte dos ocupantes deixou o local e outra permanece até hoje. O governo estadual prometeu restaurar o prédio e criar um Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas, mas o projeto ainda não saiu do papel.

A Agência Brasil perguntou à Prefeitura do Rio se há projetos para valorização e maior visibilidade da herança indígena. Não houve resposta até o fechamento da matéria. Sobre a Aldeia Maracanã, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro respondeu, em nota, que planeja abrir diálogo com o novo Ministério dos Povos Indígenas para encontrar uma solução.




Fonte: Agência Brasil

Passageiro demonstra nervosismo durante fiscalização policial e acaba preso com 23 tabletes de maconha, em Presidente Venceslau




Polícia Rodoviária realizou vistoria em um ônibus de linha interestadual na Rodovia Raposo Tavares (SP), nesta quarta-feira (1º), e encontrou a droga nos pertences do homem, de 21 anos. Polícia Rodoviária localizou 15 kg de maconha na bagagem do passageiro
Polícia Rodoviária
Um homem, de 21 anos, foi preso após ser flagrado transportando 23 tabletes de maconha dentro de um ônibus, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), na madrugada desta quarta-feira (1º), em Presidente Venceslau (SP).
A Polícia Rodoviária abordou um ônibus de linha interestadual e, durante a fiscalização, um dos passageiros apresentou grande nervosismo.
Ao vistoriar os pertences do indivíduo, a equipe localizou 23 tabletes de maconha, que totalizaram 15,100 quilos da droga.
A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Polícia de Presidente Venceslau (SP), onde o passageiro permaneceu preso à disposição da Justiça.

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Fonte: G1

Mega-Sena sorteia nesta quarta prêmio estimado em R$ 9 milhões


As seis dezenas do concurso 2.569 serão sorteadas hoje (1º) às 20h (horário de Brasília) no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo. O prêmio da faixa principal está acumulado e estimado em R$ 9 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O valor de uma aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

De acordo com a Caixa, caso um apostador ganhe o prêmio principal e aplique todo o valor na poupança, receberá R$ 60,8 mil de rendimento no primeiro mês.

Comprovante

As loterias da Caixa não reconhecem apostas sem o devido comprovante, impresso nas lojas lotéricas, emitido pelo aplicativo Loterias Caixa ou Portal Loterias Caixa.




Fonte: Agência Brasil

Após colidir na traseira de veículo, motorista é presa por embriaguez ao volante em Santo Anastácio




Ocorrência foi registrada na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), na noite desta terça-feira (28). Ninguém se feriu. Motorista, de 41 anos, foi submetida ao teste de bafômetro, que confirmou a ingestão de álcool
Polícia Rodoviária
Uma mulher, de 41 anos, foi presa por embriaguez ao volante após colidir na traseira de outro veículo na Rodovia Raposo Tavares (SP-270) nesta terça-feira (28), em Santo Anastácio (SP).
De acordo com a Polícia Rodoviária, a equipe foi acionada para atender um acidente de trânsito no km 596,700, no sentido leste da rodovia. No local, foi solicitado teste de bafômetro aos condutores dos dois veículos envolvidos na colisão traseira.
A motorista de um dos carros, moradora de Presidente Bernardes (SP), realizou o teste de etilômetro ativo, que resultou 0,59 miligramas por litro de álcool no ar.
Já o outro condutor, um homem de 24 anos, morador de Santo Anastácio, realizou o teste, que negou a ingestão de álcool.
Ninguém se feriu.
Diante do resultado, foi dado voz de prisão em flagrante a mulher por embriaguez ao volante. Ela foi encaminhada à Delegacia de Polícia de Presidente Venceslau (SP).
O delegado plantonista decretou a prisão em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante e lesão corporal culposa. Não foi arbitrada fiança e a motorista permaneceu presa à disposição da justiça, aguardando audiência de custódia.
Motorista do outros veículo, de 24 anos, também realizou teste do bafômetro, que negou a ingestão de álcool
Polícia Rodoviária

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Fonte: G1

Música no Museu abre programação do Dia Internacional da Mulher no Rio


Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o projeto Música no Museu apresentará todos os concertos do mês com mulheres. “O mês inteiro só musicistas mulheres, obras preferencialmente compostas por mulheres ou, então, com nome de mulher’, disse o diretor e criador do projeto, Sergio da Costa e Silva.

