Novos roteiristas de todo o país podem se inscrever em projeto do Sesc


Estão abertas até o dia 25 deste mês as inscrições para o 5º Argumenta, projeto do Serviço Social do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Sesc RJ). O Argumenta é um laboratório imersivo gratuito que oferece capacitação e consultoria especializada para novos roteiristas de todas as regiões do Brasil que tenham como proposta desenvolver um projeto original de longa-metragem de ficção. As inscrições podem ser feitas no site do projeto.

O coordenador e curador do Argumenta, Leandro Luz, também analista de audiovisual do Sesc RJ, explicou à Agência Brasil que o projeto é destinado a cineastas e roteiristas iniciantes. “Uma das características do regulamento é que a pessoa que se inscrever não pode ter feito mais que um longa-metragem de ficção, seja como diretor ou roteirista. Ela pode ter feito vários longas documentários e um longa de ficção. Mas, se tiver dois para cima, ela não está dentro do aspecto do regulamento.” Os candidatos têm que estar na fase dos primeiros trabalhos e não é necessário ter experiência no mercado.

Leandro Luz informou que, no ato da inscrição, a pessoa tem que submeter um argumento de sua autoria para o longa de ficção que está propondo fazer. Esse argumento precisa ter entre seis e 11 páginas, mas não deve identificar o autor. “Tem que ser anônimo. A organização do Sesc vai conseguir identificar o autor pelo nome do roteiro.”

Orientação

O resultado dos dez selecionados será divulgado no dia 25 de outubro. Eles participarão do 5º Argumenta entre os dias 26 de novembro e 1º de dezembro, no Sesc Nogueira, localizado na cidade de Petrópolis, região serrana fluminense. O Sesc RJ arcará com custos de transporte aéreo e terrestre, estadia e alimentação.

Cinco profissionais experientes do mercado audiovisual brasileiro vão orientar os novos autores a aprimorarem seus roteiros a fim de terem maior competitividade no mercado, para que, no futuro, eles possam viabilizar a realização dos seus longas-metragens. Leandro Luz afirmou que, dessa forma, eles estarão preparados para se inscrever em editais de financiamento.

Na edição 2022 do Argumenta, os consultores convidados foram Eduardo Nunes, Jaqueline Souza, Leandro Santos, Lucas Paraizo, Marcelo Gomes e Xenia Rivery. A lista de nomes deste ano será anunciada em breve. O projeto é realizado pelo Sesc RJ desde 2018. O objetivo é contribuir com a cadeia produtiva audiovisual, qualificando e facilitando a penetração de projetos de todo o país nesse mercado.

Durante o mês de novembro, haverá também uma programação paralela que inclui sessões de cinema gratuitas no Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis, e nas unidades do Sesc em Nova Friburgo e Teresópolis, além de master class online ministradas por profissionais da área do audiovisual, abertas para o público em geral. As inscrições para esses eventos serão abertas em outubro.




Fonte: Agência Brasil

Número de mortos de prédio que desabou no Grande Recife sobe para 11


O desabamento de prédio de um conjunto residencial no município de Paulista, na região metropolitana do Recife, resultou na morte de 11 pessoas, de acordo com a última atualização do Corpo de Bombeiros, divulgada neste sábado (8).

A tragédia aconteceu na sexta-feira (7), por volta das 6h30, e os bombeiros foram acionados alguns minutos depois. O bloco que desabou é o D7 e já havia sido condenado pela Defesa Civil. O edifício faz parte Conjunto Beira Mar, um complexo de moradias populares com 1.711 unidades distribuídas em 29 blocos, sendo 20 do tipo caixão e nove com estrutura de pilotis.

A construção tem 38 anos e já apresentava rachaduras em diversas unidades, de onde as famílias haviam sido retiradas em 2013, mas acabaram retornando.

Das vítimas, dez foram resgatadas sem vida dos escombros e uma chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Entre os mortos, estão crianças de 5, 8 e 12 anos, além de um adolescente de 16 anos. Já os adultos têm idade que variam de 18 a 45 anos. Ao todo, são sete mortos do sexo masculino, três femininos e uma mulher trans.

