Turismo de aventura: associação defende fiscalização de prática segura


Setores econômicos que movimentam bilhões de dólares ao redor do mundo tendem a adotar normas mínimas de segurança para se preservar e seguir crescendo de forma sustentável. A regra se aplica, com propriedade, ao turismo de aventura, segmento da indústria turística caracterizado pela prática de atividades que envolvem algum grau de risco de acidentes.

No Brasil, logo nos primeiros anos da década de 2000, poder público, entidades esportivas e agentes turísticos se uniram para estabelecer regras que elevassem a qualidade e a segurança dos serviços associados não só ao segmento, mas a toda a cadeia relacionada ao turismo de natureza e esportivo.

“Na época, final da década de 1990 e início dos anos 2000, o turismo de aventura se popularizou e o número de acidentes começou a aumentar muito, inclusive com óbitos”, conta o atual coordenador de Natureza e Segmentos Especiais da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Leonardo Persi.

Administrador de empresas com especialização em ecoturismo, Persi participou ativamente do processo. Ex-secretário das comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ele integrou a delegação brasileira junto ao Comitê Técnico de Turismo e Serviços, da Organização Internacional de Normalização (ISO).

“Todo o setor se uniu. Com a participação de pessoas de renome de diversos segmentos esportivos, o Brasil passou a estabelecer requisitos mínimos de segurança para evitarmos que operadores de turismo que não tenham experiência com determinadas atividades comecem a ofertá-las, colocando em risco a segurança dos clientes e a dos próprios trabalhadores”, destaca Persi.

Segundo o coordenador da Embratur, autarquia responsável por promover os atrativos turísticos do Brasil no exterior, algumas das exigências de segurança elaboradas e implementadas com o aval da ABNT acabaram servindo de exemplo para regras de segurança depois adotadas pela ISO e que, hoje, estão em vigor em vários países.

“Isso significa que o Brasil está na vanguarda desta discussão há tempos. E que, paralelamente ao trabalho de promoção que é feito no exterior, o país vem executando uma série de ações importantes para atrair turistas de aventura e esportivos”, ressalta Persi ao tratar dos planos da Embratur para tentar aumentar a captação de clientes estrangeiros, incluindo os turistas de aventura e esportivos. Para tanto, a autarquia cogita inclusive se valer da imagem dos atletas profissionais brasileiros de destaque no exterior e outros formadores de opinião.

“Mas não basta termos o nome de grandes atletas brasileiros para atrairmos turistas estrangeiros se, ao chegarem ao Brasil, eles não encontrarem uma estrutura minimamente adequada para recebê-los. É preciso oferecer serviços de qualidade e seguros”, acrescenta Persi.

Informalidade

Criada em 2002 para orientar viajantes e profissionais a adotarem práticas seguras, a Associação Férias Vivas alerta que, apesar da existência de normas de segurança que todo o setor (de agências a hotéis, passando por guias e instrutores) deve cumprir, “no Brasil, a falta de fiscalização ainda deixa o turista correr riscos desnecessários, permitindo que muitos estabelecimentos operem sem sequer saber que há regras mínimas obrigatórias de segurança”.

Em sua página na internet, a organização elenca mais de 3.960 acidentes relacionados a atividades turísticas em geral (não só nos segmentos de aventura, esportivo ou de natureza), registrados entre 2002 e 2020. “Algumas situações chamam a atenção pela recorrência. Temos resultados estarrecedores: 49% dos casos envolveram algum grau de imperícia do profissional contratado, enquanto 70% dos acidentes ocorreram por negligência do prestador de serviço. O descaso com equipamentos de proteção também é grande, principalmente se considerarmos as falhas no uso (57%) e a ausência de equipamentos de proteção (77%). Alarmantes 93% dos acidentes ocorreram em lugares sem qualquer sinalização de risco.”

Para ajudar a reverter este quadro, em 2022, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou um programa de custeio de parte do investimento necessário para que empreendedores que oferecem atividades ligadas ao turismo de aventura e ao ecoturismo implementem em seus negócios um sistema de gestão da segurança, exigido por lei, e pleiteiem uma certificação internacional.

