Lula participa de abertura oficial da Marcha das Margaridas


A programação da 7ª Marcha das Margaridas, realizada nesta terça (15) e quarta-feira (16) em Brasília, contará com diversas atividades que estarão concentradas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. As trabalhadoras rurais estão acampadas desde o fim de semana no local.  

Em torno do lema da edição de 2023 – Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver – estão previstas diversas atividades nos dois dias do evento voltadas à justiça, defesa da democracia participativa, garantia de direitos, respeito à diversidade e a cobrança de políticas públicas que gerem qualidade de vida e bem-estar às mulheres de todo o país.

Estão previstas oficinas temáticas e lúdicas, plenárias, seminários, quatro grandes painéis e rodas de conversas, partilha de saberes, tenda da cura, atividades autogestionadas, apresentações culturais, mostra da produtividade das margaridas, e até um tribunal ético das mulheres do campo, da floresta e das águas em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania alimentar, hídrica e energética.

Nesta terça-feira, no plenário do Senado, haverá sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas, com a presença de mulheres do campo, da floresta e das águas de todos os estados brasileiros e de outros países, com transmissão ao vivo nas redes sociais da Marcha das Margaridas e da TV Senado.

A abertura oficial da Marcha das Margaridas está prevista para ocorrer no Pavilhão do Parque da Cidade, às 17h (horário de Brasília), com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, de diversos ministros e representantes de organizações parceiras. De acordo com a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que coordena o evento, o ato será um momento cultural e de reafirmação da pauta das margaridas. A cerimônia de abertura também será transmitida ao vivo nas redes sociais da Contag e do Canal Gov .

Paralelamente aos eventos com autoridades, na área externa do pavilhão foi montada estrutura com tendas para receber a Mostra Nacional da Produção das Margaridas. São diversos produtos que identificam a cultura, o modo de vida e produção, o território e demais características das chamadas guardiãs dos saberes. No local, ocorrerão também troca de sementes e rodas de conversa.

No local do credenciamento das participantes da marcha, está instalado um ponto de coleta da campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis e de roupas em bom estado e limpas, principalmente de agasalhos, para doação a entidades que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade econômico-social no Distrito Federal. Na área interna do Pavilhão, na Casa de Margarida Alves, haverá o lançamento de livros, espetáculos, exibição de filmes e documentários. Esse espaço funcionará apenas hoje, das 9h às 17h.

Marcha lilás

O momento mais esperado pelas margaridas, a cada quatro anos, é a tradicional marcha das mulheres em direção à Esplanada dos Ministérios, em um trajeto de aproximadamente seis quilômetros entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o centro do Poder Executivo Federal.

Na quarta-feira (16), a partir das 7h, as mulheres se organizam com suas delegações estaduais e começam a ocupar as ruas da capital. Vestidas de lilás, portando bandeiras, chapéus de palha, faixas e cartazes, elas serão acompanhadas no percurso por carros de som e agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Historicamente, as participantes entoam o Canto das Margaridas* e gritam palavras de ordem de luta por direitos. A população poderá participar. A organização da marcha convida os interessados a conhecerem mais sobre “as margaridas” e suas lutas sociais.

O ato de encerramento, em frente ao Congresso Nacional, na altura do Ministério de Minas e Energia, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, às 10h30, e e estimativa é de 100 mil participantes. São agricultoras familiares, indígenas, camponesas, assentadas, acampadas sem-terra, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas, pescadoras, quebradeiras de coco, raizeiras, benzedeiras, marisqueiras, caiçaras, assalariadas e outras mulheres que representam a pluralidade brasileira.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais, disse que espera novos anúncios de políticas públicas por parte do governo federal. A liderança fez um balanço sobre as conquistas das margaridas em 23 anos de existência do evento. “A primeira marcha em que a gente entregou uma pauta foi em 2003. De lá para cá, conseguimos vários avanços, como a titulação conjunta de terra, porque nós mulheres trabalhadoras rurais não tínhamos o direito de ter nossos nomes no documento de propriedade; a documentação da trabalhadora rural, pois, no século XXI, ainda há trabalhadora que infelizmente não tem a documentação; a campanha de combate à violência contra as mulheres; o crédito [rural] e a assistência técnica para as mulheres. Foram muitos avanços. Houve uma interrupção e perdemos muitas dessas conquistas ao longo desse caminhar”.

O retorno das delegações estaduais das margaridas está previsto para as 12h30, após o almoço.

Confira a programação da Marcha das Margaridas 2023.

Trânsito

Em função do evento, o trânsito no Eixo Monumental, que dá acesso à Esplanada dos Ministérios, terá alterações nos dois dias da Marcha das Margaridas para garantir segurança, mobilidade e fluidez no tráfego. De acordo com a PMDF, a Esplanada dos Ministérios ficará fechada aos veículos, a partir das 23h45 desta terça-feira. Não será permitido também o acesso de veículos à Praça dos Três Poderes.