Os trabalhos de resgate prosseguem na região, pois há três desaparecidos confirmados, sendo uma mulher e duas crianças. Outros quatro moradores do prédio, com idade entre 16 e 22 anos, foram localizados com vida fora da edificação.




Fonte: Agência Brasil

Engenheiro da Secretaria de Obras afirma que 95% das irregularidades do Camelódromo de Presidente Prudente já foram resolvidas | Presidente Prudente e Região


Ainda de acordo com o primeiro tenente, no caso do Camelódromo de Presidente Prudente, o referido projeto teve sua análise aprovada em 25 de maio de 2023. O responsável pelo projeto solicitou, então, a vistoria da edificação em 30 de junho de 2023 e o Corpo de Bombeiros esteve no local para a realização da vistoria no mesmo dia, haja vista que estava marcada a inauguração para 1º de julho.




Fonte: G1

Incêndio atinge comunidade no Guarujá, litoral paulista


Um incêndio atingiu hoje (8) a comunidade da Prainha, no Guarujá, litoral paulista. Segundo informações da Polícia Militar, o incêndio teve início por volta das 00h40 de hoje na Rua Epitácio Pessoa. Não houve vítimas. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio.

A prefeitura do Guarujá informou que cerca de 36 moradias foram afetadas no incêndio. A Defesa Civil Municipal foi acionada e cadastrou 39 famílias no local.

Segundo a administração municipal, não houve necessidade de abrigamento, já que as famílias atingidas foram recebidas em casas de parentes. Equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social e da Defesa Civil estão no local.

A prefeitura informou ainda que as famílias que foram atingidas hoje pelo incêndio estão contempladas no Programa Vida Digna, do governo estadual, que tem como objetivo erradicar palafitas em toda a Baixada Santista. Ao todo, no Guarujá, serão ofertadas 580 unidades habitacionais no Parque da Montanha e Cantagalo.




Fonte: Agência Brasil

Incêndio atinge comunidade da Prainha, no Guarujá


Um incêndio atingiu neste sábado (8) a comunidade da Prainha, no Guarujá, litoral paulista. Segundo informações da Polícia Militar, o incêndio teve início por volta das 00h40 de hoje na Rua Epitácio Pessoa. Não houve vítimas. Ainda não há informações sobre as causas do sinistro.

A prefeitura do Guarujá informou que cerca de 36 moradias foram afetadas no incêndio. A Defesa Civil Municipal foi acionada e cadastrou 39 famílias no local.

Segundo a administração municipal, não houve necessidade de abrigamento, já que as famílias atingidas foram acolhidas em casas de parentes. Equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social e da Defesa Civil estão no local.

A prefeitura informou, também, que as famílias atingidas pelo incêndio estão contempladas no Programa Vida Digna, do governo estadual, que tem como meta erradicar palafitas na Baixada Santista. Ao todo, no Guarujá, serão ofertadas 580 unidades habitacionais no Parque da Montanha e Cantagalo.




Fonte: Agência Brasil

Carnaval: África está presente nos enredos das escolas de samba do Rio


O que Nilópolis, Maceió e a Etiópia têm em comum? É a Beija-Flor de Nilópolis, que, no carnaval de 2024, apresentará na avenida o enredo Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila. A escola vai reverenciar as realezas desses três lugares e, como costuma marcar os seus temas, falar um pouco da cultura negra.

A história para mostrar um encontro mágico começa a ser contada com Benedito dos Santos, que nasceu em Maceió e mais tarde ficou conhecido como Rás Gonguila, porque dizia ser descendente direto do último imperador da Etiópia.

João Vitor Araújo, carnavalesco da Beija-Flor, diz que o enredo surgiu depois do carnaval de 2023 com a possibilidade de uma parceria com a cidade de Maceió. Como ele precisava de um gancho para contar a história da capital de Alagoas por um outro olhar, acabou encontrando em uma pesquisa a figura do Gonguila para ser o fio condutor do enredo.

História

Para o carnavalesco, foi uma grande coincidência ser um homem negro e, por incrível que pareça, não foi proposital, mas o personagem negro se encaixa perfeitamente na característica da escola.