A programação começa nesta quarta-feira (1º), às 12h30, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB RJ), com a pianista Aleida Schweitzer, que tocará clássicos internacionais. Todos os concertos são gratuitos.

No domingo (5), o programa dedicado às mulheres será interrompido para homenagem ao compositor Heitor Villa-Lobos, cujo aniversário deu origem ao Dia Nacional da Música Clássica. Haverá show especial na Casa de Cultura Eva Klabin, na Lagoa, a partir das 17h.

Durante o concerto especial Villa-Lobos, o público poderá apreciar obras do maestro brasileiro na interpretação dos músicos Adriana Kellner, Cecília Guimarães, Ezequiel Peres, Fernanda Cruz e Maria Helena de Andrade. A entrada é gratuita, com retirada de senhas no local uma hora antes do concerto, mas sujeita à lotação e sem lugar marcado.

No dia 8, o CCBB RJ será palco de grande comemoração pelo Dia Internacional da Mulher. A dupla Marina Machado (piano) e Ana Cláudia de Assis (violoncelo) tocará clássicos brasileiros, às 12h30. No dia 12, às 13h, o Museu da República, localizado no bairro do Catete, receberá o Coral Agora Vaz, com regência de Célia Vaz, a partir das 13h. O programa terá também clássicos brasileiros.

No dia 14, no Paço Imperial, na Praça XV, às 12h30, será a vez da musicista Graça Alan se apresentar no violão. No programa, músicas de Bach, Baden Powell e compositoras mulheres. No dia 15, no mesmo horário, as pianistas Georgia Szpilman e Dilia Costa apresentam ao público Cartas de amor de Francisco Mignone para a sua Jo, no CCBB RJ. No domingo (19), o programa retorna ao Museu da República, às 13h, com a pianista Deborah Levy, tocando clássicos brasileiros.

De volta ao CCBB RJ, a pianista Fernanda Cruz apresentará, no dia 22, As Estações opus 37 bis, de Tchaikowsky, às 12h30. Seguem-se no dia 23, às 12h30, no Museu da Justiça, a pianista Eliane Salek, com músicas de Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Jacob do Bandolim, Cartola, Tom Jobim e Villa-Lobos, e no dia 25, às 18h, no Palácio da Cidade, em Botafogo, a também pianista Licia Lucas, com clássicos internacionais.

No domingo (26), às 13h, no Palácio do Catete, faz parte da programação o Coro Lírico Feminino da Associação de Canto Coral (ACC), com regência de Cláudio Ávila, cantando clássicos internacionais.

No dia 28, o projeto presta mais uma homenagem, desta vez ao centenário de nascimento do músico Waldir Azevedo, ocorrido no dia 23 de janeiro. Conhecido como gênio do cavaquinho, Waldir Azevedo é autor do sucesso Brasileirinho. Será no Museu do Exército, no Forte de Copacabana, às 18h, com Dani Spielman no sax e Sheila Zagury no piano.

Para encerrar o programa dedicado à mulher, no Rio de Janeiro, o CCBB RJ apresenta no dia 29, às 12h30, a pianista Miriam Grosman, que tocará Schubert, Beethoven, Villa-Lobos, Santoro.