 Amanhã, a partir das 7h, três faixas de rolamento do Eixo Monumental ficarão fechadas, desde a saída do Parque da Cidade até a Catedral Metropolitana de Brasília.

A liberação das vias vai ocorrer após avaliação técnica dos agentes de trânsito.

Canto das Margaridas

Conheça o Canto das Margaridas

“Olha Brasília está florida

Estão chegando as decididas

Olha Brasília está florida

É o querer, é o querer das margaridas

Somos de todos os novelos

De todo tipo de cabelo

Grandes, miúdas, bem erguidas

Somos nós as margaridas

Nós que vem sempre suando

Este país alimentando

Tamos aqui para relembrar

Este país tem que mudar!

Olha Brasília está florida…

O Canto das Margaridas

Água limpa sem privar

Sede de todos acalmar

Casa justa pra crescer,

Casa justa pra crescer

Saúde antes de adoecer

Terra sadia pra lucrar

Canja na mesa no jantar

Um mínimo para se ter, (bis)

Direito à paz e ao prazer

E dentro e fora punição

Pra quem abusa do bastão

Do ser patrão, do ser machão

Não pode não, não pode não (bis)

Olha Brasília está florida (bis)

É o querer, é o querer das margaridas!

É o querer, é o querer das margaridas!”




Fonte: Agência Brasil

Marcha das Margaridas tem ampla programação: autoridades participam


A programação da 7ª Marcha das Margaridas, realizada nesta terça (15) e quarta-feira (16) em Brasília, contará com diversas atividades que estarão concentradas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. As trabalhadoras rurais estão acampadas desde o fim de semana no local.  

Em torno do lema da edição de 2023 – Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver – estão previstas diversas atividades nos dois dias do evento voltadas à justiça, defesa da democracia participativa, garantia de direitos, respeito à diversidade e a cobrança de políticas públicas que gerem qualidade de vida e bem-estar às mulheres de todo o país.

Estão previstas oficinas temáticas e lúdicas, plenárias, seminários, quatro grandes painéis e rodas de conversas, partilha de saberes, tenda da cura, atividades autogestionadas, apresentações culturais, mostra da produtividade das margaridas, e até um tribunal ético das mulheres do campo, da floresta e das águas em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania alimentar, hídrica e energética.

Nesta terça-feira, no plenário do Senado, haverá sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas, com a presença de mulheres do campo, da floresta e das águas de todos os estados brasileiros e de outros países, com transmissão ao vivo nas redes sociais da Marcha das Margaridas e da TV Senado.

A abertura oficial da Marcha das Margaridas está prevista para ocorrer no Pavilhão do Parque da Cidade, às 17h (horário de Brasília), com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, de diversos ministros e representantes de organizações parceiras. De acordo com a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que coordena o evento, o ato será um momento cultural e de reafirmação da pauta das margaridas. A cerimônia de abertura também será transmitida ao vivo nas redes sociais da Contag e do Canal Gov .

Paralelamente aos eventos com autoridades, na área externa do pavilhão foi montada estrutura com tendas para receber a Mostra Nacional da Produção das Margaridas. São diversos produtos que identificam a cultura, o modo de vida e produção, o território e demais características das chamadas guardiãs dos saberes. No local, ocorrerão também troca de sementes e rodas de conversa.

No local do credenciamento das participantes da marcha, está instalado um ponto de coleta da campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis e de roupas em bom estado e limpas, principalmente de agasalhos, para doação a entidades que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade econômico-social no Distrito Federal. Na área interna do Pavilhão, na Casa de Margarida Alves, haverá o lançamento de livros, espetáculos, exibição de filmes e documentários. Esse espaço funcionará apenas hoje, das 9h às 17h.

Marcha lilás

O momento mais esperado pelas margaridas, a cada quatro anos, é a tradicional marcha das mulheres em direção à Esplanada dos Ministérios, em um trajeto de aproximadamente seis quilômetros entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o centro do Poder Executivo Federal.

Na quarta-feira (16), a partir das 7h, as mulheres se organizam com suas delegações estaduais e começam a ocupar as ruas da capital. Vestidas de lilás, portando bandeiras, chapéus de palha, faixas e cartazes, elas serão acompanhadas no percurso por carros de som e agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Historicamente, as participantes entoam o Canto das Margaridas* e gritam palavras de ordem de luta por direitos. A população poderá participar. A organização da marcha convida os interessados a conhecerem mais sobre “as margaridas” e suas lutas sociais.

O ato de encerramento, em frente ao Congresso Nacional, na altura do Ministério de Minas e Energia, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, às 10h30, e e estimativa é de 100 mil participantes. São agricultoras familiares, indígenas, camponesas, assentadas, acampadas sem-terra, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas, pescadoras, quebradeiras de coco, raizeiras, benzedeiras, marisqueiras, caiçaras, assalariadas e outras mulheres que representam a pluralidade brasileira.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais, disse que espera novos anúncios de políticas públicas por parte do governo federal. A liderança fez um balanço sobre as conquistas das margaridas em 23 anos de existência do evento. “A primeira marcha em que a gente entregou uma pauta foi em 2003. De lá para cá, conseguimos vários avanços, como a titulação conjunta de terra, porque nós mulheres trabalhadoras rurais não tínhamos o direito de ter nossos nomes no documento de propriedade; a documentação da trabalhadora rural, pois, no século XXI, ainda há trabalhadora que infelizmente não tem a documentação; a campanha de combate à violência contra as mulheres; o crédito [rural] e a assistência técnica para as mulheres. Foram muitos avanços. Houve uma interrupção e perdemos muitas dessas conquistas ao longo desse caminhar”.