“A história começa na figura de um homem que viveu no início do século passado nas ruas de Maceió e um dia delirou. Escutou pelo rádio que o último imperador da Etiópia acabara de ser coroado. Ele pensou o seguinte: ‘bom, já sou descendente de Zumbi e Dandara, porque não posso ser também descendente desse príncipe lá da África? Então, a partir de hoje não me chamarei mais Gonguila, me chamarei Rás Gonguila’. Rás é o título mais alto da nobreza da Etiópia. Aí, começou a ser conhecido como Rás Gonguila”, revela em entrevista à Agência Brasil.

João Vitor conta que a vida de Rás Gonguila mudou completamente a partir desse delírio que ele teve e passou a ser uma pessoa altamente popular. Tornou-se o que hoje se chama influencer.

“Precisavam da figura do Rás para que ele pudesse alavancar campanhas políticas, para que fosse uma espécie de conselheiro e, de certa forma, formador de opinião, já que era tão popular. Li em um artigo que até Getúlio Vargas precisou que Rás subisse no palanque dele, quando fazia campanha política no Nordeste e precisava de uma figura popular. Um influencer daquela época”, relata.

“O cara não sabia ler, nem escrever, mas era extremamente inteligente e elegante. Às vezes, as pessoas confundem muito quando se fala de uma personalidade, de um homem preto no início do século, se pensa logo que o cara sofreu e apanhou. Não. É uma história diferente. Ele acreditou naquele delírio, botou aquilo na cabeça e venceu dessa forma. O que eu quero dizer com a história do Rás é que, para vencer na vida, não precisa ser rico, nem obter bens materiais. Nada disso. Na cabeça dele, a fama como príncipe da Etiópia que vivia em Maceió era suficiente para que ele fosse feliz”, analisa.

O ponto de ligação com a Etiópia é o regente e imperador daquele país, Haile Selassie. Ele foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador de 1930 a 1974. Assim, tem-se o ponto de ligação de Gonguila, que se considerava próximo e, por isso, tinha condição de usar o mesmo título do etíope: Rás.

“Já que é um delírio, o carnaval entra na história para promover a coroação do Rás Gonguila. Nesse enredo a gente convida o príncipe, a realeza da Etiópia, para que vá até Maceió promover a coroação desse cara. A gente conta a história de dois personagens que nunca se viram. É interessante, ele dizia que era descendente do outro, mas, na verdade, os dois nunca se viram. A minha missão nesse carnaval é fazer o encontro das três realezas, porque cito também a realeza nilopolitana: a Beija-Flor de Nilópolis. Só o carnaval para promover este tipo de acontecimento”, acrescenta João Vitor.

O bloco Cavaleiro dos Montes, criado por Gonguila, não existe mais, porém, está presente na memória afetiva de Maceió. “Esse bloco não existe mais, mas ainda hoje, quando se pergunta para as pessoas de Maceió qual o bloco que elas mais sentem falta, todo mundo cita o Cavaleiro dos Montes, fundado pelo Gonguila. Esse bloco, que já era popular, se torna mais popular a partir do momento em que ele se transforma na figura do príncipe etíope das Alagoas”, diz.

João Vitor adianta que muitos compositores já entregaram os sambas que passarão por uma seleção até a escolha do que será levado para a avenida em 2024. O carnavalesco está animado com o nível das composições. Segundo ele, o barracão também está em fase avançada com metade dos protótipos de fantasias e alegorias concluídos. Além disso, já começou a confecção de alegorias a partir das ferragens.

“Eu digo que o fim do ano é sempre um termômetro positivo ou negativo para o carnaval. Se você está com tudo atrasado é uma previsão um pouco desastrosa, mas quando termina o ano com o barracão bem encaminhado é sinal de que vai dar tudo certo”, ensina.

João Vítor comemora ainda estar sozinho à frente do carnaval da Beija-Flor. Em 2023, ele dividiu a função com a carnavalesca supercampeã, Rosa Magalhães, na Paraíso do Tuiuti.

