Exposição fotográfica incentiva a habilidade de ‘olhar e sentir’ com toques de reflexão, crítica e criatividade, em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


Muito mais do que registrar momentos e a beleza da vida, um olhar fotográfico reproduz até os mínimos detalhes, que parecem imperceptíveis no dia a dia, com toques de reflexão, emoção, criatividade e crítica. Assim, através deste olhar atento ao cotidiano, o escritor e fotógrafo Marcel Sachetti apresenta, a partir deste sábado (2), a exposição “A sensibilidade” na Pinacoteca do Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente (SP).




Fonte: G1

Instalação convida público a viver experiências sensoriais e imersivas sobre gestação e nascimento, em Presidente Prudente




Apresentação ocorrerá neste sábado (2), às 19h30 e às 21h, no Teatro Paulo Roberto Lisbôa. Instalação convida público a experiências sobre gestação e nascimento, em Presidente Prudente (SP)
Camily Henrique
Conversar com outras mães, partilhar experiências e expressar emoções durante e após o período de gestação são o acalento que o projeto “Mãe do Corpo” promove às mulheres que passam por este período que não é considerado fácil. Desta vez, o projeto realiza uma instalação coreográfica, neste sábado (2), às 19h30 e às 21h, no Teatro Paulo Roberto Lisbôa, que fica no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente (SP).
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Segundo a idealizadora do projeto, a artista Emanuella Kalil, “Mãe do Corpo” é um sinônimo para útero, mas também se refere à forma sutil e imaterial do órgão, para algumas comunidades tradicionais.
Por isso, no formato de uma instalação coreográfica, o trabalho convida os participantes a uma experiência sensorial e imersiva.
“É proposta ao público uma experiência sensorial, com estímulos táteis, visuais, olfativos, auditivos e gustativos, com um convite para olhar para a forma como viemos ao mundo”, explicou ao g1.
De acordo com Emanuella, a mescla das linguagens das artes cênicas e das artes visuais com elementos de dança e performance traz um rito artístico para cuidar, com arte, de aspectos relacionados à gestação e ao nascimento.
Ainda segundo a artista, o objetivo da instalação é convidar as pessoas a entrar em contato consigo mesmas, sair do automático e deixar a dureza do dia a dia.
“Esse tipo de trabalho busca restaurar as sensibilidades, que andam tão embotadas, especialmente por conta do uso exagerado de telas e medicamentos”, afirmou Emanuella.
Além disso, a apresentação contará com um intérprete de Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
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‘Mãe do Corpo’: Vivência artística proporciona experiências terapêutica e sensorial a mulheres, em Presidente Prudente
Transformar em arte 🦋🎨
A ideia do projeto surgiu como uma forma de Emanuella elaborar o que vivenciou ao longo da gestação, do nascimento de sua filha e do pós-parto.
“Sonhava com um parto natural, com um mínimo de intervenções hospitalares, mas tive uma complicação no final da gestação e vivi totalmente o oposto”, contou ao g1.
Ela enfatizou que no período em que esteve no hospital teve a oportunidade de conversar com muitas mães, ouvir histórias e conhecer os bebês.
“Vi muita coisa. Mesmo. Era um universo de muitas dores e ao mesmo tempo de muita força, resiliência e coragem”, detalhou.
Vivência ‘Mãe do Corpo’ foi criada pela prudentina Emanuella Kalil
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“Depois que tudo passou, quis transformar essa experiência em arte, como uma forma de reparação para mim e para quem mais quiser participar. A maioria de nós, de um jeito ou de outro, tem alguma história de sofrimento relacionada ao início da vida, que deixa marcas muito profundas. Olhar para essas histórias, dar lugar e espaço no coração a elas, nos ajuda a seguir mais leves”, pontuou Emanuella.
Além disso, o projeto também inclui uma vivência de dança para mães, com carga horária de 12 horas, que está sendo realizada no Centro Cultural Matarazzo.
Instalação propõe experiências sobre gestação e nascimento, em Presidente Prudente (SP)
Camily Henrique
A instalação 🎭
A artista explicou ao g1 que o trabalho emerge no campo das artes visuais, que pode trazer elementos de música, cinema, tecnologia e, no caso de uma instalação coreográfica, de dança. Além disso, as intervenções artísticas se “instalam” em determinado espaço, interferindo e guardando com ele relações bem específicas.
Emanuella ainda afirmou ao g1 que o projeto não poderia ocorrer em outro lugar, senão no Teatro Paulo Roberto Lisbôa.
“Não poderia acontecer em outro lugar, pois sua dramaturgia está atrelada ao percurso que vamos realizar ao longo dessa arquitetura. Além disso, uma instalação coreográfica apresenta uma camada extra ao agregar o corpo”, detalhou.
“É o corpo do público que realiza a coreografia, ao percorrer o espaço do teatro. Com essa escolha, conceitualmente, também pergunto: ‘É possível ocupar um espaço cênico tradicional, com um palco italiano, de uma forma diferente?’”, pontuou.
Instalação propõe experiências sobre gestação e nascimento, em Presidente Prudente (SP)
Camily Henrique
Ainda segundo a artista, a instalação é um convite para sair do estado racional, de querer explicar tudo, para se permitir silenciar e sentir, deixando-se levar pelas imagens internas que vêm ao longo do percurso.
“A obra é totalmente aberta para que cada um possa realizar suas próprias leituras, de acordo com as referências que tem”. afirmou.
Para ela, a melhor parte do trabalho é perceber que cada espectador tem uma experiência diferente de acordo com a própria história de vida.
“Gosto de mexer com a ideia de um espectador que assiste ‘passivamente’ a algo, no escuro das poltronas do teatro, para entendê-lo como participante, coimplicado na elaboração da obra”, finalizou ao g1.
Instalação propõe experiências sobre gestação e nascimento, em Presidente Prudente (SP)
Camily Henrique
Serviço
A instalação coreográfica será realizada em duas sessões gratuitas para o público acima de 18 anos, às 19h30 e às 21h, no Teatro Paulo Roberto Lisbôa, localizado no Centro Cultural Matarazzo, que fica na Rua Quintino Bocaiúva, nº 749, na Vila Marcondes, em Presidente Prudente.
Cada apresentação terá a capacidade de 30 pessoas e os ingressos gratuitos começarão a ser distribuídos ao público com meia hora de antecedência no local, ou seja, a partir das 19h e das 20h30.