O retorno das delegações estaduais das margaridas está previsto para as 12h30, após o almoço.

Confira a programação da Marcha das Margaridas 2023.

Trânsito

Em função do evento, o trânsito no Eixo Monumental, que dá acesso à Esplanada dos Ministérios, terá alterações nos dois dias da Marcha das Margaridas para garantir segurança, mobilidade e fluidez no tráfego. De acordo com a PMDF, a Esplanada dos Ministérios ficará fechada aos veículos, a partir das 23h45 desta terça-feira. Não será permitido também o acesso de veículos à Praça dos Três Poderes.

 Amanhã, a partir das 7h, três faixas de rolamento do Eixo Monumental ficarão fechadas, desde a saída do Parque da Cidade até a Catedral Metropolitana de Brasília.

A liberação das vias vai ocorrer após avaliação técnica dos agentes de trânsito.

Canto das Margaridas

Conheça o Canto das Margaridas

“Olha Brasília está florida

Estão chegando as decididas

Olha Brasília está florida

É o querer, é o querer das margaridas

Somos de todos os novelos

De todo tipo de cabelo

Grandes, miúdas, bem erguidas

Somos nós as margaridas

Nós que vem sempre suando

Este país alimentando

Tamos aqui para relembrar

Este país tem que mudar!

Olha Brasília está florida…

O Canto das Margaridas

Água limpa sem privar

Sede de todos acalmar

Casa justa pra crescer,

Casa justa pra crescer

Saúde antes de adoecer

Terra sadia pra lucrar

Canja na mesa no jantar

Um mínimo para se ter, (bis)

Direito à paz e ao prazer

E dentro e fora punição

Pra quem abusa do bastão

Do ser patrão, do ser machão

Não pode não, não pode não (bis)

Olha Brasília está florida (bis)

É o querer, é o querer das margaridas!

É o querer, é o querer das margaridas!”




Fonte: Agência Brasil

Rio tem 44 agentes de segurança mortos e 56 feridos em 2023


Desde o início de 2023, 100 agentes de segurança pública foram baleados na região metropolitana do Rio de Janeiro. Desse total, 44 morreram e 56 ficaram feridos. Segundo mapeamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado, o caso mais recente ocorreu no dia 9 deste mês. Um policial militar de folga foi baleado durante tentativa de assalto na Avenida Brasil, na zona norte.  Em média, é como se um agente fosse baleado a cada dois dias na cidade. Em 2022, o número foi alcançado no dia 7 de setembro.

Segundo o instituto, os policiais militares – responsáveis pelo policiamento ostensivo e repressivo – foram os mais atingidos, representando 77% dos agentes baleados no período: 33 deles morreram e 44 ficaram feridos.

“Quando o Estado prioriza o confronto ao invés da inteligência, infelizmente o que vemos como resultado é o elevado número de seus servidores vítimas da violência. É fundamental que políticas de preservação da vida dos agentes de segurança sejam colocadas em prática”, explicou o coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado, Carlos Nhanga.

Mais mortes

Os números também revelam que um policial civil foi morto e seis ficaram feridos. Quatro militares do Exército morreram e um foi ferido. Os dados informam ainda que dois policiais penais morreram e três foram feridos. Dois militares do Corpo de Bombeiros morreram e um guarda municipal morreu e outro ficou ferido. Um militar da Aeronáutica também foi morto e um policial rodoviário federal acabou baleado.

A maioria dos agentes baleados estava de folga (24 mortos e 21 feridos) ou já tinham sido aposentados ou exonerados do cargo (10 mortos e dois feridos). Outros três mortos e dois feridos não tiveram o status de serviço revelado.

Carlos Nhanga disse, também, que “o estado não produz estatísticas sobre o número de agentes vítimas da violência quando estão fora do horário de trabalho e esses dados são fundamentais para entender o contexto da violência que atinge esses agentes de segurança quando estão fora das corporações”, finalizou o coordenador do Fogo Cruzado.




Fonte: Agência Brasil

Câmara Municipal solicita providências à Prefeitura de Presidente Prudente sobre estruturação de plano de carreira aos agentes da Semob | Presidente Prudente e Região


Outro tema discutido durante a sessão desta segunda-feira foi um ofício enviado pela Câmara aos secretários municipais Célia Marisa Molinari de Mattos, de Finanças, Mateus Ramos Grosso, de Obras e Serviços Públicos, e Cezar Adriano Gardim Lopes, de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública, pedindo esclarecimentos sobre as reformas de seis rotatórias na cidade, que teve um custo estimado de quase R$ 800.




