Anitta, Gil, D2 e outros artistas celebram legado de MC Marcinho


A morte do cantor e compositor MC Marcinho, aos 45 anos, foi lamentada por artistas e autoridades neste sábado (26), que destacaram a importância de seu trabalho para a música brasileira. Marcinho estava internado no hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro há cerca de dois meses e, após piora, teve falência múltipla dos órgãos.

Conhecido como príncipe do funk, Marcinho é um dos principais nomes do funk melody, gênero com letras românticas e batida mais lenta. O cantor fez grande sucesso desde o fim da década de 1990, e sua música mais conhecida é Glamurosa.

A cantora Tati Quebra-Barraco, uma das precursoras da participação de mulheres no funk, declarou seu carinho por Marcinho nas redes sociais e lamentou passar por um segundo luto em menos de um mês, referindo-se à morte de MC Katia.

O DJ Malboro, também consagrado no funk carioca, lembrou quando trabalhavam juntos e como a voz marcante de Marcinho imprimiu sua identidade nos hits que gravou:

“Se quiser falar de amor, fale com o Marcinho. Voz única, inconfundível, tipo de artista que o radialista não precisava anunciar quem cantava ao final de tocar sua música, era automático as pessoas ouvirem sua voz e já dizer Mc Marcinho”.

Popularização do funk

Potente divulgadora do funk carioca e brasileiro no exterior, a cantora Anitta também homenageou MC Marcinho e sua importância para o crescimento da popularidade do gênero musical.

A cantora Valesca Popozuda agradeceu a MC Marcinho pela amizade e desejou que o legado do príncipe do funk seja eterno.

“O príncipe do funk precisou descansar. Tanta gente que fez história no funk partindo, que o legado do MC Marcinho seja eterno. Ele descansou porque lutou muito. Meus pêsames a sua família, amigos e fãs!! Esse fez história”.

Perda imensa

As homenagens vieram também de grandes nomes da música que não são do funk, mas reconhecem o destaque que MC Marcinho teve para a cultura brasileira. Gilberto Gil destacou que sua morte é uma perda imensa para a música negra brasileira.

“Uma perda imensa para o mundo do funk e da música negra brasileira. MC Marcinho foi um pioneiro que influenciou gerações e enriqueceu a nossa cultura. Nossos sentimentos à família e aos fãs”, diz texto assinado por sua equipe.

Já o rapper Marcelo D2 destacou que Marcinho marcou época e se tornou um pilar do funk carioca e da música brasileira.

Príncipe do funk

O governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota de pesar pela morte de MC Marcinho, ressaltando que o cantor “embalou diversas fases da vida de muitos com suas canções, foi inspiração para outros funkeiros, abriu portas, contagiou com sua alegria e levou a cultura da favela para o mundo”.

“Suas letras, que não saíam da boca do povo, o consagraram como: Príncipe do funk. Título mais que justo, para quem foi um dos precursores do estilo no Brasil. Uma grande perda para todos nós. Obrigado por todo talento e por ter se tornado um ícone da cultura fluminense. Que Deus fortaleça todos os familiares, fãs e amigos”, diz a nota assinada pelo governador, Cláudio Castro.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, classificou Marcinho como um dos maiores nomes do funk carioca. “Foi um pioneiro que conquistou o Rio e todo o Brasil com sua arte. Meus sentimentos aos fãs e que Deus conforte o coração dos familiares!”






Fonte: Agência Brasil

Aeroporto de Congonhas cancela voos após alarme falso de sequestro


O Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, teve 16 cancelamentos de decolagens e aterrissagens nesta manhã de sábado (26). Os problemas ocorrem após o fechamento do aeroporto por uma hora na noite de sexta-feira (25), diante uma comunicação equivocada que indicava o sequestro de um avião que vinha de Recife.

Outros dois voos enfrentam atrasos de aproximadamente 3 horas, segundo as informações divulgadas pelo painel da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

“A torre de controle do aeroporto recebeu mensagem equivocada da cabine da aeronave, com código que trata de apoderamento ilícito. Diante dessa situação, a aeronave após o pouso foi direcionada para posição de intervenção”, diz a nota da Infraero sobre o incidente que fez com que as operações em Congonhas fossem interrompidas entre as 20h49 e 21h49, seguindo os protocolos de segurança.

