Motorista é preso por embriaguez ao volante após colidir picape em rotatória, em Presidente Prudente




Ocorrência foi registrada, na tarde deste sábado (31), no Jardim das Rosas. Motorista é preso por embriaguez ao volante, em Presidente Prudente (SP)
Redes sociais
Um homem, de 47 anos, foi preso em flagrante, na tarde deste sábado (31), por embriaguez ao volante após colidir sua picape contra uma rotatória, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP).
📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp
Segundo o Boletim de Ocorrência, uma equipe da Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de trânsito em uma rotatória. No local, os agentes constataram que o envolvido colidiu seu veículo e tentou fugir a pé.
A PM conseguiu conter o homem, que estava “visivelmente alterado e fora de si”.
Ainda de acordo com o documento policial, a mulher do envolvido disse que o marido “sempre lhe causava problemas devido ao consumo de álcool”. Ele não aceitou realizar o teste do bafômetro e o médico legista foi acionado.
O envolvido foi preso em flagrante por embriaguez ao volante e o delegado responsável pelo caso arbitrou uma fiança de R$ 1,5 mil, que foi paga e ele deve responder ao processo em liberdade.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Jovem esconde revólver embaixo de travesseiro e acaba preso no Conjunto Habitacional João Domingos Netto, em Presidente Prudente




Ocorrência foi registrada, nesta sexta-feira (30), por policiais da cavalaria do 8º Baep. Jovem é preso por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, em Presidente Prudente (SP)
Polícia Militar
Um jovem, de 18 anos, foi preso em flagrante, nesta sexta-feira (30), por posse ilegal de arma de fogo e tráfico de droga, no Conjunto Habitacional João Domingos Netto, em Presidente Prudente (SP).
📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp
Conforme a Polícia Militar, agentes da cavalaria do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) realizavam patrulhamento pelo bairro e encontraram três homens que, ao perceberem a presença policial, apresentaram mudança de comportamento, tentando fugir do local.
Os policiais abordaram o trio e, após busca pessoal, localizaram uma porção de maconha com o jovem, que confessou realizar o tráfico de drogas na região e que possuía outras porções do mesmo entorpecente em sua casa.
Na residência do envolvido, a PM localizou um vidro dentro do guarda-roupas com cinco porções de maconha, R$ 58 e embalagens plásticas utilizadas para embalar as drogas fracionadas.
Já sob o travesseiro, os policiais encontraram um revólver calibre 32 com seis munições intactas. Ao ser questionado, o jovem informou que comprou o armamento em Pirapozinho (SP) por R$ 2,5 mil e utilizaria para sua segurança, defendendo o local onde vende as drogas.
O envolvido foi preso em flagrante por tráfico de droga e posse ilegal de arma de fogo e foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Civil, onde permaneceu à disposição da Justiça.

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.




Fonte: G1

Homem é preso após jogar saco plástico com dois cães em galeria de águas pluviais, em Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


Segundo o Boletim de Ocorrência, uma equipe da Polícia Militar foi acionada e, no local, entrou em contato com duas testemunhas, que relataram estar em uma barbearia e avistaram o envolvido carregar um saco plástico, onde era possível ouvir “sons típicos de cão latindo”.




Fonte: G1

Esplanada dos Ministérios recebe ensaio do 7 de setembro neste sábado


O governo federal realizou na manhã neste sábado (31) o ensaio geral para o desfile cívico-militar do 7 de setembro, que será realizado no próximo sábado. 

O trânsito na Esplanada dos Ministérios precisou ser bloqueado para a passagem dos militares e veículos blindados.

Confira as imagens de Antônio Cruz, da Agência Brasil, que realizou a cobertura fotográfica do ensaio:




Fonte: Agência Brasil

AGU contesta Ibama sobre exploração de petróleo na Margem Equatorial


O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, aprovou novo parecer jurídico sobre a exploração de petróleo na região da Margem Equatorial, no norte do país. A conclusão da AGU, informada em nota, é que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não tem atribuição legal para reavaliar o licenciamento ambiental do Aeroporto Municipal de Oiapoque (AP).