Fonte: G1

Marcha das Margaridas deve reunir mais de 100 mil mulheres em Brasília


Mais de 100 mil mulheres brasileiras do campo, da floresta, das águas e das cidades, além de representantes de 33 países, são esperadas nesta terça (15) e quarta-feira em Brasília, na 7ª Marcha das Margaridas. O evento, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos filiados e 16 organizações parceiras, ocorre a cada quatro anos e a edição de 2023 tem o lema Pela Rrconstrução do Brasil e pelo bem viver. 

São trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, da comunidade LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos. Para a Contag, a marcha é a maior ação política de mulheres da América Latina.

Pautas

As principais demandas reivindicadas este ano pelas “margaridas” estão divididas em 13 eixos políticos que serão debatidos nos dois dias do evento:

Democracia participativa e soberania popular;

Poder e participação política das mulheres;

Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;

Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;

Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;

Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, a piauiense Mazé Morais, comentou, em entrevista à Agência Brasil, a expectativa para a marcha e a pauta construída em diversas reuniões realizadas desde 2021 pelo país. “Construímos uma pauta e a entregamos ao governo [federal] em 21 de junho. Um governo do campo popular democrático. A nossa expectativa é que as autoridades, no ato de encerramento da marcha, possam, de fato, fazer anúncios relevantes em relação às políticas públicas, a programas, espaços importantes, que realmente causem impacto na vida das mulheres em todos os territórios do Brasil”.

Destaque

“Essa é a marcha da esperança, porque estamos muito confiantes quanto à retomada dos programas, das políticas, conquistas, que ao longo do caminhar de muita luta, nós, as margaridas, conquistamos. Infelizmente, muitas delas foram retiradas, extintas. Então, há uma expectativa muito grande de que vai ser uma grandiosa marcha, com a representatividade linda da diversidade que somos todas nós”.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse que nos últimos meses a pasta trabalhou em parceria com outros ministérios para garantir respostas às diversas reivindicações das margaridas. “Desde ações de enfrentamento à violência contra as mulheres e garantia da autonomia econômica, à proteção dos biomas e justiça climática, por exemplo”.

 “Hoje, temos um governo que respeita as mulheres do campo, da floresta e das águas e que tem a participação social como eixo fundamental na construção e implementação de políticas públicas. Então, a Marcha das Margaridas é essa força que move estruturas e que impulsiona o Brasil rumo ao desenvolvimento sustentável, ao bem viver”.

Inspiração

Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, devido à luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, se tornou um marco na denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais. Em abril de 2020, a comissão publicou o Relatório de Mérito 31/20 sobre o caso. O documento concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves e as pessoas indicadas no relatório internacional. O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência.

Quatro décadas após o assassinato da paraibana, a secretária Mazé Morais defende a memória da sindicalista que lutou pelos trabalhadores do campo. “Margarida será sempre a nossa inspiradora e é por isso que a gente segue em marcha”.




Fonte: Agência Brasil

Ministério quer criar novos equipamentos culturais em comunidades


A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse nessa segunda-feira (14) à noite em Vitória (ES) que a descentralização do fomento do setor cultural é uma das prioridades da pasta.

“A função [para a qual] estamos com mais determinação no momento é essa descentralização, essa melhor distribuição do fomento, porque há um histórico muito grande de concentração. Não vamos deixar de apostar onde já existe, mas queremos também abrir oportunidades para todos os estados, para todas as regiões do Brasil, para que todos tenham acesso”, disse ela.

Margareth Menezes participou, na noite de ontem (14), na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), do lançamento do calendário da Conferência Estadual de Cultura do estado.

Mais cedo, no Encontro Nacional de Gestores da Cultura, evento que também está sendo realizado na Ufes, a ministra afirmou que novos equipamentos culturais deverão ser construídos em comunidades carentes de todo o país. Isso deve ser feito por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

“Não adianta só fazer o fomento. É preciso prover as cidades de equipamentos de cultura. Queremos chegar nas favelas e pequenas cidades. Teremos os CEUS (centros de Artes e de Esportes Unificados) da Cultura e os CEUS ambulantes, como carros e barcos levando cultura para todos os lugares do Brasil”.

Segundo Margareth Menezes, a ideia é diminuir as desigualdades no país. “A arte deve contribuir para pautas centrais que façam o Brasil avançar. Parte desses avanços é a superação de um histórico perverso de desigualdade que persiste há tantos séculos. Os eventos de cultura não podem perpetuar essa desigualdade”, afirmou.

O Primeiro Encontro Nacional de Gestores de Cultura reúne em Vitória centenas de gestores municipais e estaduais de cultura, de todos os estados brasileiros, para discutir políticas públicas para o setor. No primeiro dia de evento, um dos temas principais em discussão foi a descentralização e a democratização do acesso à cultura.