“Precisamos que os negócios brasileiros implantem o sistema de gestão de segurança e que se certifiquem”, observa a coordenadora de Turismo do Sebrae, Ana Clevia Guerreiro. Segundo ela, por meio do Programa Aventura Natural, o Sebrae subsidia até 70% do investimento necessário para que pequenos negócios implementem seus sistemas de gestão. A certificação internacional não é obrigatória, mas, segundo Ana Clevia, é um importante diferencial de negócios, pois atesta o compromisso da empresa com a segurança de seus clientes.

“O Brasil não pode parar de se promover no exterior, mas também precisamos fazer o trabalho de casa. A implantação do sistema de gestão de segurança e a certificação qualificam os serviços prestados aos turistas, sejam brasileiros, sejam estrangeiros”, completou Ana.

Para participar do programa, é preciso que o negócio esteja formalizado como microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) e devidamente registrado no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo. A iniciativa prevê um diagnóstico inicial, a implementação das normas de segurança e a preparação para a auditagem da ABNT Certificadora. Para mais detalhes sobre o programa, basta procurar uma unidade do Sebrae.




Fonte: Agência Brasil

Destino de escaladores, Pontões Capixabas aguardam investimentos


Localizado no noroeste do Espírito Santo, nas cidades de Pancas e Águia Branca, o Monumento Natural dos Pontões Capixabas é apontado por alguns escaladores e montanhistas como o “Yosemite brasileiro”, uma alusão ao mundialmente famoso parque da Califórnia (Estados Unidos), um dos principais locais para a prática da escalada em todo o mundo.

A comparação decorre da beleza cenográfica da Serra da Mantiqueira e das características da unidade de conservação federal situada no Espírito Santo, onde imponentes monólitos de granito (formações rochosas semelhantes ao Pão de Açúcar) se destacam em meio à paisagem, atiçando a imaginação de praticantes de voo livre, balonismo, rapel, montanhismo, escalada e de outras atividades esportivas. As semelhanças, contudo, param por aí.

Enquanto o Yosemite, em 132 anos de existência, atingiu o status de exemplo de modelo de gestão de unidades de conservação, atraindo turistas do mundo todo em busca de contato com a natureza, belas paisagens e aventura, os Pontões Capixabas aguardam por investimentos público e privado e pelo devido reconhecimento. Inclusive, dos brasileiros.

26/09/2023, Mona dos Pontões Capixabas. Monumento Natural dos Pontões Capixabas. Foto: ICMBio

Monumento Natural dos Pontões Capixabas – ICMBio

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a atração, e a prefeitura de Pancas, cidade onde ficam mais de 80% dos 17,4 mil hectares destinados à preservação do ecossistema local, não sabem quantos turistas visitam os Pontões Capixabas.

“Não existe este controle. É uma área grande, que não é fechada, e onde há moradores recebendo visitantes, prestadores de serviços e outras pessoas que, para chegar, têm que entrar no monumento natural”, diz o subsecretário municipal de Turismo e Cultura, Leandro da Rocha Vieira. “Hoje, não conseguimos dizer quantas pessoas visitam o município para subir a Pedra do Camelo, a Pedra da Agulha ou para fazer rapel na Pedra da Boca, embora eu possa garantir que não são poucas”, completa, em entrevista à Agência Brasil.

Já os gestores do Yosemite parecem ter total controle sobre o que se passa no interior dos mais de 307 mil hectares do parque norte-americano. Segundo o Serviço de Parques Nacionais, em 2019 – antes da pandemia – o Yosemite recebeu 4,58 milhões de turistas, gerando 741 empregos diretos.

Segundo a última pesquisa abrangente, realizada em 2009, 25% dos visitantes do parque norte-americano eram estrangeiros. Aplicado a 2019, esse mesmo percentual equivaleria a cerca de 1,14 milhão de turistas – não só escaladores e montanhistas, mas também campistas, cicloturistas, snowboarders, esquiadores, pescadores e muita gente interessada apenas em contemplar as belezas naturais.

26/09/2023, PVINICIUS VIEGAS - PRESIDENTE DA Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta). Foto: Arquivo pessoal

Presidente da Abeta, Vinicius Viegas diz que tornar o Brasil conhecido por suas unidades de conservação é desafio – Arquivo pessoal

“Há muitas pessoas visitando o Yosemite e outras tantas viajando mundo afora em busca de contato com a natureza e, em muitos casos, para praticar atividades esportivas. Daí o desafio de tornarmos o Brasil conhecido também por suas unidades de conservação. E pelas possibilidades que o país oferece a quem pratica ou quer experimentar uma atividade esportiva com segurança”, comenta o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Vinicius Viegas.

