Projeto leva criadores de conteúdo para imersão em TI no Acre


Passar dias convivendo com as tradições e os costumes de uma comunidade indígena no meio da Floresta Amazônica, e estimular diálogos, reflexões e ações em defesa do meio ambiente. Esta é a vivência proposta pelo projeto Creators Academy, iniciativa do Instituto Oyá, uma organização não governamental liderada pela ativista e empreendedora social Kamila Camilo, que atua no debate sobre mudanças climáticas.

No fim de julho, o projeto levou um grupo de 70 comunicadores, a maioria composta de influenciadores digitais com milhares de seguidores nas redes sociais, para uma imersão de cinco dias na Terra Indígena Puyanawa, no extremo oeste do Acre, a cerca de 700 quilômetros (km) da capital, Rio Branco. No ano passado, um outro grupo havia feito uma imersão parecida em uma comunidade ribeirinha do Amazonas.

“A ideia é utilizar a força das pessoas que fazem comunicação e influenciam outras pessoas, para aumentar o volume [de informações]sobre os efeitos das mudanças climáticas”, aponta Kamila Camilo. “O maior desafio, para mim, da agenda climática no noticiário e na internet, é não ter o rosto das pessoas amazônidas. Só tem os números, as estatísticas. Quando a gente consegue dar o rosto das pessoas, trazer pessoas de mundos tão diferentes para conviver entre si, isso dá mais potência à mensagem”, acrescenta.

Projeto Creators Academy em terra indígena no Acre. Foto: Edgar Azevedo

Projeto Creators Academy proporciona imersão de cinco dias na Terra Indígena Puyanawa, no Acre – Edgar Azevedo

Durante a imersão, os participantes interagiram com os indígenas na fabricação de farinha de mandioca, um alimento ancestral, nadaram em um igarapé, com direito a banho de ervas medicinais preparado pelo cacique da aldeia, tiveram os corpos pintados pelos indígenas com jenipapo e urucum, participaram de danças ritualísticas, além de, principalmente, desenvolverem laços mútuos de afetividade e conexão real com os anfitriões.

O programa conta com patrocínio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), da Fundação Open Society e Smiles e da empresa Gol Linhas Aéreas.

Criador de conteúdo Mister Prav participa do projeto Creators Academy em terra indígena no Acre. Foto: Edgar Azevedo

Natural do Benin, Mister Prav foi um dos participantes do projeto Creators Academy em terra indígena no Acre – Edgar Azevedo

Percepções

Com mais de 146 mil seguidores nas redes sociais, o criador de conteúdo Mister Prav, que é natural do Benin, na costa oeste da África, estava no grupo que foi ao Acre e se emocionou com a experiência.

Além de trabalhos na área de moda e estilo de vida, Prav narra nas redes sua trajetória como imigrante africano no Brasil e ajuda a divulgar a cultura da África por aqui, algo que, apesar da profunda relação histórica entre os dois lados do Atlântico, os brasileiros pouco conhecem.

“Eu vim para viver, entender o povo Puyanawa. Essas mudanças climáticas não estão só afetando o Brasil, mas o mundo inteiro. Eu percebo que tenho lugar de fala. Minha missão agora é levar isso nas comunidades, tanto de africanos que estão aqui, quanto no continente africano.”

Diretora executiva da Perifa Connection, uma plataforma que articula redes de comunicação e mobiliza jovens de periferias de todo o país, Thuane Nascimento (Thux) destaca que, mais do viver uma experiência diferente e marcante, a imersão em terra indígena é um chamado à ação em defesa da floresta e dos povos que vivem nela, que são também periferia no sistema capitalista.

“Uma coisa muito importante que o projeto Creators Academy tenta colocar na pauta, não é só de as pessoas sentirem, fazerem a imersão, é de as pessoas saírem com o compromisso com a luta por justiça climática, contra o racismo ambiental, em defesa desses espaços, que são periféricos, pois não estão no centro sociocultural, político e econômico do Brasil”, observa.

Também convidada para a experiência, a artista indígena Kaê Guajajara alertou para a necessidade de se abrir para uma escuta verdadeira, que vai além da imersão em si. “A gente não pode apenas chegar num lugar com uma ideia formada, e sim entender aquele lugar e aí, sim, pensar no que podemos fazer juntos”, argumenta.

“Eu acredito que a gente possa afinar essa relação do que é realmente o bem-viver da Terra. Enquanto povos indígenas, a gente está pensando comunidades, na agricultura para comunidade, para o coletivo, e não na ideia de mercantilização. Não pensar na natureza como produto, mas como cultura. Não é só a gente chegar num povo, dizer que conheceu, mas ver como aplicar aquilo na vida, o que a gente pode estar fazendo, de fato, para estar mais perto desse bem-viver, de equidade”, acrescenta.

O influenciador digital Ivan Baron, que é uma pessoa com deficiência (PCD) e possui quase meio milhão de seguidores na internet, foi outro criador de conteúdo que participou da experiência. Baron foi uma das personalidades que subiram a rampa ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a posse, no dia 1º de janeiro, na companhia de nomes importantes como o cacique Raoni. Para ele, o cruzamento da pauta dos povos indígenas, da justiça ambiental e das pessoas com deficiência é fundamental.

O influenciador digital Ivan Baron participa do projeto Creators Academy em terra indígena no Acre. Foto: Edgar Azevedo

Influenciador digital Ivan Baron toma banho de igarapé na aldeia Puyanawa, no Acre, durante imersão do projeto Creators Academy – Edgar Azevedo

“Foi minha primeira vez numa aldeia indígena. Como pessoa com deficiência, enfrentei alguns desafios, como falta de acessibilidade. Eu acredito muito que é preciso fazer essa interseccionalidade, todos estamos em processo de evolução. Cresci como pessoa, pude me aproximar da pauta da justiça climática, da pauta dos povos indígenas e pretendo repercutir esses temas no meu trabalho”, afirmou.