Internacional

O Música no Museu Internacional terá três concertos nas cidades de Coimbra, Sintra e Lisboa, em Portugal; e um em Viena, na Áustria, também festejando o mês da mulher. Em Coimbra, o concerto ocorrerá no dia 15, às 18h, no Museu Machado de Castro, dentro da Jornada Portuguesa de Cultura; em Sintra, no dia 18, às 18h, no Lawrence´s Hotel. Em Lisboa, no dia 22, no mesmo horário, o evento acontecerá na Universidade de Lisboa. Em Viena, o concerto está marcado para o dia 30, às 19h, no Palácio Rotschild. Em todos os concertos se apresentará a pianista Maria Helena Andrade, que brindará o público com músicas brasileiras, do clássico ao chorinho.

Em São Paulo

Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro, o projeto Música no Museu completou 25 anos em 2022. Ele dá continuidade à programação Os Imortais da Música Brasileira e os Gênios Internacionais, que vem realizando desde novembro do ano passado, no Rio de Janeiro, exaltando grandes obras da música clássica no mundo. Agora, o projeto chega a São Paulo, onde haverá cinco concertos – três em março e dois em abril, embora não relacionados à celebração do Dia Internacional da Mulher.

O primeiro será na Comunidade Shalom – Sinagoga Masorti de São Paulo, no dia 12, às 18h, quando se apresentará o Trio Neukomm, formado por Harold Emert, oboé; Marcio Zen, fagote; e Aleida Schweitzer, piano. No programa, músicas de Sigismund Neukomm, compositor e pianista austríaco que viveu e trabalhou no Rio de Janeiro de 1816 a 1821. Na corte brasileira, foi professor de música de Dom Pedro I e de Dona.Leopoldina, entre outros membros da realeza.

Também na capital paulista, o violinista Alessandro Borgomanero tocará no dia 14, às 20h, na Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel. No programa, músicas de Bach, Almeida Prado, Ricardo Tacuchian, Edino Krieger, Cláudio Santoro, Marcos Salles, Flausino Valle. Haverá uma terceira apresentação na Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, museu brasileiro localizado no bairro Jardim Europa. Será no dia 18, às 17h, com o Trio Neukomm.

Harpa

Sergio da Costa e Silva informou que o projeto Música no Museu está também se preparando para o 18º RioHarpFestival, no Rio de Janeiro, que ocorrerá de 1º a 31 de julho deste ano. O evento será realizado simultaneamente à sétima edição do festival em São Paulo e à primeira edição, em Brasília. Todas as apresentações serão no CCBB de cada capital.

O evento reunirá harpistas de 22 países. O diretor do projeto disse que, com o festival, o Brasil entra no circuito mundial da harpa.

Percussão

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, o programa CCBB Educativo Rio promove no sábado (11), às 13h, uma oficina de percussão ministrada pelo grupo Baque de Mulher. A atividade começa na sala do educativo, no 1º andar do centro cultural, e segue até a Rotunda, no térreo.

O grupo Baque de Mulher foi criado por mestra Joana Cavalcante, no Recife, e fundado e coordenado no Rio de Janeiro pela Yabá Tenily Guian, em 2016. Tem como fundamento os saberes ancestrais de matriz africana e a valorização da cultura afro-brasileira. A oficina vai trabalhar o empoderamento feminino e a participação social das mulheres, por meio da difusão da cultura e das linguagens tradicionais do maracatu e do baque virado.




Fonte: Agência Brasil

Especialistas alertam que é preciso repensar o gerenciamento costeiro


Um grande número de pessoas em situação de vulnerabilidade vive atualmente em regiões de alto risco no Brasil, que tem um histórico de desigualdades sociais e de não efetivar políticas fundiárias. Cerca de 2,47 milhões de domicílios estavam nessa situação em 2018, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A estimativa é que pelo menos 8 milhões de brasileiros estão sob grave risco e podem ser vítimas de uma tragédia como a que aconteceu durante o último carnaval em São Sebastião, no litoral norte paulista, e que causou a morte de ao menos 64 pessoas somente na cidade, segundo o último boletim divulgado pelo governo de São Paulo.