Além de montanhista, desde 2010, Viegas comanda uma agência de viagens com foco no turismo de aventura e no ecoturismo. Mesmo tendo acompanhado de perto o crescente interesse do público pelas viagens de aventura, ele julga que o potencial brasileiro segue mal explorado. Recentemente, ele e outros diretores da Abeta se reuniram, em Brasília, com representantes de órgãos federais, como a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Entre outras ações, os empresários representados pela entidade pedem que a estratégia de divulgação brasileira no exterior dê mais destaque às unidades de conservação nacionais, estaduais e municipais.

“Acreditamos que isso pode ter um grande alcance. No Brasil, para onde quer que se olhe, há oportunidades para a prática de atividades esportivas junto à natureza. Atividades que podem ser feitas o ano inteiro e que ainda não conseguimos promover da forma como deveríamos”, destaca o presidente da Abeta.

“Certamente, o país está perdendo divisas”, arremata o presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada, Márcio Hoepers, ao falar sobre as possibilidades de lugares brasileiros icônicos para as chamadas atividades verticais (que vão além da escalada e do montanhismo, incluindo o rapel, o arvorismo, entre outras práticas), como a Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; a Serra do Cipó, em Minas Gerais; e o Monte Roraima, nas fronteiras com Venezuela e Guiana.

“O número de brasileiros indo escalar na Europa, Estados Unidos, Peru e Bolívia tem crescido ano após ano, acompanhando o crescimento do interesse pelo esporte em todo o mundo. Já o número de estrangeiros que vêm ao Brasil com este objetivo continua muito pequeno”, comenta Hoepers.

26/09/2023, Presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada, Márcio Hoepers. Foto: Arquivo pessoal

Presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada, Márcio Hoepers defende mais investimentos para estruturar locais para a prática do turismo de aventura – Arquivo pessoal

“Também  acredito que, com mais divulgação no exterior e mais investimentos públicos e privados para estruturar nossos parques e pontos interessantes para a prática do turismo esportivo, mais escaladores estrangeiros viriam ao Brasil”, defende Hoepers, argumentando que, não à toa, o estado brasileiro mais conhecido no exterior, o Rio de Janeiro, é o local onde mais facilmente se encontram estrangeiros escalando.

“Muitos vêm conhecer a cidade e aproveitam para escalar, seja na capital, seja no interior do estado. Mas, mesmo no Rio de Janeiro, a presença de escaladores estrangeiros ainda é pequena se levarmos em conta o potencial do estado”, pontua o presidente da confederação.

De acordo com o coordenador de Natureza e Segmentos Especiais da Embratur, Leonardo Persi, além de dar continuidade a uma série de ações que já vinham sendo implementadas para estimular a vinda de mais turistas de aventura e praticantes de esportes ao Brasil, a agência responsável por divulgar as atrações turísticas brasileiras no exterior “tem planos para aumentar a captação de clientes”, o que inclui a presença em feiras e eventos esportivos internacionais e parcerias com atletas e formadores de opinião.

“Vamos divulgar os roteiros que já estão consolidados, preparados para serem promovidos internacionalmente. Queremos diversificar a divulgação, não ficando apenas no litoral brasileiro, pois sabemos que o viajante não busca uma experiência estanque. Um surfista não virá conhecer [a praia de] Maresias [em São Sebastião, São Paulo] apenas porque o Medina está lá. Ele quer conhecer a gastronomia, a cultura e outras coisas. E nossa intenção é aperfeiçoar a divulgação de tudo isso, incluindo segmentos como afroturismo, diversidade e povos indígenas”, explica Persi.