06/05/2024 –   Advogado-Geral da União Jorge Messias, durante entrevista coletiva.   Foto: Valter Campanato/Agência Brasil06/05/2024 –   Advogado-Geral da União Jorge Messias, durante entrevista coletiva.   Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Advogado-Geral da União Jorge Messias. Foto:  Valter Campanato/Agência Brasil

“O eventual impacto do sobrevoo de aeronaves entre o terminal aéreo e a área de exploração foi um dos pontos invocados pelo Ibama para indeferir licença solicitada pela Petrobras para a perfuração de poço no bloco FZA-M-59, localizado na chamada Margem Equatorial, a 175 quilômetros da foz do rio Amazonas.”

Ainda de acordo com o comunicado, o parecer conclui que “não constitui fundamentação adequada para análise do pedido de reconsideração do licenciamento do bloco FZAM-59 a verificação de impacto do tráfego aéreo do Aeroporto de Oiapoque sobre as comunidades indígenas do entorno do aeródromo”.

A nota destaca que a análise jurídica realizada pela AGU, por meio da Consultoria-Geral da União (CGU), sustenta que a legislação brasileira prevê a unicidade do licenciamento ambiental, ou seja, que a competência para licenciar um empreendimento deve ser concentrada e operacionalizada por um único ente federado, seja o município, o estado ou a União, a depender do tipo e abrangência do empreendimento.

“No entendimento externado no parecer, a AGU explica que o aeroporto já se encontra licenciado pelo órgão ambiental estadual e que eventual reavaliação quanto ao impacto de sua operação sobre o modo de vida das comunidades indígenas localizadas em suas proximidades constitui atribuição do órgão estadual do meio ambiente competente para licenciar o aeródromo, conjuntamente com o órgão federal competente, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB).”

Em relação especificamente ao pedido de reconsideração do indeferimento do licenciamento ambiental, feito pela Petrobras, a AGU diz que o Ibama chegou a solicitar a manifestação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sobre eventual impacto do sobrevoo de aeronaves na região, mas que a consulta não está prevista na legislação ambiental aplicável ao caso.

“Pelo que se observa, a atuação do Ibama carece de previsão regulamentar ou mesmo de razoabilidade, ao criar uma etapa procedimental não prevista na norma e que põe em risco o prosseguimento do licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, podendo não só gerar atraso na análise do pedido de reconsideração do licenciamento, mas também risco ao programa energético brasileiro de matriz não renovável.

Atendimento à fauna

De acordo com a AGU, outro ponto que estava sob análise era o tempo de resposta e atendimento à fauna atingida por óleo, em caso de vazamento, também apontado pelo Ibama como uma das razões para indeferir o licenciamento. A pasta entendeu que a resolução desse ponto não dependeria de análise jurídica, “mas de medidas necessárias ao atendimento da exigência que, atualmente, estão sendo objeto de tratativas o órgão ambiental e a Petrobras”.




Fonte: Agência Brasil

Suspeita de incêndio interrompe operações no Aeroporto de Guarulhos


Três voos foram cancelados e oito tiveram que ser alternados para outros locais após um forte cheiro de fumaça que foi sentido na manhã de hoje (31) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo. As operações ficaram suspensas no terminal aéreo por cerca de meia hora.

A Nav Brasil, empresa responsável pelas atividades da torre de controle do aeroporto, informou que as operações de pousos e decolagens precisaram ser suspensas entre as 10h54 e 11h31 da manhã por segurança, depois dos funcionários terem sentido “um forte cheiro de fumaça”. “Após inspeção realizada pelos bombeiros e confirmada a segurança do retorno às operações, estas foram reiniciadas às 11h31”, diz a nota da empresa.

Segundo a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, o Corpo de Bombeiros foi acionado pela equipe da Torre de Controle por volta das 11h da manhã por causa de uma fumaça nas instalações. No entanto, não houve detecção de nenhum foco de incêndio ou de risco à segurança, informou a GRU Airport. Neste momento, o terminal opera normalmente.

Esta é a segunda vez nesta semana, em que o aeroporto enfrenta problemas. Na última quinta-feira (29), uma interferência de sinais de radiofrequência no sistema de navegação do aeroporto provocou cancelamentos e atrasos em voos. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que a fonte do sinal interferente era proveniente do centro da cidade de Guarulhos.