O erro foi identificado pela Polícia Federal, que foi acionada para apurar a situação.




Fonte: Agência Brasil

Arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo Majella morre aos 89 anos


O cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de São Salvador, morreu na manhã deste sábado (26) aos 89 anos. De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele morreu em Londrina (PR), onde vivia desde 2014. A saúde do religioso se agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Dom Geraldo estava em internamento domiciliar e apresentou uma piora do quadro nos últimos dias. Ainda não há informações sobre o velório e as exéquias.

Em nota de pesar e condolências, a CNBB prestou homenagem a Dom Geraldo e estendeu seus sentimentos ao atual arcebispo de São Salvador, cardeal Sergio da Rocha, aos familiares e aos fiéis. “Sua vida foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao papa e à Igreja.”

Biografia

Filho de Antônio Agnelo e Sylvia Agnelo, Dom Geraldo Majella Agnelo nasceu no dia 19 de outubro de 1933, em Juiz de Fora (MG).  Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor Diocesano Santo Antônio, onde ficou até completar 14 anos. A ordenação sacerdotal aconteceu no dia 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo. No dia 13 de janeiro de 1999, foi nomeado pelo Papa João Paulo II como arcebispo metropolitano de São Salvador da Bahia. Em 2011, Dom Geraldo teve o pedido de renúncia aceito pelo papa Bento XVI, tornando-se arcebispo emérito da Arquidiocese de Salvador.

No Vaticano, foi membro do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja. Participou de dois conclaves, um deles em 2005, quando foi eleito o papa Bento XVI, e o outro, em 2013, no qual foi escolhido o papa Francisco.

Dom Geraldo foi um dos três presidentes da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), em maio de 2007, e presidiu a CNBB de 2003 a 2007.




Fonte: Agência Brasil

Cantor e compositor MC Marcinho morre no Rio aos 45 anos


O cantor e compositor Marcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, morreu na manhã deste sábado (26), segundo o Hospital Copa D’Or, onde estava internado. A morte do artista de 45 anos ocorreu às 9h10 da manhã, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, diz nota à imprensa assinada pelo diretor médico do hospital, Marcelo London.

O estado de saúde do cantor tinha se deteriorado nos últimos dias, e sua família e equipe haviam feito uma campanha de doação de sangue para ele nesta semana e pedido orações aos fãs e admiradores. Ele estava internado desde 27 de junho no Copa D’Or e aguardava um transplante de coração.

Por conta da gravidade de sua cardiopatia, MC Marcinho foi submetido a um implante de coração artificial em 13 de julho, e também já respirava com ajuda de aparelhos há pelo menos um mês.

Conhecido como príncipe do funk, o cantor é uma figura emblemática do ritmo no Brasil. MC Marcinho nasceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e era considerado um dos principais nomes do funk melody.

Entre seus grandes hits estão Glamourosa e Rap do Solitário. Somente neste mês, o cantor teve mais de 1 milhão de ouvintes na plataforma de streaming de músicas e áudios Spotify.




Fonte: Agência Brasil

Mega-Sena pode pagar neste sábado prêmio de R$ 30 milhões


A Caixa Econômica Federal sorteia, na noite deste sábado (26), no Espaço da Sorte, em São Paulo, as dezenas premiadas do Concurso 2.625 da Mega-Sena.

As apostas podem ser feitas até as 19h de hoje, tanto nas casas lotéricas de todo o Brasil quanto pela internet no site das loterias Caixa. O sorteio será às 20h, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Caixa.

A aposta simples, com a marcação de seis números, custa R$ 5.

O prêmio está acumulado e é estimado em R$ 30 milhões.