Fonte: Agência Brasil

Boas ondas e “experiências” são combo para atrair surfistas ao Brasil


Berço de quatro campeões mundiais de surfe profissional – Gabriel Medina (SP), Adriano de Souza “Mineirinho” (SP), Ítalo Ferreira (RN) e Filipe Toledo (SP) – o Brasil não costuma constar da lista de destinos mais cobiçados por estrangeiros que viajam atrás de ondas perfeitas. Em parte porque não oferece condições para a prática do esporte tão boas quanto as de destinos famosos, como Austrália, Indonésia e Havaí (Estados Unidos). Mas também por não investir o necessário para tentar atrair este público, conforme apontam entrevistados ouvidos pela Agência Brasil sobre o potencial de atração turística dos chamados esportes de aventura.

“Não sou especialista em turismo, mas me parece que há sim um potencial pouco explorado pelo Brasil”, avalia o diretor de Comunicação da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), Ricardo Bocão.

Sócio fundador do canal a cabo Woohoo, dedicado aos esportes de ação, Bocão pega ondas há mais de quatro décadas. Já surfou em ao menos 18 países e tem dezenas de temporadas havaianas em seu currículo. Também participou das primeiras iniciativas para profissionalizar o surfe no Brasil. Mesmo com sua vivência, o carioca não se lembra de já ter visto uma campanha publicitária destinada a convencer surfistas de outras nações a visitarem o Brasil.

“Certamente, nossos surfistas profissionais seriam ótimos garotos-propagandas se os órgãos responsáveis ou uma agência turística soubessem associar a imagem deles a algo como as características do clima, as belezas naturais, a culinária e ao fato de sermos um povo hospitaleiro”, comenta Bocão.

Ele cita Equador, Costa Rica e El Salvador como exemplos de países mais próximos à realidade brasileira e que investem na atração de surfistas que viajam não só atrás de boas ondas, mas também de “experiências”.

26/09/2023, Ricardo Bocão - diretor de Comunicação da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Foto: Arquivo pessoal

Ricardo Bocão pega ondas há mais de 40 anos – Arquivo pessoal

“Não acho que a performance de atletas profissionais seja preponderante para alguém decidir visitar um lugar a fim de praticar um esporte. O que motiva um surfista amador a conhecer a Austrália, por exemplo, são as condições para a prática do esporte, além das belas paisagens, segurança, infraestrutura e facilidade de se deslocar pelo país, e não o fato de não sei quantos campeões mundiais de surfe terem nascido na Austrália. Ainda que isso também possa entrar na conta”, diz Bocão, destacando que, mesmo não oferecendo as melhores e mais constantes ondas do mundo, o Brasil dispõe de atributos para atrair mais surfistas e turistas de aventura.

“Belezas naturais o Brasil tem de sobra. Basta saber ‘empacotar’ o produto e vendê-lo no exterior. Até porque, muitas pessoas não viajam para praticar um só esporte. Elas vêm atrás de um combo que inclui outras modalidades e culturas. Além disso, quantos países podem oferecer a um surfista experiente a oportunidade de domar as extensas e fortes ondas da pororoca, em plena Floresta Amazônica?”, questiona Bocão.

Estrondo

Pioneiro do surfe na pororoca no Brasil, o paranaense Sérgio Laus, de 43 anos, já correu ondas de rios entre troncos de árvores seculares que as forças das águas arrancaram do solo pela raiz. Observado por ribeirinhos que o auxiliaram a desbravar a Amazônia e, eventualmente, por jacarés, búfalos e uma variedade de pássaros, escreveu seu nome no Guinness, estabelecendo o recorde mundial de maior distância (10,1 quilômetros) percorrida surfando uma onda. Marca que ele próprio superou alguns anos depois, ao permanecer de pé sobre a prancha por 36 minutos ininterruptos, totalizando exaustivos 11,8 quilômetros.

26/09/2023, SERGIO LAUS SURFANDO NA POROROCA.  Foto: @pororocatur

 Paranaense Sérgio Laus é Pioneiro do surfe na pororoca no Brasil – @pororocatur

Os dois feitos foram alcançados no Rio Araguari, no Amapá. Lugar distante da costa brasileira e para onde poucos surfistas pensariam em viajar levando suas pranchas. O paranaense também se dedicou a mapear e experimentar os melhores pontos para prática do surfe em pororocas do Maranhão e Pará. E foi, então, conhecer o efeito do encontro das águas de rios com as do oceano em outros países, incluindo a China, onde esteve a convite do governo.

Com sua experiência, passou a ajudar outros surfistas e equipes de TV e documentaristas, inclusive estrangeiras, a desfrutar das melhores condições para a prática da modalidade e para registrarem o exótico surfe florestal.