“Uma área de risco é um local que está mais suscetível a sofrer alterações, a partir de processos naturais, como a chuva, que são perigosas para a vida humana. Uma região é considerada de risco quando existem instalações humanas que podem sofrer com esses processos naturais, que podem ou não serem ampliados pela ação antrópica [a ação do ser humano sobre o meio ambiente]”, explicou a geógrafa Ana Paula Ichii Folador, que fez um mapeamento sobre a Justiça e o racismo ambiental em São Sebastião.

São Sebastião (SP), 22/02/2023, Casas destruídas em deslizamentos na Barra do Sahy após tempestades no litoral norte de São Paulo.

Temporal provoca deslizamentos na Barra do Sahy – Rovena Rosa/Agência Brasil

“De maneira geral, área de risco é um local em que as pessoas estão expostas a perigo ou algum tipo de ameaça que pode prejudicar a vida dela ou seus bens e patrimônios”, segundo o arquiteto e urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que “há perigos de ordem geológica, como é o caso dos riscos de deslizamentos de encostas de morro e rolamento de rochas, corredeiras e lama. Há também os perigos e as ameaças de ordem hidrológica, que são trazidas pelas inundações, enchentes e transbordamento de rios e de córregos. E há também outros tipos de ameaças como solos contaminados”.

Essas áreas de grande risco no Brasil, sujeitas a enchentes ou deslizamentos de morros, são habitadas principalmente por uma população mais vulnerável, que não consegue pagar para morar mais próximo ao local de trabalho ou em uma área considerada segura, pelo alto custo.

“A maior parte da população que não tem recursos econômicos e não pode contar com políticas urbanas habitacionais, acaba acessando a terra em uma situação segregada, precária, informal, periférica. E são áreas muitas vezes construídas com os próprios recursos dos moradores. Você tem uma tradição histórica de produção de espaço urbano estruturado por profundas desigualdades socioespaciais. Essa é uma característica recorrente nas nossas cidades”, disse Nakano. A isso, segundo o urbanista, se dá o nome de racismo ambiental.

“Podemos dizer que há justiça ambiental quando os problemas ambientais existentes afetam da mesma maneira todos os segmentos da população. Na medida em que temos alguns segmentos mais vulneráveis sendo expostos a mais problemas ambientais, enquanto outro segmento privilegiado tem condições de se proteger desses mesmos problemas, podemos dizer que há injustiça ambiental. Quando essa injustiça ambiental afeta populações negras, pardas ou tradicionais, como os caiçaras ou os quilombolas no litoral paulista, caracterizamos isso como racismo ambiental”, explica Rubia Gomes Morato, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo e coordenadora do Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento Professor André Libault (LabCart).

No Brasil, essa diferença é tão gritante que a população pobre é separada da população rica de forma bem delimitada. No caso de São Sebastião e de outras cidades litorâneas paulistas, essa demarcação é feita por uma rodovia, a Rio-Santos.

“A Rio-Santos é um marcador importante que divide as áreas mais valorizadas e com melhor infraestrutura urbana, próximas às praias, destinadas em boa parte ao turismo, enquanto as áreas menos valorizadas pelo mercado imobiliário, não raramente em áreas de risco, são as únicas acessíveis para a população de baixa renda”, disse Rúbia.

São Sebastião (SP), 22/02/2023, Trecho de interdição parcial na rodovia SP-55 Rio-Santos entre o centro de São Sebastião e o bairro Barra do Sahy.

Rio-Santos interditada parcialmente entre o centro de São Sebastião e o bairro Barra do Sahy – Rovena Rosa/Agência Brasil

O problema é que, principalmente no litoral norte paulista, a faixa de terra plana, possível para ser urbanizada, é bem estreita, descontínua e encravada entre o mar e as escarpas da Serra do Mar. Sem uma política fundiária, a faixa mais próxima ao mar acaba sendo destinada aos mais ricos. “A faixa mais próxima da orla marítima, mais próxima à praia, é ocupada predominantemente por hotéis, por restaurantes caros, por condomínios residenciais de alto padrão, com moradias de veraneio e residências que ficam boa parte do ano ociosas. Esses condomínios são interligados pela Rodovia Rio-Santos”, explicou Nakano.