Comunicação pela mudança

As primeiras incursões da paulistana Kamila Camilo na Amazônia datam de 2017, quando ela participou do projeto Barco Hacker, a convite de outra empreendedora social, Kamila Brito, que levou ativistas da tecnologia audiovisual para ilhas amazônicas no interior do Pará. Dali em diante, sua relação com o bioma nunca mais se rompeu. Outros trabalhos voluntários na região vieram e, por causa de sua atuação, ela chegou a participar de algumas edições da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) no exterior. Foi quando se deu conta que esse debate estava longe de fazer parte da vida de jovens brasileiros.

Projeto leva criadores de conteúdo para imersão em terra indígena no Acre

Ativista Kamila Camilo lidera o Instituto Oyá, responsável pelo projeto Creators Academy, que levou um grupo de criadores de conteúdo para uma imersão em terra indígena no Acre – Edgar Azevedo

“Durante uma dessas COP, em Glasgow, na Escócia, eu conversava com o Raull Santiago [comunicador e ativista] e a gente percebia que era tudo muito técnico, que essa conversa sobre mudanças climáticas jamais poderia chegar dessa forma no Complexo do Alemão e em outras periferias do Brasil”, relata.

“Eu saí desses eventos globais da ONU pensando: ‘Como é que vou colocar a sociedade junto pela Amazônia? Não é um assunto sexy‘. Olhando para esses modelos de impacto, eu não via nenhuma intervenção de comunicação, na agenda climática, que acelerasse a participação da sociedade, porque tudo era muito técnico, muito difícil de explicar”, diz Kamila.

Até que, analisando os modos atuais de consumo de informação de massa, a ativista percebeu uma brecha. O Brasil é, atualmente, o terceiro maior mercado consumidor de redes sociais do planeta. De acordo com uma pesquisa da Nielsen Media Research, cerca de 500 mil pessoas atuam como influenciadores no país, com pelo menos 10 mil seguidores cada.

A consultoria Cadastra aponta, por exemplo, que o aumento da utilização das redes sociais fez com que as pessoas passassem a buscar por informações e recomendações de produtos e serviços por meio de pessoas que elas admiram e em quem confiam. Nesse sentido, 60% das pessoas preferem creators que falem com elas e com quem se identifiquem na hora de tomar uma decisão de consumo ou comportamento. E mais de um terço desses usuários se sentem estimulados pela opinião de um influenciador de confiança.

“A única intervenção que eu via acelerando a mudança de comportamento da sociedade, até hoje, foi a propaganda, foi a comunicação. A comunicação é o fator central da aceleração da mudança de comportamento da sociedade. Se os jovens estão comprando porque os influencers estão orientando, se eles não vão ler, porque não têm paciência de ler, e precisam de informação rápida, mas de qualidade, será que posso mandar coisas para essas pessoas? Para conversar com essa galera, eu preciso conversar com quem eles confiam. Foi por isso que pensamos em trazer para cá as pessoas que falam a nossa língua, mas que não estão engajadas ainda na nossa causa por justiça climática”, afirma Kamila. O projeto coordenado

*O repórter viajou a convite do projeto Creators Academy.




Fonte: Agência Brasil

Homem é preso por furtar peças de hidrante da Santa Casa de Presidente Prudente




Suspeito, que pulou um muro de quatro metros, foi visto pelas câmeras de segurança da unidade de saúde. Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente (SP)
Luciano Silva/TV Fronteira
Um homem, de 34 anos, foi preso na madrugada deste domingo (13), após furtar duas peças de conexão de hidrante da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente (SP).
Segundo o Boletim de Ocorrência, o vigia da unidade de saúde foi avisado por um colega que trabalha no monitoramento de câmeras que um homem havia pulado o muro de cerca de quatro metros de altura e estava furtando a mangueira do hidrante.
O suspeito, quando viu o vigia acompanhado de dois Policiais Penais, saiu correndo levando duas peças de conexão do hidratante (empatação), deixando a mangueira para trás.
Segundo o segurança, cada peça custa em torno de R$ 100, mas como a mangueira foi cortada, cada jogo custa por volta de R$ 350.
Ao ser detido pelo vigia, foi possível recuperar as duas peças dentro da bolsa do homem, além da faca utilizada para cortar as mangueiras.
Ainda de acordo com o segurança da Santa Casa, que também trabalha em um shopping da cidade, na semana passada foram furtadas cerca de 20 peças semelhantes no centro de compras e, pelas imagens, o vigia acredita se tratar do mesmo suspeito.
No depoimento, o indiciado, que já foi preso por furto e é usuário de crack, disse que pulou o muro do local para procurar algum objeto e que não cortou as mangueiras, mas que o vigia o pegou com as peças.
Sobre o furto no shopping, disse não ser ele.
Foi representada a prisão preventiva do suspeito, que segue à disposição da Justiça.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Copacabana Palace completa 100 anos apostando em luxo com tradição


“Alô, é do Copa?”

Essa é uma das perguntas que a hoteleira Mariana Sousa mais ouviu no período que trabalhou no Copacabana Palace. E, nessa mesma época não houve frase mais repetida por ela do que “Belmond Copacabana Palace, Mariana, bom dia, como posso ajudar?”. Ela é uma das pessoas que ajudaram a escrever a história do hotel mais famoso do Brasil e que completa 100 anos neste domingo (13).

Mariana trabalhava no chamado guest service, em tradução livre, serviço de hóspedes. Eram de 100 a 200 ligações por dia. “A maioria era de pessoas querendo saber quanto custava uma noite, porque o Copa está no imaginário das pessoas, é o símbolo máximo de luxo e sofisticação para os brasileiros. Você pensa no Copacabana Palace, pensa em luxo ostentação. É uma coisa que geralmente não faz parte da maioria da vida dos cariocas ou da maioria dos brasileiros”, diz.

Localizado à beira da praia que é um dos ícones do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace, com 239 quartos e suítes, além de uma fachada imponente, é difícil de não ser notado.

Hotel Copacabana Palace

Hotel é símbolo de luxo e ostentação desde sua inauguração, há exatos 100 anos. Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Para Mariana, como estudante de hotelaria na Universidade Federal Fluminense (UFF), trabalhar no hotel era a chance de ter experiências únicas. Ela começou como estagiária e, posteriormente, foi efetivada. O telefone que tanto lhe acompanhou inspirou o trabalho final de curso. O telefone e a história da hotelaria de luxo carioca foi publicado em formato de artigo na Revista Hospitalidade.

