Pela segunda vez em uma semana, funcionários do Hospital Estadual voltam a reivindicar melhores condições de trabalho




Colaboradores relatam defasagem, no quadro de servidores, salários baixos e não cumprimento do piso da enfermagem, em Presidente Prudente (SP). Funcionários da saúde do Hospital Estadual reivindicam melhorias, em Presidente Prudente (SP)
Aline Costa/TV Fronteira
Os funcionários do Hospital Estadual de Presidente Prudente (SP) realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (5), solicitando melhores condições de trabalho. Este é o segundo protesto em um intervalo de uma semana.
Os trabalhadores afirmam que as 14 novas contratações prometidas pelo Governo do Estado ainda não chegaram na unidade.
Diferente da primeira manifestação, os atendimentos de consultas foram realizados normalmente nesta quarta-feira.
De acordo com Paulo Índio, diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP) de Presidente Prudente, atualmente os serviços de saúde são ofertados no Hospital Estadual com diversas dificuldades.
“Ontem mesmo a gente teve falta de médico aqui. Criança, paciente que chegou aqui às 6h foram atendidos somente às 20h da noite por falta de médico. Então assim, as pautas continuam das paralisações até que o Governo traga um olhar aqui para a saúde do Hospital Estadual”, ressaltou em entrevista à TV Fronteira.
Além disso, ele informou que a unidade está operando com o quadro de funcionários reduzido pela metade, o que sobrecarrega os colaboradores efetivos.
“Estamos aqui com um quadro de funcionário hoje que está em torno de 40 a 50% e às vezes a gente vê algumas coisas que tem 14 funcionários contratados para cá, mas não está trabalhando até agora, não tem nenhum funcionário novo”, informou.
Além da defasagem de trabalhadores, os manifestantes reivindicam melhorias no salário e o cumprimento do piso nacional da enfermagem.
“As negociações em São Paulo estão sendo feitas, temos uma reunião a cada mês, agora vamos ter outra reunião com a secretaria na semana que vem, para a gente ver qual que é a linha que vamos tomar”, afirmou Paulo.
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Referência em maternidade e obstetrícia
O Hospital Estadual é referência no atendimento de obstetrícia e maternidade no Oeste Paulista. Segundo o diretor regional, cerca de 250 partos são feitos por mês na unidade.
Com a demanda e defasagem no quadro de funcionários, os trabalhadores da saúde sofrem com sobrecarga e acúmulo de horas extras.
“Com a falta de trabalhador, a falta de contrato ou mesmo de concurso, a carga de serviço dobra. Tem trabalhador dobrando período de trabalho, fazendo plantão extra e tudo isso acaba prejudicando o trabalhador. A gente espera que o Estado venha e contrate ou que faça concurso. O serviço fica precarizado para quem vai ser atendido, crianças e mulheres que vêm para cá”, disse.
Ana Paula é de Sandovalina (SP) e costuma ir sempre ao HE por conta de uma condição do filho Heitor. Apesar dos problemas enfrentados pelos funcionários, ela conta que sempre é bem recebida por eles.
“Ele tem hidronefrose, descobri assim que ele nasceu. Todas as vezes que eu venho, [o filho] é muito bem atendido, sou super bem atendida. Eu venho de fora e todas as vezes que eu venho, sou super bem atendida mesmo, não tem o que reclamar”, relatou em entrevista à TV Fronteira.
Ela ainda conta que além de levar o Heitor para realizar o tratamento, ela também foi paciente, quando teve a outra filha no hospital há 10 anos. De lá para cá, ela conta que não notou melhorias no espaço.
“Um hospital desse aqui tem que ter mais rendimento. Aqui é um hospital maternidade, tive minha filha aqui há 10 anos atrás e continua do mesmo jeito, sem melhorias. Acho que eles estão de parabéns e tem que lutar pelo o que é deles. É uma coisa complicada, chegar aqui e não ter médico”, finalizou.
Funcionários da saúde do Hospital Estadual reivindicam melhorias, em Presidente Prudente (SP)
Aline Costa/TV Fronteira
Melhoria ou greve
Deise é funcionária do Hospital Estadual e participou da manifestação nesta quarta-feira. Segundo ela, tanto a falta de funcionários quanto a remuneração atual estão insustentáveis.
“A questão da falta de funcionários é crucial, a gente não consegue trabalhar. Como disse, um trabalha por três, quatro. A questão da reivindicação salarial, que é insustentável o nosso ticket continuar do jeito que está e o nosso salário não ter aumento há mais de 10 anos”, explicou.
Com o ato em frente a unidade, a expectativa é que tudo se resolva o quanto antes.
“A gente sempre começa uma luta achando que a gente vai se dar bem, porque se a gente não se movimentar, não se manifestar e não informar a população, ninguém vai ficar sabendo. O Hospital Estadual realmente está com muita dificuldade”, ressaltou à TV Fronteira.
Ainda conforme o diretor regional do Sindsaúde, caso o Governo do Estado de São Paulo não atenda as reivindicações, a manifestação pode evoluir para uma paralisação nos atendimentos.
“A gente precisa tocar essa manifestação até que se construa uma greve, porque, se o Governo não der resposta, a gente vai para uma greve por tempo indeterminado. Essa chamada agora, no começo, é uma chamada para fazer uma negociação, é um manifesto para que o Governo olhe e faça uma negociação com a gente. Está tendo as reuniões, o Governo está sinalizando que quer negociar, mas ele precisa de uma coisa mais contundente, mais verdadeira”, finalizou Índio.
Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo/TV Fronteira
O que diz o Hospital
Em nota à TV Fronteira, o Hospital Estadual de Presidente Prudente (HEPP) informou que os 14 profissionais contratados de forma emergencial já estão atendendo a demanda da unidade.
“Em relação à manifestação, os atendimentos estão mantidos conforme a habitualidade e os profissionais atuantes não aderiram ao protesto”, concluiu o informativo.