Ao ser lembrando que já houve um João que fez desfiles ganhadores de campeonatos, o carnavalesco sorri. “Opa, que eu seja o próximo. Digo o próximo, mas acho que ninguém substitui Joãosinho Trinta. Aquele cara merece todas as reverências, mas se eu conseguir um título nessa estreia vou ficar muito feliz”, antecipa. O carnaval de 2024 será nos dias 10, 11, 12 e 13 de fevereiro.

Vila Isabel

A Unidos de Vila Isabel resolveu reeditar, em 2024, o enredo Gbala: uma viagem ao Templo da Criação”, criado em 1993 pelo então carnavalesco Oswaldo Jardim, já falecido. Agora, o tema será desenvolvido por Paulo Barros.

Baseado na cultura Yorubá para trazer o enredo a partir de uma narrativa fictícia, ao mesmo tempo a Vila homenageia Oswaldo Jardim e propõe uma reflexão sobre o planeta, as mazelas produzidas pelos humanos e a possibilidade de salvação por meio das crianças.

“Há 30 anos, Oswaldo Jardim, um dos grandes artesãos do carnaval carioca, embarcou na própria imaginação rumo a uma viagem fantástica. Partindo de uma narrativa fictícia, desfilamos no carnaval de 1993 a criatividade e a sensibilidade deste saudoso carnavalesco que propôs uma reflexão muito atual sobre o nosso planeta: as mazelas que os humanos fazem à terra e a possibilidade de nos salvarmos por meio das crianças e sua candura”, afirmou a Unidos de Vila Isabel em um texto de apresentação do enredo no seu perfil do Instagram.

No enredo, o criador Oxalá adoece diante da humanidade corrompida nos seus propósitos iniciais. “A única alternativa para salvá-lo era levar as crianças da terra para o Templo da Criação, para que, conhecendo o mundo tal qual foi concebido curassem Oxalá dos males e salvassem a humanidade. Nessa jornada, elas descobririam como o mundo e o homem foram criados e os valores da vida humana no sentido de bondade, paz e amor”, completa.

Samba

Não haverá disputas entre compositores porque a azul e branco do bairro de Noel Rosa vai para a avenida com o samba-enredo de autoria de Martinho da Vila, o mesmo daquele ano. Até hoje, o samba é considerado como um dos mais bonitos produzidos por Martinho. Em 1993, a escola teve que enfrentar um temporal na hora do desfile e na classificação ficou em oitavo lugar, mas se depender de Martinho a história agora será outra.

“Eu estou felizão. Até disse que não estava mais a fim de desfilar e ia dar um tempo, mas a Vila Isabel vai reeditar o enredo Gbala: uma viagem ao templo da criação, que é um que mais gosto. Aí, vou ter que estar na avenida. Vai ser impressionante e tem mais uma: a Vila Isabel vai ganhar”, disse Martinho à Agência Brasil.




Fonte: Agência Brasil

Após furtar picape com rastreador em Pirapozinho, criminoso morre em confronto com a PM em Maringá | Presidente Prudente e Região


De acordo com o marido da mulher, foram levados da residência dois televisores, roupas, bolsas, relógios e uma picape, que estava na garagem. Ele esclareceu que o veículo pertence a uma locadora de carros e que a empresa onde trabalha alugou a picape e lhe disponibilizou para utilizar no dia a dia.




Fonte: G1

Morre, em São Paulo, a atriz Neusa Maria Faro


Conhecida por ter trabalhado em diversas novelas da TV Globo, a atriz Neusa Maria Faro morreu na noite de ontem (7), aos 78 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada por amigos da artista. Ainda não há informações sobre as causas da morte, nem sobre o velório.

O último trabalho da artista na televisão foi na novela Êta Mundo Bom, de 2016. Mas Neusa atuou em diversas séries e novelas com Caras& Bocas, Morde& Assopra, Verdades Secretas e Chiquititas.

“Perdemos, infelizmente, a querida Neusa Maria Faro. Super atriz. Interessantíssima. Da melhor qualidade. Mulher de teatro. Querida amiga. Um beijo, Neusa”, escreveu o dramaturgo Pedro Leão, que era amigo de longa data de Neusa.