“‘Unreal’, ‘Unbelievable’, ‘The best trip of my life’, ‘The best ever’… Essas costumam ser as reações deles ao chegar e ver de perto a dimensão do fenômeno e a natureza. Todos ficam alucinados. E não só os gringos. Os brasileiros que têm a oportunidade de ter a experiência completa, surfando e conhecendo a Amazônia, também voltam impactados”, conta Laus.

Tendo testemunhado ondas de rio virarem lanchas; se perdido na selva e sofrido ao menos um acidente grave, Laus alerta que as condições extremas não permitem que pessoas inexperientes se aventurem na pororoca.

“Surfar uma destas ondas é muito complexo e perigoso. É preciso ter domínio da prancha, saber remar. Não dá para colocar um iniciante naquelas condições. Até porque, mesmo quem já tem o preparo necessário precisa de uma estrutura adequada, com profissionais que conheçam a região, saibam navegar e, principalmente, saibam como minimizar os riscos iminentes. Sem isso, a pessoa pode não conseguir surfar. Ou, pior, pode entrar em uma grande roubada e ver seu sonho se tornar um pesadelo em locais de difícil acesso”, pondera Laus, destacando que, entre surfistas experientes, viagens para lugares remotos, com ondas de boa qualidade e, de preferência, solitárias, são comuns.

“Além disso, as possibilidades turísticas vão além do surfe. A pororoca é um fenômeno que pode ser associado ao ecoturismo, ao turismo de observação e que pode, inclusive, proporcionar a oportunidade única de uma pessoa assistir, em segurança, surfistas experientes surfando ondas poderosas, tal como acontece no Havaí, em Nazaré [Portugal] e em outros picos de ondas grandes”, acrescenta o paranaense. Segundo ele, os principais divulgadores do surfe na pororoca são os próprios praticantes da modalidade.

“A promoção de qualquer atividade relacionada ao ecoturismo e ao turismo de aventura precisa ser feita com cuidado para não fomentarmos atividades perigosas ou que possam prejudicar o meio ambiente”, alerta o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta), Vinicius Viegas.




Fonte: Agência Brasil

Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8


A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (27) a parcela de setembro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 8. Essa é a quarta parcela com o novo adicional de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos de idade.

Desde março, o Bolsa Família paga outro adicional, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos de idade. Dessa forma, o valor total do benefício poderá chegar a R$ 900 para quem cumpre os requisitos para receber os dois adicionais.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 686,89. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,47 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,58 bilhões.

Desde julho, passou a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, 237.897 famílias foram canceladas do programa em setembro por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS.

Em compensação, outras 550 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício. Desde março, mais de 2,15 milhões de famílias passaram a fazer parte do programa.

Regra de proteção

Cerca de 2 milhões de famílias estão na regra de proteção em setembro. Em vigor desde junho, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até 2 anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 375,88.

Reestruturação

Desde o início do ano, o programa social voltou a chamar-se Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu o gasto de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.

O pagamento do adicional de R$ 150 começou em março, após o governo fazer um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes. Segundo o balanço mais recente, cerca de 3 milhões de indivíduos com inconsistências no cadastro tiveram o benefício cortado.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Calendário do Bolsa Família

Fonte – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Auxílio Gás

Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias cadastradas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada 2 meses, o pagamento voltará em outubro.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.




Fonte: Agência Brasil

Funarte quer ampliar inclusão de pessoas com deficiência


A Fundação Nacional de Artes (Funarte) criou grupo de trabalho (GT) para pensar medidas, ações e políticas de acessibilidade junto com agentes da arte Def – que se refere à produção de pessoas com deficiência no mercado cultural, incluindo artistas, técnicos, produtores, pesquisadores, entre outros profissionais. O objetivo é discutir, planejar, propor, articular, acompanhar, potencializar e promover a acessibilidade. A portaria que instituiu o grupo foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 21.

A presidente da Funarte, Maria Marighella, disse que uma imagem que a mobiliza “é a do presidente Lula subindo a rampa do Palácio do Planalto, no dia 1º de janeiro deste ano, e recebendo das mãos do povo a faixa presidencial, em ato único no Brasil, como um símbolo de que o próprio povo brasileiro toma a democracia com as próprias mãos e promove um processo de transição democrática. Isso fala sobre a política que nos orienta. É uma imagem que está viva conosco diuturnamente”.