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Fonte: G1

Amiga de Zé Celso diz que seu estado de saúde é grave, mas estável


A médica e atriz Luciana Domschke, que acompanha o diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (Zé Celso), 86 anos, disse que está mantendo contato com a equipe que assiste o artista e que seu estado de saúde é estável, mas exige observação e cuidados devido à inalação de fumaça.

Segundo ela, o caso é grave. Ele teve 53% do corpo queimado. O artista está internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, após um incêndio ter atingido o apartamento em que morava, na madrugada dessa terça-feira (4).

“Ele está estável, lutando, tendo bastante suporte, está sedado, entubado, com ventilação mecânica, algumas drogas auxiliando a manter os dados vitais dentro da normalidade. Apesar de bastante grave, queremos que vocês consigam profundamente acreditar na capacidade do Zé de superar isso. Ele tem força e vontade de viver suficiente para sair dessa”, disse a médica em um vídeo publicado na rede social do Teatro Oficina.

Hospital

O Hospital das Clínicas anunciou que não tem autorização para passar nenhuma informação sobre o estado de saúde dos pacientes.

O Teatro Oficina Uzyna Uzona é um grupo fundado por Zé Celso em 1958 e uma das companhias mais longevas do Brasil, tendo também uma grande atuação política. Desde 1961, o grupo ocupa um prédio localizado no bairro do Bixiga, no centro de São Paulo.

A edificação foi tombada pelo Conselho do Patrimônio Cultural. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o tombamento vai além do espaço físico do imóvel e resguarda também o ambiente de criação artística, reconhecendo o valor das práticas desenvolvidas.




Fonte: Agência Brasil

PF investiga crime eleitoral e lavagem de dinheiro em campanha de 2022


A Polícia Federal (PF) faz na manhã desta quarta-feira (5) operação nos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba para apurar falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais, ocorridas no curso das eleições de 2022. A PF não confirmou o nome dos acusados.

