Justiça monta posto de atendimento no Rock in Rio


O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) instalou um posto de atendimento para os sete dias do Rock in Rio, evento que começou nesta sexta-feira (13). A base móvel ficará dentro da Cidade do Rock, na Central de Órgãos Públicos nas dependências da Arena 1 do Parque Olímpico, nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro.

Ao todo, 14 juízes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro participarão da escala de plantão.

Serão atendidos casos de competência cível e criminal, como conflito com a organização do evento, direito do consumidor, furtos,  venda de ingressos de forma ilegal e violência física. Além de realizar audiências de custódia, que já foram implementadas em outras edições do festival, o Juizado contará, nesta edição, com uma Sala de Acolhimento para atendimentos de mulheres vítimas de violência.

Os magistrados têm competência plena, exceto para casos de homicídios e da infância e juventude.

A base do Juizado Especial está montada em uma área que também abriga os postos do Ministério Público, da Defensoria Pública e das polícias Civil e Militar do Rio.




Fonte: Agência Brasil

Festival Revelando SP leva cultura regional a 80 mil paulistanos


A edição de 2024 do festival Revelando São Paulo, maior evento dedicado às culturais regionais do estado, termina neste final de semana, após passar pelas cidades de Barretos, Iguape, Presidente Prudente e São José dos Campos. Segundo a assessoria do festival, as edições no interior atenderam 200 mil visitantes. A edição na capital, que começou na quinta-feira (12) e vai até domingo (15) tem previsão de público de 80 mil pessoas, com maior concentração no sábado e domingo. O festival é gratuito.

São Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária. Show do cantor Almir Sater.

Foto: Paulo Pinto/Agencia BrasilSão Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária. Show do cantor Almir Sater.

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

São Paulo – Show do cantor Almir Sater no Festival Revelando São Paulo, no Parque da Água Branca – Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

A programação é variada, com barracas de artesanato e comidas típicas da culinária paulista, distribuídas na área de exposições do Parque da Água Branca, que sedia órgãos do governo como a Secretaria de Agricultura, e fica localizado na zona oeste da cidade. Os 142 participantes representam 88 municípios de 12 regiões paulistas. Também haverá apresentações de dança e música típicas, além de shows como o do violeiro Almir Satter, que encerrou a programação do palco ontem.

Em nota, a organização informou à Agência Brasil que a curadoria do Revelando São Paulo é pautada pela tradição e pela transmissão desses conhecimentos, que são passados de geração para geração. “É uma reverência a esses mestres, guardiões das expressões mais tradicionais da nossa cultura tão diversa”.

São Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária.

Foto: Paulo Pinto/Agencia BrasilSão Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária.

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

São Paulo – Festival da tradicional cultura paulistana, Revelando São Paulo ocorre no Parque da Água Branca – Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

Essa diversidade pode ser observada no evento por meio das comunidades representadas: caipiras, caiçaras, povos originários, quilombolas e ciganos. Além disso, este ano o Revelando fez parcerias com outras instituições, como o Catavento e o Museu de Arte Sacra, que trazem a experiência das culturas tradicionais por meio da estética”. Detalhes da programação estão no site do evento.




Fonte: Agência Brasil

Footing: Como era o comportamento que marcou gerações e contribuiu para a formação de famílias ao longo da história de Presidente Prudente




