EBC assina acordo com Agência Lusa


A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Agência de Notícias de Portugal (Lusa) assinam acordo de parceria neste sábado (22), como parte da programação da Reunião de Cúpula Brasil-Portugal. O diretor-presidente da EBC, Hélio Doyle, integra a comitiva brasileira. O acordo prevê troca de conteúdos entre os veículos, apoio logístico, intercâmbio e qualificação de profissionais das duas empresas públicas de comunicação.

O acordo com a Lusa faz parte de uma estratégia ampla de internacionalização da EBC e dos conteúdos produzidos por seus veículos. A nova gestão iniciou negociações para retomar acordos de cooperação com instituições de comunicação pública em todo o mundo. Preservando a autonomia editorial da empresa, estão em curso negociações com empresas de diversos países, como a TV Pública da Argentina, além de instituições da Alemanha, Itália, Cuba, Equador, México, Peru, Venezuela, dentre outras. Já foram firmados também acordos com veículos da China, como a Agência Xinhua e o China Media Group (CMG).

“Para nós é uma alegria poder contar com esse olhar de Portugal e com as informações de qualidades produzidas pela Lusa. Queremos diversidade de informação nos veículos da EBC, abrangendo o mundo inteiro, sempre a partir do nosso critério jornalístico”, afirmou Doyle .

Sobre a  Lusa

A Lusa é uma agência de destaque na língua portuguesa, que presta cobertura completa de eventos atuais em diversos formatos – texto, áudio, vídeo e fotografia. Diariamente, a agência distribui cerca de 500 notícias, 20 conteúdos em vídeo e 40 em áudio. São mais de 200 jornalistas, trabalhando em 21 países, nos cinco continentes. A Lusa conta, ainda, com uma cobertura abrangente sobre o continente africano, que traz um olhar editorial diferenciado sobre as notícias daquela região.




Fonte: Agência Brasil

Idoso leva multa de R$ 3 mil e ainda responderá por crime de maus-tratos a cavalo em Dracena


Um homem, de 67 anos, recebeu uma multa de R$ 3 mil nesta sexta-feira (21), em Dracena (SP), por maus-tratos a um cavalo de sua responsabilidade. Além disso, o tutor do animal também irá responder pelo crime ambiental previsto no artigo 32 da lei federal n⁰ 9.605/98, com pena de três meses a um ano de detenção e multa.




Fonte: G1

Fiscalização apreende pistola municiada de fabricação tcheca durante abordagem a carro na Rodovia da Integração




Passageiro do veículo foi preso em flagrante neste sábado (22), em Dracena (SP), mas acabou liberado após o pagamento de uma fiança no valor de R$ 1.320,00. Pistola de fabricação tcheca foi apreendida em Dracena (SP)
Polícia Militar Rodoviária
A Polícia Militar Rodoviária apreendeu neste sábado (22) uma pistola de calibre .635, fabricada na República Tcheca, e seis munições que eram transportadas pelo passageiro de um carro que foi abordado pela fiscalização no km 115 da Rodovia General Euclides de Oliveira Figueiredo, a Rodovia da Integração (SP-563), em Dracena (SP).
O veículo, com placas de Guaraçaí (SP), trafegava no sentido norte, quando foi vistoriado pelos policiais, que encontraram a arma de fogo e os projéteis atrás do banco do passageiro dianteiro.
O homem, de 39 anos, que foi identificado como responsável pelos objetos, acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
No entanto, depois de pagar uma fiança no valor de R$ 1.320,00, ele foi ouvido e liberado pela Polícia Civil.
O carro também foi liberado.

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Fonte: G1

Trem do Choro completa dez anos e homenageia Pixiguinha e São Jorge


A SuperVia dá de presente aos cariocas nesse domingo (23) um show comemorativo não só ao Dia de São Jorge e ao Dia Nacional do Choro, mas também dos dez anos do Trem do Choro. Foi em 2012 que o músico Luiz Carlos Nunuka, em parceria com amigos, criou uma roda de choro em Olaria, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, denominada Instituição Cultural 100% Suburbanos. Diante do sucesso da iniciativa, que atraía amantes desse gênero musical, no ano seguinte (2013) o grupo iniciou parceria com a SuperVia que, sempre na data do Dia do Choro, cede um trem onde conjuntos de músicos se espalham nos oito vagões, batizados com grandes nomes desse gênero musical.

O primeiro vagão homenageia o mestre Pixinguinha, um dos ícones do choro brasileiro. Seguem-se os vagões Jacob do Bandolim/ Cesar Faria (Conjunto Época de Ouro), Severino Araújo, Chiquinha Gonzaga, Altamiro Carrilho/ Mestre Siqueira, Raphael Rabello, Joaquim Antônio da Silva Callado e Paulo da Portela/Paulo Moura. “A parceria com a SuperVia já dura dez anos. É uma parceria muito bem-vinda”, destacou Nunuka, em entrevista à Agência Brasil. Esclareceu que o Trem do Choro não faz só choro, mas também samba, “porque um tem ligação com o outro”.