Fonte: Agência Brasil

Jeferson Tenório defende papel da literatura como direito humano


O escritor e pesquisador Jeferson Tenório, que se consagrou com o premiado O Avesso da Pele, obra de ficção de teor antirracista, defende uma literatura capaz de garantir espaço para contar as histórias das vítimas. “Como a realidade é muito difícil, a gente precisa, através da ficção, inventar uma outra realidade”, afirmou o autor em entrevista à Agência Brasil

Professor de literatura, o escritor estará no Festival Literário de Paracatu-MG (Fliparacatu), para uma palestra sobre literatura como direito humano, a partir das 15h30 deste sábado (26). No evento, estará acompanhado pela escritora e jurista Lívia Sant’Anna Vaz. O escritor defende que a literatura é um direito  humano.

“Todos nós temos o direito de ter acesso aos livros, à ficção à imaginação. A maior resistência que se possa encontrar na periferia seria o direito à invenção, o direito a ter futuro”.

Imaginação como ato de resistência

Ele argumenta que a violência contra a população negra é recorrente e a ideia de imaginar o futuro quase não existe. “A literatura traz justamente a possibilidade de conseguir sair dessa realidade tão dura e poder imaginar. E, para mim, imaginação é um ato de resistência”.

No próprio caso do professor, ele entende que a literatura foi “salvadora”.

“A literatura me salvou justamente por ter me dado essa possibilidade de olhar para realidade de outro jeito. Não com apenas um jeito de viver, mas para demonstrar que eu poderia sair da ideia de “sobrevivência” para poder existir de fato”.

O contato com a literatura o modificou. “O ato mais transgressor que eu fiz na minha vida foi me tornar leitor”. Em busca de novos leitores, ele vibra com a estreia do Fliparacatu. “Eu vejo com muita alegria. Acho que é um espaço para mostrar o quanto a população negra e quilombola precisa também desses espaços, que também são políticos”. Para ele, a literatura pode contribuir também para dar visibilidade para as causas das populações tradicionais.

Jeferson Tenório explica que, nos últimos anos, tem lido mais autores negros e negras, como Eliane Alves Cruz, Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Paulo Lins e Cidinha da Silva. “Há também uma série de autores que estão surgindo, como a Calila das Mercês. Tem muita gente interessante para ler”.

 Aniquilação

Tenório celebra que as mensagens do livro sobre as violências racistas têm encontrado ecos com reflexões sobre um país que se repete em violências há séculos. “O Brasil foi fundado a partir da violência e do sequestro de corpos negros, da aniquilação dos povos originários. Os efeitos da escravidão têm sido sentidos até hoje”. O assassinato de Bernadete Pacífico de 72 anos, a Mãe Bernadete, na semana passada, em comunidade quilombola, na cidade de Simões Filho (BA), traduz a realidade dessa tentativa de aniquilação.

Para o autor, a recorrência da violência é fruto das políticas do estado Brasileiro, com a indiferença em relação às desigualdades, que geram violência.

“Essas pessoas que acabam sofrendo com a violência são trazidas para o meu trabalho. A literatura não denuncia (como o jornalismo), mas é capaz de causar uma reflexão talvez mais profunda do que a própria notícia”. Isso porque o texto literário, no entender dele, traz uma profundidade capaz de tensionar as certezas.

São essas pessoas mais sofridas que inspiram os pensamentos e as mãos do escritor Jeferson Tenório.  “Eu sempre tenho que prestar atenção nas coisas que têm acontecido no Brasil de modo geral. Para a gente contar uma boa história, é preciso olhar ao nosso redor. Para ser universal, você tem que falar dos que estão perto”.




Fonte: Agência Brasil

Manaus sedia primeira edição da Glocal Amazônia


A cidade de Manaus recebe, a partir deste sábado (26), a primeira edição da Glocal Amazônia. O encontro é inspirado na Glocal Rio de Janeiro, realizada em junho do ano passado na Marina da Glória. e que reuniu 40 mil pessoas, tornando-se um dos maiores eventos de sustentabilidade do Brasil.

A Glocal Amazônia tem entrada gratuita para o público. A cerimônia de abertura será às 11h, no Juma Ópera, com a presença do governador do Amazonas, Wilson Lima, e representantes das secretarias estaduais de governo. O Hino Nacional será cantado pela cantora indígena Djuena Tikuana. A programação pode ser acessada aqui.