“O investigado que foi candidato a Presidente da República e a Câmara dos Deputados e seu sócio realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais são sócios.”

A operação, batizada de Ciclo Fechado, envolve a realização de doações milionárias às campanhas dos investigados, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais eles são sócios.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas.




Fonte: Agência Brasil

Regulamentado envio de alertas à população sobre desastres


O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional publicou, nesta quarta-feira (5), no Diário Oficial da União as regras para uso do sistema Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP), que faz o envio de alertas à população sobre a possibilidade de desastres naturais. A portaria começa a valer no dia 11 próximo e define conteúdo e quem pode enviar as mensagens.

O documento atribui à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil a responsabilidade pela gestão do serviço, por meio do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, que realizará o cadastramento dos usuários do sistema nos órgãos de proteção e defesa civil, em municípios, nos estados e no Distrito Federal.

Os representantes indicados pelos órgãos locais terão que passar por uma capacitação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, para terem acesso ao sistema Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP). Inicialmente, as mensagens são enviadas pelos municípios, mas quando não houver possibilidade, a responsabilidade passa a ser do órgão estadual e, em último caso, o próprio Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres faz o alerta.

Cada mensagem é enviada por todos os meios de comunicação cadastrados no sistema – SMS, Telegram, Google Alertas Públicos e WhatsApp -, mas apenas os alertas de nível muito alto são enviados via televisão por assinatura.

Desastres

A portaria define ainda o teor das mensagens que podem ser cadastradas no sistema na iminência de um desastre, ou quando ele ocorrer e as informações forem necessárias para ações de socorro e assistência à população afetada. Por essa razão, a mensagem deve ser acompanhada de orientações claras e de fácil entendimento, para preparar a população em risco.

São proibidas as mensagens de propaganda, que contenham ofensas, que sejam político-partidárias ou que promovam fanatismo ou discriminação.

As regras definem ainda que as orientações sobre o IDAP devem estar contidas no plano de contingência, ou demais planos operativos do município ou estado.




Fonte: Agência Brasil

Igualdade salarial: agora é lei e vai doer no bolso, diz Simone Tebet


A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comentou nesta quarta-feira (5) a sanção da Lei 14.611 de 2023, que trata da obrigatoriedade de igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens. “Agora é lei. Vai doer no bolso”, disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom dia, ministra

“Comecei a fazer política há 20 anos, naquela época em que a gente sofria violência política e nem podia dizer. A violência política contra a mulher era uma coisa que a gente sofria e não sabia. Aquela coisa do autoritarismo, os parlamentares de dedo em riste na nossa cara, com o seu físico, impondo uma certa conduta, numa ameaça velada”, recordou.

O texto da lei prevê que, na hipótese de discriminação por motivo de sexo, raça, etnia, origem ou idade, o pagamento das diferenças salariais devidas não afasta o direito de quem sofreu discriminação de promover ação de indenização por danos morais, considerando-se as especificidades do caso concreto.

Penalidade da lei

“O Ministério do Trabalho está pronto para fiscalizar. Aqueles poucos, ou muitos, não sei, que pagam menores salários para mulheres só pelo fato de serem mulheres vão ter a penalidade da lei”, avaliou Tebet, ao destacar que o governo prepara um serviço do tipo Disque Denúncia para atender ao tema e aplicar as multas devidas, que podem chegar a até dez vezes a diferença do salário pago para a mulher.

“A regulamentação ainda não está pronta. Vai ser feita o mais rápido possível, mas o importante é que é lei e é uma lei que já pegou”, analisou.

“Há mais de 10 anos que venho recebendo essa demanda por parte de mulheres trabalhadoras, do chão de fábrica, comerciárias, da iniciativa privada. Até porque, no serviço público, isso não acontece. Homens e mulheres, no serviço público, já têm igualdade salarial porque a Constituição assim determina”, finalizou.