Sem conseguir pagar por essa faixa de terra mais segura e plana, a população mais pobre, por sua vez, passa a construir suas moradias mais próxima das escarpas da Serra do Mar, ou então começam a subir o morro e se colocam cada vez mais em risco. Esse é um histórico da Vila do Sahy, em São Sebastião, local que foi mais atingido pela tragédia das chuvas ocorrida no último carnaval.

Vila do Sahy

São Sebastião (SP), 22/02/2023, Casas destruídas em deslizamentos na Barra do Sahy após tempestades no litoral norte de São Paulo.

Casa destruída em deslizamento na Barra do Sahy após tempestade no litoral norte de São Paulo – Rovena Rosa/Agência Brasil

Os primeiros habitantes de São Sebastião, lembrou a geógrafa Ana Paula, foram os indígenas guaranis, que hoje passaram a ocupar uma área muito limitada na região. Depois, no período colonial, essa região litorânea passou a ser ocupada para o escoamento de açúcar e café produzido no Vale do Paraíba. Mas com o fim do ciclo da agricultura de exportação, as fazendas que ali existiam foram desativadas e as áreas das antigas plantações foram retomadas pela floresta ou ocupadas por famílias caiçaras.

“A região ficou isolada e a população dali se voltou para a agricultura de subsistência, pesca e artesanato. Essa condição foi essencial para a preservação do local, enquanto o restante do território paulista passava por um intenso processo de degradação”, disse Ana Paula, em entrevista à Agência Brasil.

Mas com o início da construção de rodovias e a implantação de energia elétrica, lotes na região passaram a ser negociados. “Esses lotes de terra tinham como finalidade servir ao turismo, como o turismo de veraneio, onde a elite paulistana mora na capital e tem a sua segunda moradia no litoral. Tudo isso foi construído em cima de muito desmatamento e violência contra os que já moravam ali e preservavam esse lugar com seu próprio modo de vida cultural e tradição. Além disso, teve muita migração para trabalhar na construção da plataforma da Petrobras, na construção das rodovias e posteriormente, para se trabalhar no turismo”, acrescentou.

Na Vila do Sahy, por exemplo, a ocupação teve início entre as décadas de 80 e 90, com a construção da Rodovia Rio-Santos. “Os trabalhadores que foram para o município na década de 80 para trabalhar no asfaltamento e abertura da Rio-Santos e, depois, na construção dos condomínios das casas e da infraestrutura, não tinham muito espaço para construir suas moradias. Não havia política pública e eles não tinham recursos necessários para acessar as terras mais seguras e mais distantes das escarpas da Serra do Mar. Então, eles foram ocupando a parte dessas áreas mais alargadas que já adentravam em direção ao pé dessas escarpas da Serra do Mar e acabaram mais expostos a esses riscos de deslizamentos. E, com o processo de crescimento e adensamento populacional, e com a continuidade da não implementação de políticas urbanas e habitacionais que propiciassem o acesso a uma terra urbana e segura e moradia adequada, essas pessoas começaram a subir as encostas das escarpas da Serra do Mar”, explica o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano.

“E esse foi o caso da Vila do Sahy. Você ali tem moradias não só no pé das escarpas da Serra do Mar, mas subindo já encostas com declividades altíssimas, quase verticais. Isso criou uma situação de alto risco”, disse.

Uma situação que o Ministério Público já chamou de “tragédia anunciada”, como consta em um documento que o órgão encaminhou à prefeitura de São Sebastião, em 2021, solicitando uma solução para os moradores da Vila do Sahy. Um pedido que nunca foi atendido.

Turismo elitista

São Sebastião (SP), 22/02/2023, Casas destruídas em deslizamentos na Barra do Sahy após tempestades no litoral norte de São Paulo.