“Semana difícil. Minha amada Neusa Maria Faro acabou de partir. Saiu direto do palco para o hospital e, mesmo assim, a contragosto. Tanto amor pelo teatro, tanta energia, tanta delicadeza na alma. Conheço Neusinha há muitos anos e sempre tivemos uma relação muito amorosa”, escreveu a fotógrafa e produtora cultural Priscila Prade.

Por meio de nota publicada em redes sociais, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo lamentou a morte da atriz.

“Entre seus diversos papéis, Neusa ficou marcada pelo seu clássico bordão ‘Oswaldo, não fale assim com a mamãe’, em Alma Gêmea, na Globo. Além de atuar também em Morde e Assopra, Amor à Vida e Êta Mundo Bom, fez parte de diversas obras em teatros como Gaslight – Uma Relação Tóxica e, no cinema, interpretou Maria, em O Segredo de Davi, diz a nota.

“A Secretaria Municipal de Cultura [externa] os mais profundos sentimentos para todos os familiares, amigos e fãs. Sua trajetória estará marcada para sempre em nossa cultura e história teatral”, escreveu a Secretaria de Cultura.




Fonte: Agência Brasil

Intolerância religiosa tem racismo como pano de fundo, diz pesquisador


No primeiro trimestre deste ano, a polícia civil de São Paulo registrou 181 casos de intolerância religiosa em todo o estado, o que pode passar longe da quantidade real, já que muitas vítimas preferem não recorrer às autoridades para prestar queixa.

O total representa 87,4% das ocorrências reportadas entre janeiro de 2019 e março de 2023, demonstrando que houve uma alta significativa ao longo dos anos, e sinalizando que as pessoas podem estar tendo mais estímulo para comunicar violências.

No relatório com os números, obtidos pela Agência Brasil pela Lei de Acesso à Informação (LAI), é possível identificar que os casos de intolerância religiosa vêm em contextos de confronto físico, tipificados como “vias de fato”, ameaças, injúria, difamação, lesão corporal, dano, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, praticar a discriminação e até mesmo violência doméstica. Por vezes, há mais de um desses crimes indicados no boletim de ocorrência, e a reportagem optou por contabilizar como um mesmo caso.

Em duas ocorrências, as vítimas que deram parte na polícia eram adolescentes. Ambos foram ameaçados. Há ainda um caso relacionado a uma tentativa de suicídio motivada por intolerância religiosa, em Campo Belo, o que evidencia o peso que as tentativas de se doutrinar e converter alguém podem ter. Várias ocorrências aconteceram no meio da rua.

Um dos locais que sofreram ataque, em março deste ano, é o terreiro de candomblé Egbé Odé Àkuerãn, que completou 12 anos de existência e fica no bairro Jardim São José, em Cajati, município de 28 mil habitantes, a cerca de 230 quilômetros da capital paulista. No boletim de ocorrência, o que ficou documentado, com citação do artigo 163 do Código Penal, foi o dano que o agressor, um vizinho do terreiro, causou à estrutura física, ao jogar um tijolo sobre o telhado local.

Lei do silêncio

Conforme relata o babalorixá que comanda o terreiro, Eric Ty Odé, de 27 anos, esse mesmo vizinho ganhou o imóvel onde mora do próprio terreiro e tem uma esposa evangélica. Segundo o líder candomblecista, em respeito à lei de silêncio, o terreiro funciona, no máximo, até as 22h30, e que o homem nem sempre demonstrou desagrado diante dos rituais realizados, o que começou apenas recentemente. “Só não machucou as pessoas embaixo porque o tijolo ficou preso no forro”, observa o líder do terreiro.

Essa não era a primeira vez que o vizinho os afrontou. A polícia, inclusive, já havia sido acionada anteriormente, mas os boletins de ocorrência não adiantaram. Além disso, o vizinho praticava o ataque e entrava correndo em casa, o que dificultava a ação dos agentes, e chegou a intimidar os frequentadores, segundo o babalorixá.