“A comunicação na hotelaria é a base. Dificilmente, em qualquer empresa, você consegue controlar 100% a comunicação. Mas a comunicação com o hóspede tem que ser perfeita, a comunicação entre os funcionários tem que ser perfeita. Você tem que anotar tudo possível e imaginável, porque imagina se você esquece ou anota o apartamento errado de uma chamada de despertar e, no dia seguinte, o hóspede perdeu um voo? E se esse voo ia levar para uma reunião que ia fechar contrato de milhões de dólares e isso tudo partiu de você não ter anotado o apartamento? Parece uma coisa simples, mas as consequências são astronômicas”, explica.

O Copacabana Palace, em operação desde o dia 13 de agosto de 1923, foi um dos primeiros hotéis no Brasil a já começar as atividades com um serviço de telefonia, que havia chegado no país décadas antes, em 1877, trazido pelo imperador D. Pedro II. Quando inaugurado, o setor de telefonia contava com um chefe, um intérprete, auxiliares e os telefonistas da noite. “Era o reconhecimento da importância do setor de telefonia para o funcionamento do hotel mais luxuoso da cidade”, diz o artigo de Mariana.

A partir de 2014, o hotel extinguiu o cargo de telefonista, que era a pessoa responsável por receber as ligações e encaminhar ao devido setor para o atendimento. Agora, conta com o chamado guest service, que concentra o atendimento, evitando que o hóspede ligue em diferentes departamentos para resolver o mesmo ou diferentes problemas.

“Era bastante frenético porque o número do Copa, que eu nunca vou esquecer, por algum motivo está também no inconsciente de várias pessoas. Então, aquele telefone não para de tocar e você precisa dar conta de priorizar sempre o hóspede”, diz Mariana.

E ela conta que também recebia muitos trotes. “Teve uma vez, nas Olimpíadas [em 2016], que ligaram, foi uma ligação que eu peguei, dizendo que tinha uma bomba no hotel, imagina! Por sorte a gente já estava meio preparado, tinha tido um treinamento de segurança e eu segui o procedimento que tinham me passado. Mas é uma ligação bem tensa”.

Tratamento VIP

Ao longo de sua existência, o Copacabana Palace foi visitado ou hospedou reis, artistas, intelectuais e políticos como a atriz de Hollywood Ava Gardner; a cantora Janis Joplin; a princesa Diana e o Príncipe [agora rei] Charles; o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger; o cineasta Orson Welles, o beatle Paul McCartney, Santos Dumont e os futuros reis do Reino Unido Edward VIII e George VI.

Internamente, no atendimento, os hóspedes eram identificados por cores. E significava se eram celebridades, figuras públicas, hóspedes frequentes, jornalistas, executivos ou funcionários da própria rede do hotel. Os hóspedes mais importantes tinham um documento chamado show me you know me (mostre que você me conhece, em tradução livre). “Esse documento era interno e era colocado em alguns setores. Ele trazia a foto do hóspede VIP e algumas informações especiais daquela pessoa. Por exemplo, gosta de brigadeiros, é alérgica a tal coisa, gosta de tantos travesseiros”, diz Mariana.

Hoje ela não está mais no Copa. “A diferença que eu percebo dos hotéis que eu trabalhei é que em um hotel de luxo não existe a palavra não. A gente era proibido de falar um não para o cliente, e a gente se virava até conseguir aquilo que o hóspede estava pedindo, não importava o valor. Se era realmente algo impossível, oferecia algo bem semelhante”.

Deslumbre

12/08/2023, Fotos do acervo do Hotel Copacabana Palace. Hotel Copacabana Palace completa 100 anos. Foto: Arquivo/ Copacaba Palace

12/08/2023, O Copa já recebeu de reis a estrelas de Hollywood e atros do rock, que têm tratamento diferenciado pelos funcionários. Foto: Arquivo/ Copacabana Palace

O Copacabana Palace também teve um papel importante na história da professora da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF Ana Paula Spolon, que orientou o trabalho de Mariana. No final da década de 1980, Ana Paula estava no último ano do curso de tradução em São Paulo, quando foi passar férias de verão na casa de uma prima, no Rio de Janeiro. Naquelas férias decidiu trabalhar e conseguiu uma vaga como intérprete em uma joalheria que ficava no lobby do hotel.

“O primeiro dia eu entrei e pisei no lobby e falei ‘uau’, foi o primeiro grande uau profissional da minha vida e eu falei ‘eu quero isso aqui, quero brincar disso, quero trabalhar aqui, quero trabalhar em hotelaria, quero trabalhar aqui’, era o lugar”, conta. Ana Paula decidiu mudar de carreira e se profissionalizar.

Para ela, o que diferencia o Copacabana Palace de outros hotéis de luxo é a tradição. “Não vai haver grandes novidades aqui dentro, a tradição vai ser nosso mote. Agora, eles estão destacando nos 100 anos exatamente isso, publicando fotografias da história desses 100 anos, bem antigas. A tradição é o que segura. Isso vem muito forte na arquitetura, se olha para o skyline [termo que se refere a silhueta formada pelos prédios] da praia de Copacabana, ele é quase o único edifício antigo, o mais tradicional mesmo”, diz.

Para além de fascinar Mariana, Ana Paula diz que o Copa é alvo de interesse constante dos alunos e que muitos estagiaram ou trabalharam no empreendimento. A professora está, inclusive, conduzindo um estudo com eles sobre o hotel. Segundo as respostas obtidas na pesquisa em andamento com alunos e ex-alunos da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF que atuaram como estagiários ou funcionários do Copa, metade dos respondentes avalia como boa e, a outra metade como ótima a experiência que tiveram no hotel.

“Acredito que ele é um atrativo por si, muitas pessoas vão para realmente ficar no hotel e chegam até a não aproveitarem a cidade. Ele também é muitas vezes visto pela sociedade (principalmente cariocas) como um objetivo ou uma conquista. Pois muitas vezes, enquanto eu estava trabalhando lá, tinha pessoas que mandavam mensagens falando quanto tempo estavam esperando essa hospedagem. É um status muito forte estar lá, se hospedar lá”, diz um dos respondentes. A pesquisa está sendo realizada pela Rede de Estudos em Hospitalidade, grupo de pesquisa liderado por Ana Paula Spolon.