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Fonte: G1

Equipamento alerta motoristas para risco de colisões em trecho da SP-270 considerado ‘crítico’, em Álvares Machado




Segundo concessionária, analisando a média anual, houve uma diminuição de 70% no número de acidentes em pontos onde as ‘Rampas Seguras’ estão instaladas. Equipamento alerta motoristas para risco de colisões em trecho da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Álvares Machado (SP)
Cart
Um equipamento que alerta para o risco de colisões traseiras foi instalado pela Concessionária Cart no km 580 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), no sentido interior-capital, em Álvares Machado (SP).
Batizado de “Rampa Segura”, o dispositivo está em funcionamento desde dezembro, e é o terceiro instalado na região, tendo em vista que o trecho em questão “é considerado crítico para acidentes de colisão traseira em perfil de aclive”.
Para se ter ideia, nos últimos quatro anos, as colisões traseiras envolvendo veículos pesados tiveram maior recorrência no período compreendido entre 18h e 23h, segundo a concessionária.
“Esta faixa horária representa um desafio significativo, justificando a implantação de medidas adicionais de segurança”, observou.
Os equipamentos implantados nos km 300 e 436 da SP-270 “resultaram em uma notável redução nas colisões”. Considerando a média anual, houve uma diminuição de 70% nos acidentes, segundo dados da Cart.
Dinâmica
O objetivo do equipamento é alertar aos motoristas antes de chegar ao referido ponto, “pois quando um veículo pesado desempenhar velocidade reduzida na rampa, aferido por sensores no pavimento, automaticamente o sistema acionará os faróis intermitentes”.
Diante disso, segundo a empresa, será possível observar de longa distância a presença de veículos lentos à frente, fazendo com que o motorista redobre a atenção e diminua a velocidade.
“Com a implementação do Rampa Segura no km 580, a Cart reafirma seu compromisso com a segurança viária, trabalhando para proporcionar aos usuários uma experiência de deslocamento mais segura e eficiente em suas rodovias”, afirmou o coordenador de Operações da empresa, Marcos Lanuti.