Concentração

O evento é uma referência ao dia de nascimento de Pixinguinha e celebra o aniversário de 106 anos da composição Carinhoso, uma das maiores obras do artista e da música brasileira, escrita entre 1916 e 1917. Este ano, o Trem do Choro homenageia também os músicos: Waldir Azevedo, Xangô da Mangueira pelo centenário e Josias Nunes, um dos fundadores do grupo de choro Chapéu de Palha. A 10ª edição do Trem do Choro terá concentração na estação Central do Brasil, a partir das 8h21, informou Nunuka. “Os horários nunca são inteiros. Eles são quebrados. E o trem vai sair às 11h09. Isso é horário da Supervia”, explicou.

Entre os regionais musicais que estarão animando os vagões, Nunuka citou a Escola Portátil de Música, ligada à Casa do Choro; o grupo Grapiúna; a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Escola Casa Viva, de Manguinhos. “O público escolhe em que vagão quer ir”, disse Luiz Carlos Nunuka. Os interessados devem pegar o trem do ramal Saracuruna. A viagem termina por volta de 11h40 na estação Olaria. Ali, os músicos desembarcam para dar seguimento ao show nas ruas do bairro, acompanhados pelo público. Caminhando, eles seguirão em cortejo, tocando clássicos do choro, até a Praça Ramos Figueira, conhecida como Reduto Pixinguinha, próximo do local onde Pixinguinha morou durante muitos anos. Ali, o evento é gratuito. “As pessoas só pagam o que consomem”.

A entrada para o Trem do Choro é o custo normal do bilhete da SuperVia.




Fonte: Agência Brasil

Volkswagen deixa negociação em caso de trabalho escravo


Um trabalhador amarrado sendo carregado pelo empreiteiro de uma fazenda: “Ele tinha fugido”, explicou. Esta cena, certamente, remonta aos anos da escravidão com as perseguições dos capitães do mato. O fato, no entanto, ocorreu na década de 1980 em uma propriedade da montadora alemã Volkswagen, em Santana do Araguaia, no estado do Pará. Este é um dos relatos reunidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que busca reparação de R$ 165 milhões para o crime de trabalho análogo à escravidão nesta fazenda. A empresa deixou a mesa de negociação em 29 de março e, agora, o caso deve parar na Justiça.

A exploração de trabalhadores ocorreu entre as décadas de 1970 e 80, na Fazenda Vale do Rio Cristalino, localizada no Pará, que tinha cerca de 140 mil hectares, o equivalente à área da cidade de São Paulo. A negociação envolvia o pagamento de R$ 165 milhões em indenizações a 14 trabalhadores identificados como vítimas, às centenas de outros escravizados que teriam que ser localizados para serem indenizados e às famílias daqueles que foram assassinados segundo relato dos trabalhadores.

O procurador do trabalho responsável pelo caso, Rafael Garcia, disse em entrevista à Agência Brasil que o MPT pretende ajuizar ação e auxiliar os organismos que querem levar o caso às instâncias internacionais. Ao todo, foram quatro reuniões de negociação, iniciada no ano passado.

Segundo depoimentos, trabalhadores viviam no local em situação degradante de trabalho, submetidos à violência e a violações de direitos humanos. As investigações demonstraram que tais violações incluíam falta de tratamento médico nos casos de malária, impedimento de saída da fazenda em razão de vigilância armada ou de dívidas contraídas – o que caracterizaria servidão por dívidas –, alojamentos em locais insalubres, sem acesso à água potável e com alimentação precária.

Em 2019, o padre Ricardo Rezende, que foi integrou a Comissão Pastoral da Terra (CPT) na região sul do Pará na época dos fatos e recebeu as denúncias, entregou documentação ao MPT sobre as violações ocorridas dentro da fazenda. Com isso em mãos, o órgão criou um grupo de trabalho e passou a investigar o caso.

“Conseguimos levantar vários documentos e depoimentos de trabalhadores da época que foram escravizados e que comprovam que durante a década de 70 e 80, naquela fazenda, conhecida como fazenda Volkswagen, na atividade de desmate e da constituição de pasto foram utilizados centenas de trabalhadores, todos eles numa condição semelhante à de escravos”, disse o procurador. Ele ressaltou que a fazenda foi dada à Volkswagen pela ditadura militar e que foi desmatada ali uma área correspondente ao município de São Bernardo do Campo.

O MPT conseguiu acesso a ações judiciais, inquéritos policiais e certidões e depoimentos prestados em cartório que comprovam a ocorrência dos fatos denunciados. “Existe uma ação judicial cujos depoimentos dos trabalhadores prestados à época deixam clara a condição análoga a de escravos que eles viviam e que a época não foi prosseguida porque vivíamos a ditadura militar, as denúncias não foram não foram devidamente apuradas”, disse Garcia.

Para as atividades na fazenda, a empresa contratava os empreiteiros, também conhecidos como “gatos”, que eram agenciadores de mão de obra de trabalhadores de regiões muito pobres, que eram aliciados com falsas promessas, levados até a fazenda e lá descobriam que teriam que pagar pela alimentação, pelo transporte, pelo material que utilizariam no trabalho, e eram obrigados a comprar tudo isso na venda do próprio aliciador e não poderiam sair sem pagar suas dívidas.