Hotéis de luxo

Além do Copacabana Palace, outros 55 hotéis de portes variados compõem a lista dos hotéis de luxo vinculados a Brazilian Luxury Travel Association (Associação Brasileira de Viagens de Luxo). De acordo com Ana Paula, o que define um hotel de luxo não é, ao contrário do que se pode pensar, a tecnologia, uma vez que hotéis luxuosos inclusive podem oferecer experiências para que os hóspedes fiquem desconectados, e sim o cuidado.

“O cuidado extremo, no sentido de esmero na prestação de serviço, aquele esforço constante diário e que está nas pessoas, nos funcionários da hotelaria de luxo. São pessoas muito atentas a detalhes para prestar um serviço”.

Mesmo com preços elevados, segundo Ana Paula, o mercado de luxo tem público. “Por incrível que pareça existe mercado sim, existe muita gente disposta a pagar o que for preciso para ter privacidade, exclusividade, sossego, vivenciar o que a classe média não alcança”. No Copacabana Palace, os preços variam de R$ 2,2 mil a R$ 25 mil por noite.

O Copa

12/08/2023, Fotos do acervo do Hotel Copacabana Palace. Hotel Copacabana Palace completa 100 anos. Foto: Arquivo/ Copacaba Palace

12/08/2023, Inaugurado em 1923, o hotel é um dos poucos edifícios antigos que permanecem decorando a paisagem da orla de Copacabana. Foto: Arquivo/ Copacabana Palace

Além dos quartos, o Copacabana Palace conta com 13 salões para eventos com capacidade para até 2 mil pessoas, piscina semiolímpica, SPA, quadra de tênis, centro fitness. É também, o único hotel na América Latina com dois restaurantes com estrela Michelin (avaliação internacional que indica a qualidade do restaurante), o MEE e o Ristorante Hotel Cipriani. Além de um restaurante de comida internacional, o Pérgula.

O portal Brasiliana Fotográfica da Fundação Biblioteca Nacional e Instituto Moreira Salles reuniu imagens históricas e do hotel e resumiu a história do local. Segundo o portal, o Copacabana Palace era, na época de sua inauguração, o maior hotel da América Latina e representava a modernidade da cidade.

O hotel foi construído a pedido do então presidente Epitácio Pessoa. Em 1919, ele solicitou aos empresários Octávio Guinle e Octávio Rocha Miranda que construíssem hotéis para abrigar os visitantes da Exposição do Centenário da Independência do Brasil. Nessa ocasião o Brasil receberia chefes de Estado e pessoas ilustres de todo o mundo. Pessoa queria tornar o Brasil um país conhecido e respeitado no cenário internacional da época.

O Copacabana Palace não ficou pronto em 1922, para o centenário, e acabou sendo inaugurado oficialmente em 13 de agosto de 1923 com a visita do presidente da República à época, Artur Bernardes, em companhia de outras autoridades, dentre elas o prefeito do Rio de Janeiro, Alaor Prata.

O hotel foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, responsável por outras obras da cidade, como a do Hotel Glória e a do Edifício Joseph Gire, que ficou conhecido como Edifício A Noite. O prédio foi construído com cimento alemão, mármore de carrara e adornado com vidros e lustres da Tchecoslováquia, móveis franceses, tapetes ingleses e cristais da Boêmia.

Em 1989, a família de Octávio Guinle vendeu o Copacabana Palace para o grupo Orient-Express que, posteriormente, passou a chamar Belmond. Atualmente, o hotel é de propriedade do grupo francês LVMH, com comprou o Belmond em dezembro de 2018. O Copa é tombado em nível federal, estadual e municipal.




Fonte: Agência Brasil

Mulheres à frente é tema do Caminhos da Reportagem deste domingo


Nos últimos dez anos, a maioria (51%) dos lares brasileiros passou a ser chefiado por mulheres, segundo recorte da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE. Em 2012, a liderança era dos homens em 64% dos domicílios. No episódio deste domingo (13) do Caminhos da Reportagem (13/08), Mulheres à frente – retratos da desigualdade, que vai ao ar às 22h, a TV Brasil entrevistou chefes de família, que revelaram várias situações – algumas a serem comemoradas, outras nem tanto.

A empresária Siomara Damasceno, de Brasília, é a cabeça dos negócios e da família, formada também pelo marido e o filho. Ela é dona de uma loja de materiais de construção e se tornou consultora a partir de vídeos que faz sobre o assunto para a internet. “Eu acho que quando o homem é chefe da família, não passa pela cabeça dele se a escola do filho está ensinando o que realmente prometeu no dia da matrícula, essas preocupações menores não passam pela cabeça dele”, exemplifica.

Mesmo sendo um caso de sucesso nos negócios, Siomara enfrenta preconceito. Ela conta que ao participar de um encontro nacional de sua área, sentiu o machismo. “Eu estava há três dias no evento respondendo, porque meu marido não veio, eles não viam que eu era a representante da minha loja”, diz. Para Renata Malheiros, coordenadora nacional de Empreendedorismo Feminino do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as mulheres têm que se destacar em competências técnicas e socioemocionais, o que nem sempre é exigido dos homens. “Ainda vemos muitos olhares e conversas que são, na verdade, vieses inconscientes baseados em estereótipos de gênero”, afirma.

13/08/2023, Renata Malheiros do Sebrae, diz que mercado de trabalho é mais exigente com mulheres. Foto: TV Brasil

13/08/2023, Renata Malheiros do Sebrae, diz que mercado de trabalho é mais exigente com mulheres. Foto: TV Brasil – TV Brasil

A empresária Daniela Lacerda também sente essa diferença. Dona de uma rede de supermercados em Feira de Santana, na Bahia, há ainda quem se espante com sua liderança. “Eu encontrei muito mais barreiras e olhares minuciosos sobre a minha competência”, afirma. Por ser nordestina, a empresária diz que os preconceitos são ainda maiores. “A gente sente um pouco de xenofobia, de preconceito por ser jovem, mulher e nordestina, o sotaquezinho, às vezes, incomoda”. Mas ela é categórica: “meu oxente ainda vai ultrapassar muitas barreiras”.