Fonte: Agência Brasil

Cinco municípios paulistas estão com foco de incêndio ativo


Cinco cidades do interior paulista estão com focos de incêndio ativos neste sábado (31), informou a Defesa Civil do estado de São Paulo. Segundo o órgão, os focos de fogo foram verificados nas cidades de Morro Agudo e Pedregulho, ambos na região de Franca; em Altinópolis e Franca, na área de Ribeirão Preto; e em Fernandópolis, na região de São José do Rio Preto.

Neste momento, agentes de Defesa Civil, bombeiros, brigadistas voluntários e equipes de grupos privados estão atuando em todos estes locais para o combate às chamas.

Na semana passada, dezenas de cidades do interior paulista sofreram com focos de incêndio e intensas fumaças. Dois funcionários de uma usina em Urupês morreram tentando combater um desses incêndios. Por causa disso, o governo de São Paulo criou um gabinete de crise para gerenciar ações de monitoramento e de controle da situação e iniciou neste final de semana uma operação especial para combater as queimadas no interior paulista.

As queimadas provocaram muitos prejuízos no estado, como o fechamento temporário de rodovias e perdas de 5 milhões de toneladas de cana e 60 mil hectares de produção, segundo estimativas da associação patronal Novacana.

Até ontem (30), a Polícia Civil havia detido dez pessoas por suspeita de terem participado de incêndios criminosos no estado. Um desses detidos foi um homem de 39 anos, que ateou fogo em uma plantação de cana-de-açúcar na cidade de Pindorama, na região de São José do Rio Preto. Ele foi preso na última quinta-feira (29). Segundo testemunhas, esse homem teria usado um isqueiro para atear fogo em vários pontos da plantação. Ele foi preso em flagrante, portando uma bicicleta, isqueiro, caixa de fósforo, um maço de cigarros e dinheiro.

Além dele, foram detidas duas pessoas em Franca, duas em Batatais, duas em São José do Rio Preto, um em Jales, um em Guaraci e outro em Salto. Outros dois homens foram autuados na cidade de Porto Ferreira por acender uma fogueira para limpeza da vegetação. Todos esses casos estão sendo investigados, mas a polícia informa que não há ligação entre eles.

Alerta

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um alerta na última quinta-feira (29) para o risco elevado de incêndios em quase todo o estado para os próximos dias, quando haverá aumento nas temperaturas e baixa umidade do ar, o que aumenta o risco de queimadas.

O Mapa de Risco de Incêndio, que emite previsões para os próximos dias, aponta que as regiões mais críticas com relação às altas temperaturas são Andradina, Araçatuba, Bauru e Jaú, com máximas podendo chegar a 35ºC. Há risco também de baixa umidade relativa do ar, que deve atingir níveis críticos ficando abaixo dos 20%.

Por causa desse alerta, os órgãos estaduais recomendam atenção redobrada para a população, alertando para que não se coloque fogo em áreas de vegetação seca, não jogue bitucas de cigarro em beiras de rodovias, não realize a limpeza da área rural utilizando técnicas com fogo, não queime lixo e não solte balão.




Fonte: Agência Brasil

Fliparacatu premia alunos em concurso de redação e desenho


Quantas histórias cabem nos muros invisíveis? Alunos da rede pública e privada de Paracatu foram instigados a dar respostas à essa pergunta. Após visitar a mostra Muros Invisíveis: Professores Negros, eles foram convidados a desenvolver uma fanfic, ou seja, inventar histórias a partir de outras já existentes. A ideia era revelar talentos, além de promover o gosto pela leitura e pela escrita.

A premiação ocorreu nesta manhã de sábado (31), dentro da programação do Festival Literário Internacional de Paracatu, e celebrou os vencedores das categorias de desenho e redação. Foram 18 vencedores, nas seis categorias do concurso.

Bárbara Kamyllia Tenório, de 17 anos, ficou com o primeiro lugar na categoria de estudantes de 15 a 18 anos. Ela está no terceiro ano do ensino médio e estuda na Escola Estadual Neusa Pimentel Barbosa. Sua redação recebeu o título “Uma imprescindível mulher”.