“Isso tudo sob vigilância armada de pistoleiros, submetidos a tortura física e psicológica porque dormiam ao relento em barracões improvisados sem qualquer tipo de assistência médica e muitos adoeciam de malária. Os trabalhadores contam que as tentativas de fuga eram castigadas por esses pistoleiros, inclusive que trabalhadores foram mortos, segundo relatos dos trabalhadores, dentro da fazenda”, relatou o procurador.

Garcia avalia que, além da compensação às vítimas diretas das violações, a empresa deve reparação à sociedade, já que recebeu incentivos fiscais do poder público na época, totalizando R$ 700 milhões em valores atuais, para gerir seu negócio de criação de gado que provocou danos sociais profundos. Na proposta do MPT, o valor da indenização seria destinado à reparação dos trabalhadores vitimados já identificados e para a criação de um programa de levantamento histórico, identificação e busca de outros trabalhadores que também foram submetidos ao mesmo tratamento naquela fazenda.

“[Na atuação da empresa] ocorrer gravíssimas violações de direitos humanos, deixando marcas não só individualmente nas pessoas, mas também naquela própria sociedade que se insere, em uma região paupérrima, ela contribuiu para manutenção das condições sociais miseráveis e vulneráveis de trabalhadores e da própria região. Diante da dimensão e da gravidade do caso, há necessidade de a empresa compensar não só os trabalhadores, mas também a sociedade brasileira que foi agredida por conta da sua conduta.”

Denúncia na época

Ricardo Rezende, que também é professor e coordena o Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo no Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chegou a relatar as violações, no ano de 1983, em uma denúncia pública à imprensa ao lado de um dos trabalhadores explorados.

“No dia seguinte, abrimos os jornais, o Jornal do Brasil não tinha publicado nada, Correio Brasiliense nada, Folha de São Paulo nada, Estadão nada, a imprensa tinha feito silêncio, salvo o jornal O Globo que tinha dado uma pequena notícia na parte interna, que teve uma repercussão internacional imediata”, contou. Ele começou a receber denúncias por conta de sua atuação na Pastoral da Terra na região.

Após desdobramentos dessa repercussão internacional, a empresa teria convidado parlamentares para uma visita à fazenda, a fim de demonstrar que as denúncias não procediam. Foi nesta visita que a comitiva – composta por três parlamentares, um repórter e um fotógrafo do Estadão – se deparou com um dos empreiteiros carregando um trabalhador amarrado para dentro da fazenda após tentativa de fuga. Rezende também participou da visitação.

“Quando nós, dentro da fazenda, constatamos diversos problemas e tínhamos então mais elementos, porque comprovava os crimes cometidos pela Vale do Rio Cristalino, o senhor [Frederico] Brügger [que gerenciava o local] gritou comigo e me desafiou ‘me dê o nome de uma fazenda que faça diferente’”, contou Rezende, que respondeu que todos que cometiam esse crime estavam errados e que ninguém tinha direito de utilizar mão de obra escrava.

Colaboração com a ditadura

O presidente da Volkswagen Região América do Sul e Brasil, Pablo Di Si, admitiu em 2017 que havia pessoas, dentro da empresa, que colaboravam com o regime militar (1964-1985). “Nós reconhecemos o que aconteceu na ditadura militar e que foram anos difíceis”, disse Di Si, em evento no qual foi divulgado o resultado da investigação interna que apurou a relação da empresa com a ditadura.

O relatório com as conclusões do historiador Christopher Kooper, contratado pela matriz da Volkswagen na Alemanha, foi produzido após instauração de inquérito civil pelo Ministério Público Federal para apurar a responsabilidade da montadora em “graves violações de direitos humanos”. A investigação foi iniciada após representação assinada pelas centrais sindicais brasileiras, sindicatos e ex-trabalhadores da empresa, em setembro de 2015. O pedido foi feito com base nas conclusões da Comissão Nacional da Verdade, que apontam a colaboração da empresa com a repressão, além de discriminar trabalhadores com atuação sindical.

Entre as condutas da empresa investigadas estavam, por exemplo, permitir a prisão de funcionários no interior de suas unidades; perseguir trabalhadores por atuação política e sindical, criando “listas negras” para impedir contratação desses profissionais; produzir informações para encaminhamento aos órgãos de repressão; colaborar financeiramente com o regime e permitir práticas de tortura na sede da montadora.

O promotor explicou que as ocorrências – na fazenda e nas fábricas – são distintas, no entanto, avalia que isso só ressalta a necessidade de que a empresa reafirme a sua responsabilidade com o país. “Na fábrica, ocorreram graves violações de direitos humanos durante a ditadura com trabalhadores sendo entregues aos serviços de repressão e tortura do estado. Numa fazenda, que é independente da fábrica, distante milhares de quilômetros também ocorreram graves violações de direitos humanos, escravizando trabalhadores.”

“Apesar dos fatos serem da mesma época, eles são distintos, eles não se confundem, mas eles fazem com que nós cheguemos à conclusão de que a empresa precisa reassumir a sua responsabilidade com o país. Não é possível uma mesma empresa perpetrar tantas violações de direitos humanos num mesmo território”, finalizou.