O Nordeste é a região brasileira onde há mais mulheres chefiando lares no país, em 53% das residências, de acordo com a Pnad Contínua. Já no Sul e Sudeste, a maior responsabilidade ainda recai sobre os homens, com 51,3% e 51,2%, respectivamente.

A aposentada Maria das Dores lembra a época pós-divórcio, em que criou os três filhos sozinha. Trabalhando de segunda a domingo, ela ainda conseguiu construir uma casa, mesmo com o dinheiro apertado. E reflete, ao lembrar o que passou: “eu sei que fiz tudo que podia e mais um pouco, mas se uma pessoa sozinha faz o que fiz, imagina se eu tivesse mais suporte financeiro”.

Para a economista e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Luiza de Holanda Barbosa, a informação de que a maioria das famílias é chefiada por mulheres também revela outra face da realidade: a feminilização da pobreza. “Elas ganham menos que os homens, estão em empregos mais vulneráveis e quais são as implicações disso para essas famílias? Entre as famílias pobres, você tem uma maioria chefiada por mulheres”, afirma.

13/08/2023, Ana Luiza de Holanda Barbosa (IPEA), pontua que há a feminização da pobreza. Foto: TV Brasil

13/08/2023, Ana Luiza de Holanda Barbosa (IPEA), pontua que há a feminização da pobreza. Foto: TV Brasil – TV Brasil

A diarista Iraildes Rodrigues vive isso na pele. Ela vem de uma geração de mulheres abandonadas por seus maridos, em que as mães se responsabilizaram pela família. Vivendo em um barraco de madeira, em uma invasão na capital do país, ela passou fome e teve dificuldades em criar os oito filhos. “O mais velho cuidava dos menores, porque se eu pagasse alguém, eles não teriam o que comer”, lembra.

13/08/2023, Iraldes criou 8 filhos sozinha, com dificuldades. Foto: TV Brasil

13/08/2023, Iraldes criou 8 filhos sozinha, com dificuldades. Foto: TV Brasil – TV Brasil

Este é o retrato das mulheres chefes de família da linha da pobreza, segundo Débora Thomé, cientista política e pesquisadora do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp), da Fundação Getulio Vargas. “Quando você observa esse grupo, a maior parte das pessoas é de mães, pretas e pardas, que cuidam sozinhas de seus filhos, que não têm com quem compartilhar a renda. É um grupo ultra prioritário para se pensar em políticas públicas”, diz.

13/08/2023, Debora Thome (FGV), diz que maior parte de chefes de família pobres são mulheres pretas e pardas. Foto: TV Brasil

13/08/2023, Debora Thome (FGV), diz que maior parte de chefes de família pobres são mulheres pretas e pardas. Foto: TV Brasil – TV Brasil




Fonte: Agência Brasil

São Paulo abre quarta-feira o Festival Cultura e Pop Rua


O Festival Cultura e Pop Rua – População em Situação de Rua e Direito à Cultura, que começa nesta quarta-feira (16), na capital paulista, oferecerá até sexta-feira (18) apresentações artísticas e oficinas de cultura gratuitas e serviços diversos, além de debates com representantes de organizações, projetos e coletivos de cinco países e cinco estados. Todas as atividades serão direcionadas à população em situação de rua.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2022, pelo menos 281 mil pessoas que não têm onde morar vivem atualmente nas ruas de cidades brasileiras. Vivendo nas ruas, as pessoas têm dificuldade de acesso a direitos básicos, como alimentação, saúde, educação e cultura.

Para discutir o papel das instituições culturais na melhoria da vida deste público, estão previstos ainda debates com representantes de organizações, projetos e coletivos do Reino Unido, da França, do Uruguai, da Argentina e da Colômbia, e cinco estados brasileiros: Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A programação foi construída em cocriação com movimentos sociais de população em situação de rua, agentes, coletivos e instituições culturais atuantes nos territórios Luz, Santa Efigênia, Bom Retiro e Campos Elíseos, onde estão localizados o Museu da Língua Portuguesa (instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo) e o (Serviço Social do Comércio) Sesc Bom Retiro, idealizadores do evento, que é correalizado pela prefeitura da cidade de São Paulo.

Tanto nas rodas de conversa quanto nos espaços de apresentação, terão protagonismo os artistas do território, assim como pessoas em situação de rua, incluindo: All Ice, Angoleiros do Sertão,  Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Itinerância Poética, Libertat, MC Pedrão, Pagode na Lata, Paulestinos, Samba do Bule, Teto, Trampo e Tratamento, Nego Bala, MC Binh e Savio Muan, representantes de São Paulo, e o Coral Uma Só Voz, do Rio de Janeiro, entre outros.

Destaques

Na quarta-feira, está previsto um minicurso para trabalhadores da cultura no teatro do Sesc Bom Retiro sob a coordenação de Matt Peacock, do Reino Unido, diretor da entidade Arts &  Homelessness International (AHI), e com participação de Patrick Chassignet, da França, chefe do setor Da Rua à Moradia, do Departamento de Missões  Sociais da Fundação Abbé Pierre e cocriador do festival C’est pas du Luxe! (Não é luxo!).

Na quinta (17) e na sexta-feira (18), as atividades estão programadas para espaços do Museu da Língua Portuguesa e na rua em frente à Estação da Luz, incluindo rodas de conversa com entidades nacionais e internacionais que tratam do tema população de rua e cultura; tendas para oficinas de cultura com temas variados e apresentações artísticas no tablado e no térreo do Museu da Língua Portuguesa (Pátio B e Saguão B).

Toda a programação é livre, gratuita e aberta à participação de qualquer pessoa. Nestas datas, a entrada no Museu da Língua Portuguesa também será gratuita para todas as pessoas, em comemoração à realização do festival.

Também na quinta e na sexta, haverá na rua tendas de serviços para pessoas em situação de rua, tais como alimentação, saúde, corte de cabelo e embelezamento, banho, vacinação, emissão de documentos e atendimento de cuidados para os cães.