“Eu fiquei muito surpresa com o primeiro lugar. Eu sabia que eu tava no pódio, mas não imaginava que seria logo o primeiro. Eu escrevi sobre uma professora negra e sobre quebrar muros, quebrar barreiras. Porque ser negro no Brasil é muito difícil, por causa do nosso histórico, e ter forças para quebrar os muros, como a gente viu na exposição, é muito bonito”, fala.

 A professora de português, redação e literatura Kélia Nunes Rabelo, acompanhou o processo da Bárbara e disse que foi muito difícil selecionar o texto, tamanha qualidade dos textos produzidos.

“Nós visitamos a exposição, fizemos uma aula ao ar livre e ficamos surpreendidos com a qualidade dos nossos alunos. Desde o início, estávamos confiantes no primeiro lugar, porque a redação da Bárbara ficou muito boa, original, criativa e acho que cumpriu com o propósito do concurso”.

Com o título “A heroína da educação”, Andressa Gabrielly, da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães, conquistou o terceiro lugar da categoria de 12 a 14 anos. Ela gosta de ler, escrever e já participou de outros concursos de redação. “Eu usei a professora Laisa como personagem principal e o super poder dela é do conhecimento e da educação. Os professores podem não ter o poder da invisibilidade, ou de voar, mas passam todo o conhecimento que eles têm”.

A diretora da escola da Andressa, Sueli Batista Gomes, acredita que o apoio da escola, da professora e da família foram fundamentais. Para ela, o que fica do Fliparacatu, é “imensurável na cultura, conhecimento, arte que é levada às crianças e adolescentes”.

A segunda edição do Prêmio de Redação teve 44 desenhos inscritos e 47 redações. Cerca de 32 mil alunos forem envolvidos. Os primeiros lugares receberam premiações em dinheiro de R$ 300, R$ 500 e R$ 1 mil. A comissão julgadora foi composta pelo jornalista Cláudio Oliveira, a historiadora Helen Ulhoa Pimentel e os professores José Ivan Lopes e Vinícius Paz de Araújo.

Muros invisíveis

Com curadoria das líderes quilombola, Rose Bispo e Kassius Kennedy, a mostra homenageia 21 professores negros da rede pública de Paracatu. A exposição é realizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, através da promotora de Paracatu, Mariana Leão.

Selma Bispo dos Anjos Silva, uma das escolhidas, afirma que foi indescritível participar e conta que foi maravilhosos contar a sua história, o racismo sofrido. Para ela, é um projeto que vai mudar a história de Paracatu e do povo negro.

“Ser convidada foi uma surpresa. Porque, geralmente não se homenageia professores, e ainda mais professores negros, com uma história comum e, para a maioria, uma história sem importância. Senti que seria uma forma de nos mostrar para a sociedade e que a gente pode tudo. E também homenagear os nossos antepassados. A sensação que a gente tinha, na inauguração, é que tinha várias e várias gerações ali conosco”.

Selma dá aulas para o ensino infantil e fundamental na escola municipal Maria de Trindade Rodrigues, na zona Rural de Paracatu. A escola do Jean Carlos dos Reis Silva, de 11 anos, vencedor da categoria PCD com um desenho onde ele retratou alunos de mãos dadas, com a professora. Jean disse que está “muito feliz” com o prêmio e que pretende continuar desenhando.  

Paracatu (MG), 28.08.2024 -  2° edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Foto: Festival Literário Internacional de Paracatu/DivulgaçãoParacatu (MG), 28.08.2024 -  2° edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Foto: Festival Literário Internacional de Paracatu/Divulgação

 Premiação ocorreu nesta manhã de sábado (31), com 18 vencedores premiados nas seis categorias do concurso.  Foto – Festival Literário Internacional de Paracatu/Divulgação

Para Selma, ter a história recontada pelos alunos foi muito especial. Em uma delas, foi retratada como como uma princesa; em outra, foi comparada a Carolina Maria de Jesus. Por fim, ela lembra ainda que uma das alunas, de cinco anos, viu a foto na mostra e perguntou: tia, a senhora é negra? E Selma respondeu, “sim, somos, você também é negra? Ela olhou pra mim e disse: uai, eu sou da cor da senhora, então eu sou, né?”.