Fonte: Agência Brasil

Homem de 37 anos é preso após ser flagrado comercializando cocaína em Dracena




A Polícia Militar ainda apreendeu um simulacro de arma de fogo, nesta terça-feira (4). Homem é preso após ser flagrado comercializando cocaína em Dracena (SP)
Polícia Militar
Um homem, de 37 anos, foi preso em flagrante, nesta terça-feira (4), por tráfico de droga, em Dracena (SP). A Polícia Militar ainda apreendeu um simulacro de arma de fogo com o envolvido.
De acordo com a PM, uma equipe realizava patrulhamento pela cidade e avistaram, na Avenida Presidente Roosevelt, o homem dirigindo um carro e entregando algo a outro indivíduo, que estava em outro veículo.
Ao perceber a presença dos policiais, ele tentou fugir e, após um breve acompanhamento, foi abordado. Os policiais realizaram busca pessoal e nada de ilícito foi encontrado, porém, localizaram algumas porções de cocaína e R$ 550 em espécie.
A PM fez buscas pelos arredores e encontrou o outro veículo, onde uma porção de cocaína foi localizada e o condutor confessou que havia acabado de comprar o entorpecente do envolvido.
Os policiais foram até a casa do homem de 37 anos e encontraram mais porções de cocaína, um simulacro de arma de fogo, balança de precisão, plástico filme e utensílios para embalar o entorpecente.
Ele foi preso por tráfico de droga e encaminhado para a Delegacia da Polícia Civil, onde permaneceu à disposição da Justiça.

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Fonte: G1

PM e Gaeco cumprem mandados e apreendem R$ 138 mil em operação contra tráfico de drogas em SP | Campinas e Região


A Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), realizaram, na manhã desta quarta-feira (5), uma operação contra uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas no estado de São Paulo. Em um dos alvos, foram apreendidos R$ 138,4 mil em dinheiro.




Fonte: G1

Concessionária realiza campanha para negociação de contas de energia elétrica em atraso na região de Presidente Prudente


Além do parcelamento, há a opção de quitar os débitos à vista. Os clientes que estiverem com faturas em atraso por mais de 30 dias, podem obter um desconto de juros de mora, multa e correção monetária. Nessa condição, a redução pode chegar até 50% do valor pendente.




Fonte: G1

Florada do ipê encanta moradores e colore Presidente Prudente no inverno; VEJA FOTOS


Em entrevista ao g1, nesta terça-feira, o biólogo Luiz Waldemar de Oliveira explicou que os ipês, normalmente, dão uma florada por ano. Apesar disso, o profissional mencionou que já observou alguns ipês-brancos (Tabebuia roseo-alba) florescerem mais de uma vez durante o período.




Fonte: G1

Incêndio em Teresópolis evidencia vulnerabilidade urbana a lixões


A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina que todas as cidades do país deem destinação final ambientalmente adequada ao lixo até agosto de 2024. Na prática, isso significaria o fim de lixões nos 5.570 municípios brasileiros. O incêndio de um lixão em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, que começou no dia 26 de junho e durou dias, deixa evidente uma das ameaças enfrentadas por populações que vivem perto de depósitos de lixo inadequados.

Com 165 mil habitantes, Teresópolis é conhecida por ser um destino turístico, com mais apelo no inverno, por causa do clima acolhedor.

No fim de junho, porém, virou notícia por causa de um incêndio de grandes proporções. O fogo no depósito de lixo, às margens da BR-116, criou uma nuvem de fumaça que encobriu grande parte da cidade. A falta de visibilidade forçou o fechamento da rodovia, aulas foram suspensas em 35 escolas municipais e 18 creches foram fechadas, só voltando a funcionar três dias depois. O Serviço de Pronto Atendimento Dr. Eitel Abdallah recebeu 10 crianças e 23 adultos e 20 pessoas foram acompanhadas por unidade móvel e precisaram de serviço de atendimento domiciliar. Segundo a prefeitura de Teresópolis, todos os casos foram leves e sem necessidade de internação.  
 