Outro destaque é a apresentação, quarta e quinta-feira, da peça Cena Ouro – Epide(r)mia, no Teatro de Contêiner, com argumento e produção da Cia. Mungunzá de Teatro e textos escritos pelos artistas da cena e direção, o espetáculo conta com supervisão dramatúrgica de Verônica Gentilin e direção de Cris Rocha, Georgette Fadel e Tânia Ganussi.

 As apresentações serão gratuitas, com retirada de ingressos na hora, de acordo com o limite da sala.

Haverá ainda o encontro do Pagode na Lata – proposta cultural-educacional focada na redução de danos junto aos usuários da Cracolância – com o Sexteto Aurum da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp). Na sexta-feira, apresentam-se Nego Bala e MCs do território da Luz.

Ainda na sexta-feira, às 19h, no Museu da Língua Portuguesa, será entregue o Prêmio 19 de Agosto, que reconhece boas práticas no trabalho com a população em situação de rua.

 A programação do Festival Cultura e Pop Rua pode ser consultada neste site.




Fonte: Agência Brasil

Filho é preso por agredir o próprio pai, de 76 anos, em Adamantina | Presidente Prudente e Região


De acordo com informações da Polícia Militar, que foi acionada por violência contra idoso, a vítima informou que por estar arrumando alguns fios, e como estava fazendo barulho, o filho se sentiu incomodado, indo até ele e agredindo, ocasionando uma lesão.




Fonte: G1

Concerto no Rio une alunos e músicos da Orquestra Petrobras


A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPS) e sua Academia Juvenil sobem pela primeira vez ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para um concerto conjunto, em comemoração ao Dia dos Pais, neste domingo (13), às 11h. Os ingressos têm preço simbólico de R$ 2 e podem ser adquiridos tanto na bilheteria física do teatro quanto na internet. A classificação etária é livre, e o concerto tem duração de 60 minutos.

“Os alunos estão muito contentes, porque o sonho de todo jovem que quer tocar um instrumento é, um dia, chegar a uma orquestra profissional. Então, a OPS dá essa oportunidade, para que eles sintam esse gostinho. Estão superanimados, embora um pouco ansiosos, como é normal, porque eles querem render bem. Estão do lado de seus professores, dos músicos da orquestra. É muito bacana esse momento para eles”, destaca em entrevista à Agência Brasil o maestro Sammy Fuks, professor da Academia Juvenil.

Ele e o também regente Tomaz Soares dividirão o palco no concerto do domingo. Ambos são músicos da OPS, sendo o primeiro flautista e, o segundo, violinista. Regente da Academia Juvenil desde 2019, Fuks comentou que alguns alunos nunca pisaram no palco do Municipal para fazer uma execução musical. O local é considerado sagrado para o Rio de Janeiro porque por ali passam sempre grandes músicos, artistas, bailarinos.

“É uma grande honra para eles tocar naquele palco”, diz Fuks. A Academia Juvenil da OPS realiza, em média, dois concertos por semestre, sendo o mais importante o do encerramento do ano letivo. Os jovens já se apresentaram em espaços importantes, como a Sala Cecília Meireles. “Eles tocam sozinhos, porque precisam também ter essa autonomia e se defenderem, sem a ajuda dos professores e dos músicos da OPS do lado.”

Repertório

O repertório do concerto integrado traz músicas que passeiam do clássico ao popular, incluindo obras de Beethoven, Bizet, Brahms, Villa-Lobos e da dupla Sivuca e Glória Gadelha, cuja música Feira de Mangaio ganhou arranjos sinfônicos da violinista Ágatha Lima, aluna egressa da Academia Juvenil. Ágatha entrou na terceira turma do projeto quando tinha apenas 14 anos e, atualmente, faz pós-graduação em Viena, na Áustria.

Ao todo, participarão do concerto de integração 71 músicos, dos quais 29 são alunos da Academia Juvenil e 27 são da Orquestra Petrobras Sinfônica. Desses, 15 são professores do projeto. Além deles, haverá 15 músicos convidados, entre jovens universitários e concertistas egressos da própria Academia Juvenil.

Rio de Janeiro, 11/08/2023, Academia Juvenil da Orquestra Petrobrás Sinfônica. Foto: Renato Mangolin/Divulgação

Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica – Renato Mangolin/Divulgação

O maestro Tomaz Soares destacou o fato de os alunos apresentarem diversidade em origens, gêneros e credos, o que amplia a representatividade em cena. Entre os alunos da academia, 60% são pretos e pardos e 30%, mulheres, o que impacta de forma positiva no futuro da música de concerto, na avaliação de Soares. Ele é professor da Academia Juvenil da OPS desde 2012, quando ela foi criada.

A Academia Juvenil oferece, gratuitamente, um ciclo de estudo de dois anos a jovens oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias, preparando-os para o teste de habilidade específica (THE), exigido dos músicos para o ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Aprovação

A coordenadora pedagógica da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, Monique Andries, considera que o concerto de integração demonstra a importância do projeto socioeducativo pelo qual passaram 150 alunos, desde sua criação. O projeto começou só com cordas e expandiu também para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de dois anos do projeto. A média de aprovação no THE alcança 97%. Mas, nos últimos três anos, tem atingido 100%, informou Monique à Agência Brasil. “Todos os academistas que fizeram o teste foram aprovados”.

Para ingressar na Academia Juvenil da OPS, o interessado já tem que saber tocar um instrumento e entender de leitura de partitura. É exigido também solfejo (leitura cantada das notas musicais de uma partitura). É feita uma audição anual, geralmente em fevereiro. “As vagas dependem da necessidade que se tem a cada ano. A procura é muito grande. Eles passam por uma banca da OPS, composta de professores da academia, que selecionam os que estão mais avançados”, explica o maestro Sammy Fuks.

A idade mínima é 15 anos e, a máxima, 20. “A gente pega esses alunos que estão querendo se profissionalizar e, principalmente, querendo entrar nas universidades de música federais”, diz o maestro. Na academia, eles têm aulas de teoria e percepção musical e prática de orquestra. Os 29 alunos do projeto se dedicam ao aprimoramento dos seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompete, trompa e percussão.

Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais conceituadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita por distintos estilos e linguagens. Seu diretor artístico e maestro titular é Isaac Karabtchevsky, um nome consagrado no panorama nacional e internacional.