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Fonte: G1

Exposição revela “filosofias de vida” na Amazônia, diz Ailton Krenak


“Na aldeia Ashaninka se pode observar tudo porque as casas não têm paredes. Deitados na rede, observávamos os movimentos das casas, mas me sentia acanhado em estar sendo observado também. Com o tempo fui me acostumando. A vida integrada com o ritmo da natureza é muito prazerosa”.

O relato é do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura que, na década de 1990, acompanhou o filósofo e ativista indígena Ailton Krenak em viagens pela Amazônia. Trinta anos depois, imagens que ele produziu no período estão reunidas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio de Janeiro. São fotos inéditas para o público brasileiro. A exposição, intitulada Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, abriu as portas nesta quarta-feira (28) e poderá ser visitada até 27 de maio, de quarta-feira a segunda-feira, entre 9h e 20h. A entrada é franca.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo japonês, Hiromi Nagakura, na exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fotógrafo japonês, Hiromi Nagakura, na exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”- Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ailton Krenak assina como curador. Em entrevista à Agência Brasil, ele diz que as fotos retratam “filosofias de vida” na Amazônia e apresentam “modos de estar no mundo”. Ele propõe uma reflexão sobre as casas sem paredes da aldeia Ashaninka, que tanto impressionaram Nagakura.

“Na metrópole, a pessoa precisa ser o tempo inteiro blindada. Ela busca se prevenir do risco de ser afetado por algum dano. Esse pensamento não existe para esse povo que não usa a parede. Por que interpor a parede? É o meu corpo e o mundo. Colocar uma parede seria declarar que eu estou fora do mundo. E nós estamos enfiados no mundo. É muito comum os indígenas dizerem que os brancos vivem em caixas. Vivem se encaixando porque não conseguem ficar soltos no mundo, têm medo. É uma filosofia de vida não ter parede. Não é apenas uma escolha de como morar. É uma escolha anterior, de como se encaixar no mundo”, avalia.

Nascido em 1953 em Minas Gerais, no vale do Rio Doce, Ailton Krenak carrega uma trajetória de ativismo no movimento socioambiental, com atuação destacada durante as discussões que resultaram na inclusão de direitos para os povos indígenas na Constituição de 1988. É autor de livros como Ideias para adiar o fim do mundo (2019), A vida não é útil (2020) e Futuro ancestral (2022), entre outros. No ano passado, se tornou o primeiro indígena eleito para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Foi Nakamura a primeira pessoa a lhe atribuir o título de “filósofo da floresta”. Por sua vez, Ailton Krenak o compara com o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. “Não encontro melhor semelhança para indicar a importância do seu trabalho além desta comparação simplista entre duas personalidades engajadas, sempre surfando na crista do perigo e antenadas com as questões mais vibrantes do planeta: seres humanos e natureza”, escreveu ele no texto de abertura da exposição.