Maria Marighella disse ainda que a reivindicação de uma agenda de direitos na formulação de políticas no campo das artes, da Funarte especialmente, precisa reestruturar e retomar o que foi devastado e fazer apontamentos de futuro, embora reconheça que “a democracia brasileira ainda é frágil e precisa chegar a mais pessoas em sua diversidade”.

Ela afirmou que as artes têm que ser vistas entre os direitos à cultura e aos direitos humanos, previstos na Constituição brasileira e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. “A gente se apoia muito na ideia da cultura como um ativo da democracia brasileira, na promoção de igualdade”.

Denúncia

Outro fato que motivou a criação do grupo ocorreu na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, em maio deste ano, durante a regulamentação da Lei Paulo Gustavo. Na ocasião, a presidente da Funarte ouviu reivindicação dos artistas e agentes Def e denúncia de que não havia naquele ato o reconhecimento da presença desses agentes. A Funarte deu início ali às primeiras reuniões com um conjunto de ativistas, grupos, coletivos, de diversas regiões do país, com diversidade racial, de gênero, sexual, com linguagens distintas e ativismos diferentes em relação a essa produção.

“Lá, já nos comprometemos na criação desse processo de trabalho”. O primeiro desafio foi entender que a Funarte precisaria adequar os espaços públicos e seus encontros em locais acessíveis. Foi aberto então processo de contratação para que todas as atividades da fundação levem em conta recursos de acessibilidade. “E fomos entendendo que a acessibilidade não é um tema parado. Ele se modifica. É um espaço vivo”.

Embora o Brasil já tenha leis para essa parcela da população, “que precisam ser cumpridas”, Maria destacou que existe algo muito vivo na dinâmica dessa cultura, que além de reivindicar acessibilidade e acesso, tem no centro do debate a construção de uma sociedade anticapacitista. “A ideia não é criar um grupo apenas para tratar de procedimentos, tecnologias e mediações. No centro desse trabalho está a ideia que as políticas públicas não podem aderir a uma ideia capacitista [preconceito social contra pessoas com alguma deficiência]”.

Ela destacou que uma agenda de acessibilidade não fala apenas com os sujeitos que precisam ou estão reivindicando acessibilidade. “A pauta fala a todos nós, a toda a sociedade, quando encaramos esse debate de uma cultura anticapacitista. Estamos falando de infância, de experiência de pessoas idosas, de pessoas com mobilidade reduzida, com deficiência temporária, de corpos dissidentes, diversos. Estamos falando de um conjunto da sociedade que existe em número e posições variadas. Não apenas de uma ideia de criar acesso, o que já é previsto em lei, mas de criar perspectiva, uma subjetividade colocada na produção artística, não apenas para dar acesso a alguém que tem deficiência mas, sobretudo, produzir uma estética, uma ética, uma política para uma sociedade anticapacitista”. Daí surgiu a ideia de um grupo de trabalho mais operante, com participação de agentes com deficiência, para incidir nessas políticas. A portaria criando o grupo de trabalho nasceu desse trabalho coletivo, iniciado em maio.

Companhia de Dança Inclusiva Lápis de Seda, grupo de trabalho da Funarte com agentes das artes com deficiência. Arte: Divulgação/Lápis de Seda

Companhia de Dança Inclusiva Lápis de Seda, grupo de trabalho da Funarte com agentes das artes com deficiência. Arte: Divulgação/Lápis de Seda – Divulgação/Lápis de Seda

Constituição

O grupo será formado por 20 pessoas da sociedade civil, sendo dez titulares e dez suplentes. Essas pessoas serão de regiões, disciplinas e linguagens distintas, com repertórios variados, oriundas dos movimentos e grupos organizados, pessoas que são referência ou convivem com indivíduos com deficiência. “É o sujeito anunciador da política que reivindica que está no grupo, entendendo que se trata de uma agenda que não pode ser tutelada”, explicou a presidente da Funarte. Farão parte também do grupo 20 representantes do Ministério da Cultura.