Fonte: Agência Brasil

Pais quilombolas e indígenas defendem legado de respeito à natureza


A herança nas plantas da roça, no barulho do rio, no rochedo do monte, no canto dos pássaros, no movimento das manhãs, no silêncio da noite. O valor do respeito à terra e da luta para se manter no mesmo lugar. Para comunidades tradicionais, o significado da paternidade não está na ligado a bens que são deixados, mas ao legado que permanece. 

“O pai deve passar tudo. É um livro aberto a ensinar. Herança não tem o mesmo sentido que se tem em grandes cidades. Há uma diferença grande de olhar”, diz o indígena Hilário Kanaykõ Xakriabá, de 62 anos, morador da Aldeia Barreto Preto, em São João das Missões (MG).

A herança que ele recebeu do pai e que passou aos quatro filhos é o de reverenciar, conforme entende, as palavras e os gestos. Na comunidade em que vive, são cerca de mil pessoas na prática de agricultura de subsistência. Lá plantam milho, feijão, arroz, abóbora, melancia…

“Precisa respeitar o meio ambiente para a roça e para a pesca continuarem vivas”. Ele explica que o seu povo está em 42 aldeias, incluindo também os povoados que vivem em Itacarambi, cidade vizinha. Ele diz que o pai, na figura dos mais velhos e também dos caciques, é ouvido em cada palavra pelos mais novos.

12/08/2023, Filha Márcia e José Fragoso. - Matéria para o dia dos pais. Foto: Aquivo Pessoal

12/08/2023, Márcia Ferreira da Silva destaca os ensinamentos de luta pela terra transmitidos pelo pai, José Fragoso. Foto: Arquivo Pessoal

Um professor

A herança é a luta, conforme explica o cacique José Fragoso, de 71 anos, do povo pataxó. Ele vive em Bom Jesus da Lapa (BA), na Aldeia Tibá. Ele é pai de cinco filhos. E busca tentar passar o que ouviu do pai dele e também do avô. “O pai é como um professor. O que eu ouvi passei pra eles”.

“Eles” são mais até que os filhos biológicos. São as mais de 100 pessoas que vivem na aldeia. Como Fragoso se tornou o mais velho no lugar, é como se fosse um pai deles todos. Foi com os mais antigos que aprendeu o melhor momento para a banana, abacaxi, melancia e para o urucum. Aprendeu que tem que haver respeito à natureza. O excedente do que consomem é vendido em feirinha na região. Neste ano, a prefeitura com o que é plantado pelos indígenas, motivo de grande orgulho do pai indígena.

Uma das filhas do cacique é a agente de saúde Márcia Ferreira da Silva, de 47 anos, que se emociona ao falar do pai. “Ele me ensinou o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Ele sempre focou muito valorizar a mãe terra, a nossa cultura e o modo de viver, para não deixar acabar. Ele nos motiva sempre a nunca desistir”.

Quilombo, o gol e o futuro

12/08/2023, Florisvaldo e Marcos Flávio. - Matéria para o dia dos pais. Foto: Aquivo Pessoal

12/08/2023, Orgulho do pai, Florisvaldo, Marcos Flávio é surdo e jogador da Seleção Brasileira para deficientes auditivos. Foto: Arquivo Pessoal

Ainda em Bom Jesus da Lapa (BA), uma comunidade quilombola, a Araçá Cariacá, também busca manter os ensinamentos dos pais, dos mais velhos. Florisvaldo Rodrigues, de 51, vive em gratidão com a comunidade de mais de 700 pessoas. Ele recorda que o maior presente como pai que ele recebeu foi o apoio de todos na criação de um filho deficiente auditivo, Marcos Flávio da Silva, de 25 anos.

“As pessoas me ajudaram, estimularam que ele praticasse esporte e hoje ele joga em Brasília, na Seleção Brasileira para pessoas com deficiência auditiva”. Segundo ele, um presente que ele não esperava.

O rapaz afirmou, à reportagem da Agência Brasil,  que tem muito amor pela comunidade em que nasceu e cresceu, e também e pelo pai que o impulsionou a buscar seus sonhos. “Eu agradeço muito por esse momento que estou passando e quero ajudar a minha família. Como surdo, eu fiquei muito feliz por eles me aceitarem. Eu tenho muito intimidade com meu pai porque ele é guerreiro e amoroso por mim e para minha família. Estou sem palavras para dizer”. As palavras e os sonhos concretizados do filho formam o golaço que o pai comemora todos os dias.




Fonte: Agência Brasil

Quatro apostadores dividem prêmio da Mega-Sena de R$ 116,2 milhões


Quatro apostadores – dois de Sinop (MT), um de Fortaleza e um de Uberaba (MG) acertaram as seis dezenas no Concurso 2.620 da mega-sena realizado na noite desse sábado (12) em São Paulo. Cada um vai receber R$ 29 milhões.

Os números sorteados foram 04 – 06 – 13 – 21 – 26 – 28.

A quina teve 404 ganhadores e pagará o prêmio individual de R$ 23.042,04. Os 21.667 vencedores da quadra receberão, cada um, R$ 613,76.

O próximo sorteio da Mega-Sena será quarta-feira (16). A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5. As apostas podem ser feitas até as 19h do dia do sorteio, tanto nas casas lotéricas quanto pela internet, no site das loterias Caixa.




Fonte: Agência Brasil

Pais que lutam: eles combatem racismo e se multiplicam em amor


12/08/2023, Um pai e três filhos- Matéria para o dia dos pais. Foto: Aquivo Pessoal

12/08/2023, Um pai, três filhos: Pedro aprende sobre respeito e diversidade dentro da própria casa – Foto- Arquivo Pessoal

“Do Leme ao Pontal, não há nada igual…”. Foi à beira do mar, no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, cantada pelos versos de Tim Maia, que a história de uma família recomeça. Foi lá, há cerca de 10 anos, que Juliano Almeida expressou para o marido, Roberto Jardim, sobre o maior sonho: ser pai. Um grande amigo de longa data, Ricardo Souza, que é solteiro, também se sensibilizou com as palavras de Juliano, e resolveu ajudar intensamente na procura e nos trâmites da adoção de um menino. O sonho na beira da praia responde hoje como uma realidade. Pedro tem oito anos, é negro e chama os três homens de “pai”. Uma história de proteção multiplicada e, como todo amor, não há igual…

Aliás, desde cedo, o menino ouviu em casa que ninguém é igual. “Alguém comentou na escola que ele era adotado e ele veio perguntar para a gente. Ele lida de uma forma muito tranquila porque a criança entende como natural”, afirma Juliano, de 50 anos, que é produtor cultural. Para os adultos, uma transformação em andamento.