“Até que perdemos a paciência e abrimos um processo contra ele, por danos morais e danos patrimoniais, que está correndo na justiça. Foram registrados seis boletins de ocorrência. Ele ameaçava as pessoas que iam ao terreiro, ficava armado na rua, andando para lá e para cá, chamando os integrantes da casa para ir lá conversar”, acrescenta.

Medo e perseguição

Vanessa Alves Vieira, coordenadora do Núcleo de Diversidade e Igualdade Racial da Defensoria Pública de São Paulo, afirma que, de fato, muitos líderes de terreiro não denunciam os primeiros episódios de violência. Por detrás do medo de se oficializar a queixa, há também a desconfiança da postura da polícia, já que, conforme salienta a defensora pública, “há, às vezes, uma abordagem mais violenta, mais agressiva”.

Ela ressalta que, embora o órgão não disponha de estudos que comprovem a hesitação, os servidores que fazem esse tipo de atendimento a identificam nas falas dos denunciantes.

“Às vezes, as pessoas demoram para denunciar por temor, por desconhecimento dos caminhos jurídicos possíveis e também por não acreditar no sistema de justiça para lidar com essas questões, que também têm um fascismo institucional e estrutural que o permeia. Muitas vezes, há esse receio sobre quais serão esses desdobramentos, se vai ter consequência ou não”, diz ela, para quem o caso da demolição do terreiro de candomblé da yalorixá Odecidarewa Mãe Zana, em Carapicuíba, em dezembro de 2022, é uma história que ilustra o desrespeito e o apagamento que atingem as religiões de matriz africana.

O docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador Alexandre Marcussi esclarece que, quando o subtexto dos ataques não é propriamente ser contra uma religião que não pertence à linha cristã, e sim o racismo.

“Não é porque não são cristãos que os terreiros de candomblé, umbanda e matriz afro são constantemente atacados no Brasil. No Brasil, nós não temos intolerância religiosa significativa ou ataques contra praticantes do budismo, por exemplo, que também não são cristãos, mas não sofrem esse tipo de tratamento [de hostilidade]. Não é exatamente o fator religioso que está por trás. As religiões como umbanda e candomblé são atacadas porque estão historicamente associadas à África e à população negra. Por isso que a gente fala nesses casos, não apenas em intolerância religiosa, mas em um racismo religioso, porque a motivação é racial, de preconceito racial”, diz Marcussi.

Ele explica que, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os ideais de inferioridade racial, que exaltavam os brancos, deixaram de ser aceitos e, com isso, deslocou-se o racismo de um campo para o outro. Assim, o racismo assumiu apenas uma nova roupagem. Como afirma o professor da UFMG, o que era um repúdio por questões biológicas, como a cor da pele, se transforma em um repúdio cultural.

Marcussi ainda destaca que a relação entre as religiões de matriz africana e a sociedade brasileira sempre foi conflituosa. “Elas eram proibidas na época do Brasil colonial, foram permitidas durante o império, mas tratadas sempre de maneira inferiorizada e foram enquadradas criminalmente no início do período republicano, no final do século XIX, início do século XX. Muitas dessas práticas eram criminalizadas, alegando-se que eram formas de curandeirismo, charlatanismo, etc. A relação da sociedade e do Estado brasileiro com essas religiões sempre foi muito conflituosa”, afirma o docente, cuja produção acadêmica orbita em torno de temas como o pensamento social africano, Brasil colonial e religiões afro-brasileiras.

Vida de sacrifícios

Eric Ty Odé recebeu, há pouco tempo, o título de Doutor Honoris Causa por sua contribuição à sociedade, em virtude dos conhecimentos sobre religiões de matriz africana. Casado com uma mulher que exerce a função de yakekerê (ou mãe pequena) do terreiro, figura que o auxilia nas tarefas, ele diz ter consciência de que ser babalorixá significa abdicar de, basicamente, todos seus planos pessoais, a fim de se dedicar exclusivamente ao funcionamento do terreiro.