Mais de uma semana depois do incêndio, porém, continuam os trabalhos de rescaldo. “Avaliamos o terreno diariamente para resfriar e prevenir novos focos de incêndio”, informou o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Acionada pela prefeitura, a 110ª Delegacia de Polícia (Teresópolis) apura as causas do incêndio.

O Lixão do Fischer, que já tinha sido interditado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) devido às condições operacionais desfavoráveis, operava desde 2018 por força de liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). No dia 27 de junho, a liminar foi suspensa pelo TJRJ, mas a prefeitura de Teresópolis tem um acordo com o Inea que autoriza o descarte de resíduos no aterro.

Mapeamento

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi criada por lei em agosto de 2010 e, entre outras determinações, estabelece o fim dos lixões a céu aberto. O prazo original era 2014, mas foi estendido para 2024.  
 
A edição 2022 do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), revela que quase 39% do total de resíduos coletados no país – 29,7 milhões de toneladas – têm destinação inadequada, indo parar em lixões ou aterros controlados, o que, segundo o estudo, pode afetar a saúde de 78 milhões de pessoas.
 
A destinação inadequada de resíduos contamina o solo, as águas e polui o ar, o que acaba tendo impacto não só no local onde as unidades estão instaladas, mas se estendem, conforme estudos internacionais, até um raio de 60 quilômetros. “Por isso, 78 milhões de brasileiros acabam sendo afetados pelos lixões, porque contabiliza-se a população que está neste raio de abrangência”, esclarece o presidente da Associação Internacional de Resíduos Sólidos, Carlos Silva Filho. 
 
O levantamento mostrou que os moradores de 2.826 dos 5.570 municípios brasileiros convivem com depósitos de lixo inadequados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. “Em geral, são municípios menores, mais isolados dos centros urbanos e cidades que têm algum problema orçamentário”, diz Silva Filho.

Riscos

O engenheiro civil Renan Finamore, professor do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que há três formas de despejo do lixo, e a pior de todas é o lixão. “É basicamente lançar os resíduos no solo sem nenhuma preparação, sem nenhuma forma de impermeabilizar o solo, enfim, sem controle algum”, disse à Agência Brasil.  
 
Outra forma de manejo do lixo, também inadequada, são os aterros controlados, que consistem em lixões cercados, o que permite minimamente controlar o acesso à área. Em alguns casos, existe infraestrutura para, ao menos, captar o chorume e o gás metano, elementos resultantes da decomposição do lixo.  
 
A forma mais adequada e determinada pela PNRS são os aterros sanitários. “Um projeto de engenharia que, desde o início, é pensado para acondicionar os rejeitos. Protege-se o solo, que é impermeabilizado, e o material é coberto para não ficar a céu aberto”, explica Finamore. 
 
A falta de aterros adequados expõe a saúde e a segurança de populações vizinhas. Além de inconvenientes como o mau cheiro, o professor aponta entre os principais riscos para a sociedade a contaminação do solo pelo chorume, que pode chegar ao lençol freático, o que deixa mais vulneráveis populações que consumem água de poço artesiano. 
 
“Como os lixões não têm controle adequado, ali tem pilha, eletroeletrônico, metal pesado. Tudo isso tem potencial de atingir o lençol freático, fica exposto, inclusive, à chuva. Choveu, aquilo vai se misturar, e a água acaba carregando essas substâncias para outras áreas”, detalha o professor. 
 
Outro perigo é a presença de animais, como cachorros, roedores, urubus e insetos, que agem como vetores para a transmissão de doenças aos seres humanos.  
 
Nos lixões, diferentemente da situação nos aterros sanitários, a atividade de catadores ocorre sem controle, por exemplo, sem vigilância do uso de equipamentos de proteção individual. Isso leva uma dose de risco a esses trabalhadores, seja pelo contato com contaminantes, seja por lidarem com objetos cortantes e perfurantes. 
 
O gás metano, resultante da decomposição do lixo, é mais um fator de perigo, por ser inflamável. “Por isso que o incêndio é um risco real em qualquer lixão”, alerta Finamore. 
 