“Ser pai é uma oportunidade que a pessoa tem para se tornar um melhor ser humano”, entende o marido Roberto, que trabalha como contador. “É uma mistura de sensações. Ao mesmo tempo que é um amor que não tem como medir, é uma preocupação diária que dividimos”, avalia o amigo, Ricardo, de 49, estilista, que está morando na cidade de Cabo Frio, a 200 km da capital fluminense.

Juliano recorda que foi despertado também para ser pai ao observar e sofrer diante das injustiças como a fome e abandono nas ruas. Ele, o marido e o amigo multiplicam-se também entre eles para equilibrar amor e limites no processo de educação. Os três buscam, na medida do possível, agendar eventos e até viagens para os quatro estarem juntos. Um compromisso deles na criação do menino é tratar a diversidade de forma natural e ser contra toda forma de preconceito. “Ele ainda não passou por episódio de racismo. A gente traz para ele a naturalidade da pluralidade de cor de pele, de sexo e de religiões”.

“Ele me procurou para falar de racismo”

Nesse caminho, o sociólogo Helton Souto, presidente do Instituto Dacor (Ong de combate ao racismo), entende que é possível tratar de temas como o preconceito racial de uma forma natural com a criança, a fim de que ela se sinta empoderada para perguntar o que quiser. Como pai de Augusto, de 7 anos, um menino negro, como ele, Souto entende que falar de racismo é desafiador a qualquer momento, mas necessário. Ele, a mãe, que é branca, e o filho vivem em São Paulo (SP).

“A valorização da identidade e da autoestima é bastante Importante. Às vezes, uma criança negra vai ter que lidar com manifestação de racismo de uma forma muito crua”. O pesquisador lida com esse tema em casa. “É preciso fortalecer essa identidade e a oportunidade de falar sobre isso. Meu filho viveu uma situação racista na escola. Falaram do cabelo dele. Ele chegou em casa sem entender. Ele puxou esse assunto e conversei com ele”. Desde então, o garoto encontra no pai um ouvido atento para eventuais surpresas e dúvidas sobre tudo o que é incompreensível.

A experiência fez com que os pais do menino procurassem a escola para conversar, o que foi uma oportunidade de uma aproximação contra o racismo. A forma natural de falar sobre preconceito acaba sendo tratada até quando vão jogar videogame e não encontrarem um personagem de pele e cabelo semelhante aos do pai e filho. “Eu não vou dar aula sobre identidade racial para meu filho. A vivência é o melhor caminho”. O pai fica orgulhoso do filho, que mesmo tão cedo questiona por que ainda tem tanta gente em situação de rua.

Conversa enquanto brinca

Pai de uma menina de cinco anos de idade, Liah, o professor de educação física Anderson Rosa, de 36, morador de Brasília, tem a parceria da esposa, Lélia Charliane, que é professora de história.  “A gente divide todas as tarefas. Não existe essa coisa de tarefa de homem e tarefa de mulher. Com a minha filha, a gente brinca de tudo. A gente sempre está conversando”.

O pai pergunta como é que foi o dia dela. E cada dia tem uma novidade. Um dos temas é a conversa sobre a diversidade da cor de pele. “A gente procura falar para ela o tempo todo essa questão de ela ser negra. Criamos ela para ser empoderada mesmo”.

Foi a esposa, diretamente, e a filha, pela presença, que o professor entendeu que é necessário se defender dos preconceitos. “A gente tem conversado com ela desde pequena. Conseguimos mostrar para ela de uma forma natural”.

Inspirações

12/08/2023, O pai Hugo Teles com seus filhos. - Matéria para o dia dos pais. Foto: Aquivo Pessoal

12/08/2023, Hugo Teles, pai de Camila e João, afirma que adoção e racismo não são tabus dentro de casa. Foto: Arquivo Pessoal

Por falar em experiência forte, a história de paternidade do advogado Hugo Teles, de 44 anos, é inspiradora. Pai de João, de 13 anos, e de Camila, de 12, ele se preparou para a paternidade, a grande experiência de sua vida. Ele e a esposa, Karina, adotaram os amores da vida quando eram bebês. Tudo foi tão transformador para ele que se tornou voluntário em um grupo de apoio à adoção.

Quando criança, ele teve um câncer linfático e, depois, descobriu que era estéril. “Optamos pelo caminho da adoção. Nessa caminhada, eu construí a minha a minha ideia do que seria um pai antes dos meninos chegarem”. Ele e a esposa começaram a frequentar grupos de apoio e discussão de paternidade e maternidade por adoção. “Foi tão inspirador que passamos a ajudar as pessoas que estavam na nossa situação anterior”.

Nesses grupos, puderam compreender mais sobre preconceitos, estigmas e desafios. Os pais brancos e os filhos negros conversam sobre racismo mesmo entendendo que, no caso da família deles, não houve até hoje algo explícito. “Depois que eu me tornei pai por adoção, comecei a perceber de uma forma diferente o racismo estrutural que existe no Brasil”.

Para conversar sobre adoção e diversidade, o pai encontrou no cinema, e em histórias de heróis como Super-Homem e Homem Aranha, entre outros, um caminho. “Muitos super-heróis são filhos por adoção, por exemplo”. Além do cinema, o pai é parceiro do futebol de João e aprendeu pratos diferentes porque a filha gosta de cozinhar. O paizão não para nunca. Pula na piscina, anda de bicicleta, leva para escola. E volta para o grupo de adoção para ajudar outros pais a desfrutar da alegria, da aventura mais desafiadora e do amor incondicional que certa vez imaginou não ser possível.




Fonte: Agência Brasil