“Vou te falar a realidade: a gente abdica da vida da gente para poder cuidar das pessoas e do orixá. A minha história começa aos 13 anos de idade, quando fui visitar um terreiro de umbanda, que era esse do meu avô. Eu nunca tinha ido. Então, achava aquilo fantástico. Ele tocava às sextas-feiras, pessoal de umbanda tem mania de tocar em dia de sexta. Ficavam na rua eu e meus amigos. A gente ficava ouvindo o barulho dos atabaques. Muitas vezes, a gente via meu avô passando, incorporado, pela garagem. E a gente falava…nossa, que legal, aquela coisa satânica, como o povo diz. E eu falei, um dia eu vou para ver isso, como é falar com o diabo. Porque a sociedade implanta na vida da gente que o terreiro é coisa do diabo”, relata.

O terreiro Egbé Odé Àkuerãn começou, conta Eric Ty Odé, a receber as pessoas em um banheiro. Até chegar ao estágio em que está hoje, de um barracão, levou certo tempo e uma dose a mais de fé. Já chegou a reunir filhos de santo debaixo de um pé de manga, que era onde dava, na época.

Filho de Iansã e Oxóssi, o babalorixá afirma que nunca teve empecilhos com autoridades locais para abrir e registrar formalmente o terreiro, o primeiro de candomblé da cidade onde vive e ao qual vão autoridades da cidade, que apoiam as ações sociais que articula. Contudo, ele comenta que demorou para que os responsáveis pela regularização do local compreendessem que estaria sujeito às mesmas regras de templos ou igrejas de outras vertentes.

“Como é o primeiro, não sabiam como colocar nos documentos. Eu falei, não, a documentação é como se fosse de uma igreja, um templo religioso, normal. ‘E a gente vai precisar cobrar imposto?’. Eu disse, não, isso é tudo conforme um templo religioso de qualquer igreja. Falaram, tá bom, a gente já conseguiu entender”, lembra ele, que iniciou as atividades estando à frente de um terreiro de umbanda, religião de seu avô, que teve o seu próprio em Carapicuíba, interior de São Paulo, por 52 anos.

Eric Ty Odé recorda-se de sua primeira gira, que provocou encantamento com a umbanda. “Ali eu achei o meu lugar, porque eu fui a várias igrejas evangélicas e nunca me encontrava. Comecei a frequentar a umbanda. Com um ano, o meu avô incorporava uma entidade chamada Zé Pelintra e o Zé Pelintra disse, olha, meu filho, não tem mais muito tempo de vida aqui nessa terra e você vai cuidar disso aqui para ele. Você já pode começar isso agora. E eu encarei aquilo como um desafio, e eu adoro desafios. Comecei. Auxiliava, perguntava, onde põe essa vela, essa bebida? Como vai ser? Como não vai ser? Me ensina a abrir e fechar trabalho? Depois, eu conheci o candomblé, depois de uma visita que eu fiz. Aí, eu vi que a umbanda me completava 80% e o candomblé, 100%”, afirma.

“O orixá determinou que a gente deveria se mudar da cidade de Carapicuíba para Cajati. Um desafio. Ele falou que seria aqui que eu iria construir meu nome, a minha história. Cheguei aqui, não tinha terreiro, nada. O único pai de santo da cidade”, adiciona.

Contribuição ao racismo

Obter a papelada para assegurar o funcionamento dos terreiros é um dos principais obstáculos impostos por quem os marginaliza ou tenta marginalizá-los, ao mesmo tempo que se deixa de cobrar alvará de igrejas católicas e evangélicas, alerta o presidente do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), Hédio Silva Júnior.

Ele cita, como exemplo, um caso recente que atendeu, no interior de Minas Gerais, em que a prefeitura proibiu o terreiro de umbanda de realizar rituais para Exu, orixá muito associado ao diabo, por quem desconhece as religiões de matriz africana e que busca desqualificá-las.

Ele afirma, ainda, que “a destruição do outro” sempre existiu no âmbito das religiões de matriz africana no Brasil, e que, à medida em que elas avançam e reivindicam legitimidade, há reações. Realmente, quanto mais [avançam], ainda que em um nível de organização, de defesa, de afirmação de direito incipiente, há uma contrapartida, uma resposta a isso. Agora, eu diria que, na verdade, o problema fulcral é que a intolerância religiosa no Brasil cresce absurdamente, e o que impressiona é que é envernizada por uma aura de naturalidade. Essa é que é a questão central”, pondera.

