Coppe inaugura planta piloto para produção de hidrogênio verde


O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) inaugurou nesta sexta-feira (11) uma planta piloto de produção de hidrogênio verde, uma parceria da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.

A professora Andrea Santos, coordenadora do projeto e do Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS), ligado ao Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, explicou à Agência Brasil que a energia que vai ser utilizada para produzir o hidrogênio vem de fontes renováveis. No caso da Coppe, será usado o sistema solar fotovoltaico que vai promover o processo de produção que envolve eletrólise da água. O equipamento é um eletrolisador que faz a separação dos gases, produzindo o H2, que é o hidrogênio.

“Basicamente, nesse processo químico de produção, a gente tem como liberação oxigênio e vapor d’água. É um processo não poluente que apresenta como resultado esse hidrogênio que não é poluente”. A professora Andrea informou que o hidrogênio verde será aplicado na Coppe em pesquisas nas áreas de energia e transportes.

Eletricidade

Na parte de energia, será estudado o comportamento do hidrogênio na geração de eletricidade por pilhas a combustível de óxido sólido. “Essa parte da energia é interessante porque a gente tem uma questão muito específica do Brasil, que é um potencial gigante para produzir energia a partir de fontes eólica e solar. Só que a grande dificuldade é a intermitência dessas fontes”. A ideia é que o hidrogênio, como vetor energético, sirva como um armazenador de energia e possa ser usado para gerar eletricidade.

Rio de Janeiro (RJ), 11/08/2023 - Inauguração de uma planta piloto de produção e aplicabilidade de hidrogênio verde na Coppe/UFRJF, na Cidade Universitária, pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Projeto da Coppe envolve pesquisa em micro mobilidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Na prática, Andrea explicou que o Brasil vai ter esse combustível renovável apoiando na transição energética do país, e até do mundo, para o baixo carbono ou zero carbono. Também poderá haver utilização em vários setores da indústria como, por exemplo, para produzir aço verde, na mineração, na produção associada de amônia para fertilizantes, reduzindo a dependência da importação da Rússia.

Além da eletricidade, os pesquisadores da Coppe vão estudar alguns ‘gaps’ (lacunas) tecnológicos. “É um projeto de pesquisa onde a gente vai entender como pode gerar energia e lançar essa energia na rede, funcionando como um smart grid (rede inteligente ou sistema de distribuição e transmissão de energia elétrica que utiliza recursos digitais e da Tecnologia da Informação). Porque ainda é muito carente, em várias partes do mundo, ter um sistema inteligente de geração de energia de injeção na rede e de diferentes usos (residencial, industrial, entre outros)”.

Mobilidade

Para a parte de transporte, o projeto da Coppe envolve pesquisa em micro mobilidade. O Instituto adquiriu bicicletas a hidrogênio, em que os pesquisadores já estão fazendo testes de autonomia. O tanque das bicicletas é um cilindro de dois litros, que se equipara a uma garrafinha de água, onde é injetado gás. “Com isso, a gente tem uma autonomia de 150 quilômetros”. Há um ganho significativo em relação às atuais bicicletas elétricas. Segundo a professora Andrea Santos, a grande questão é que a bicicleta elétrica tem, no máximo, autonomia de 15 quilômetros, muito baixa para longas distâncias. Além disso, tem toda uma questão sensível relativa à própria bateria de lítio, que é um problema ambiental global que terá de ser resolvido, por conta dos materiais raros, da contaminação.

Nessa bicicleta a hidrogênio, a nova tecnologia não usa bateria. Ela usa o hidrogênio como um pulmão. “O hidrogênio vem e aciona. É um super capacitor que vai gerar energia no lugar da bateria. Ou seja, essa bicicleta é ambientalmente mais saudável e tem autonomia muito grande”. Andrea Santos estimou que essa nova bicicleta movida a hidrogênio verde poderia revolucionar o sistema de ‘delivery’, permitindo aos entregadores trabalhar por quatro ou cinco dias direto sem ter que parar para trocar de veículo ou devolver. “A gente já está estudando essa questão do ‘e-commerce’e como poderia apoiar no ‘delivery’ em cidades e até na locomoção mesmo de pessoas, porque as bicicletas seriam abastecidas com hidrogênio verde”.

Rio de Janeiro (RJ), 11/08/2023 - A coordenadora-geral de Energia e Tecnologia de Baixo Carbono e Inovação do ministério de Minas e Energia, Patricia Naccache, utiliza a bicicleta elétrica, à base de bateria de H2 verde, durante a inauguração de uma planta piloto de produção e aplicabilidade de hidrogênio verde na Coppe/UFRJF, na Cidade Universitária, pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

A coordenadora-geral de Energia e Tecnologia de Baixo Carbono e Inovação do ministério de Minas e Energia, Patricia Naccache, utiliza a bicicleta elétrica, à base de bateria de H2 verde. Foto:- Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os pesquisadores da Coppe já estão pensando também, visando projetos futuros, em estudar a aplicação em drones, na aviação. “Porque os nossos projetos envolvem também a captura de hidrogênio verde em baixa pressão. Serão feitos testes em laboratório para produzir alguns componentes químicos para combustíveis mais sustentáveis para aviação, além da transformação do etanol em uma variedade de produtos de maior valor econômico e industrial”.

Projeto H2 Brasil

Quatro laboratórios da Coppe estão envolvidas nas pesquisas: Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS), ligado ao Programa de Engenharia de Transportes, coordenado pela professora Andrea Santos, responsável pelo projeto na Coppe; Laboratório de Eletrônica de Potência e Média Tensão (LEMT), ligado ao Programa de Engenharia Elétrica; Núcleo de Catálise (Nucat), ligado ao Programa de Engenharia Química; e o Laboratório de Hidrogênio (LabH2), ligado ao Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais e ao Programa de Engenharia de Transportes.

A planta está sendo inaugurada no âmbito do Projeto H2 Brasil, que envolve o Ministério de Minas e Energia do Brasil e o governo da Alemanha, junto com a Agência de Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ (sigla em alemão para Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit). Antes mesmo da inauguração da planta, a Coppe já vinha realizando testes de mobilidade e estudando a viabilidade das bicicletas a hidrogênio verde. Alguns estudos já foram publicados, inclusive.