Ao todo, ambos fizeram juntos cinco viagens pelo território amazônico, entre 1993 e 1998. Algumas delas com duração de cerca de três meses, ao longo das quais a amizade foi se aprofundando. Krenak avalia que o encontro entre os dois foi um presente que a vida lhes deu. No Japão, a imersão de Nagakura pela Floresta Amazônica resultou em livros, exposições e documentários exibidos na NHK, a emissora de televisão pública do país asiático.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo, Hiromi Nagakura e o filósofo indígena, Ailton Krenak, se emocionam em frente a uma foto dos dois, da década de 90.  Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fotógrafo, Hiromi Nagakura e o filósofo indígena, Ailton Krenak, se emocionam em frente a uma foto dos dois, da década de 90. Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” – Tânia Rêgo/Agência Brasil

As fotos apresentadas pela primeira vez ao público brasileiro mostram uma diversidade de povos: yanomami, xavante, krikati, gavião, yawanawá, huni kuin e ashaninka. Desde outubro do ano passado até o início desse mês, a exposição estava em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake. No entanto, ela chega ao Rio de Janeiro ampliada: foram incorporadas dezenas de novas imagens, totalizando 160.

“Eu já tinha uma agenda de viagens para atividades que vinha realizando desde a década de 1980, quando eu descobri que podia integrar, junto com Chico Mendes, o movimento de defesa dos direitos dos povos da floresta. Eu estive no Acre e participei da mobilização junto a indígenas, seringueiros, ribeirinhos. Criamos a Aliança dos Povos da Floresta no final da década de 1980. Quando virou a década de 1990, eu estava coordenando atividades em aldeias em diversos territórios. Envolviam pesquisas sobre a diversidade cultural e biológica. Tínhamos criado uma iniciativa que incidia sobre territórios de mais de 40 povos”, conta Krenak.

Ele conta que Nagakura o procurou interessado em acompanhar algumas jornadas e passou a integrar sua equipe, que contava com outros profissionais como biólogo, engenheiro florestal, agrônomo e botânico. “Eram lugares onde eu já estava trabalhando há 10 ou 15 anos, onde eu tinha amigos que receberiam um fotógrafo sem estranhamento. Ele tinha momentos em que saía só para fazer fotos. Ficou hospedado em casas de pessoas convivendo com as crianças. E assim foi possível fazer todas essas imagens de crianças sorrindo, demonstrando uma intimidade. Não é qualquer fotógrafo que chega numa comunidade e acessa essa convivência com as pessoas de uma maneira tão descontraída”, acrescenta.

Imersão amazônica

Hiromi Nagakura realizou muitas viagens ao redor do mundo em sua carreira profissional. Fotografou, por exemplo, conflitos no Afeganistão e a luta contra o apartheid na África do Sul. Ele explica como surgiu seu interesse em realizar uma imersão pela Amazônia.

“Eu já tinha reportado muitas guerras e conflitos. E então eu vi no noticiário que povos originários da Amazônia estavam lutando pelo seu direito à terra, o que me chamou a atenção. O primeiro povo que eu visitei foram os krikatis. Na terra deles, passavam torres de energia. Eles ameaçavam atear fogo nas torres caso o processo de demarcação não avançasse”, lembra.

De acordo com o fotógrafo, Ailton Krenak foi a conexão para que ele pudesse compreender a cultura dos indígenas. “É o olhar de uma pessoa que convivia com os indígenas das diversas aldeias. Eu não queria fotografar como se estivesse retratando uma cultura exótica. Queria retratar o ser humano”. A experiência também afetou sua visão de mundo. Nagakura diz que aprendeu a adotar um ritmo diferente para a sua vida, mais lento em comparação com a dinâmica acelerada do cotidiano no Japão. Ele também aprendeu a ver mais beleza em coisas simples.

“Fiz uma foto de uma yanomami com um bebê no colo. Ela contemplava uma montanha. Foi um dia em que todos saíram para fora de repente. Eu me assustei e fui junto. Havia um macaco subindo a montanha. Estranhei a mobilização, pois se vê muitos macacos na Amazônia. Mas era algo diferente. O macaco estava escalando pedras. E essa novidade chamou a atenção dos indígenas. Havia uma beleza nisso. E eu captei um instante de felicidade dessa mulher”. Passadas mais de duas décadas da sua última viagem à Amazônia, ele espera voltar em breve. “As crianças que eu fotografei devem estar adultas. Quero me encontrar com elas. Quero ver como eles estão preservando suas culturas, suas danças e suas festas”, afirma.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 -  Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” . Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nagakura e Krenak estiveram juntos na Terra Yanomami após uma ofensiva das forças do Estado, que levou a um declínio do garimpo ilegal. Em 1992, quando o território indígena foi finalmente demarcado, o governo mobilizou a Polícia Federal e o Exército para coibir a atuação de grupos clandestinos, que haviam crescido nas décadas anteriores na esteira das políticas de ocupação da Amazônia impulsionadas pelo regime militar. Cerca de 40 mil pessoas foram expulsas do território. Havia na época uma expectativa de que fosse dado um ponto final ao problema.

