Existem pessoas que apreciam manter suas coisas organizadas, tudo em seu devido lugar. Quando você pergunta onde está determinado objeto, por exemplo, elas prontamente indicam o local exato, sem margem de erro. Nesses momentos, você pode se perguntar se tanta organização indica que essas pessoas têm TOC. A resposta não é tão simples. O fato de uma pessoa gostar de ordem e organização, não significa necessariamente que tenha TOC. A caracterização deste Transtorno é muito mais do que esta simples descrição.
Ter manias não é sinônimo de possuir TOC. Todos nós temos pequenos rituais que praticamos, como conferir se as chaves ou o celular estão na bolsa, voltar para casa para se certificar de que a porta foi trancada, entre outros. Estas manias, e tantas outras, são conhecidas por todos. O problema surge quando elas se tornam repetitivas ao ponto de consumir grande parte do tempo no dia-a-dia da pessoa, interferindo em seu trabalho, vida social ou outras áreas importantes de sua vida.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou mais popularmente conhecido como TOC., é um problema que afeta muitas pessoas, causando sofrimento e perda de tempo muito considerável. Este transtorno se divide em duas características: obsessões e compulsões.
As obsessões são ideias e imagens persistentes que surgem de forma inesperada, contra a vontade da pessoa, causando desconforto e muita ansiedade. Geralmente tais ideias estão ligadas a higiene, ao medo de doenças, ao excesso de organização, ao medo de contaminação por germes, a imagens obscenas e, claro, a preocupações constantes.
Os pensamentos obsessivos são repetitivos e sempre estão acompanhados de sentimentos negativos. Para se livrar deles, a pessoa desenvolve rituais, como uma forma de reduzir a ansiedade e o desconforto. Um exemplo: arrumar as almofadas do sofá, não pelo fato de estarem espalhadas, mas porque não estão na ordem das cores ou simetricamente posicionadas. Nesse momento, pensamentos obsessivos invadem sua mente fazendo-a acreditar que algo ruim irá acontecer e que, por isso, é preciso organiza-las. Assim, inicia-se a compulsão, que são comportamentos físicos ou mentais realizados como resposta às obsessões. Só que tal comportamento traz alivio apenas momentâneo porque logo a pessoa encontra outra coisa para organizar, inclusive as almofadas.
Neste ponto, você deve estar pensando que também tem TOC porque gosta de manter sua casa organizada. No entanto, é importante destacar que a doença se caracteriza quando extrapola o limite do que é considerado normal, causando sofrimento intenso à pessoa porque afeta a sua rotina. Pensa em alguém que precisa verificar repetidamente se trancou a porta de casa antes de sair. Pessoas assim não perdem apenas 10 segundos fazendo isso e sim muitos minutos, numa quantidade que prejudica seus compromissos, uma vez que chegam atrasadas aos mesmos. A pessoa consegue ter senso crítico de que não há necessidade de conferir tanto, mas não consegue se desvencilhar dos pensamentos obsessivos simplesmente deixando-os pra lá. Por isso precisa cumprir o ritual.
Uma característica comum da personalidade das pessoas com TOC é o perfeccionismo e um forte sentimento de culpa. Elas tendem a ser formais nas relações sociais. São também metódicas, controladoras e inseguras, embora não admitam abertamente.
É importante conscientizar que o TOC é uma condição de saúde mental séria que requer atenção e suporte adequados. A busca de ajuda profissional pode proporcionar alívio e melhor qualidade de vida para aqueles que vivenciam o transtorno. Créditos: Joselene Alvim- psicóloga
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Fonte: G1