O diretor executivo da Glocal Rio, Rodrigo Baggio, exerce a mesma função na Glocal Amazônia. O objetivo é mobilizar as principais lideranças da região para pensar ações concretas de construção de agendas e pactos, visando a acelerar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) na região amazônica. “Construímos a Glocal Amazônia, com 130 palestrantes, com programações diversas”, disse Rodrigo Baggio à Agência Brasil. Segundo ele, o que interessa à Glocal é essa diversidade, com tecnologia imersiva, debates, painéis, programações para as famílias, espaço para as crianças, feira da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), apresentando produtos criados por comunidades ribeirinhas e populações da floresta, além de espaço para shows.

24/08/2023, O diretor executivo da Glocal Amazônia, Rodrigo Baggio. Foto: Kadeh Ferreira/ Divulgação

24/08/2023, O diretor executivo da Glocal Amazônia, Rodrigo Baggio. Foto: Kadeh Ferreira/ Divulgação

Ações

No Palácio da Justiça, serão realizadas rodas de conversas sobre temas como empreendedorismo, por exemplo. “Uma agenda de construção de ações que levem à influência de políticas públicas”, destacou Rodrigo Baggio. No Fórum da Juventude da Amazônia, jovens da região serão convidados a pensar ações que possam produzir uma carta de mobilização para essa parcela da população. “Temos uma série de ações e eventos complementares que vão trazer a luz necessária e o dinamismo para esse tema tão importante que é a sustentabilidade na região da Amazônia e a mobilização para os grandes temas”.

Baggio destacou que o encontro trabalha de maneira complementar ao governo do Pará, a fim de elaborar uma agenda preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém em 2025, e também para a cúpula dos chefes de Estado dos países do G20, prevista para novembro de 2024 no Rio de Janeiro. “A gente está coordenando ações para gerar essas mobilizações”.

O diretor executivo da Glocal Amazônia afirmou que o evento, que se estenderá até o dia 28, está embasado em números da nova versão do Índice de Progresso Social (IPS). “É o indicador que melhor retrata os ODS, foi criado pelas universidades de Harvard e Oxford e é medido no Brasil pelo instituto de pesquisa Imazon”. A parceria entre a Glocal e o Imazon identificou os cinco maiores desafios da Amazônia, que serão discutidos durante o evento. São eles, por ordem de prioridade: segurança, saneamento, conectividade, saúde e educação.

Glocal Experience

A Glocal Amazônia faz parte da plataforma Glocal Experience, iniciativa do governo do Amazonas, Fundação Rede Amazônica e Dream Factory, cujo objetivo é estimular conexões e definir ações possíveis para garantia de um futuro possível para o planeta e para a sociedade. O patrocínio é da Águas de Manaus, com apoio da Eneva. Os governadores do Amazonas, Wilson Lima, e do Pará, Helder Barbalho, participarão da mesa COP30 e G20: O Brasil no Centro das Discussões Globais”, na segunda-feira (28).

As Rodas de Soluções, oficinas, workshops e o fórum ocorrerão no Palácio da Justiça, enquanto o Cine Glocal Impacto será realizado no Largo de São Sebastião, com shows, exposições e experiências regionais. No Juma Ópera haverá o Palco Glocal, aberto ao público que quer se familiarizar com os temas da sustentabilidade. O encerramento da Glocal Experiência Amazônia será no Teatro Amazonas, com grande encontro entre os Bois de Parintins e a Orquestra Filarmônica do Amazonas.

Origem

O nome Glocal significa a junção de interesses entre o que é global e o que é local. Rodrigo Baggio informou que o nome foi inspirado na Rio 92, que criou esse conceito e estilo de vida “glocal”, “que é pensar global e agir localmente”. Ou seja, integrar e coordenar as ações globais com as locais.

Ele observou que é difícil chegar a 2030 com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU sob impacto. Por isso, defendeu a criação de iniciativas que levem à mobilização territorial para aceleração desses objetivos. A Glocal é uma plataforma que combina eventos e ações que contribuam para esse fim.