Andrea apostou que, provavelmente, o Brasil vai produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo. “A gente está fazendo estudos mais macro, mas esperamos, até o meio do ano que vem, já ter uma publicação dedicada ao nosso estudo em si, com as rotas de produção, os dados de coleta, visando ter um sistema de monitoramento”. O projeto da Coppe vai envolver capacitação e visita guiada com óculos de realidade virtual. Com esse enfoque acadêmico e criação de capacidade técnica, a Coppe receberá 21 pesquisadores da América Latina para o primeiro curso, ainda neste mês de agosto.

Rio de Janeiro (RJ), 11/08/2023 - Inauguração de uma planta piloto de produção e aplicabilidade de hidrogênio verde na Coppe/UFRJF, na Cidade Universitária, pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Hidrogênio vem sendo considerado um combustível importante para redução do aquecimento global – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Aquecimento global

O hidrogênio verde está sendo considerado um vetor energético importante para a redução do aquecimento global, capaz de revolucionar, por exemplo, os transportes no mundo, entre os quais aviação, navegação, transporte de carga por ônibus. Somando o hidrogênio verde ao que é hoje a matriz renovável, a perspectiva é a participação das fontes limpas na matriz energética nacional possa atingir entre 20% e 25%.

“O próprio setor de óleo e gás já está investindo e pensando na questão das eólicas off-shore (no mar) e em usar energia limpa nos seus processos”. Somando a fonte hídrica com as demais fontes renováveis, incluindo o hidrogênio verde, Andrea estimou que o Brasil tem potencial de alcançar 85% ou 90% de matriz limpa, não precisando de combustível fóssil para a indústria. “É claro que vai depender do potencial de produção de energia renovável – solar, eólica, biomassa mais hidrogênio verde”. São estimativas que vão variar de acordo com diferentes cenários, destacou.

A professora da Coppe citou pesquisa do Hydrogen Forecast to 2050, segundo a qual a quantidade de hidrogênio na matriz energética será de apenas 0,5% em 2030, evoluindo para 5% em 2050. Entretanto, para atender às metas do Acordo de Paris, o uso de hidrogênio precisaria triplicar para satisfazer 15% da demanda energética até a metade deste século. Outro estudo, realizado pela Goldman Sachs, indica que o hidrogênio verde pode fornecer até 25% das necessidades energéticas mundiais até 2050, sinalizando um futuro promissor na redução das emissões das indústrias mais intensivas em carbono do mundo.

O diretor do projeto H2 Brasil, Markus Francke, disse ser gratificante para a GIZ, que já atua no Brasil há mais de 60 anos, inaugurar essa planta de produção de hidrogênio verde que, “além de energias renováveis e hidrogênio, vai produzir ciência, tecnologia, inovação e educação para centenas de estudantes que vão passar por aqui ao longo dos anos”. Acentuou que os esforços que o Brasil vem empreendendo para garantir uma geração de energia limpa são fundamentais para posicionar o país na direção da descarbonização.

A expectativa é que, nos próximos anos, com o apoio dos ministérios de Minas e Energia (MME) e de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), sejam implementadas ações para o desenvolvimento de novas tecnologias, financiamento de ideias inovadoras e projetos tecnológicos, construção de laboratórios, estudos, educação profissional e capacitação na área do hidrogênio e seus derivados.




Fonte: Agência Brasil

Incêndio consome 20 m² de residência em Regente Feijó




Ocorrência registrada no Bairro Rural, nesta quinta-feira (10) não deixou vítimas. Fogo consome 20 m² de residência em Regente Feijó (SP), nesta quinta-feira (10)
Corpo de Bombeiros
Uma residência pegou fogo nesta quinta-feira (10), na Avenida Leticia Fioravanti, no Bairro Rural, em Regente Feijó (SP).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio foi em uma casa mista, composta de madeira e alvenaria.
Fogo consome 20 m² de residência em Regente Feijó (SP), nesta quinta-feira (10)
Corpo de Bombeiros
Ainda segundo a corporação, o fogo consumiu aproximadamente 20 m² da residência, na parte de madeira.
No local foi feito o combate e o rescaldo. Não houve vítimas.
Fogo consome 20 m² de residência em Regente Feijó (SP), nesta quinta-feira (10)
Corpo de Bombeiros
Fogo consome 20 m² de residência em Regente Feijó (SP), nesta quinta-feira (10)
Corpo de Bombeiros

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Fonte: G1

Crise financeira leva Prefeitura a decretar medidas de contenção de gastos até o fim do ano em Osvaldo Cruz