“Nas viagens, busquei compreender melhor as culturas dos povos indígenas e assim transmitir esse conhecimento por meio das fotografias. Essas fotos tentam mostrar como é o povo yanomami em sua essência. É triste ver que as condições pioraram”, diz Nagakura.

As imagens que integram a exposição são muito diferentes daquelas que ganharam o noticiário nacional no início do último ano, mostrando o resultado da tragédia humanitária desencadeado pelo garimpo ilegal, que voltou a avançar com força na região na última década. A crise se traduziu em fome, em contaminação e em um alarmante aumento de diferentes doenças, sobretudo a malária. Na década de 1990, porém, as câmeras de Nagakura retrataram sorrisos, brincadeiras, manifestações culturais, atividades cotidianas em um território de beleza exuberante.

“A mídia se interessa por guerras, tragédias ambientais, tragédias imprevisíveis. Se nunca tivesse acontecido uma desgraça com os yanomami, o Brasil nunca ia ficar sabendo deles porque nós habitamos um mundo que adora consumir desgraça. Essa exposição é linda. Se ela fosse uma exposição desgraçada, ela ia ter a maior repercussão. Mas ela é linda, então ela vai ter uma média repercussão”, lamenta Krenak.

Crise de pensamento

Uma das fotos que mobilizam o olhar de Ailton Krenak retrata jovens indígenas krikati se deslocando de barco na lagoa da hidrelétrica de Tucuruí (PA). Ele considera a imagem linda, mas chama atenção para árvores secas emergindo da água: era uma área de floresta alagada para a construção da usina. Krenak faz menção ao trabalho do artista plástico polonês radicado no Brasil, Frans Krajcberg. Falecido em 2017, ele denunciava a destruição da natureza em suas obras de arte produzidas a partir de elementos naturais. “Ele recolheu materiais e fez uma escultura com árvores mortas tiradas de dentro desses lagos artificiais de usinas hidrelétricas”, conta o filósofo indígena.

Em sua visão, é preciso desmistificar a Amazônia. “As pessoas ficam fascinados com essa mitologia que coloca a Amazônia como um fantástico mundo verde desconhecido, mas não imaginam, por exemplo, que você não pode beber água ao redor de Manaus. Ela está toda contaminada por resíduos urbanos. Falta saneamento e também temos a poluição das embarcações, que jogam óleo para todo lado. Tem o garimpo. Não é exatamente clorofila que você vai experimentar em todo lugar que você andar pela Amazônia. Tem lugar que você vai encontrar mercúrio, diesel e veneno”.

Para Krenak, não é mais possível acreditar que o capitalismo possa se desenvolver de maneira sustentável. Ele observa que as aldeias também se desenvolvem, mas em equilíbrio com a natureza.

“Exploram tecnologias brandas, que não são capazes de alterar a paisagem como uma típica tecnologia dura. São capazes de conviver com um rio e, 100 anos depois, aquele rio ainda ter água pura para você beber”.

O filósofo também lamenta o desinteresse das pessoas sobre o conhecimento indígena, embora destaque que os nativos resistem e continuam a insistir em transmitir seus saberes. “Veja que curioso: agora que as últimas ilusões sobre o ocidente foram para o brejo, estão dizendo que o modo indígena de conhecer o mundo pode salvar a humanidade da crise climática e da tragédia global. Nós estamos vivendo em um mundo afetado por várias crises. Mas a principal crise é de pensamento: os humanos pararam de pensar”, avalia.