De acordo com padre Rezende, o historiador Kopper reconheceu que havia trabalhadores submetidos ao sistema de servidão por dívida e que, se houvesse problemas quanto ao pagamento de salário e tentativa de fuga, eles seriam capturados e punidos. Kopper sabia que a empresa era acusada de utilizar-se de escravização de homens, mas, apesar dos fatos sobre os quais ele discorreu com detalhes, divergia quanto à categoria empregada pelos denunciantes. Para o historiador, escravidão era uma “metáfora”, um exagero. As pessoas não eram escravizadas pois não eram “mercadorias”.

“Segundo o historiador alemão, houve na fazenda gravíssimos problemas de não pagamento, de pessoas armadas e que houve servidão por dívida e disse que era exagero falar em trabalho escravo. Eu não sei exatamente o que é trabalho escravo para o historiador alemão, mas para nós [pela lei brasileira] servidão por dívida é escravidão”, disse Rezende.

“Pelo artigo 149 do código penal brasileiro hoje, bastava muito menos do que a Volks fez para ser considerado trabalho análogo a de escravo. Porque a lei brasileira não exige que tenha privação de liberdade ou violência para ser caracterizado crime. E, no caso da Volks, houve privação de liberdade, houve ameaça, houve espancamento e possivelmente houvesse assassinato”, acrescentou.

A Volkswagen do Brasil disse, em nota, que “o Ministério Público Federal do Trabalho iniciou um processo administrativo contra a Volkswagen do Brasil, em 2019, e notificou a empresa apenas três anos após o início das investigações. A Volkswagen do Brasil rejeita todas as alegações apresentadas nos registros da presente investigação sobre a Fazenda Vale do Rio Cristalino e não concorda com as declarações unilaterais dos fatos apresentados por terceiros.”

“A empresa reforça o compromisso com a responsabilidade social, continua comprometida com os valores éticos e continuará participando e contribuindo para as adequadas condições de trabalho dos seus empregados, bem como para a evolução positiva da sociedade”, finaliza a empresa.




Fonte: Agência Brasil

Laboratório desenvolve projetos para monitorar mudança climática em PE


As chuvas que atingiram Recife e São Paulo este ano tem colocado a vida de milhares de pessoas que vivem em áreas vulneráveis ainda mais em risco e acendido o alerta da sociedade em busca de soluções possíveis. Com isso, a Casa Criatura, de Olinda (PE) e o Instituto Procomum, de Santos (SP), organizações de inovação social, se uniram para conectar pessoas, com diferentes saberes e experiências, para colaborarem e criarem soluções para os desafios climáticos locais, por meio do projeto Lab Tempestade.

O Lab Tempestade Olinda é um laboratório de inovação cidadã que visa prototipar soluções pautadas na temática das mudanças climáticas. No local, pessoas de diferentes áreas e contextos sociais trabalham no desenvolvimento de soluções climáticas criativas,  uma oportunidade para discutirem sobre os desafios enfrentados com a mudança climática e colaborarem para um futuro mais sustentável em Pernambuco. O projeto tem apoio da rede internacional Global Innovation Gathering e conta com o apoio da fundação alemã Nord-Süd-Brücken e do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha.

Cada participante recebe uma bolsa de R$ 400 e ajuda de custo para transporte e alimentação em todas as atividades presenciais. As equipes têm acompanhamento técnico e apoio financeiro para compra de materiais, visando o desenvolvimento de seus protótipos. A participação no laboratório acontece em três encontros presenciais na Casa Criatura, localizada no sítio histórico de Olinda.

Os encontros para imersão e prototipação já aconteceram no final de semana passado. “Esse projeto tem como meta desenvolver cinco protótipos, então não são produtos finais, são protótipos de uma ideia, de um método e de um processo que possa ser desenvolvido numa escala menor, de forma a atestar a ideia para ver se tem efetividade, se pode ser implementada, se é exequível”, explicou a coordenadora do Lab Tempestade em Olinda, Rayane Aguiar, consultora e pesquisadora que trabalho com análise de políticas públicas e construção de metodologias para investigação e construção de soluções para desafios socioambientais complexos.

“Ao final dessas três semanas de mentoria, os participantes vão apresentar esses protótipos. Temos a expectativa de renovar esse investimento que foi feito pela instituição financiadora para que a gente dê continuidade ao Lab Tempestade e implementar algumas ou até todas essas ideias que estão sendo desenvolvidas”, completou Rayane.

Os resultados e processo criativo do Lab Tempestade serão apresentados em um encontro de encerramento no dia 6 de maio. O processo criativo não é competitivo e todos os participantes terão a oportunidade de contribuir com os resultados gerados para enfrentar os desafios climáticos em nível local e servir de exemplo para outras localidades com ideias e saberes vindos da comunidade.

Grupos

Os grupos focais se encontraram nos dias 14 e 15 de abril para desenvolverem os projetos.  Durante os encontros, os participantes trabalharam no desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios climáticos locais.

O gestor de projetos Renato Zerbinato, de 46 anos, é um dos participantes do Grupo 4: Observatório Tempestade, em que participam também Havana Andrade, Tulio Seabra, Estevão Souza, Cleo Nascimento e Flacinete Duarte. Ele explica qual o foco do grupo. “A ativação de um observatório ambiental em Pernambuco, iniciando por Olinda, Recife e Região Metropolitana de Recife vai nos ajudar a mapear pontos críticos para o meio ambiente em diversas regiões, assim como divulgar boas práticas no enfrentamento à crise climática e ao racismo ambiental [termo utilizado para se referir ao processo de discriminação que populações periferizadas ou compostas de minorias étnicas sofrem através da degradação ambiental]”.