Secretarias deverão revisar contratos em andamento, priorizando a renegociação das condições de preços e quantidades, com o objetivo de uma redução de, ao menos, 10%. Prefeitura de Osvaldo Cruz (SP)
Arquivo/g1
A prefeita Vera Lúcia Alves baixou nesta quinta-feira (10) um decreto que impõe medidas temporárias de contenção de despesas e reestruturação da administração pública municipal direta, no âmbito do Poder Executivo, em Osvaldo Cruz (SP), até o final do exercício de 2023.
Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira (11), a Prefeitura alega que a queda na arrecadação de recursos, principalmente, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) levaram Osvaldo Cruz a uma redução orçamentária de quase R$ 1,5 milhão em 30 dias.
As dificuldades financeiras fizeram a administração municipal cancelar a Festa do Peão que estava programada para ocorrer entre os próximos dias 16 e 19 de agosto, no Clube do Laço.
Durante a vigência do decreto, ficam suspensos os seguintes atos:
a nomeação para cargos em comissão, a designação para funções de confiança e a admissão de pessoal em regime temporário, bem como de estagiário ou menor aprendiz;
novas nomeações de pessoal efetivo;
despesas com viagens, congressos, cursos, convênio de aprendizado e outros, exceto viagens de estrito interesse da administração pública;
concessão de licença-prêmio e férias que importam em conversão em dinheiro;
celebração de novos contratos de locação de imóveis;
celebração de termos aditivos que impliquem em aumento de despesa, exceto os de manutenção de serviços essenciais, bem como saúde e educação;
aquisição de veículos e imóveis;
aquisição de material permanente;
uso da frota e de máquinas do município nos fins de semana e feriados, bem como sua utilização após horário normal de expediente, ressalvando os casos de necessidade, situação de emergência e manutenção de serviços de saúde e educação;
novos investimentos no município, com exceção dos necessários para o cumprimento dos percentuais mínimos estabelecidos pela Constituição Federal, nas áreas de educação, saúde, obras previamente contratadas e situações emergenciais; e
realização de horas extras, exceto serviços de extrema necessidade das secretarias municipais de Saúde e Educação.
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De acordo com o decreto municipal 4.936/2023, as suspensões previstas não se aplicam à execução de convênios, emendas parlamentares, implantação de novos serviços, cumprimento de decisões judiciais e Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e procedimentos assemelhados.
Todos os secretários municipais deverão se reunir com suas equipes de trabalho para comunicar as medidas fixadas pelo decreto e também para buscar soluções que propiciem maior eficiência aos serviços e a consequente redução de custos.
As cotações de preços deverão ser acompanhadas diretamente pelo Departamento Municipal de Compras para o cumprimento das metas de redução dos valores.
Todas as secretarias municipais e seus respectivos órgãos e departamentos deverão revisar os contratos em andamento, priorizando a renegociação das condições de preços e/ou quantidades vigentes, com o objetivo de uma redução de, ao menos, 10%.
Além disso, também deverá ser reavaliada a necessidade de prosseguimento das licitações em curso que ainda não tenham sido homologadas ou adjudicadas, bem como daquelas a serem instauradas, especialmente as que demandarem o desembolso de recursos próprios.
O decreto determina a implementação de medidas de controle rígido na utilização dos serviços de telefonia, bem como no consumo de água, energia elétrica, material de expediente e combustíveis, por cada secretaria municipal, em busca de redução.
Estão proibidas todas as requisições de produtos e serviços que não estiverem amparadas por recursos orçamentários previamente reservados.
Também estão proibidas novas cessões de pessoal, de quaisquer vínculos, para outros órgãos públicos e instituições que não façam parte da administração pública municipal, priorizando-se a otimização na ocupação de recursos humanos próprios ao invés da terceirização de serviços.
Todos os atos, programas, projetos e contratações, de pessoal ou de material ou serviços, impactados pelas medidas determinadas no decreto somente poderão ser realizados após prévia análise e autorização da prefeita.
As medidas previstas no decreto poderão ser reavaliadas a qualquer momento, de acordo com a situação orçamentária, financeira e administrativa do município.
Instabilidade financeira
Nas considerações que justificam o decreto, a prefeita afirma que a situação de instabilidade financeira vivenciada pelos municípios brasileiros tem gerado grandes incertezas no campo econômico.
Outra argumentação apresentada é quanto à “obrigação contínua de planejar, acompanhar e avaliar as ações do Poder Executivo no tocante à gestão orçamentária, financeira e administrativa”.
A prefeita também leva em consideração “a necessidade de contenção e redução de despesas, otimização dos recursos existentes e qualificação do gasto público, primando pela eficiência na gestão governamental”.
Vera sustenta que os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no atual exercício “não estão acompanhando os aumentos dos custos” para manutenção da educação básica municipal, propiciando a obrigação de complementação de pagamento das despesas de pessoal com recursos próprios.
Além disso, ela também justifica que os últimos repasses do FPM e do ICMS “sofreram grandes reduções”.
Por fim, a prefeita lembra que é dever da administração pública o cumprimento das normas vigentes, especificamente a lei complementar federal nº 101/2001, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe limites de gastos com folha de pagamento de servidores e outros.

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Fonte: G1

Macarrão Rosa tem molho com beterraba, requeijão e creme de alho




Chef de cozinha Natália Aparecida Veiga ensina o passo a passo da receita. Macarrão Rosa tem molho com beterraba, requeijão e creme de alho
Adilson Vieira/TV Fronteira
A chef de cozinha Natália Aparecida Veiga, de Presidente Prudente (SP), ensina a preparar uma receita de Macarrão Rosa com molho de beterraba. Confira o passo a passo abaixo:
Ingredientes
500 gramas de macarrão
2 beterrabas grandes
200 gramas de requeijão
200 gramas de requeijão
200 gramas de creme de leite
60 gramas de queijo parmesão
1 cabeça de alho
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sal
Tempero seco
Cheiro verde
Macarrão Rosa tem molho com beterraba, requeijão e creme de alho
Adilson Vieira/TV Fronteira
Modo de preparo
O primeiro passo da receita é picar em cubos a beterraba, que já deve estar cozida, e colocá-la em um liquidificador.
Em seguida, acrescente o requeijão, o creme de leite e pitadas de sal.
Bata todos os ingredientes até que o molho fique com uma consistência cremosa.
Para fazer o macarrão, coloque um fio de azeite em uma panela e deixe esquentar.
Enquanto o azeite aquece, asse o alho e depois aperte-o com um garfo até que o alimento fique em consistência de pasta.
Depois que o azeite já estiver aquecido, coloque a pasta de alho na panela e mexa.
Coloque o macarrão na panela e, assim que a pasta se misturar com a massa, acrescente o molho de beterraba por cima.
Sirva o macarrão em um refratário e finalize a receita com o queijo parmesão ralado e o cheiro verde.
Macarrão Rosa tem molho com beterraba, requeijão e creme de alho
Adilson Vieira/TV Fronteira

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Fonte: G1

PF faz buscas contra advogado e militares ligados a Bolsonaro


O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti; o general do Exército Mauro Cesar Lorena Cid, pai do também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid; e o advogado Frederick Wassef, que já defendeu a família Bolsonaro, são alvos de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta sexta-feira (11). 

Em nota, a corporação informou que cumpre quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói (RJ). Os investigados, segundo a PF, são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar, por meio de vendas no exterior, bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro.

“Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, destacou a PF.

Joias

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito sobre as chamadas milícias digitais. O documento da Corte cita especificamente o caso das joias vindas da Arábia Saudita em outubro de 2021. As peças foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e entraram no país em comitiva do Ministério de Minas e Energia que esteve no Oriente Médio em eventos oficiais.