Fonte: Agência Brasil

Brasiléia, no Acre, tem a maior cheia já registrada na história


Brasiléia, no Acre, têm a maior inundação já registrada na história do município do sul do estado, em região próxima à fronteira com a Bolívia.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre, às 9h desta quarta-feira (28), em Brasiléia, o nível do rio Acre chegou a 15,56m de altura, ultrapassando a cheia histórica de 2015, quando o mesmo rio alcançou 15,55m. O nível médio de subida das águas segue em 2cm por 3 horas.

Dados da Defesa Civil Estadual mostram que, até o momento, o município é um dos mais afetados pela cheia do rio Acre e que 75% da cidade já foi afetada pelos alagamentos.

Mais de 13 mil pessoas foram atingidas de alguma forma, nos 12 bairros afetados, sendo que 911 pessoas estão desabrigadas e 1.011 estão desalojadas. Para prestar assistência às pessoas atingidas, 15 abrigos da prefeitura Brasileia estão em funcionamento com a atuação de 500 profissionais.

Na zona rural de Brasiléia, mais de 500 pessoas estão isoladas e 20 pontes foram destruídas pela força das águas.

Para evitar o colapso de água tratada e energia elétrica na cidade, a prefeitura decidiu iniciar uma operação de racionamento, com desligamento da energia por uma hora, durante o dia, nos locais ainda não alagados e reduziu a distribuição de água.

A situação das enchentes é mais grave nos municípios de Jordão e Brasiléia, que estão com cerca de 80% e 75% de seus territórios tomados pelas águas, respectivamente. Ambos estão isolados, via terrestre. As pessoas só conseguem se locomover por embarcações fluviais.

Na capital acreana, Rio Branco, o nível de água do rio Acre continua acima da chamada cota de transbordo (de inundação) e, na manhã desta quarta-feira, chegou a 16,45 metros.

Boletim Enchentes do governo do estado, divulgado nesta quarta-feira (28), aponta que, em todo o estado,  mais de 14 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas, quando vão para casa de familiares ou amigos até o nível das águas baixar.

Nas dez cidades com a situação mais crítica devido às enchentes, 5.960 pessoas estão desabrigadas e 8.516, desalojadas.

A população pode monitorar os níveis dos rios do estado aqui.

Assistência aos afetados

Ao todo, há 62 abrigos públicos para prestar atendimento à população atingida pelas cheias.

Acre (DF) 26/02/2024 - Mais de 22 mil moradores de Rio Branco estão atingidos pelas águas de igarapés e do Rio Acre
Foto: Pedro Devani/Secom

Mais de 22 mil moradores de Rio Branco foram atingidos pelas águas de igarapés e do Rio Acre. Foto: Pedro Devani/Secom

A Secretaria de Saúde do município solicitou com urgência, ao Ministério da Saúde, o envio de kits calamidade, compostos por 32 medicamentos e 16 insumos — como anti-inflamatórios, analgésicos e antibióticos, além de luvas e seringas para socorro imediato às famílias afetadas pela enchente. Cada kit tem a capacidade de assistir a 1.500 pessoas por mês.

À Agência Brasil, o Ministério da Saúde confirmou o envio de cinco kits, nesta quarta-feira, que desembarcarão no Acre até esta quinta-feira (29). A partir do recebimento, será iniciada a distribuição dos itens aos municípios, com prioridade àqueles onde a situação é mais crítica.

Equipes de saúde foram deslocadas a todas as cidades atingidas, principalmente para o Jordão, onde o governador do Acre, Gladson Cameli, afirmou que, se houver necessidade, será montado um hospital de campanha.

De acordo com o governo do Acre enviou, na segunda-feira (26), 700 quilos de alimentos e itens de primeira necessidade à população atingida pelas cheias no município isolado de Santa Rosa do Purus.

Ao município de Brasiléia, de forma emergencial, chegarão 300 galões de cinco litros de água mineral, 300 cestas básicas, um barco com motor e três caminhonetes.