* A repórter viajou a convite do Itaú Cultural




Fonte: Agência Brasil

Peça encenada por cegos explora percepções sensoriais


Um ambiente completamente escuro onde não é possível enxergar nada. Esse é o cenário do espetáculo Clarear – Somos Todos Diferentes, apresentado pela Companhia de Teatro Cego, que chega nesta terça-feira (15) à Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Todas as exibições são de graça.

A peça é criada, dirigida e encenada por pessoas com deficiência visual e tem como objetivo, além de entreter, levar à plateia conscientização sobre singularidades da vida de cegos. Diferentemente das montagens tradicionais, onde os espectadores ficam na plateia, distantes dos atores e do cenário, no Teatro Cego o público fica em meio aos artistas e bem perto das fontes sensoriais que o levará a sentir e perceber o enredo. Uma proximidade com aromas, música e sensações táteis que aprimoram os sentidos da audição, olfato, paladar e tato.

O diretor da peça, Paulo Palado, que também atua na trama, explicou à Agência Brasil que a ideia é fazer o público “se sentir, por um momento, no lugar de uma pessoa com deficiência visual”. Ele conta que a ideia nasceu em 1990 ao conhecer um projeto parecido na cidade de Córdoba, Argentina, realizado pelo grupo Teatro Ciego.

“A gente convida essas pessoas também a aguçarem os outros sentidos. A gente vive numa sociedade que julga muito pelo que vê. Quando a gente coloca as pessoas nessa condição de compreender o mundo por meio do tato, do paladar, da audição e do olfato, a gente aguça o que a gente chama de um sexto sentido, que é a intuição, que faz as pessoas perceberem que elas podem compreender o mundo ao seu redor de uma outra forma que não só pela visão”, diz.

História de inclusão

A história escrita por Sara Bentes, também atriz, se passa com cinco jovens que dividem uma república: um com deficiência visual, um com deficiência auditiva, um cadeirante, um argentino e uma torcedora fanática de um pequeno time local (em cada cidade é escolhido um clube). Apostando no bom humor, a trama mostra a superação de dificuldades de comunicação e convivência, por meio da amizade.

O diretor acredita que o projeto também abre um campo de trabalho para pessoas com deficiência visual. “Quando a plateia vai assistir a esse espetáculo, ela percebe que tem pessoas com deficiência visual trabalhando para que ela se divirta. Isso também muda um pouco a forma como ela enxerga essas pessoas”, diz Palado.

O processo de criação dos espetáculos da companhia é pensado, desde o início, para uma plateia e um elenco que não enxergam. As falas dão indicação de muitos elementos e situações que o espectador não conseguiria identificar sem a visão. A toda hora, o público recebe estímulos de aromas e sons. Para marcar momentos dentro da peça, uma música ou um cheiro são repetidos sempre que a cena volta para um determinado cenário.

Diferentemente de uma peça convencional, na qual o espectador se depara primeiro com o cenário, que depois vai sendo preenchido por movimento, no Teatro Cego tudo começa em uma escuridão total. Depois da entrada dos atores, com a movimentação, aromas, sons e sensações táteis é que o cenário vai se revelando.

Reação do público

“Muitas mães que vão com seus filhos, esposas que vão com seus maridos, essas pessoas ao final dizem ‘nossa, eu convivo o meu dia todo com uma pessoa com deficiência visual, meu filho, meu marido, minha esposa e só agora eu pude perceber como é realmente que ele enxerga o mundo’, esses depoimentos são muito interessantes e fazem a gente ficar muito feliz, porque mostram que realmente as pessoas estão sendo tocadas por essa experiência”, conta Palado.

O ator e diretor considera também que as experiências sensoriais igualam as condições de interpretação para pessoas cegas que frequentam o espetáculo. “Quando uma pessoa com deficiência visual vai assistir a um espetáculo do Teatro Cego, ela está em completa igualdade de condições com todas aquelas outras pessoas que estão no teatro. Ela não precisa de audiodescrição, ou seja, ela não precisa que exista um interlocutor para explicar o que está acontecendo”, explica.

Na Baixada Fluminense, a maior parte das apresentações do Teatro Cego acontecerá para estudantes da rede pública. Para levar o tema de acessibilidade para além do teatro, os alunos ganharão um gibi com história de inclusão de pessoas com deficiência. Os professores receberão cartilha com a temática. Depois de cada uma das apresentações, acontecerá uma palestra, seguida de bate-papo sobre acessibilidade, inclusão e políticas públicas para esse público retratado.

As apresentações no Rio de Janeiro serão em Duque de Caxias, Japeri e Nova Iguaçu. O espetáculo já passou por Cubatão (SP) e prevê apresentações em Juiz de Fora (MG), Macaé (RJ) e Cascavel (PR).