Fonte: Agência Brasil

Exposição em Brasília reúne 150 fotografias de Sebastião Salgado


Mulheres e homens que criam, constroem e transformam realidades e materiais com as próprias mãos. Eles são trabalhadores e estão no eixo central da exposição do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado que será aberta ao público neste sábado (26), em Brasília. A mostra Trabalhadores inaugura o espaço de exposições temporárias do Museu Sesi Lab, coordenado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

As vivências laborais em diversos segmentos e, também, os árduos processos manuais de produção e os dramas sociais estão retratados em preto e branco, em 150 imagens capturadas por Salgado, em viagens realizadas em seis anos, de 1986 a 1992, em projeto de registros de mão de obra ao redor do planeta.

Brasília (DF), 24/08/2023 - O museu interativo SESI Lab promove a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado. Construída a partir de viagens realizadas entre 1986 e 1992, Trabalhadores oferece uma espécie de arqueologia visual da Revolução Industrial, período em que o trabalho manual foi o eixo central da vivência de mulheres e homens pelo mundo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Museu interativo Sesi Lab abre ao público a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com 79 anos, Sebastião Salgado é nascido em Minas Gerais e radicado em Paris desde 1973. Ele explica que essas fotografias são uma espécie de investigação visual da sociedade que foi fruto da Revolução Industrial, período em que o trabalho manual foi centro da vida de diversas pessoas pelo mundo, segundo ele.

No entanto, o fotógrafo entende que houve uma mudança na organização social do trabalho, impulsionada pela intervenção da tecnologia e da informática, com a automatização de maquinários e de processos e, consequentemente, a redução de mão de obra.

“Nesse projeto, quis documentar o fim da primeira grande revolução industrial, na qual o trabalho era extremamente importante. Durante seis anos, viajei pelo mundo em busca da presença da mão humana e na produção. Máquinas inteligentes estavam chegando às linhas de produção. Os computadores e a robotização estavam começando a substituir a força do trabalho” observou Salgado.

Exposição fotográfica

A exposição Trabalhadores contou com a curadoria e design da produtora gráfica Lélia Wanick Salgado, esposa do fotógrafo e parceira dele nos projetos. A mostra fotográfica de Brasília está igualmente estruturada como no livro Trabalhadores, uma Arqueologia na Era Industrial. Lélia também a dividiu em seis capítulos.

Nos corredores da exposição, a pluralidade de imagens ilustra rotinas duras de trabalho na agricultura, nas minas e nas indústrias. Cada foto, com iluminação, ângulo e variações de cinza, preto e branco, revela o mundo do trabalho, sob a ótica de Sebastião Salgado.

No Brasil, particularmente, Sebastião Salgado congelou no tempo uma multidão de garimpeiros de Serra Pelada, na Serra dos Carajás, no Pará, que se amontoavam em escadas de madeira, com carregamentos de até 65 quilos, nas costas. O maior garimpo do país foi oficialmente fechado em 1992 e deixou uma cratera com 80 metros de profundidade e um lago poluído com mercúrio.

Brasília (DF), 24/08/2023 - O museu interativo SESI Lab promove a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado. Construída a partir de viagens realizadas entre 1986 e 1992, Trabalhadores oferece uma espécie de arqueologia visual da Revolução Industrial, período em que o trabalho manual foi o eixo central da vivência de mulheres e homens pelo mundo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Exposição Trabalhadores reúne imagens captadas por Sebastião Salgado em viagens ao longo de seis anos – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Outra atividade do país amplamente documentada por Sebastião Salgado foi a de trabalhadores rurais de plantações de cana-de-açúcar, em tempos do ProÁlcool, programa do governo brasileiro de incentivo à produção de álcool combustível, o etanol, para abastecimento de veículos nacionais.

Além das fronteiras brasileiras, estão retratados, entre outros ofícios, o plantio de tabaco, em Cuba; a colheita de folhas para chá, em Ruanda; a construção de navios, no estaleiro de Gdansk, Polônia; a reciclagem de metais de navios desmantelados, em Bangladesh; a fabricação de carros, na Ucrânia, e de bicicletas, na China; a extração de enxofre por operários intoxicados em um vulcão na ilha de Java, na Indonésia; a exploração de minas de carvão na Índia, por ordem da Inglaterra; o combate a incêndios em poços de petróleo no Kuwait; a pesca de atum na Sicília, na Itália; e a siderurgia na cidade portuária de Dunkerque, na França; e muitas outras atividades, em diversos destinos percorridos pelo Sebastião Salgado.