Renato afirma que os mapeamentos, pesquisas e demais ações oferecidas pelo observatório poderão subsidiar diversas instituições ambientalistas na facilitação de parte de seus objetivos.

Dispositivo de proteção

A estudante de Serviço Social e ativista socioambiental Dálethe Melissa, de 20 anos, que faz parte do Grupo 2: Dispositivo para proteger bens materiais durante enchentes, conta que a ideia do grupo, composto ainda pelo Rafael Rangel, Ciro Silva, Dyego Digiandomenico, Julia Santana, Ture e Vera Maria, consiste na criação de um dispositivo impermeável para proteger bens em áreas de inundação.

“Alguns dos principais efeitos da crise climática é a maior frequência dos alagamentos e cheias em comunidades vulneráveis, resultando na insegurança de vidas e na perda de bens. Sendo assim, a proposta surge a partir da necessidade de garantir a dignidade das pessoas a partir da minimização das perdas materiais, que foram conquistadas através de muito esforço por parte das famílias afetadas”.

A ativista, que ainda é gestora de Comunicação do Fórum Popular do Rio Tejipió, completa que o objetivo é que o dispositivo seja prático e aplicável em diferentes escalas de tamanho, possibilitando que as pessoas possam salvar os seus bens e saírem com segurança o mais rápido possível de suas casas. “Somado a isso, a meta é que ele seja de baixo custo, oportunizando que as famílias possam confeccionar futuramente, transformando suas casas mais resilientes às inundações”.

Cuidado

A pedagoga Débora Paixão, de 25 anos, está no Grupo 3: Clima de Cuidado, com os colegas Gabi Feitosa, João Paulo Oliveira, Nathália Araújo e Rayana Burgos. O foco do grupo é acolher e proporcionar um momento de cuidado para as pessoas ativistas que estão à frente das soluções climáticas no dia a dia, e que por falta de recursos e acessos, não conseguem cuidar de si.

“Entendemos que, as soluções são feitas por pessoas que estão diretamente nos territórios, e que por muitas vezes, por olhar tanto para os outros e para as problemáticas, esquecem de cuidar de si próprio”, explicou Débora.

O objetivo, completa a pedagoga, é oferecer cuidado para aqueles que estão na linha de frente do combate da mudança do clima. “E fortalecer o senso de comunidade através da cultura do bem viver e encorajar os ativistas a continuarem na luta, para que possamos, além de cuidar do clima, atuar nas soluções diárias das problemáticas que enfrentamos em diversos territórios, e assim propor que as pessoas ativistas através desta vivência, possam se sentir acolhidas e cuidadas”.

Comunicação

Educadora e cientista social, Joice Paixão, de 38 anos, está no Grupo 5: Plano de Comunicação,  Adaptação e Mitigação das Chuvas na Região Metropolitana do Recife, que conta ainda com a participação de Joyce Arai, Maria Clara Araújo, Esdras Silva, Winston Spencer e Vitoria Passos. No plano, Joice explica, tem ações informativas, treinamentos até a preparação de brigadas para atuar em casos de incêndios ou de desastres.

“Dentro dessas brigadas teremos a brigada de saúde física, de saúde mental, de cuidado com as crianças, de gestão de crise, de logística – que é responsável receber as doações, triagem e fazer a entrega – e brigada de social media”.

Segundo a educadora, o grupo está realizando um mapeamento georreferenciado na comunidade junto com o departamento de geografia da Universidade Federal de Pernambuco. “É um mapeamento dos locais mais afetados na enchente do ano passado,  para criar não só um perfil socioeconômico, mas também um perfil estrutural das famílias atingidas.”

O objetivo, ela completa, é ‘salvar vidas’. “Nosso objetivo com esse plano é fazer com que o máximo de pessoas estejam preparadas fisicamente, estruturalmente, emocionalmente para lidar com as fortes chuvas em Recife e com a possibilidade de alagamentos, enchentes ou deslizamento de barreiras”.

Casa Guardiã

A realizadora audiovisual Carol Canuto, de 26 anos, participante do Grupo 1: Casa Guardiã, em que faz partes ainda os integrantes Kadu Tapuya, Raama Santana, Daniel Guedes, Gil Acauã e Jhenifer , contou que o projeto do grupo aborda os desafios climáticos sob dois eixos: “primeiramente, visa propor uma reparação direta, a curto prazo para a má alimentação consequente do racismo ambiental, com a utlização de uma farmácia com ervas, cura espiritual e ancestral e uma horta. E no segundo tempo, o projeto atua a longo prazo, com os desafios climáticos, por incorporar uma construção de uma arquitetura sustentável, que poderá ser um exemplo ou inspiração para futuras construções na Comunidade do Coque [em Recife], onde será implantada”.