Serviço

Espetáculo Clarear – Somos Todos Diferentes (para alunos da rede municipal e aberto ao público)

Dias 15, 16 e 17/8

Duque de Caxias – Teatro Firjan Sesi DC (R. Artur Neiva – Circular)

Seis apresentações, duas por dia, às 10h e às 15h

Alunos por apresentação: 120 (total: 720 alunos)

Escolas que participarão: Escola Firjan Sesi, EM Barão do Amapá e Ciep 031 – Lirio do Laguna

Dias 29, 30 e 31/8 

Japeri – Quadra esportiva de Nova Belém (R. Augusto Batista de Carvalho – Nova Belém)

às 10h e às 15h

Dias 12, 13 e 14/9  

Nova Iguaçu – Teatro Sylvio Monteiro (Rua Getulio Vargas, 51, Centro)

Horários: às 18h e às 20h – entrada gratuita para o público geral




Fonte: Agência Brasil

Democratização e descentralização da cultura é tema de debate no ES


Com participação da ministra da Cultura Margareth Menezes, um evento que acontece segunda-feira (14) e terça-feira (15) em Vitória (ES) está reunindo gestores de todos os estados brasileiros para discutir e traçar estratégias para democratizar e descentralizar a cultura no país. Chamado de Encontro Nacional de Gestores da Cultura, o evento acontece na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

A ministra disse que uma das metas de sua pasta é a “descentralização do fomento para o setor cultural do Brasil”. “As ações que estamos fazendo, a partir da Lei Paulo Gustavo, já tem essa capilaridade porque 98% das cidades do Brasil mandaram seus planos de ação.”, disse a ministra a jornalistas após participar do encontro, já no Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo.

“Agora, nosso diálogo é auxiliar aquelas pequenas prefeituras a criarem seu plano de ação. Tem uma diretoria no ministério acompanhando isso. E, em seguida, vem o Sistema Nacional de Cultura com a Lei Aldir Blanc que prevê, durante cinco anos, esse mesmo aporte a todas as cidades”, acrescentou.

Segundo a ministra, o governo também pretende investir mais na cultura por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Não adianta só fazer o fomento. É preciso prover as cidades de equipamentos de cultura. Queremos chegar nas favelas e nas pequenas cidades. Teremos os CEUS (Centros de Artes e de Esportes) da Cultura e os CEUS ambulantes, como carros e barcos levando cultura para todos os lugares do Brasil”.

Para os gestores e artistas que estão participando do encontro em Vitória, o governo precisa olhar para outras formas de se fazer cultura no país. Uma dessas pessoas é Jamilda Bento, filha de paneleiras e integrante da Banda de Congo Panela de Barro.

“Somos filhas, netas e bisnetas dessas mulheres que barreiam suas mãos com barro há mais de 500 anos para modelar um dos maiores ícones da cultura capixaba e do Brasil, que é a panela de barro, onde fazemos nossa moqueca e nossa torta capixaba”, explicou.

Jamilda explicou que o ofício das Paneleiras de Goiabeiras de Vitória foi considerado o primeiro patrimônio cultural imaterial brasileiro e que esse saber ancestral precisa ser uma política pública permanente, que independa de mandatos ou de partidos políticos.

“Temos discutido muito essa política de editais, que é necessária e tem seu devido valor, mas que não dá conta da pujança dessa diversidade cultural que nós temos no Espírito Santo e em todo o Brasil. Temos que ter políticas públicas contínuas, independente de quem esteja no governo. Temos que fazer também um diálogo com a educação”, disse Jamilda, em entrevista à Agência Brasil.

“Precisamos de políticas públicas que tenham continuidade, que valorizem esses fazeres. Precisamos de leis que reconheçam esse notório saber dos nossos mestres e mestras que, muitas vezes, ao fim da vida, ficam à mercê e só podem contar com os familiares. Por que não reconhecemos ainda esses saberes dos mestres?”, questionou.

Já para o secretário de cultura da cidade de Camutanga, na Zona da Mata Pernambucana, Fernando Alexandre de Godoi Neto, o governo precisa também olhar para a produção cultural que é produzida nas pequenas cidades brasileiras. “As leis de incentivo vêm dar uma base forte a todos os municípios, de forma geral. Claro que, percentualmente, de acordo com [o tamanho de] cada município. Há anos atrás, já tinha leis de beneficio, mas elas ficavam centralizadas nas grandes metrópoles, às capitais do estado. E o interior ficava muito esquecido, mesmo sendo tão rico culturalmente”, disse ele à reportagem. “Há uma cultura enorme para ser mostrada e para ser valorizada. E não se valoriza apenas com a questão financeira. É preciso também dar visibilidade”, ressaltou.

Segundo Godoi Neto, em seu município há várias formas culturais que precisam ser valorizadas, como a ciranda popular, o repente e o cavalo marinho, do mestre Inácio. “A cultura do cavalo marinho vem atrelada desde a época da cana-de-açúcar, dos senhores de engenho. Inclusive, no início, eles tinham que brincar [de cavalo marinho] escondidos dos senhores de engenho. Em alguns momentos, essa cultura foi esquecida no nosso município, mas estamos tentando resgatá-la. ”, contou.

“Houve um momento que mestre Inácio queria queimar o cavalo marinho, queimar o brinquedo dele, com todos os uniformes e fantasias, como forma de protesto por falta de incentivo. Mas estamos aos poucos convencendo o pessoal a se formalizar. Ter um CNPJ [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, a identificação de uma empresa formal] hoje é importante para poder receber recursos”, finalizou.