Para o profissional das câmeras, mais do que uma exposição fotográfica, a mostra é uma homenagem a todos os trabalhadores.

“Eu tinha que prestar homenagem a esse trabalho que estava em meu coração, que era a razão de meu ativismo político e do que acreditava ser o mundo da produção. Realizei esse projeto com imenso prazer e orgulho por fazer parte dessa espécie de construtores, apesar, claro das condições muitas vezes difíceis e desumanas em que o trabalho era realizado. É uma alegria poder voltar a apresentar este trabalho fotográfico no Brasil, e uma honra ser primeiro artista expor na galeria exposições do Museu Sesi Lab, em Brasília” ressaltou Sebastião Salgado.

Contemporaneidade

A exposição que chega a Brasília neste fim de semana já passou por 78 endereços pelo mundo. No Brasil, as primeiras montagens foram simultâneas, em 1994, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. A Trabalhadores ainda passou por Curitiba (PR) e a última vez que os trabalhos foram apresentados no país foi na sede da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), em 2014.

Brasília (DF), 24/08/2023 - O arquiteto e coordenador-geral das exposições de Sebastião Salgado no Brasil, Álvaro Razuk, fala sobre a exposição Trabalhadores, que está em cartaz no museu interativo SESI Lab. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O arquiteto e coordenador-geral das exposições de Sebastião Salgado no Brasil, Álvaro Razuk, fala sobre a exposição Trabalhadores, em cartaz no museu interativo Sesi Lab – Marcelo Camargo/Agência Brasil

O arquiteto e coordenador-geral da exposição Trabalhadores, Álvaro Razuk, interpreta que a exposição continua atual, mesmo após cerca de 30 anos dos registros fotográficos de Salgado e quase uma década depois de ter sido vista pelo público brasileiro.

“Essas fotos continuam atuais, justamente, porque esse problema não se extinguiu. Existe muito trabalho precarizado, ainda, no mundo. A toda hora, continuamos vendo notícias de trabalho análogo à escravidão, aqui no Brasil, também”, declara o arquiteto.

Para Razuk, os trabalhos das lentes do fotógrafo servem como documentos importantes de pesquisa. “Por um lado, eu espero que essa exposição se desatualize, mas, ao mesmo tempo, a [mostra] Trabalhadores vai ser importante como um relato histórico. Acho que o trabalho do Sebastião tem um pouco da formação dele, no jornalismo, como ele pensa, como ele fala em suas reportagens. Então, eu acho que esse acervo todo vai ter importância de memória e de documentação.”

Educação

O fotógrafo Sebastião Salgado foi convidado a montar Trabalhadores no espaço de exposições temporárias do Museu Sesi Lab, pelo Sesi e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ambos da CNI, por oferecer experiências que navegam nos campos da arte, ciência e tecnologia, de acordo com a gerente executiva de Cultura do Sesi, Cláudia Ramalho.

Claudia complementou dizendo que a natureza da exposição está em conexão com O Futuro das Profissões, tema anual do Sesi Lab, em 2023. O espaço está em funcionamento desde novembro de 2022 e foi inspirado no Exploratorium, um museu de ciência, tecnologia e artes em San Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos.

Para Claúdia Ramalho, o Sesi Lab é um espaço que tem a missão de educar e atiçar o visitante a refletir acerca de questões sociais e a nova exposição contribui para isso. “Nosso objetivo é trazer essa discussão sobre o mundo do trabalho e, principalmente, relacionado às profissões, à indústria 4.0. Vamos trazer conteúdos para que a população perceba e compreenda a importância do desenvolvimento de competências pessoais, sociais, produtivas, e, sobretudo, para que esses jovens estejam aptos a essas profissões que a gente ainda não sabe que vão existir daqui a dez anos, por exemplo. E qual é a competência mais importante? É a educação e é por isso que a gente aborda a temática de uma forma lúdica.”

O público

A exposição Trabalhadores é destinada ao grande público e foi montada, na capital federal, para ser vista por trabalhadores, estudantes, acadêmicos, e não somente por fotógrafos profissionais e os interessados em fotografia.