“Determino a realização de busca e apreensão de computadores, tablets, mídias externa de armazenamento (pen drive, CDs, DVDs, etc.), máquinas fotográficas, quaisquer outros meios eletrônicos de armazenamento de dados, bem como documentos físicos, fotografias e arquivos relacionados à prática delitiva que forem encontrados durante a diligência, sobretudo objetos que tenham relação com os fatos investigados.”

Na decisão, Moraes determina ainda que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) forneça, no prazo de cinco dias, todos os documentos que instruíram os processos de destinação de bens ao acervo privado de Bolsonaro.

A operação, batizada pela PF de Lucas 12:2, faz alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”. Ainda de acordo com a corporação, os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro.




Fonte: Agência Brasil

Incêndio destrói barracão desativado e veículos da Prefeitura de Presidente Epitácio




Fogo teria começado em um ônibus e se alastrou para o galpão de aproximadamente 450 metros nesta sexta-feira (11). Chamas destruíram um barracão desativado da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Um barracão desativado da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP) e um ônibus foram totalmente destruídos por um incêndio na madrugada desta sexta-feira (11), na Vila Santa Rosa.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado em um ônibus e se alastrou para o barracão de aproximadamente 450 metros
Duas viaturas dos Bombeiros foram acionadas para combater as chamas no local, que foram controladas totalmente durante a manhã.
Ao todo, o barracão e um ônibus foram totalmente destruídos. Dois veículos, que estavam no local, também foram atingidos pelo incêndio e parcialmente destruídos.
Não houve feridos.
Chamas também destruíram um ônibus da frota da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Local desativado
De acordo com a Prefeitura de Presidente Epitácio, o local está desativado desde 2018 e depois de uma vistoria realizada no dia 20 de dezembro de 2021, foi constatada a necessidade de demolição.
A partir disso, o município informou que já foi feito um pregão para realizar essa demolição.
O delegado responsável pelo registro, Claudio Miguel, disse à TV Fronteira que a perícia deve apontar as reais circunstâncias do incêndio.
Chamas destruíram um barracão desativado da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Chamas destruíram um barracão desativado e veículos da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Chamas destruíram um barracão desativado e veículos da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Chamas destruíram um barracão desativado e veículos da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros
Chamas destruíram um barracão desativado e veículos da Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Corpo de Bombeiros

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Fonte: G1

Cultura regulamenta ações afirmativas na Lei Paulo Gustavo 


O Ministério da Cultura publicou, nesta sexta-feira (11), a regulamentação da Lei Paulo Gustavo sobre ações afirmativas e medidas de acessibilidade para apoio financeiro ao setor cultural. As regras orientam estados, municípios e Distrito Federal sobre procedimentos e mecanismos de estimulo à participação diversa e representatividade social de agentes culturais e equipes. 

As regras determinam o incentivo a mecanismos como cotas, critérios diferenciados de pontuação, editais e categorias específicas para mulheres, pessoas negras, pessoas indígenas, comunidades tradicionais, inclusive de terreiro e quilombolas, populações nômades e povos ciganos, pessoas LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, pessoas idosas, em situação de rua e outros grupos vulnerabilizados socialmente.

As ações afirmativas também passam a ser critério determinante na seleção de membros dos conselhos, colegiados e comitês de apoio financeiro da União, estados, Distrito Federal e municípios; e também na contratação de avaliadores, pessoas responsáveis por pareceres e outros profissionais responsáveis pela execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo.

Cotas

A regulamentação traz os critérios para cada um dos mecanismos, como a obrigatoriedade, por exemplo, de cotas mínimas de 20% para pessoas pretas ou pardas e de 10% para indígenas. Tais cotas devem se consideradas em cada uma das categorias, caso haja esse tipo de divisão.

Estratégias de democratização de acesso aos bens e serviços culturais, como gratuidade de ingressos e prática de preços populares devem ser critérios diferenciados de pontuação nos editais que selecionam os contemplados pela Lei Paulo Gustavo. Tais editais também podem ser específicos, ou trazer categorias específicas, para territórios, povos, comunidades, grupos ou populações.

Regionalização

Também estão previstos outros mecanismos de descentralização e regionalização da produção cultural voltados para regiões periféricas, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano, territórios rurais, quilombolas e indígenas, além de outras áreas de interesse social.

Acessibilidade

Medidas de incentivo do protagonismo de agentes culturais com deficiência e recursos de acessibilidade também fazem parte dos critérios previstos na regulamentação. Um exemplo é a previsão orçamentária obrigatória de, no mínimo, 10% para acessibilidade nos projetos, iniciativas ou espaços que concorram aos fomentos previstos na lei.

A coleta de informações sobre o perfil dos agentes culturais inscritos nos editais também passa a ser obrigatória. Para isso, o Ministério da Cultura disponibilizou modelos de formulários como os de autodeclaração étnico-racial, ou para pessoa com deficiência.




Fonte: Agência Brasil

Hip hop completa 50 anos: rapper diz que conscientização marca letras


Pesquisadores dizem que a origem da cultura hip hop está relacionada com as festas organizadas no início da década de 70 por jovens afro-americanos que residiam no bairro do Bronx, em Nova York. Embora esse tenha sido um processo lento, um desses eventos é hoje celebrado como pedra fundamental. Em 11 de agosto de 1973, há exatos 50 anos, um edifício de 102 unidades, situado no número 1.520 da Avenida Sedgwick, testemunhou grande mobilização para marcar a volta às aulas.

A festa foi organizada pelo DJ Kool Herc, que comandou os toca-discos, enquanto B-boys e B-girls dançavam e os MCs agitavam o público. Não é por acaso que o edifício que sediou a agitação daquela juventude foi reconhecido em 2007 como o “berço do hip hop” pelo Escritório de Parques, Recreação e Preservação Histórica do Estado de Nova York.

Curiosamente, em menos de quatro meses, o rapper MV Bill também completa 50 anos. Enquanto o hip hop surgia no Bronx, nascia um menino negro na Cidade de Deus, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Ele se tornaria um dos precursores do movimento que, inspirado naquele caldo cultural da periferia de Nova York, acabou se instalando no Brasil a partir da década de 80. No fim do ano passado, foi apresentado seu novo álbum Dr. Drill, onde faz novas apostas rítmicas sem perder de vista a crítica social e o chamado à conscientização, marcas de suas letras.