Carol, que também é pesquisadora de práticas de rezas e curas ancestral e articuladora social, o objetivo do grupo é fazer um espaço de conservação de manutenção de saberes ancestrais, “para sensibilizar a comunidade, crianças e adolescentes a aprender com esses saberes locais de mulheres, já que elas são, em maioria, indígenas que compartilham suas ideias e sua ancestralidade”.




Fonte: Agência Brasil

Mega-Sena deste sábado paga prêmio de R$ 42 milhões


O Concurso 2.585 da Mega-Sena, que será realizado neste sábado à noite em São Paulo, deverá pagar o prêmio de R$ 42 milhões a quem acertar as seis dezenas. O sorteio será às 20h no Espaço da Sorte, na Avenida Paulista.

Ninguém acertou o último concurso (2.584), quarta-feira (19), e o prêmio acumulou. Foram sorteadas as dezenas 01 – 05 – 12 – 36 – 53 e 55.

As apostas para o concurso de hoje podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa em todo o país, ou pela internet. O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Novos preços

A partir do fim deste mês, as apostas lotéricas ficarão R$ 0,50 mais caras. Segundo a Caixa Econômica Federal, o reajuste será feito após mais de três anos sem elevação de preços. Duas modalidades terão aumentos no início do próximo mês.

Para a Mega-Sena, a Lotofácil, a Quina e a Lotomania, os novos preços valerão a partir de 30 de abril. Para o Timemania e o Dia de Sorte, o aumento entrará em vigor em 3 de maio. Segundo a Caixa, o reajuste foi necessário para repor a inflação acumulada desde novembro de 2019, quando ocorreu o último aumento.




Fonte: Agência Brasil

Brasília celebra 63 anos em festa com juventude e diversão


Brasília completou 63 anos, nesta sexta-feira (21), com atrações para todas as idades e tribos. Na manhã desta sexta-feira, a professora Heloísa Vieira chegou cedo à Torre de TV para aproveitar o espetáculo infantil com os dois filhos, Arthur e Vinícius. Ela conta que quando ainda estava no caminho já estavam todos curtindo o clima de festa.

“A gente já veio cantando parabéns pra Brasília. E eu entro no clima pra que seja uma lembrança divertida do aniversário de Brasília”, afirma. Na Torre de TV, eles curtiram primeiro o show de mágica e, depois, o espetáculo A Bela Adormecida.

A qualidade das apresentações foi um dos pontos altos da festa, segundo Heloísa, mas o encontro de gerações de brasilienses é o que mais importa. “A gente encontra as pessoas de Brasília, as crianças de Brasília. E sempre que a gente lembrar desse momento, a gente vai falar: olha como foi legal aquele dia, como foi importante encontrar outras crianças da nossa cidade e ser feliz, se divertindo junto”.

Brasília (DF), 21/04/2023 -  Personagem para a matéria aniversário de Brasília, Cidade Kids, Sra. Thaís Leal - Servidora Pública. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Foto Valter Campanato/Agência Brasil

A servidora pública Thais Leal também levou os dois filhos pequenos para curtir o espaço das crianças e elogiou a organização do evento. “Achei a estrutura muito boa, eles estão fazendo um rodízio de horário, então a gente não fica muito tempo esperando. As crianças estão curtindo muito”. Para o Pedro e o irmão João, a maior dificuldade foi escolher qual o melhor brinquedo do evento: escorrega inflável, pula-pula ou piscina de bolinha. Dúvida cruel para a criançada.

Memorial dos Povos Indígenas

No Memorial dos Povos Indígenas, a programação inclui oficinas, contação de histórias para crianças, bate-papos e feira de artesanato, reunindo a riqueza cultural de diversas etnias espalhadas pelo Brasil.

Brasília (DF), 21/04/2023 -  Personagem para a matéria aniversário de Brasília. Indigena Mirim Ju Yan Guarani. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Foto Valter Campanato/Agência Brasil

O indígena Mirim Ju Yan, da tribo Guarani, é um dos organizadores das atividades e explica que a ideia é passar para o público não só a materialidade da cultura indígena, com seus cocares, cerâmicas e cestos, mas também da cultura imaterial, ou seja, das histórias contadas através da oralidade.

Mirim Ju Yan explica que os contos são feitos tanto para crianças quanto para adultos, com uma linguagem acessível para os mais jovens, mas também com muitos ensinamentos para os adultos.

“São histórias tradicionais. Não é apenas a história, por exemplo, dos 500 anos pra cá. Durante nossos encontros, a gente fala sobre esse processo de colonização, nossas resistências. Mas nossas histórias são, principalmente, cosmogônicas e falam sobre a criação dos nossos povos, a partir da ótica dos indígenas. São histórias sobre a natureza, sobre os animais, sobre as estrelas, que trazem esse tempo místico e ancestral”, afirma.

Segundo o IBGE, no Brasil há mais de 1,6 milhão de indígenas, distribuídos em diferentes tribos, cada uma com sua forma de organização, sistemas de parentesco, religiões e mitologias, que faz com que as diversas nações indígenas se diferenciem entre si.

“A nossa consciência não é à toa, ela tem um fundamento. E está em prática a dezenas de milhares de anos. São sabedorias que formam uma consciência de como viver aqui na terra”.