Como estratégia de enfrentamento ao racismo religioso, muitas lideranças religiosas acabam adotando nomes como “casa espírita” para, de certa forma, disfarçar a natureza dos rituais que ali são realizados, pois quem procura na internet, por exemplo, pode achar que se trata de uma casa ligada ao espiritismo kardecista. Nem mesmo isso funciona, em alguns casos, para que os terreiros se protejam dos ataques.

Cajati (SP) – Intolerância Religiosa - Terreiro antigo, menor - Terreiro de candomblé Egbé Odé Àkuerãn, do município de Cajati. Foto: Eric Ty Odé

Terreiro de candomblé Egbé Odé Àkuerãn funciona na cidade de Cajati. FotoEric Ty Odé

Há diversos modos de perseguição, que podem partir das organizações e o Estado, fazendo com que o racismo institucionalizado também ganhe forma. “A intolerância religiosa não distingue nem por cor, nem por segmento religioso, é todo mundo macumbeiro. Vejo terreiros localizados em área rural, com vizinhos a uma distância significativa, de 100, 200, 300 metros, havia até com 400 metros de distância da chácara e o cara vai reclamar”, diz Hédio.

“Primeiro, a instrumentalização do Estado, e aí isso se aplica a conselho tutelar. A gente teve casos de grande repercussão, de pais que perdem a guarda de filhos porque são da umbanda e do candomblé. Você tem vizinho que aciona a polícia, a prefeitura, agente fiscal e se vale, pretende valer da legislação. E aí eu sempre digo, as religiões afro-brasileiras têm que levar em consideração esse aspecto, que a lei é aplicada com muito mais rigor, e aí você tem que considerar que o país é racista”, declara.

Hédio acrescenta que “há um aparelhamento da máquina pública preocupante, porque corrói a democracia, e há, certamente, uma aplicação seletiva dessa legislação. Essa legislação tende a ser, não por coincidência, mais rigorosa com os templos de religião afro-brasileira, isso é verdade”, completa.

Para o presidente do Idafro, “a demonização é exclusivamente direcionada às religiões afro-brasileiras”. “E o problema é que a violência simbólica, a violência verbal, da palavra, ela incentiva a violência física”, argumenta.

A Agência Brasil pediu posicionamento da Secretaria da Segurança Pública sobre qual a postura que os policiais devem assumir ao atender um chamado de intolerância religiosa, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.




Fonte: Agência Brasil

Rapaz é preso após ser flagrado com arma de fogo em frente à lanchonete no Jardim Cambuci, em Presidente Prudente




Conforme o Boletim de Ocorrência, o envolvido estava em liberdade com medidas cautelares, pois já foi detido outras duas vezes em 2023. Homem, de 19 anos, é preso por porte ilegal de arma de fogo, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Civil
Um homem, de 19 anos, foi preso em flagrante, na madrugada deste sábado (8), por porte ilegal de arma de fogo, no Jardim Cambuci, em Presidente Prudente (SP).
Conforme o Boletim de Ocorrência, a Polícia Militar foi acionada com a notícia de que o envolvido estaria em frente à uma lanchonete com uma arma de fogo.
No local, os agentes avistaram o rapaz, que jogou um objeto próximo à guia da calçada ao notar a presença da viatura. Ele foi abordado e submetido à busca pessoal.
A PM localizou uma garrucha, do tipo cartucheira e aparentando ser calibre 28. Ela estava sem munição.
O jovem relatou aos policiais que outra pessoa havia batido em seu rosto e estava armado na lanchonete para intimidá-la.
Ainda conforme o documento policial, o homem estava em liberdade com medidas cautelares, pois já foi preso em flagrante duas vezes em 2023. A primeira por furto qualificado e a segunda por tráfico de drogas.
Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Civil, onde permaneceu à disposição da Justiça.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1