Bill não é só rapper multipremiado, tendo se enveredado ainda por outras áreas como o audiovisual e a literatura. Junto com o produtor cultural Celso Athayde e a artista Nega Gizza, é também fundador da Central Única de Favelas (Cufa), considerada a maior organização não governamental do mundo que atua desenvolvendo projetos em comunidades. Além disso, carrega a experiência de ter integrado em 2008 a primeira formação do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), órgão composto por integrantes da sociedade civil extinto em 2016 por medida provisória assinada pelo então presidente Michel Temer.

Rio de Janeiro (RJ) - MV Bill: algoritmo esconde músicas que falam de determinados assuntos. Foto: Allan França/MV Bill

Rio de Janeiro (RJ) – MV Bill: algoritmo esconde músicas que falam de determinados assuntos. Foto: Allan França/MV Bill – Allan França/MV Bill

Nessa entrevista à Agência Brasil, ele compartilha perspectivas construídas ao longo de toda a trajetória. Em suas respostas, o rapper revela olhar atento para transformações relacionadas à comunicação social. Ele vê o enfraquecimento do poder da TV, mas faz um alerta sobre a internet: “o algoritmo só apresenta o que mais está em voga”.

Agência Brasil – Desde o seu surgimento, o hip hop precisou lutar por espaço e hoje existem diversos festivais específicos de rap, por exemplo, o que não era comum no passado. O Ministério da Cultura propôs instituir o 11 de agosto como o Dia Nacional do Hip-Hop. Como você avalia este momento? Dá pra dizer que o hip hop garantiu seu espaço ou essa é uma luta permanente?

MV Bill – Vejo que teve um crescimento muito grande. Avançou bastante, principalmente em uma discussão que, para mim, era totalmente infundada: se o rap é ou não uma música. Acho que ao longo dos anos se provou que rap sim é música, só que tem uma forma diferente de fazer. Você pode fazer com auxílio de DJ, que aí você fica na parte eletrônica. Mas já têm inúmeras experiências que misturam o rap com banda. Eu tenho três ou quatro projetos assim. Houve um preço que a gente teve que pagar lá atrás para que hoje pudéssemos usufruir disso sem ter que ficar explicando que é música. E isso falando da música rap. Podemos também falar mais do hip hop como movimento enquanto cultura que contém quatro elementos: o rap, o DJ, o break dance e o grafite. O rap é só um desses elementos. E tem gente que ainda chama a música de hip hop. É verdade que há muitos eventos rolando, muitos festivais. Mas muitos deles que abrigam somente um dos quatro elementos que é o rap. São poucos os festivais que trazem o hip hop como um todo. Que têm dança, grafite, DJ. Falta um pouco disso ainda no Brasil. Talvez ocorra quando a gente tiver pessoas nossas trabalhando não somente na parte musical, como rappers e MCs, mas também nos bastidores, na curadoria de eventos, captando verba e sendo dono do evento. Acho que isso vai fazer com que a gente coloque o hip hop como um todo em evidência.

Agência Brasil – No ano que vem teremos olimpíadas e, pela primeira vez, o break, que é a dança do movimento hip hop, será uma modalidade olímpica. O que você acha desse movimento? Isso fortalece o hip hop ou precisa ser olhado com cautela?

MV Bill – O break dance talvez seja o elemento menos reconhecido da cultura hip hop. Falando bem a verdade, os grafites são bem reconhecidos e bem procurados quando alguém quer fazer uma pintura na fachada de sua casa. Os DJs tocam em tudo que é lugar. Tem DJ que ficou famoso no mundo inteiro. E o rap está em primeiro lugar nas plataformas. Já o break, os B-boys e B-girls não têm tanta visibilidade assim. Então, estarem dentro de uma competição olímpica vai colocá-los em evidência. E acho que em nenhum momento vai tirar a força do break que vem na rua, que é completamente diferente. Às vezes tem uma batalha de rua ou às vezes é só dançar, só exercitar o grupo ou só entrar em contato com o movimento.

Agência Brasil – A gente sabe que todo o estilo musical sofre transformações ao longo do tempo e não é diferente com o rap. Mas as letras do rap sempre estiveram muito vinculadas a temáticas sociais, chamando atenção para as demandas da periferia. Nesst momento, a gente tem alguma questão específica que está mais em evidência? O rap que se faz hoje tem alguma peculiaridade que o faz ser diferente do que se fazia tempos atrás?

MV Bill – O rap se tornou conhecido. E com o conhecimento houve um pouco do esvaziamento desse discurso, na medida em que a gente tem também jovens de classe média, de famílias mais abastadas, jovens brancos fazendo rima e fazendo sucesso. E, com isso, muitos assuntos acabam saindo de pauta. Isso acontece com a questão racial e a questão da violência. Porque são jovens que não vêm necessariamente desse tipo de realidade, não convivem com esses assuntos. São temas que não estão mais tão presentes como já estiveram outrora. Isso não quer dizer que não tenha gente da atualidade fazendo bons trabalhos, trazendo essas questões. Tem, mas tem que garimpar porque senão o algoritmo só apresenta o que está fazendo sucesso e o que mais está em voga. São raps que só falam de amor, de diversão, de ostentação. Há até algumas letras denegrindo a imagem feminina. Quando eu quero fazer uma playlist com músicas que falam de determinados assuntos, eu tenho que garimpar os trabalhos atuais ou recorrer às músicas mais antigas. Mas esse é um caminho natural por conta do crescimento do rap. Eu acompanho bastante a cena norte-americana e a cena do hip hop europeu. Também vejo que eles acabaram indo nessa direção. Acho que o crescimento de qualquer movimento, de qualquer cena, acaba trazendo esse lado mais pop.

Agência Brasil – Mas o que faz com que esse seja um caminho natural?