Brasília (DF), 24/08/2023 - O museu interativo SESI Lab promove a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado. Construída a partir de viagens realizadas entre 1986 e 1992, Trabalhadores oferece uma espécie de arqueologia visual da Revolução Industrial, período em que o trabalho manual foi o eixo central da vivência de mulheres e homens pelo mundo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Exposição Trabalhadores fica aberta ao público em Brasília até 28 de janeiro de 2024 – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a experiência, os visitantes poderão compreender a importância do trabalhador e valorizar a necessidade de dignidade e melhores remunerações. As visitas poderão ser guiadas por profissionais que estudaram o enredo de cada imagem exposta.

Na abertura oficial da exposição fotográfica, neste sábado (26), às 15h, será exibido o documentário O Sal da Terra, dirigido pelo alemão Wim Wenders e o brasileiro Juliano Salgado, filho de Sebastião Salgado. O filme é sobre a trajetória deste artista, seus trabalhos premiados e o Instituto Terra, fundado pelo casal Lélia Wanick e Sebastião Salgado, em 1998. O longa de uma hora e 50 minutos de duração concorreu, em 2015, à estatueta do Oscar, na categoria de melhor documentário. Após a exibição da obra, o diretor Juliano Salgado conversará com o público do Museu Sesi Lab.

Novo projeto

Antes da abertura oficial da mostra Trabalhadores, o arquiteto das exposições de Sebastião Salgado, Álvaro Razuk, adiantou que está sendo negociado o retorno ao Brasil da nova exposição fotográfica de Sebastião Salgado no projeto Amazônia, idealizada pela curadora das imagens, Lélia Wanick Salgado.

Segundo Álvaro Razuk, novas edições da exposição Amazônia poderão ser agendadas para 2024 e, possivelmente, para novembro de 2025, durante a realização da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

A exposição exibirá o resultado de sete anos de expedições fotográficas na Amazônia brasileira. As fotografias foram feitas por terra, água e ar e retratam a transformação da Amazônia, com degradação da floresta e falta de proteção de territórios e povos indígenas.

Em 2022, a exposição já teve edições no Sesc Pompeia, na capital paulista, e no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Exposição Trabalhadores – Serviço

Período: 26 de agosto a 28 de janeiro de 2024.

Endereço: Museu Sesi Lab, Setor Cultural Sul, antigo Touring Club, ao lado da Rodoviária do Plano Piloto;

Horários: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h;

Ingressos: bilheteria do Sesi Lab e pela internet;

Valores das entradas: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).




Fonte: Agência Brasil

‘Histórias na Praça’ ocupa espaços públicos com arte, literatura e música para todos, a partir deste domingo, em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


Dentre elas, destacam-se o livre acesso e manuseio dos livros literários dispostos na Bikeoteca, mediação de leitura, apresentações artísticas com contações de histórias, circo, teatro, cinema, música, exposição de artes visuais com a temática lendas brasileiras, oficina de ilustração e vivência de leitura especial para pais e bebês de zero a três anos.




Fonte: G1

ONS: desempenho abaixo do esperado de linha pode ter causado apagão


O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou nesta sexta-feira (25) um relatório preliminar indicando que o desempenho abaixo do esperado das fontes de geração próximas à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf, pode ter causado a queda de energia que afetou 25 estados e o Distrito Federal no dia 15 de agosto. A avaliação foi apresentada e discutida durante primeira reunião técnica para a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que deverá ser concluído em cerca de 30 dias. Segundo o ONS, mais de 1 mil profissionais participaram do evento online. 

“A linha de investigação mais consistente aponta esse desempenho abaixo do esperado como um segundo evento que desencadeou todo o processo de desligamentos que aconteceram em seguida. O evento do dia 15 de agosto interrompeu mais de 22 mil MW de energia em 25 estados e no Distrito Federal”, disse o ONS, em nota.

A interrupção começou às 8h30 do dia 15 de agosto, com queda no fornecimento de 19 mil megawatts, cerca de 27% da carga total (73 mil MW) naquele horário. Uma nova reunião de avaliação está marcada para o dia 1º de setembro.




Fonte: Agência Brasil