Abril Indígena

A iniciativa do Abril Indígena vem sendo promovida por diferentes instituições pelo país, a fim de destacar os direitos dos povos originários e sua importância na formação da nossa sociedade. A data decorre do 19 de abril, celebrado em todo o continente desde o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940.

Veja a programação do Memorial dos Povos Indígenas

22 de abril

9h – 10h – Roda Animal de Poder com defumação

Com Javier Biophillick

10h30 – 12h – Contação de histórias para crianças: História da Via Láctea (Guarani)

Narradora: Mirim Ju

14h30 – 16h – Roda de debate: Descobrimento ou invasão?

Palestrante: Mirim Ju e convidados

23 de abril

10h – 12h – Roda de debate: Línguas Indígenas: saberes únicos

Palestrante: Mirim Ju e convidados

14h – Roda de conversa sobre o livro Oboré: quando a terra fala

Palestrante: Martha Batista

Comemoração

A celebração do aniversário da capital continua durante todo fim de semana. Para os adultos, a programação conta com eventos culturais e shows com grandes nomes da música brasileira. Entre as atrações principais estão Maiara e Maraisa, Joelma, Fundo de Quintal e a Orquestra do Teatro Nacional de Brasília.

Para a criançada, uma programação especial com a Cidade Kids, na Torre de TV, com brinquedos infláveis para as crianças e área pet friendly.  Aberto durante todo o fim de semana, das 10h às 18h, o espaço conta com pintura de rosto, show de mágica com o Tio André, apresentação teatral da Companhia Neia e Nando, além de contação de história com a professora Nyedja Gennari.




Fonte: Agência Brasil

Mulher é esfaqueada pelo próprio marido, na Vila Esperança, em Regente Feijó




Vítima, de 25 anos, foi socorrida e encaminhada ao Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP), para receber atendimento médico, nesta sexta-feira (21). Vítima recebe atendimento médico no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP)
HR/Divulgação
Uma mulher, de 25 anos, foi esfaqueada pelo próprio marido, de 36 anos, na manhã desta sexta-feira (21), na Vila Esperança, em Regente Feijó (SP).
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Claudinei Alves, o motivo da tentativa de feminicídio foi uma briga familiar.
A vítima foi socorrida e encaminhada ao Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP), e, conforme a polícia, passou por cirurgia e permaneceu internada.
Segundo as informações da Polícia Militar, a mulher teve uma das mãos decepada pelo agressor.
A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão temporária do homem, que está foragido.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Guardadas no Rio, obras do Museu de Arte Naïf estão sem destino


Um apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro, abriga hoje a maior coleção de arte naïf do mundo. São milhares de obras de artistas brasileiros e estrangeiros em local improvisado, sem acesso do público. Essa foi a solução encontrada pela museóloga Jacqueline Finkelstein para armazenar temporariamente o acervo do Museu Internacional de Arte Naïf (Mian), fechado desde 2016. A antiga sede, um casarão do século XIX, foi vendida no ano passado.

Jacqueline é filha de Lucien Finkelstein (1993-2008), joalheiro francês que construiu a coleção durante décadas no Rio. Sem contar com investimentos públicos ou privados para manter o museu em funcionamento, ela decidiu vender um conjunto das melhores obras.

Enquanto espera pelas ofertas, está catalogando cerca de três mil quadros, feitos por 300 artistas entre eles, Joaquim Leandro, Cardosinho, Miriam, Maria Auxiliadora, Silvia, Chico da Silva, Heitor dos Prazeres, Elza, Gerson, Bebete, Ozias, Mabel, Gerson e Lia Mittarakis.

A coleção atraiu o interesse de compradores estrangeiros. Jacqueline não descarta o negócio, mas garante que uma proposta nacional terá prioridade.

“Estou na esperança de conseguir encontrar um destino para as obras. É algo que eu gostaria muito que acontecesse para eu poder ficar tranquila com a minha consciência. Primeiro, em homenagem ao meu pai. A arte naïf era a paixão dele. Depois, porque eu acho importantíssimo divulgar e valorizar o que a gente tem de precioso nessa terra. Arte naïf é uma das expressões mais brasileiras, mais verdadeiras do nosso povo. Eu acho fundamental guardar os quadros aqui. Acho que é isso que mais me motiva a manter essa coleção até hoje e ela estar assim intacta”, declara Jacqueline.

Potenciais investidores

Quem assumiu a tarefa de negociar o acervo no Brasil foi Fabio Szwarcwald, gestor cultural, colecionador, ex-diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) e do Museu de Arte Moderna do Rio (MAM).

“Estou ajudando a procurar potenciais investidores que possam comprar esse acervo e doar para um museu. O meu receio é que venha alguém de fora interessado e compre a coleção. A minha ideia é tentar mantê-la no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, que hoje tem o maior museu de arte popular, que é o Museu do Pontal. Estou conversando com eles [investidores], já demonstraram interesse, mas querem analisar agora a coleção”, salienta.

Além do seleto conjunto de obras à venda, há outros milhares de quadros do Mian guardados no apartamento em Copacabana. Jacqueline se comprometeu a doá-los para outras instituições culturais, entre elas, a Pinacoteca de São Paulo, o Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e o Museu do Sol, em Penápolis (SP). No ano passado, o painel “Brasil, cinco séculos de luta”, de Aparecida Azedo, foi doado para o Museu Histórico Nacional, no Rio.