MV Bill – Isso vai desde os contratantes que preferem os artistas que têm essa cara e essa forma mais pop. E acho que o público também tem influência muito grande nisso, na medida em que faz suas escolhas de qual artista vai ouvir. Hoje, a gente não tem tão forte a cultura do jabá, como era quando o artista pagava para tocar no rádio. Também não vivemos mais no tempo em que a música só vai ser sucesso se for trilha sonora de uma novela. Hoje, muita coisa que faz sucesso sequer aparece na grande mídia. Tem coisa que nunca apareceu na televisão e é super sucesso, como resultado do nosso like, do clique nas pessoas. Então se um grupo de pessoas pretas da favela dá um clique no artista que nunca ligou para elas, estão exaltando alguém que nunca estará preocupado com a sua questão social e racial. Acho que falta um pouco dessa consciência. Somos um público grande e forte, podemos levantar qualquer artista. Podemos levantar qualquer pessoa, qualquer influencer. Mas a falta de consciência pode te levar a clicar na pessoa errada. Tem gente na favela clicando em racista, clicando em fascista, clicando em pessoa que é contra a nossa existência. Então a gente tem que estar atento a isso.

Agência Brasil – Recentemente, o rapper mineiro Djonga respondeu a um fã nas redes sociais, após ser criticado por ter lançado um novo álbum mais leve, abordando menos temas políticos. Ele rebateu dizendo que suas músicas antigas são eternas e estão disponíveis para ser ouvidas, mas que é legal explorar outros assuntos. Existe, em alguns momentos, pressão de parte do público para limitar o rap a uma coisa só?

MV Bill – Eu já sofri muito isso, nunca levei a sério. Nunca deixei isso me interromper ou interferir na minha criatividade. Lancei meu primeiro disco Traficando Informação, em 2000. E depois, as pessoas começavam procurando em todos os discos a música Soldado do Morro. Todo disco que era lançado, a pessoa ia procurar Soldado do Morro lá. Mas não dá para fazer músicas como essa assim de uma hora para outra. Ali, eu vivi um momento específico,  morando numa Cohab dentro da Cidade de Deus, quase não saía de casa. Então a minha janela virava uma tela de cinema, onde eu ficava vendo acontecer tudo aquilo que narrei. Eu tinha um tipo de vivência. E hoje nem sei se conseguiria fazer uma música como essa, cheia de verdade. Quem quiser ouvir uma letra minha como Soldado do Morro, a música está lá, em todas as plataformas. Está disponível a hora que você quiser. Mas, como artista, preciso ter a criatividade liberada para falar de outros assuntos, ou até para falar desse assunto de outras formas. No caso do Soldado do Morro, ainda fiz mais duas músicas que dialogam entre si: Soldado Morto e Soldado Que Fica. Mas sem pressão. Eu mesmo senti que dava para fazer, que era uma necessidade minha. Isso não quer dizer que eu só vou falar desse assunto. Eu tenho músicas que falam de relacionamento, tenho músicas sobre entretenimento. Acho que tem que ser assim mesmo. Mas sei qual é a minha raiz. Se você se referir a mim, não vai falar: “o Bill é aquele cara, canta a música A Noite“. Não. Você vai falar: “o Bill é o cara que canta Soldado do Morro, que canta Só Deus Pode Me Julgar“. Essa é a minha raiz. Eu sinto isso que me caracteriza. O que não quer dizer que eu também não possa ter uma música divertida como A Noite. Acho muito importante ter essa diversidade musical dentro de cada artista. Não precisa ter um artista, um rapper, que só sabe cantar música romântica ou só faça música festeira, e um outro que só faz música triste, social. Eu acho que você pode costurar e transitar por todos esses temas, sem ficar preso a um só.

Agência Brasil – Eventualmente, ouvimos pessoas tentando desqualificar uma crítica dizendo algo como “Falar é fácil, quero ver colocar a mão na massa”. E você não é um rapper que se limitou a escrever e cantar. Como ativista, você passou a liderar projetos sociais e fundou a Cufa. Qual a importância de articular o discurso com esse trabalho buscando transformar a vida de pessoas da periferia?

A Cufa foi uma grande oportunidade que tive de colocar em prática aquilo que estava discursando nas minhas músicas. Lá no início de tudo, com o Celso Athayde e a Nega Gizza, a gente estava fazendo algumas oficinas e aquilo foi crescendo. Como não tinha nenhum trabalho governamental capaz de alcançar o jovem da periferia, o nosso trabalho chegou como uma bomba, como grande salvação, grande território de possibilidade para quem não tinha nenhuma. Com o crescimento do trabalho, começamos a ir para outros estados. E a cada lugar, fui percebendo que a gente também foi criando novas lideranças. Logo percebi que chegou um momento em que não precisava mais estar à frente de tudo. Já tínhamos construído lideranças que poderiam me substituir. Então, hoje tem oito anos que não faço mais parte da Cufa. Continuo entusiasta da ideia, continuo amigo de todas as pessoas, mas parei para cuidar da minha vida, da minha saúde, da minha música, da minha carreira. Mas sempre participando quando posso. Vejo claramente a diferença dos lugares que abrigam projetos sociais para os lugares que não têm esses projetos. Não estou dizendo só sobre os projetos da Cufa, mas em geral. Nesses locais, a incidência do jovem indo para criminalidade é muito menor. Não estou dizendo que não tenha, mas é muito menor. Onde esses projetos não chegam, infelizmente ainda há muito jovem que acha que o tráfico de drogas é um meio de ascensão social.

Agência Brasil – Falta um trabalho mais incisivo do Estado?

MV Bill – Uma das coisas que me preocupavam muito, quando eu estava na Cufa, era a gente não parecer que queria substituir o Poder Público. E sim mostrar que existe uma lacuna na falta de políticas públicas, que eles não implementam. Ou de políticas públicas que são implementadas, mas não chegam a esses lugares. Em alguns momentos, a gente até se colocou como porta-voz, para fazer essa ligação entre as políticas públicas nas favelas, que estão necessitando dessas políticas. Em alguns momentos deu certo, mas em outros não, porque era feito pensando em voto, pensando em eleição, sempre de forma muito eleitoreira. Sou um cara que nunca fez campanha para ninguém. Sou político-social. Tenho meus posicionamentos políticos. Mas levantar bandeira para político e pedir voto nunca foi a minha onda. E dentro da Cufa, também não podia deixar que descambasse para esse lado. Sempre tomei muito cuidado pra não querer substituir o Poder Público e nem deixar que ele nos engolisse.