Conceição Evaristo, que começou a carreira como professora infantil no Rio de Janeiro, disse que concursos como este são “o momento alto dos eventos de literatura”.

Conceição ressaltou a importância de homenagear professores negros como um resgate histórico. E, em especial, as professoras negras.

“Talvez as primeiras professoras foram as mulheres negras, dentro da casa grande. Elas cuidavam da prole da casa grande. Exerciam papel de educadora, inclusive da língua falada no Brasil”, disse a escritora.

Ao encerrar a premiação, Ailton Krenak, homenageado do Festival, deu um carinhoso conselho às crianças.

“Mantenham seus coraçõezinhos nos lugares onde sempre estiveram: seguros. A beleza de vocês é o que dá sentido ao mundo. Os desenhos, os textos, isso é o sentido da literatura, do desenho, da arte. Bem-vindos a esse mundo incrível, cheio de muros invisíveis, que vocês vão ajudar a desmontar”, afirmou Krenak.

*Repórter viajou a convite da organização do festival




Fonte: Agência Brasil

Beneficiários do Iamspe realizam manifestação em frente à Santa Casa de Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


“Nós vamos realizar outras vigílias em defesa da saúde do servidor, no Calçadão, no Ministério Público, mas esse marco inicial é aqui na Santa Casa porque a gente realmente gostaria de saber quem está falando a verdade: se é o governo do Estado de São Paulo ou se é a diretoria da Santa Casa”, afirmou o coordenador regional do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo (Apeoesp), Wilian Hugo Correa dos Santos.




Fonte: G1

“Minha literatura convoca todo mundo”, afirma Conceição Evaristo


Conceição Evaristo se emociona escrevendo. Chora, precisa levantar e retomar o fôlego ao fim de uma cena particularmente dolorosa. Edifica os personagens como quem cria filhos. Também se demora em um texto. Às vezes mais de década. É que toda palavra que sai de suas mãos tem que ser bem trabalhada. O texto flui, mas flui de maneira cuidadosa.

“Eu acho que esse isso também faz parte do prazer da criação. Para mim, é prazeroso, é muito bom quando você acaba de escrever um texto e sente que aquele texto é um texto feliz. Mesmo quando estamos falando de coisas duras”, afirma a escritora.

Conceição é um dos nomes mais queridos da segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Ano passado foi a homenageada, junto com o escritor moçambicano Mia Couto. Nesta conversa, ela falou com a Agência Brasil sobre seu processo criativo, preço do livro no Brasil, os autores que têm lido e as modas que ainda pretende inventar.

Rio de Janeiro (RJ), 28/07/2024 - A escritora, Conceição Evaristo, participa da 10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ.  Mulheres negras marcham contra o racismo e pelo bem viver, na praia de  Copacabana, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilRio de Janeiro (RJ), 28/07/2024 - A escritora, Conceição Evaristo, participa da 10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ.  Mulheres negras marcham contra o racismo e pelo bem viver, na praia de  Copacabana, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 escritora, Conceição Evaristo, Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Agência Brasil: Como é a emoção de estar em uma feira? 
Conceição Evaristo: Pra mim, desmistifica essa fala, que é muito comum, que o brasileiro não gosta de ler, que as pessoas não leem. Eu fico sempre pensando que não é oferecido às pessoas a oportunidade da leitura. Quem tem a oportunidade da leitura, de ir se formando como leitor, gosta de ler, sim. Falta estímulo. E tem uma questão que eu acho mais séria ainda: livro no Brasil é caro. Por exemplo, este livro aqui está a R$49. Eu comprei agora para de presente para criança. Um texto ilustrado, colorido, sai caro. Então, talvez se tivesse mais ou se tivesse políticas de publicação, políticas voltadas para a publicação. Eu acho que, talvez o que impede a leitura no Brasil, é que livro sempre foi muito caro.