Casas destruídas em deslizamento na Barra do Sahy após tempestade no litoral norte de São Paulo – Rovena Rosa/Agência Brasil

Para não condenar essas populações a tragédias como a que acabou ocorrendo na Vila do Sahy, em São Sebastião, o Brasil precisa repensar o seu gerenciamento costeiro, defende Nakano. “Precisamos repensar o gerenciamento costeiro não só em relação às chuvas e ao aumento das chuvas, mas também em relação à elevação do nível do mar. A maior parte das cidades brasileiras estão nas zonas costeiras, que foi a faixa onde a gente começou o processo de colonização. A gente precisa aperfeiçoar e mudar completamente os procedimentos de gerenciamento costeiro, articulando com todas as demandas de atendimento social, mas também com políticas ambientais e, principalmente, protetivas”, defende.

Nakano defende ainda que o país estabeleça uma política de distribuição de terras. “É necessário fazer uma política de terras, coisa que o Brasil nunca fez, principalmente para a classe trabalhadora. O poder publico precisa coordenar o processo de distribuir a terra urbanizada, dotada de infraestrutura viária, de saneamento básico, de fornecimento de energia elétrica, de espaços para equipamentos comunitários e públicos. Hoje isso acaba ficando na mão de loteadores e seguindo a lógica do mercado. Nunca se teve um agente público responsável pela produção dessas terras urbanas e pela distribuição dessas terras urbanas para a construção de moradias, principalmente para a classe trabalhadora. Essa classe tem que acessar a terra, sem essa urbanização prévia, porque ela não consegue comprar um lote urbanizado que é caro”, disse o urbanista.

Os especialistas alertam também que o país precisa repensar o modelo que privilegia o turismo elitista. “Tem que se repensar o próprio modelo de condomínios de alto padrão, porque eles ficam ociosos, e às vezes por anos. São casas grandes, com terrenos grandes e que muitas vezes é usado menos de um mês por ano. E quando é usado, é usado por uma quantidade mínima de pessoas. É um desperdício de espaço, de infraestrutura, de terra urbanizada. Tem que se repensar esse modelo porque é um modelo excludente, segregatório e que está colocando a vida das pessoas em risco”, alerta Nakano.

“O turismo de elite, com certeza, é algo que deveria ser repensado ali porque ele não é nada sustentável. Isso acontece no Brasil todo. O turismo sustentável chega, toma conta, destrói áreas naturais, sobe o preço dos imóveis e empurra a população local para áreas indesejadas”, acrescentou Ana Paula.

Outro ponto que precisa ser considerado para evitar essas tragédias, dizem eles, são as mudanças climáticas, que tornam mais frequentes as ocorrências de eventos extremos. “As mudanças climáticas podem agravar ainda mais o problema existente. Um bom planejamento não deveria considerar chuvas próximas da média, mas também os eventos extremos, que não ocorrem com a mesma frequência, mas não deixam de acontecer. E quando esses eventos extremos ocorrem, as consequências podem ser muito sérias para a população”, alerta Rubia.

Para ela, a falta de políticas habitacionais e fundiárias no Brasil está colocando toda uma população vulnerável em risco. “A falta de uma boa política habitacional de modo consistente e contínuo coloca em risco a vida da população de baixa renda. Isso é inadmissível. As políticas públicas deveriam priorizar o bem-estar da população. O Estatuto da Cidade já tem mais de duas décadas e ainda vemos muitos problemas se repetindo. A população de baixa renda não ocupa áreas de risco por opção. É por falta de alternativas devido aos altos preços produzidos pela especulação imobiliária, que torna as áreas seguras, com infraestrutura urbana e próximas dos locais de trabalho ou estudo muito caras e inacessíveis para muitos”, disse a coordenadora do LabCart.

“Para enfrentar esse problema é necessário combater a especulação imobiliária e adotar um planejamento urbano focado no bem-estar de toda a população, sem deixar de fora a população de baixa renda, além de respeitar limites ambientais para garantir a segurança”, acrescentou.




Fonte: Agência Brasil