Agência Brasil – No seu álbum mais recente, Dr. Drill, você trata de duas questões que aparecem também em músicas de outros momentos de sua carreira: a importância de jovens da periferia valorizarem a educação e a ilusão da cultura armamentista. Qual a importância de insistir na discussão dessas questões?

MV Bill – Nesse trabalho, explorei duas novas vertentes do rap que estão bem em evidência na atualidade. Uma delas é o trap e a outra é o drill. Só que fiz à minha maneira, do meu jeito, sem voz robotizada. Para esse disco, eu quis trazer também algumas parcerias com gente jovem, que realiza um trabalho que gosto. Tem ali o Major RD, o Froid, o Lord, o Rod. E a abertura do disco é feita pelo Erik Skratch. Então, foi muito importante juntar essa galera toda, que é de outra geração e de outro momento, para trabalhar comigo. E ainda tem Rashid. Aí a gente traz esses assuntos que não estão tão em voga. Na música Aulas e Palestras, juntamos três gerações para falar da importância da escolaridade. Na música Soldadrill, a gente fala dessa ilusão dos jovens de favela, que ainda acham que ser criminoso é legal, que entrar paa ro crime é tirar algum tipo de onda. Quando morre, é a família que vai chorar. E quem estava junto, na situação de amigo, não vai nem ligar. No máximo, vai colocar uma camisa com a sua foto em um baile da semana, que vem pra dizer que está com saudade de você. Vai colocar uma foto no facebook. Então trazer esses temas em cima desses ritmos, além de ser uma parada interessante, mostra que estou antenado com as novas vertentes que o rap traz. E também mostra versatilidade, capacidade de rimar em vários tipos de batida e de se conectar com as novidades que estão chegando. Talvez eu seja o cara da minha geração, da old school do rap nacional, que mais fez colaborações com novos artistas. Isso é algo que carrego como um dos meus troféus.

Agência Brasil – No ano passado, você lançou o livro A Vida Me Ensinou A Caminhar, reunindo crônicas sobre suas experiências. Dá pra dizer que esse trabalho literário se relaciona com a sua produção musical de alguma forma?

MV Bill – Acho que estão muito ligados, apesar de um livro ser completamente diferente de uma música na hora da escrita. No livro, dá pra ser mais aprofundado. Mas, apesar de ser literatura, é um livro também muito musical, porque ao fim de cada capítulo tem um QR Code que te leva para alguma mídia relacionada à história que você acabou de ler. E muitas dessas mídias são musicais. E dentro das histórias, eu também cito muitas músicas. É um livro cheio de informações musicais. E que registra, deixa para a eternidade, como foi o meu começo. Como eu conheci o rap, como eu me envolvi, como me inseri na cultura hip hop. E a minha história pessoal se confunde muito com a construção impressionante do rap aqui no Rio de Janeiro. Então, o livro é interessante por conta disso. Dentro do livro, eu falo de coisas e alguns assuntos como nunca falei na minha vida para ninguém.

Para quem faz rap do jeito que faço, que é o rap história, percebe que no livro é possível ir além da música. Quando faço uma música tipo Soldado do Morro, conto a história ali dentro do que o ritmo me permite. Conto a história respeitando o tamanho da música. Agora quando escrevo um livro, o texto é muito mais solto. Eu posso me aprofundar muito mais. Eu posso ser muito mais detalhista. E tem gente que já acha os meus raps cheios de detalhes. Mas, no livro, a gente pode detalhar muito mais. E tem outra vantagem: aqui no Brasil, nosso povo é mais acostumado com músicas que têm mais melodia. E, às vezes, o tipo de rap que faço não tem tanta melodia, ele é mais falado. E não é todo mundo que tem ouvido preparado para isso. Eu conheço gente mais velha que diz que falo muito rápido, que não consegue pescar. Essa mesma pessoa, quando tem acesso ao livro, assimila totalmente o conteúdo. Então, para mim, além de ser uma forma de extravasar, acaba sendo um jeito de me comunicar melhor, mais amplamente.

Agência Brasil – Recentemente, você comentou sobre a desconfiança dos seus familiares com relação à autoria do livro.

MV Bill – É muito triste lançar um livro e os familiares questionarem se foi eu mesmo que escrevi ou se tive ajuda de alguém. Mas não levei para o coração, porque eles também não estão acostumados a ver muitos escritores pretos. Eu já li muitos escritores pretos, que gosto da atualidade. Mas o que me levou a ser um artista multifacetado foram as referências do rap. Todos os caras que eu admirava, da minha geração, se transformaram em atores, apresentadores de programa, diretores de cinema e alguns deles também lançaram livros. Então, quando vi que dava para ser rapper, mas também dava para ser multifacetado, eu falei ‘eu quero isso da minha vida’. Já tenho ideia de um novo livro para o futuro. Mas divulgar um livro é muito difícil. Não tem muito espaço na mídia tradicional. As pessoas também não entendem o livro como uma forma de adquirir conhecimento, acham que é caro. Mas, às vezes, custa o mesmo preço de um balde de cerveja. E elas não entendem que o livro também é para alimentar a mente, outra parte do seu corpo. Por isso, o período de lançamento de um livro no Brasil, ainda mais independente, pode levar até três anos. Ainda vou correr bastante para fazer mais coisas com esse livro. Mas até pelos resultados já alcançados, me deu muita vontade de começar a pensar numa sequência. Porque eu fui parar para pensar, cara, e há vários outros contos tão interessantes quanto esses.

Agência Brasil – Contornar limitações da mídia tradicional é inclusive uma das missões da Empresa Brasil de Comunicação. E você fez parte do Conselho Curador. A partir dessa experiência, como você vê hoje o papel da comunicação pública?

MV Bill – Penso sempre que a imprensa precisa ser livre, ter total liberdade. Talvez a Empresa Brasil de Comunicação seja uma das poucas oportunidades que a gente tem de dizer o que pensa, de os artistas poderem expor sua arte. É um dos poucos lugares que pode ter uma programação isenta do poder do dinheiro das grandes corporações da propaganda. Mas ela não pode sofrer interferência governamental. Tem que trabalhar com muita independência e liberdade. E inclusive para criticar o próprio governo, se for o caso. Infelizmente, o último período foi bem desastroso. No último governo, achei até que fosse acabar. Que bom que não acabou. Torço para que exista bastante liberdade para fazer um jornalismo do jeito que tem que ser: livre.