Na terça-feira (27), o governo do estado começou a enviar 300 kits família para atender às comunidades indígenas do Juruá, onde há perdas de plantio e as águas invadiram casas. Esse primeiro lote está sendo encaminhado para os povos indígenas Ashaninka e Arara do Acre, do rio Amônia, e além de alimentos, conta com kits de limpeza.

A população que quiser ajudar os moradores do Acre atingidos pelas cheias dos rios pode doar cestas básicas, água mineral, kits de limpeza e de higiene pessoal. O governo do Acre cadastrou o PIX SOS2024 para o recebimento de doações financeiras. Para ajudar os afetados de Brasileia as doações via PIX são para o CNPJ da prefeitura (04.508.933/0001-45).

Situação de emergência

Nesta segunda-feira (26), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria de Defesa Civil Nacional, reconheceu a situação de emergência de 17 municípios, por conta de inundações causadas pela elevação dos níveis dos rios e também igarapés. São eles: Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro Do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido De Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.

Com o reconhecimento, o estado consegue acessar recursos do governo federal para ações de defesa civil como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas destruídas ou danificadas e restabelecimento de serviços essenciais.

Em caso de emergência, a solicitação de atendimento em decorrência das chuvas pode ser feita por ligação telefônica para o número 193.

Meteorologia

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê até a próxima segunda-feira (4) para o Norte o país, pancadas de chuva com mais 50 milímetros por dia em praticamente toda a região, mas, principalmente, em áreas do Amazonas, Pará, Rondônia e sul de Roraima. As chuvas podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento e trovoadas. Nas demais áreas, não se descartam pancadas de chuva isoladas com menores acumulados.




Fonte: Agência Brasil

Secretaria de Turismo negocia transferência de animais do zoológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


“É uma cidade, né, não à toa que o nome é ‘Cidade da Criança’, é muito grande, então tem várias questões que a gente precisa ir resolvendo aos pouquinhos. A gente não pode abrir, foi uma decisão acertada do prefeito, da forma como está, estava, ao longo de muito tempo, principalmente o parque aquático, que vai demorar bem mais. Então, assim, arrumando esses itens, tendo a documentação, deixando tudo em ordem, eu consigo abrir, e é maravilhoso. Imagine a gente juntando a questão da cultura com o turismo, com shows, com feiras, com atividades que a Cidade da Criança permite, esse é o nosso objetivo neste primeiro momento. Num segundo momento, o parque aquático”, enfatizou.




Fonte: G1

Câmara promulga lei que permite fornecimento de alimentação escolar aos profissionais da educação, em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região (Sintrapp), Luciana de Freitas Telles, informou ao g1 que não há proibição quanto à alimentação dos funcionários nas escolas da rede pública municipal de ensino, mas ressaltou que a lei legitima o direito dos servidores.




Fonte: G1

Fiscalização apreende carga de 1.178 aparelhos celulares sem notas fiscais escondidos em fundo falso na estrutura de ônibus




Veículo foi abordado pela Polícia Rodoviária nesta quarta-feira (28), em Pirapozinho (SP). Carga de 1.178 celulares estava escondida em fundo falso na estrutura de ônibus
Polícia Militar Rodoviária
A Polícia Militar Rodoviária apreendeu nesta quarta-feira (28) uma carga sem nota fiscal de 1.178 aparelhos celulares de diversos modelos que estavam escondidos em um fundo falso na estrutura interna de um ônibus, em Pirapozinho (SP).
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O veículo, que seguia para Presidente Prudente (SP), foi abordado pela fiscalização na Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425).
O motorista, de 43 anos, estava sozinho no ônibus no momento da abordagem policial.
Durante a fiscalização, o motorista ficou nervoso e se mostrou confuso quando perguntado sobre o itinerário do ônibus, que não tinha passageiro.
Além das mercadorias, o ônibus, com placas de São João do Ivaí (PR), também foi apreendido.
A ocorrência foi registrada na Delegacia da Polícia Federal, em Presidente Prudente, e o motorista irá responder em liberdade pelo crime de descaminho.
Carga de 1.178 celulares estava escondida em fundo falso na estrutura de ônibus
Polícia Militar Rodoviária