Os integrantes do grupo de trabalho ainda não foram nomeados. Maria Marighella acredita que isso ocorrerá em breve. “Há grande expectativa”. Muitas reuniões já foram feitas e com efeitos sólidos, disse. Um deles é que todos os mecanismos de fomento da Funarte neste ano já saíram com reserva de vagas de 10% para pessoas com deficiência na escolha de projetos. “O que nos interessa muito, além das políticas de acessibilidade, é garantir as condições para que os artistas sejam protagonistas da criação e da produção. Que estejam em todos os grupos e companhias, em todas as propostas, reservando 10% das vagas para esse protagonismo”.

O grupo será conduzido pela diretoria de Projetos da Funarte e já tem um plano definido. O processo de trabalho já existe e terá continuidade, reforçou a presidente da fundação. “É como se já houvesse uma rotina de trabalho, com pautas. Agora, porém, ele deixa de ser um espaço livre para ser um espaço institucional”.

Entre as dez atribuições do grupo estão o mapeamento dos diferentes agentes com deficiência da rede produtiva das artes e suas demandas por políticas públicas de cultura; reivindicação de recursos financeiros e orçamentários; e acompanhamento da execução de políticas públicas de acessibilidade cultural junto à Funarte e outros órgãos.

Lápis de Seda

A diretora da Companhia de Dança Lápis de Seda, Ana Luiza Ciscato, disse que o GT da Funarte é necessário. “Espero que dê efeitos concretos. Acho que isso pode ser o início de um grande movimento”.

A Cia. Lápis de Seda foi criada há 14 anos em Florianópolis e seu elenco é formado por jovens bailarinos portadores de deficiência intelectual ou motora. O projeto visa o desenvolvimento humano e a promoção da criatividade. A companhia, que percorre todo o Brasil com espetáculos, acaba de fazer intercâmbio com um grupo de Fortaleza que trabalha com pessoas autistas, em iniciativa do Serviço Social do Comércio (Sesc). Agora, Ana Ciscato aguarda o resultado de editais de cultura, além de buscar captação para os projetos já aprovados.




Fonte: Agência Brasil

Passageira é presa com cocaína, skank e haxixe escondidos no corpo, em Presidente Venceslau | Presidente Prudente e Região


Uma mulher, de 24 anos, foi presa por tráfico de drogas após ser flagrada com cocaína, skunk e haxixe presos aos corpo, nesta terça-feira (26), em Presidente Venceslau (SP). Ela era passageira de um ônibus que seguia na Rodovia Raposo Tavares (SP-270).




Fonte: G1

Governo investe em dragagem de rios no Amazonas e em Rondônia


Os ministérios dos Transportes e de Portos e Aeroportos vão destinar cerca de R$ 140 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões. Ambos são importantes vias fluviais de escoamento de cargas e produtos da região, inclusive a Zona Franca de Manaus, e de transporte de pessoas.

A dragagem de um rio consiste em remover sedimentos e resíduos decantados no fundo, que reduzem sua profundidade e prejudicando a navegabilidade. Ao dragar um rio ou outro corpo d’água, a profundidade é ampliada, facilitando o trânsito de embarcações.

Os ministros das duas pastas, Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) assinaram nesta terça-feira (26) a ordem de serviço que autoriza a dragagem trecho de oito quilômetros do Rio Solimões, entre Tabatinga e Benjamin Constant, no extremo Oeste do Amazonas.

A intenção, segundo o governo, é combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada nos estados do Amazonas e Rondônia. “Não são os rios inteiros que estão assoreados, impedindo a navegação. O que existe são pontos críticos que precisam ser removidos para as embarcações passarem e garantir o escoamento da produção e a chegada de insumos”, afirmou Renan Filho.

As obras estão previstas para começar ainda nesta semana e devem durar 45 dias.

Uma segunda ordem de serviço será assinada em até duas semanas, prevendo a autorização da dragagem de dois pontos críticos de navegação no rio Madeira, na região do Tabocal, próxima à capital Manaus, e na foz do rio, em Itacoatiara. O recurso reservado para essa ação é de cerca de R$ 100 milhões.




Fonte: Agência Brasil

Mega-Sena acumula; prêmio chega a R$ 5,2 milhões


Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do prêmio da faixa principal do concurso 2.637 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado na noite desta terça-feira (26), no Espaço da Sorte, na cidade de São Paulo. 