Agência Brasil – Em 2006, você produziu o aclamado documentário Falcão – Meninos do Tráfico, que retrata a cooptação de jovens pelo tráfico de drogas e traz entrevistas com alguns deles. É um documentário que aborda uma realidade social preocupante, muitas vezes é produzido pensando em pressionar pela transformação dessa realidade, em alertar para um problema, em conscientizar. Você acha que passando todo esse tempo, quase 20 anos, algo mudou?

MV Bill – Quando a gente lançou o documentário houve uma comoção nacional. Muita gente se mostrou preocupada. Mas foi uma comoção que acabou passando. Virou uma comoção momentânea. Eu acho que ali a gente, como sociedade, perdeu grande oportunidade de olhar mais para a juventude. Não tinha como tirar da criminalidade aqueles jovens que me deram entrevista, não tinha como tirar quem estava no tráfico naquele momento. Mas podia ser feito um trabalho para coibir a entrada de novos jovens, por meio de projetos. Tentar se antecipar à criminalidade. Não deixar que o crime virasse algo atrativo para a juventude. Nada foi feito. A política de guerra e de combate às drogas se demonstra fracassada, na medida em que a violência só aumenta. Não existe um plano de inteligência. Não estou nem falando de inteligência só para prender, mas para fazer com que os jovens não entrem na criminalidade. Porque uma vez que ele entra no crime, é mais difícil resgatar esse jovem. Então precisava de um trabalho governamental de muita força, para fazer com que mais jovens estivessem dentro da escola e em projetos sociais. Mas parece que não é tão interessante salvar esses jovens. E isso virou uma tarefa mais nossa, do morador, de agentes sociais espalhados pelo Brasil. Isso deveria ser uma preocupação do governo. Por isso que sou um grande incentivador de pessoas de favela e de pessoas pretas se candidatarem a cargos públicos. Como exigir de um político branco, hétero e rico que olhe para essas mazelas que existem no Brasil? Ele não vai olhar, não vai se sensibilizar. Então precisamos de mulheres pretas em cargos públicos, de pessoas de favela, de pessoas trans. Essas pessoas que sentem na pele o dia a dia.

Agência Brasil – Você já havia feito uma crítica nesse sentido sobre os impactos do filme Cidade de Deus (2002), dizendo que a comunidade ficou esquecida após o sucesso. Faltou um olhar de como transformar essa realidade social?

MV Bill – Uma das minhas críticas é que a ação policial ficou mais violenta, legitimada pela história do filme. Aquilo que foi chamado de ficção virou uma grande realidade. Quem morava naquele local – que existe e que não é um local fictício – sofreu o reflexo daquilo que foi mostrado. E parece que a mesma produtora que fez o filme está prestes a fazer uma série com o mesmo nome. Podiam colocar um nome fictício. Dependendo do que for contado nessa série, vai acabar trazendo problemas de novo.




Fonte: Agência Brasil

PF investiga desvio de bens utilizando estrutura do Estado brasileiro


A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (11) a Operação Lucas 12:2, que tem como objetivo investigar a atuação de associação criminosa em crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói (RJ).

Em nota, a PF informou que os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior.

“Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, destacou a corporação.

Ainda de acordo com a PF, os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O nome da operação, segundo a polícia, faz alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.




Fonte: Agência Brasil

Corpo de menino de cinco anos encontrado em córrego após desaparecimento é sepultado em Santo Anastácio




Corpo de João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de 5 anos, foi localizado na tarde desta quinta-feira (10), na zona rural. Mãe da vítima é investigada pelo crime de homicídio qualificado. Corpo de menino de cinco anos será velado na manhã desta sexta-feira (11), em Santo Anastácio (SP)
Leonardo Bosísio/g1
O corpo de João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas 5 anos, será sepultado na manhã desta sexta-feira (11), às 9h, no Cemitério Novo da Paz, em Santo Anastácio (SP).
O velório está em andamento no Memorial Ramires.
O menino, que estava desaparecido desde a última terça-feira (8), foi encontrado sem vida na tarde desta quinta-feira (10), em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural de Santo Anastácio.
A criança foi encontrada, depois de o corpo boiar na água, por policiais integrantes das equipes que trabalhavam nas buscas realizadas desde a manhã de quarta-feira (9).
Corpo de João Pedro foi encontrado em um córrego na zona rural de Santo Anastácio (SP)
Reprodução/Facebook
A Polícia Civil trata a mãe, de 24 anos, como suspeita de envolvimento na morte e pediu à Justiça a decretação da prisão temporária da mulher. Por determinação judicial, após a concordância do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), Izabella foi presa na tarde desta quinta-feira (11) por um prazo inicial de 30 dias, que pode ser prorrogado posteriormente pelo mesmo período, e será encaminhada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista (SP).
Após o velório, familiares e amigos seguiram em cortejo a pé até o Cemitério Novo da Paz.
Corpo de menino de cinco anos será velado na manhã desta sexta-feira (11), em Santo Anastácio (SP)
Leonardo Bosísio/g1
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Polícia Militar Ambiental
Desaparecimento
O desaparecimento de João Pedro ocorreu entre 15h e 16h da última terça-feira (10).
As buscas foram iniciadas por volta das 9h da quarta-feira (9), na Estrada Municipal Antônio Stocco.
Efetivos das polícias Ambiental, Civil e Militar realizaram as buscas junto com o Corpo de Bombeiros. Equipamentos de drones e o Helicóptero Águia da PM também sobrevoaram pelo local para auxiliar na localização do garoto.
De acordo com o capitão João Henrique Papoti, do Corpo de Bombeiros, a mãe do menino mudou algumas vezes as versões dadas ao caso e, em uma delas, disse ter jogado a criança em uma lagoa, local onde as buscas foram concentradas na manhã desta quinta-feira (11).
No dia do desaparecimento, a mulher teria voltado para casa sem roupas e enrolada em um tapete. Ela toma medicamentos para depressão e ansiedade, segundo os bombeiros.
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Paula Sieplin/TV Fronteira

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Fonte: G1