Agência Brasil: Na mesa com Itamar Vieira Júnior, a senhora falou sobre afeto e que as mulheres negras têm falado muito sobre afeto. Como o afeto aparece na sua literatura?
Conceição Evaristo: Ontem quando o Itamar tava dizendo da construção das personagens dele, que as personagens acabam ecoando alguma experiência que ele tem, eu também acho que as minhas personagens acabam ecoando alguma experiência. Isso não significa que cada personagem sou eu, mas, na construção de determinadas personagens minhas, é como se eu tivesse, realmente, construindo ou edificado filho. Tem um texto meu que eu começo falando de parentes, para dizer que cada personagem é um parente. E aí, quando você se cumplicia com o personagem vem do afeto. Quando eu tava escrevendo Ponciá Vicêncio, tem uma cena, depois do marido ter espancado ela diversas vezes, já tá naquela fase de compreensão dela. Então, ele vem com uma canequinha de café e oferece café para ela. Quando ele chega perto, ela se recua e abaixa o corpo esperando as pancadas. E ele então chega com a canequinha debaixo do nariz dela, quando ela sempre cheira, que ela percebe que é um ato de afeto que ele tá levando para ela. Eu escrevi aquela cena chorando. Várias vezes tive de levantar para tomar fôlego.

Agência Brasil: Conceição nunca foi vítima de violência doméstica e acredita que os homens podem mudar.
Conceição Evaristo: Nesse romance, Ponciá Vicêncio, há um momento que o marido de Ponciá se transforma. Há um momento em que ele olha para essa mulher que ele batia, porque não tinha paciência nenhuma com ela, porque ela ficava vários momentos fora de si, e ele percebe a solidão dessa mulher. Aí ele percebe a própria solidão. Ele muda. Então, eu acredito que possa haver uma mudança, sim. Pode vir com a própria consciência, o sujeito se descobrir. Como também eu acho que pode vir até de uma punição mesmo. Talvez esses homens que cometem violência contra mulher se eles recebessem uma punição, mas uma punição não é também… um processo educativo, de conscientização, talvez eles possam perceber.  Em um outro lugar, a gente não tá falando de mesma coisa, mas eu acredito que haja pessoas brancas que um dia vão perceber quão racistas elas são e podem ter esse processo de esforço, de aprendizagem, de compreensão e mudar. E ser, inclusive nossos aliados na luta contra o racismo, né? Eu acho que esse processo também pode acontecer com o homem.

Agência Brasil: Sobre as mudanças do mundo, Conceição acredita que há um esgotamento, um cansaço. E que não há espaço para brutalidade e guerras.
Conceição Evaristo: Eu acho que é um cansaço na humanidade. Há um esgotamento das pessoas. Por exemplo, a Europa perdeu o rumo. Hoje não é mais novidade. Hoje não, há muito tempo a Europa não é mais novidade hoje não, tá? Talvez por isso eles se voltem com tanto a ênfase ou se voltou com tanta ênfase com as populações tradicionais, com as populações africanas, as populações indígenas. E, individualmente, até mesmo em termos de grupos sociais, eu acho que há um esgotamento. Eu acho que isso também é muito por força do capitalismo. O que que as pessoas querem? O que as pessoas procuram? Em que nós depositamos a nossa vida? Outro dia me impressionou muito. Eu passei perto de dois jovens e eles estavam discutindo aposentadoria. Aí um dizia que vai se aposentar com 65 anos. Ora, com 65 anos, se você não tiver é uma vida saudável, você vai estar muito doente. E aí você não tem mais nem como aproveitar a vida, né? Ao mesmo tempo que se olha muito para o futuro, também tem uma ânsia muito grande nesse presente, né?

Agência Brasil: A senhora já falou em outros lugares, que a literatura negra não é apenas para lazer, mas também para incomodar, fazer pensar. A senhora acredita que a literatura ainda é este lugar?
Conceição Evaristo: Acredito. E acho que aqui cabe uma outra questão. Há uma tendência em dizer que a arte é universal, né? Então a literatura ela é universal, ela não guardaria determinadas especificidades, né? E quando essa literatura guarda agora determinadas especificidades ela é chamada de literatura militante, literatura panfletária. Mas o que que eu percebo? Tem várias obras da literatura brasileira, obras belíssimas que eu gosto imensamente, mas ela me incomoda, na medida que o sujeito negro não cabe ali naquela obra. E quando ele aparece, aparece estereotipado. Então, ela é uma literatura é que eu gosto muito, mas que ela não me convoca. Pelo contrário, ela me expulsa, nesse processo de ficcionalização.