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Fonte: G1

Militares e civis são denunciados por furto de metralhadoras


O Ministério Público Militar (MPM) denunciou quatro militares e quatro civis pelo furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri (SP), em setembro do ano passado. De acordo com a Justiça Militar, além dos civis, os denunciados são um tenente-coronel, um oficial responsável pelo setor de informações do arsenal e dois praças.

Desde o dia 23, os dois praças encontram-se presos preventivamente. “O processo encontra-se em segredo de Justiça, com investigações ainda em curso, com a possibilidade de envolvimento de novos agentes, tanto civis, quanto militares”, informou a Justiça Militar, em nota.

De acordo com o Exército, a investigação sobre o furto das metralhadoras foi concluída no dia 16. Os militares e civis indiciados foram responsabilizados por furto, peculato, receptação e extravio de armas.

Se forem considerados culpados, os militares poderão receber penas de até 50 anos de prisão e ser expulsos do Exército.

Das 21 metralhadoras furtadas, 19 foram recuperadas e duas ainda são procuradas.

Segundo o Comando Militar do Sudeste, as armas furtadas não têm condições de uso.




Fonte: Agência Brasil

Com greve na Argentina, Latam e Gol cancelam voos para país vizinho


As empresas aéreas brasileiras Latam e Gol cancelaram os voos para à Argentina que seriam realizados nesta quarta-feira (28) por causa da greve de trabalhadores aeroportuários no país vizinho. As companhias informaram que os passageiros prejudicados poderão remarcar os voos para outras datas, sem custos adicionais.

De acordo com a Gol, a paralisação dos trabalhadores argentinos afeta os aeroportos de Buenos Aires, Córdoba e Rosário, que receberiam voos da empresa hoje.

“Todos os clientes terão seus voos remarcados para outras datas e poderão realizar a alteração sem custos, de acordo com a vontade de cada passageiro. Clientes com bilhetes marcados para esta data estão recebendo comunicação por e-mail e SMS, de acordo com os dados informados no ato da compra, já podendo realizar a autogestão de seus bilhetes nos canais digitais da GOL”, informou a companhia.

Para quem adquiriu bilhetes por meio de agências de viagem, a Gol diz para procurar diretamente os representantes dessas agências.

A Latam explicou que o cancelamento foi necessário porque os trabalhadores em greve são responsáveis “pela transferência de passageiros e suas bagagens das estações das companhias aéreas para as aeronaves e vice-versa, entre outras tarefas”.

A companhia informou que o reagendamento da viagem pode ser feito para até um ano depois do primeiro voo, “respeitando a origem e o destino do itinerário”. Além disso, a Latam ofereceu aos clientes a possibilidade de reembolso dos valores gastos. “Os reembolsos se aplicam sem ônus e para todos os cupons de bilhetes não utilizados”, acrescentou.

Greve e inflação

Os trabalhadores da empresa argentina Intercargo, responsáveis pela infraestrutura de aeroportos, e da companhia aérea Aerolíneas Argentina fazem greve nesta quarta-feira por motivos salariais. A Aerolíneas informou que cancelou 331 voos no dia de hoje, o que teria afetado cerca de 24 mil passageiros.

De acordo com a Associação do Pessoal Aeronáutico (APA), que representa uma das categorias em greve, as empresas ofereceram um reajuste de 12%, enquanto a defasagem salarial estaria em cerca de 70%.

A Argentina tem enfrentado altas taxas de inflação nos últimos anos, registrando aumento de 20,6% nos preços ao consumidor em janeiro deste ano. No acumulado dos últimos 12 meses, nossos vizinhos enfrentam variação de preços de 254%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec).




Fonte: Agência Brasil