Para o ator, arte-educador, MC e artista Leo Castilho, que enfrenta uma surdez, a cultura também precisa ser mais acessível. “É muito importante a gente chamar as pessoas com deficiência para criar isso junto [uma política pública cultural acessível] E, a partir disso, a gente consegue ter novos caminhos”, disse ele. “Precisamos criar leis para integrar essas pessoas. E principalmente focando na questão da atitude, para além do que está no papel. O Brasil é uma das maiores referências mundiais com relação à cultura. Já temos uma força, mas está na hora de mudar e apresentar a [cultura produzida] por pessoas com deficiência para o mundo”.

Já para a professora Luciene Pratti Chagas, uma das fundadoras do Instituto Serenata d’Favela, a cultura precisa também lembrar da população mais vulnerável, que vive nos morros brasileiros. “A cultura na periferia é um caldeirão de potência”, disse ela, à Agência Brasil. “Tem um turbilhão de meninos produzindo cultura hoje nas periferias”, lembrou ela.

Mas para que a cultura alcance essas crianças e jovens é preciso, entre muitas coisas, de formação. “Em um primeiro momento, eles precisam de editais. Esses editais estão chegando. Mas num segundo momento, eles precisam de apoio para que eles tenham condição de fazer esses editais. E isso tem a ver com formação. Eles precisam de orientação para fazer os editais”, falou Luciene.

Outro problema, disse ela, é que esses editais só são previsto para pessoas com idades acima dos 18 anos. “Há a questão da faixa etária para as produções e das criações. Nas rimas e na poesia existe uma faixa etária abaixo dos 18 anos, por exemplo. Precisa chegar a hora desse menino acima dos 16 anos também poder fazer [se inscrever nos editais] e ser contemplado também”, disse a professora. O instituto surgiu na comunidade Morro do Quadro, em Vitória, e reúne, atualmente, 319 crianças e jovens que se apresentam com coral, orquestra e dança

Para Fabrício Noronha, secretário da Cultura do Espírito Santo, e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes estaduais de Cultura, é preciso descentralizar os recursos da cultura para que ela alcance cada vez mais atores. “Nosso Fórum Nacional defende a política de descentralização de recursos”, disse ele, durante o evento. “No entanto, precisamos ter em vista que a execução das leis não são um fim em si mesmo e que temos que comemorar as adesões e agora partir para a qualidade e segurança jurídica desse processo. Isso precisa estar no centro de nosso horizonte agora. Temos marcos legais importantes e inovadores, temos recurso financeiro e precisamos agora descer ao Brasil profundo levando os conceitos, as práticas e as políticas para todos os cantos. Estamos falando de uma política pública com impacto na vida do cidadão. A cultura é estratégia para o desenvolvimento do Brasil”, disse ele.

Para Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, a democratização do acesso é algo fundamental, mas a cultura brasileira precisa ir além. “É claro que esse tema continua sendo necessário. É claro que isso continua central num país tão desigual quanto o nosso. Mas precisamos encontrar um novo patamar de referência. E para mim, isso é a democratização da participação”, disse ele. “Não adianta só fazer o acesso à produção cultural. É preciso também garantir formação, fomento e fazer com que as pessoas possam ser protagonistas e sujeitos da sua própria transformação”, disse

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, participou do evento nessa segunda-feira. Para ela, é preciso avançar ainda mais nessa discussão porque o acesso à cultura brasileira já é um direito garantido pela Constituição. “Eu proponho a cultura democrática. Não é preciso democratizar a cultura. É preciso culturalizar a democracia. Se não tiver a cultura democrática permanente vai haver, vez ou outra, uma tentativa de, tempestuosamente, se cercear esses direitos”, falou.

“É preciso que, na cultura democrática, todo mundo seja capaz de exercer seus direitos a tal ponto que se sedimenta o que chamamos em direito de ‘sentimento constitucional democrático’. Ou seja, quando a sociedade acredita nisso, ela é a própria barreira contra essas investidas autoritárias que se sucedem e que, nos tempos atuais, são desafios permanentes no Brasil e em outros lugares do mundo. É contra isso que a cultura precisa ser consolidada e reinventada, no sentido de não permitir que essas investidas deem certo”, acrescentou a ministra.

* A repórter viajou a convite do Itaú Cultural




Fonte: Agência Brasil

Margaridas debatem impactos da violência contra mulheres rurais


marcha_margaridas_banner

Intimidações, humilhações, agressões, trabalho escravo doméstico, privação de liberdade, violência doméstica, estupros, feminicídio e outras mortes violentas são situações que atingem meninas e mulheres do campo, quilombolas, extrativistas, sem terras e ribeirinhas, além das residentes nos grandes centros urbanos.  

De acordo com Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que compila dados de registros policiais sobre criminalidade, em 2022, 1,9% dos feminicídios e 3,3% das demais mortes violentas de mulheres no Brasil ocorreram na área rural. Regiões onde ainda foram contabilizados 3,2% dos estupros registrados no ano passado, em todo o Brasil.