Ora, quando eu escrevo livro e, como eu sempre digo, toda a minha literatura é contaminada pela minha experiência de mulher negra na sociedade brasileira. Então, quando eu escrevo um livro e esse livro convoca mulheres, homens, pretos, brancos, brasileiros, estrangeiros, e tem um público leitor fora do âmbito nacional, então, a gente faz uma literatura Universal. A partir de minha experiência como mulher negra, a partir da minha subjetividade, eu consigo criar um texto que convoca todo mundo. Então, esta sim, sem modéstia nenhuma, esta sim, é literatura universal.

Agência Brasil: O que a senhora tem lido ultimamente?
Conceição Evaristo: Eu tenho livro esses escritores de países africanos de língua portuguesa; tenho lido as obras de Carolina Maria de Jesus, para além do Quarto de Despejo. Paulina Chiziane, que é justamente essa escritora de Moçambique, né? Acabei de reler Eu , Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé. Eu releio livros porque às vezes e minha primeira leitura é para trabalho. Então, eu gosto de fazer uma leitura despretensiosa, que é mais gostosa.

Agência Brasil: Conceição diz que está sem tempo para ler e que tem escritos parados há mais de dez anos. Agora, ela prepara um livro com poesias eróticas. E fala do cuidado com esse texto.
Conceição Evaristo: É uma coletânea de poemas, que já deve nascer como uma tradução para o inglês. Devo fazer esse livro com muito cuidado, com muito cuidado. Por que? Porque eu gosto muito dessa linguagem que insinua, dessa linguagem que a pessoa que lê depois tem que ter um tempo de maturação: será que foi isso mesmo que eu li? Gosto muito disso. E também porque falar de sexo, falar de sexualidade, ou falar de amor, de gozo, nessa relação passional, é muito difícil. E também para as mulheres negras talvez seja mais difícil ainda, né? Por causa dessa objetificação do corpo negro. Tanto do corpo do homem, como do corpo da mulher. As pessoas negras são vistas como com potencial sexual. Eu não posso fazer um livro de poemas eróticos e trabalhar em cima dos mesmos estereótipos do corpo negro, né?

Agência Brasil: Conceição está lendo Carolina Maria de Jesus para além do Quarto de despejo, obra pela qual a autora é mais conhecida. E fala sobre os olhares para as mulheres negras.
Conceição Evaristo: Hoje mesmo eu tava pensando, né? O olhar sobre nós, mulheres negras, é um olhar muito, muito cruel. Carolina Maria de Jesus tinha um comportamento que era, muitas vezes, considerada como louca, sem educação, ainda mais que ela vinha de uma favela. Carolina é uma pessoa muito intensa. Tão intensa quanto Clarice Lispector. As pessoas se referem à intensidade de Clarice Lispector de uma outra forma, né? Tem uma tendência de compreensão com as atitudes de Clarice, com o modo de Clarice ser.

Eu nunca vi alguém falando que Clarice era sem educação, que era louca. Carolina era pessoa extremamente também angustiada. Ela enfrentava esse processo de solidão que o ser humano enfrenta, com mais ou menos intensidade. Carolina era assim. Aurora, a mulher que tomava banho no rio (personagem do livro Canção para ninar menino grande), simboliza um desejo e uma realização de liberdade que todos nós temos. Então, esse é o exercício, de agarrar a personagem naquilo que tem escondido na personagem e na gente e que as pessoas não veem nas pessoas negras. Todo mundo lê Carolina pensando que ela tá falando só da fome física. A angústia de Carolina ultrapassava o fato dela não ter dinheiro para comprar o pão pros filhos.

*A repórter viajou a convite da organização da Fliparacatu




Fonte: Agência Brasil