Saga do museu

O Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian) foi fundado e aberto ao público em outubro de 1995 por Lucien Finkelstein. A sede escolhida foi um imóvel do século XIX, comprado em 1994. Tombado como Patrimônio Cultural em 2001, o casarão fica no Cosme Velho, zona sul do Rio, a poucos metros da estação de trem do Corcovado.

O Mian recebeu o primeiro aporte financeiro em 2000, por meio do Fundo Nacional da Cultura, do Ministério da Cultura. O valor de pouco mais de R$ 30 mil era destinado ao projeto de catalogação e informatização do acervo. E foi renovado por mais um ano.

Na sequência, foi liberada até 2004 verba da prefeitura do Rio. Sem novos investimentos, Lucien encerrou as atividades do museu por tempo indeterminado em 2007. Apenas grupos escolares e pesquisadores passaram a ter acesso ao acervo em atividades agendadas.

Lucien Finkelstein morreu em 2008 aos 76 anos de idade e a filha, a museóloga Jacqueline Finkelstein, assumiu a presidência da instituição. Em 2010, uma inundação danificou cerca de 300 obras da coleção. Essa sequência de eventos levou Jacqueline a encerrar  as atividades do museu em 2011. Oficialmente fechado para o grande público de 2007 a 2012, o Mian reabriu depois de ser contemplado em um edital da Secretaria de Estado de Cultura, no qual recebeu R$ 500 mil durante dois anos.

Entre 2012 e 2016, o museu se manteve com leis de incentivo, bilheteria, organização de eventos e arrendamento de um espaço para um café. Até que em 23 de dezembro de 2016, fechou novamente as portas. Sem patrocínios e incentivos externos, não conseguiu pagar os custos com a estrutura.

Exposições itinerantes

Nos principais momentos de crise, uma estratégia recorrente foi a realização de exposições itinerantes com parte do acervo. A ideia era divulgar a arte naïf e procurar soluções de investimento. Isso aconteceu em 2007, em parcerias realizadas com o Serviço Social do Comércio (Sesc) do Rio e de São Paulo. Em 2011, com pelo menos 20 mostras na Grande São Paulo e no interior do estado. Em 2019, o destaque foi um evento na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no Rio, com 325 obras.

Agora, em 2023, é a vez do projeto Arte nas Estações, que inclui itinerário pelo interior de Minas Gerais. São 270 obras do Mian expostas em Congonhas, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete. Uma primeira rodada ocorreu no início de fevereiro e uma nova é realizada este mês.

“É o maior projeto de itinerância de uma coleção este ano. O objetivo é sair do eixo Rio-São Paulo e levar arte naïf para novos públicos, onde realmente a gente percebe que existe uma carência de exposições desse alto nível. A coleção é fantástica e fala com o interior do Brasil, porque vários artistas vieram do interior. Por isso, eu escolhi Minas Gerais. Então, é um projeto que resgata artistas que foram invisibilizados”, diz Fabio Szwarcwald, que também é responsável pela mostra.

Valorização da arte naïf 

De origem francesa, a palavra naif pode ser interpretada como algo ingênuo, mas também natural e espontâneo. O primeiro uso dela no campo artístico foi para caracterizar, de forma pejorativa, o trabalho do artista francês Henri Rousseau (1844-1910) no século XIX. Autodidata, Rousseau nunca estudou em um centro acadêmico.

O tempo passou e o naïf começou a ser visto com mais respeito por críticos de arte. A simplicidade, antes considerada negativa, agora é o maior atrativo. Virou símbolo da subjetividade e originalidade criativa.

“Você chega na frente de um quadro e vê exatamente o que o artista quer passar. Não precisa entender de arte, não precisa ser um conhecedor. Simplesmente gosta ou não. É uma arte que você não aprende, ela vem de dentro para fora. Ela é espontânea. Não precisa seguir nenhuma tendência, nenhum modismo. Você tem que buscar a inspiração lá dentro de você mesmo, na imaginação, para ser um bom naïf”, afirma Jacqueline Finkelstein.

Há cada vez mais espaço em centros culturais e museus para o gênero. É o que atesta o especialista Jacques Ardies, autor do livro “A arte naïf no Brasil”, de 1998. Ele possui uma galeria em São Paulo com centenas de quadros e conta que houve um novo despertar de interesse pelas obras, principalmente dos críticos estrangeiros.

“No final do ano passado, consegui realizar a venda de uma obra do Chico da Silva, artista que hoje está sendo muito procurado. E eu tinha uma obra excepcional dele, grande, que estava comigo há uns 30 anos e foi comprada pela Tate Gallery, de Londres. Isso prova que até os museus lá de fora estão interessados e dão importância para a arte brasileira”, argumenta.

Jacques endossa a torcida para que o naïf tenha maior reconhecimento no Brasil, o que inclui a permanência da coleção do Mian.

“Eu acho essa arte essencial para o país, porque ela é extremamente brasileira. É muito original. Estamos falando de uma arte que expressa bem as nossas raízes. Por isso, deveria ser incentivada, apoiada e patrocinada”.




Fonte: Agência Brasil