O professor Marcos Freitas, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ, aponta questões de insegurança ligadas ao uso do terreno. “Dependendo do volume estocado e da estabilidade da terra, há riscos de deslizamento e graves acidentes afetando populações do entorno e infraestruturas, como estradas, sobretudo, no período de chuvas mais intensas”, ressalta Freitas, que coordena o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais. “Isso sem contar a poluição visual e perda de valor de propriedades urbanas e de interesse de turismo e lazer.”

Lixo como recurso

Os especialistas entrevistados pela Agência Brasil concordam que a solução para o problema do destino final do lixo no país passa pela criação de mais aterros sanitários, que, além de mitigar impactos ao meio ambiente e à população, estimulam uma política de enxergar o lixo como um recurso, investindo em coleta seletiva e intensificando a reutilização de materiais e a reciclagem, o que, inclusive, aumenta a vida útil dos aterros sanitários. 
 
“O que deve ser feito é a reduzir a geração de resíduos. O que pode ser reaproveitado precisa ser reaproveitado, o que pode ser reciclado deve ser reciclado. Quase metade da composição do resíduo sólido urbano é matéria orgânica de alimento. Poderia ser feita, por exemplo, compostagem para gerar adubo. Tem potencial para se tirar proveito”, ressalta Finamore, da Escola Politécnica da UFRJ.

Marcos Freitas destaca ainda o potencial de geração de energia, biogás, a partir dos rejeitos. “A Europa, a América do Norte e a Ásia avançam rapidamente nestas opções”, exemplifica.

Enquanto o Brasil corre contra o tempo para que cidades encontrem formas de dar um destino ambientalmente correto ao lixo, o levantamento da Abrelpe sobre destinação inadequada dos rejeitos faz o diagnóstico: “há uma carência de recursos para custear as operações do setor, o que afeta diretamente a execução, ampliação e modernização dos serviços”, expõe o estudo.  
 
“Precisamos de investimentos nos sistemas logísticos, de investimentos para implantação das novas infraestruturas e principalmente de recursos para custear a operação de valorização dos resíduos”, diz Carlos Silva Filho, da ISWA. O PNRS prevê que todas as cidades cobrem uma taxa pelos serviços de manejo de resíduos, como forma de frear o excesso de lixo.

Passivo ambiental

Os lixões que forem desativados ainda precisarão ser cuidados por muito tempo pelas autoridades, para que não se tornem, como lembra o professor Finamore, “um novo morro do Bumba”, em referência à tragédia em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde uma comunidade foi erguida em cima de um lixão desativado. Em abril de 2004, um desmoronamento deixou 48 mortos.

Vira um passivo ambiental, e é necessário um gerenciamento daquela área para não permitir que vire um lugar de habitação. “Não recebe mais resíduos, mas a decomposição continua gerando metano. Você não pode construir nada ali em cima porque a estabilidade do terreno fica comprometida. É preciso monitorar por muitos anos ainda”, adverte.

Futuro do Fischer

O incêndio no Lixão do Fischer não deixou feridos, e a cidade de Teresópolis está na lista das que precisam encontrar uma forma ambientalmente adequada de armazenar os resíduos produzidos pela população e pela atividade econômica.  
 
Segundo a prefeitura, estão sendo tomadas medidas para resolver de forma definitiva o problema histórico do Fischer, que passa por alternativas para o transbordo do lixo, viabilizando o fechamento total do aterro. Há ainda um processo licitatório para implantação de uma usina de processamento de lixo e geração de energia que, de acordo com a administração do município, será realizado ainda em 2023.

A Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro diz que recebeu pedido de apoio da prefeitura de Teresópolis para custear uma solução visando a destinação ambiental adequada dos resíduos. E avalia o apoio ao município, por meio do Programa Compra de Lixo Tratado, que contribui para a meta de encerramento de lixões.




Fonte: Agência Brasil