Os números sorteados são os seguintes: 01 – 02 – 10 – 32 –34 – 59.

O prêmio acumulado está estimado em R$ 5,2 milhões. O sorteio do concurso 2.638 será realizado nesta quinta-feira (28), às 20h (horário de Brasília).

A quina teve 36 acertadores, cada um vai receber R$ 35.309,01. Já a quadra registrou 3.112 apostas vencedoras, cada ganhador vai receber um prêmio de R$ 583,51.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.




Fonte: Agência Brasil

Com temperatura de 40ºC, cabos de telecomunicações pegam fogo em poste no Jardim Caiçara




Segundo moradores, os fios foram consumidos pelas chamas e quase atingiram um carro que estava estacionado próximo ao local, em Presidente Prudente (SP). Com temperatura de 40ºC, cabos de telecomunicações pegam fogo em poste no Jardim Caiçara, em Presidente Prudente (SP)
Livia Peretti
Cabos de uma empresa de telecomunicações pegaram fogo em um poste no Jardim Caiçara, em Presidente Prudente (SP), na tarde desta terça-feira (26), data em que as temperaturas da cidade interiorana alcançaram os 40ºC, de acordo com o Instituto Climatempo.
Segundo moradores, os fios foram consumidos pelas chamas e quase atingiram um carro que estava estacionado próximo ao local.
“O medo da gente era de o carro pegar fogo e explodir, além da perda do veículo pelo motorista”, disse uma das moradoras que presenciou o ocorrido.
Durante o incêndio, um dos vizinhos jogou água nos pedaços de fios que caíram próximos ao carro, na tentativa de conter as chamas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado.
Com temperatura de 40ºC, cabos de telecomunicações pegam fogo em poste no Jardim Caiçara, em Presidente Prudente (SP)
Livia Peretti

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Defesa Civil alerta municípios sobre risco de inundações no RS


A Defesa Civil do Rio Grande do Sul distribuiu alerta a 20 municípios para risco de inundações e outros danos em razão de grandes volumes de chuvas nos próximos dias.

A previsão de hoje (26) até quarta-feira (28) é de temporais, descargas elétricas, eventual queda de granizo, fortes ventos e grande quantidade de chuva, que podem causar enchentes e outros danos.

As chuvas podem chegar a 100 milímetros. Um novo ciclone extratropical deverá se formar na costa do Rio Grande do Sul no fim da terça-feira (26) e ao longo da quarta-feira (27), conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As rajadas de vento irão superar 70 quilômetros por hora.

As cidades que podem ser afetadas estão na região do Litoral Norte e dos vales do Taquari e Caí.

Com notificação, as prefeituras podem adotar medidas preventivas para minimizar os possíveis impactos, como informar a população dos riscos, locais de segurança e abrigos públicos e como acionar a Defesa Civil local.

Fechamento de comportas

A prefeitura de Porto Alegre determinou desde segunda-feira (25) o fechamento preventivo de comportas do Guaíba para evitar alagamento da área central da capital gaúcha se o nível do lago chegar a 3 metros.

A decisão foi tomada por causa da previsão de temporais no estado nesta semana.

Das 14 comportas, que são portões de aço, oito serão fechadas. Em seis desses portões, que já ficam fechados permanentemente, serão colocados 2 mil sacos de areia para reforço.

“É uma ação preventiva. Não podemos estar desprevenidos neste momento decisivo. Estamos agindo com mitigação de danos e alinhados com o estado e demais órgãos parceiros diante da previsão do tempo e alertas que temos recebido”, informou o prefeito Sebastião Melo.

Inverno chuvoso

Porto Alegre teve o inverno mais chuvoso dos últimos 62 anos. O Inmet informou que a estação meteorológica localizada no município registrou 652,2 milímetros, valor acima da média de 1991 a 2020, que 435,5 mm.

“Sendo assim, o volume de chuva ficou 216,7 mm ou cerca de 50% acima média”, diz o Inmet.

Foi o terceiro inverno mais chuvoso na capital gaúcha, ficando atrás de 2020 (677,9 mm) e de 1972 (694,7mm).

Segundo o instituto, foram 31 dias com chuva igual ou acima de 1 mm.




Fonte: Agência Brasil