A Comissão Pastoral da Terra confirmou no relatório Conflitos no Campo Brasil 2022 a maior exposição feminina à violência. “As lideranças mulheres tendem a sofrer com situações de intimidação em maior proporção do que os homens”.

A violência é um dos 13 eixos temáticos da 7ª Marcha das Margaridas que ocorrerá na capital federal, nesta terça (15) e quarta-feira (16) . O tema desta edição é Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver.

A “margarida” e presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (PA) Maria Ivete Bastos, que chegou neste domingo à Brasília, diz que conhece bem a violência contra as mulheres rurais. A liderança revelou que sofreu ameaças pela atividade sindical no campo e teve que conviver com escolta policial por 10 anos para não morrer.

“Como os defensores de direitos humanos, nós sofremos com essa ganância dos que querem os nossos recursos, no caso, matam e intimidam por minérios, pela terra, madeira e jogam mercúrio no rio Tapajós e há outros tipos de ataques. Então, sofremos todo tipo de violação de nossos direitos. É por isso que estamos aqui, marchando pela luta e pelos nossos direitos, pela conservação, proteção dos povos da Amazônia”.

A secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) Maria José Morais Costa, a Mazé, coordenadora da 7ª Marcha das Margaridas, relembra da líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, que dá nome à marcha internacional e que foi assassinada há 40 anos por lutar pelos trabalhadores do campo. “Margarida será sempre a nossa inspiradora e é por isso que a gente segue em marcha”.

Brasília (DF), 14/08/2023 - A coordenadora geral da marcha das margaridas, Mazé Morais, durante o seminário

Coordenadora geral da marcha das margaridas, Mazé Morais, durante o seminário “Os Impactos da violência no cotidiano das mulheres do campo, da floresta e das águas” – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para debater os desafios do combate à violência no cotidiano das mulheres do campo, da floresta e das águas, dezenas de mulheres que chegaram a Brasília para participar da 7ª Marcha das Margaridas se reuniram, na manhã desta segunda-feira (14), com representantes do Ministério das Mulheres.

Desafios

No encontro, o governo federal apresentou as ações do Programa Mulher Viver sem Violência, retomado em março deste ano. A diretora de Proteção de Direitos da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Aline Yamamoto, expôs que o governo federal pretende ampliar, na área rural, a oferta de ferramentas para proteger mulheres em situação de risco e combater a violência de gênero, como as viaturas para o patrulhamento garantidor da Lei Maria da Penha; a interiorização das Casas da Mulher Brasileira, com serviços de atendimento e acolhimento; além da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180). A ligação é gratuita e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, em todo o território nacional.

“Devemos lançar, em breve, um pacto nacional de enfrentamento à violência contra a mulher e prevenção ao feminicídio, com a adesão de estados e municípios. O governo federal vai repassar os recursos [financeiros] e dar as diretrizes”, adiantou Aline Yamamoto.

Outras políticas públicas

O Ministério das Mulheres também levou à reunião a Política Nacional de Cuidados, que está em elaboração, e leva em consideração a alta carga de trabalho doméstico e de cuidados não remunerados, exercida majoritariamente pelas mulheres.  A secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, Rosane Silva, diz que essa cultura compromete a autonomia econômica das mulheres, reproduz a pobreza e a desigualdade de gênero, pelas barreiras de acesso à educação e ao trabalho. A secretária também citou que o governo está construindo um programa para garantir que as mulheres rurais tenham crédito e acesso a assessoria profissional técnica. Outra política destacada pela secretária Rosane Silva é a obrigatoriedade de igualdade salarial entre mulheres e homens, garantida por lei sancionada em julho  e que vale também nos territórios rurais .




Fonte: Agência Brasil

Obras em pavimento interditam alça no km 431 da Rodovia Assis Chateaubriand, em Martinópolis, a partir desta terça-feira




Trabalhos acontecerão somente no período diurno, das 7h às 18h, e previsão é de que terminem até sexta-feira (18). Obras em pavimento interditam alça na Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Martinópolis (SP)
Concessionária Eixo SP
Obras de melhorias no pavimento interditarão a alça de saída e de retorno localizada no km 431 da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Martinópolis (SP), a partir desta terça-feira (15).
Durante esse período, o trecho ficará fechado para o trânsito das 7h às 18h. A previsão é de que os trabalhos sejam encerrados na sexta-feira (18).
Para os motoristas que trafegam no sentido de Martinópolis e precisam realizar o retorno ou acessar a Rodovia Salim Farah Maluf (SPA 431/425), em direção a Caiabu (SP), a alternativa será utilizar o dispositivo seguinte, localizado a cerca de um quilômetro.
A alça terá trânsito liberado no período noturno. O trecho estará sinalizado e monitorado pelas equipes da concessionária Eixo SP para alertar aos usuários sobre o fechamento do trecho e indicar o caminho alternativo.
Em caso de chuva, os trabalhos poderão ser remarcados.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1