Casais lembram como se dava a paquera entre as décadas de 1950 e 1970. Footing marcou gerações em Presidente Prudente; saiba como era realizado
Imagine-se em uma viagem no tempo para Presidente Prudente (SP) ainda nas décadas de 1950 a 1970, quando ainda era apenas uma “cidade menina”. As moças trajavam seus melhores vestidos e saias rodadas e os rapazes saíam das vilas para caminhar na área central. Esse era o footing. Do inglês, “ir a pé”, o ponto de encontro que era realizado na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho marcou gerações que por ali buscavam se divertir e, quem sabe, encontrar o amor (assista ao vídeo acima).
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Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Prudente de Antigamente
Nesta reportagem especial, publicada neste 14 de setembro em que a cidade completa 107 anos de fundação, o g1 explica como acontecia o footing e por que tantas vidas ficaram marcadas pelo passeio.
A diretora do Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antônio Sandoval Netto” e secretária municipal de Cultura, Valentina Tereshkova Trugilo Romeiro, explicou que o footing ocorria desde quando a Praça Nove de Julho era só um passeio público e, ainda assim, o ponto de encontro de muitos jovens. Desde então, cerca de três gerações passaram por ali.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antônio Sandoval Netto”
Flertar, trocar olhares, sorrir, tentar namorar, cativar um pretendente e conquistar uma paquera eram ações que faziam parte do encanto das noites no fim de semana. Era um momento de beleza, como também era algo natural e integrava a organização de qualquer cidade, descreveu o escritor Benjamin Teodoro de Resende, de 91 anos.
Os rapazes ficavam parados nas beiradas das calçadas, tanto da direita quanto da esquerda, enquanto as moças se dividiam e passavam em grupos de três a cinco mulheres, todas de braços dados, ao centro.
“O footing era uma super paquera. Naquele tempo, nem se falava em mandar beijo, era apenas mais os olhares que funcionavam e isso era um jeito da gente tentar começar um namoro. Funcionava pelo carinho, pela atenção dos jovens da época que iam para esses lugares e que dali nascia um namoro e, logo depois, com um tempo, o casamento. Funcionava como um encanto da cidade e para os jovens”, detalhou Resende.
Roberto Gonzáles Montero e Aparecida Guimarães Montero estão juntos há 49 anos
Cedidas
Nas ondas do alto-falante 🔈
Roberto Gonzáles Montero, de 76 anos, descreveu que o footing era organizado por um serviço de alto-falantes. Havia um no Edifício Cruzeiro do Sul, que era um bar, e outro na Praça da Bandeira, os quais eram interligados e tocavam músicas e as notícias do dia.
Além disso, os rapazes tinham o costume de pagar para que o locutor da época, Wolfgang Bendrath Júnior, lesse o bilhete que escreviam dedicando uma canção para a amada. Geralmente, as declarações descreviam as aparências, as roupas e quem estava acompanhando tanto a mulher quanto o homem.
A sonoplastia também datava o encerramento do footing, às 22h, quando as moças corriam para voltar para a casa. Além de servir para informação e entretenimento, visto que, na época, não eram todas as pessoas que tinham condição financeira de ter um rádio em casa.
“Era um ponto de encontro, você podia encontrar com uma colega, com a própria namorada, com um amigo. Nossas opções de lazer, naquela época, eram a fonte luminosa, a banda Sete de Setembro, que tocava das 20h às 22h no coreto da Praça Nove de Julho e iam em torno de 300 pessoas, logo após a missa e tinha também o alto-falante que tocava, dava as informações e o apresentador era o Bendrath Júnior, que foi um dos últimos”, lembrou ao g1.
Roberto Gonzáles Montero contou que começou a frequentar o footing com 16 anos
Júlia Guimarães/g1
Montero também explicou que o footing era um passeio normal, mas, como não havia televisão naquela época, era o predileto do domingo, dia em que mais enchia de pessoas.
“O movimento era imenso. Inclusive, esse footing continuava ao redor da fonte luminosa, que era toda colorida, era muito bonita e também onde era o antigo bar do Jardineiro, naquela calçada continuava ali também, onde hoje é a Polícia Militar”, pontuou.
Ele também detalhou que perto do passeio, na Praça Nove de Julho, havia um tipo de palanque, onde eram realizados comícios e shows com bandas e cantores vindos de São Paulo (SP), como a dupla Ouro & Prata.
Nas idas e vindas pela Rua Tenente Nicolau Mafei, em 1971, Roberto começou a namorar a esposa, Aparecida Guimarães Montero, de 73 anos.
Aparecida Guimarães Montero contou que gostava de passear pelo Centro de Presidente Prudente (SP)
Júlia Guimarães/g1
Cida, como é chamada pelos familiares e amigos, detalhou que conhecia o marido havia mais de três anos, mas não dava bola para ele porque estava namorando outras pessoas.
“Eu conheci o Roberto no footing e ele lá, sempre pedindo para descer comigo. Ele vivia no meu pé. Depois, como eu não estava namorando com ninguém, falei para ele que eu iria tentar. Fiquei namorando para tentar porque eu queria ter uma família, queria casar e ter uma família porque eu morava longe da minha mãe, ela morava no São Judas e eu morava no emprego”, explicou ao g1.
Aparecida Guimarães Montero detalhou como funcionavam os casamento na época
Júlia Guimarães/g1
Ela também relembra que, naquela época, a mulher para qual trabalhava não a deixava sair, apenas no fim de semana, mas, como todas as moças, deveria estar em casa às 22h.
“Eu não ia para lugar nenhum, eu só ia passear, andar na rua. Eu gostava de andar, passear, paquerar os outros. Paquerava um monte, nossa, cada esquina eu tinha um. [risos] Naquele tempo não tinha outra coisa, só tinha aquilo para a gente ir. Saía do serviço e ia no footing no domingo. Só ia no domingo também. Em dias de semana, diziam que tinha, mas eu nunca fui”, pontuou Aparecida.
“Eu só tinha uma amiga, uma colega que se chamava Dinaura, eu ia no emprego dela, que era ali na Rua Barão do Rio Branco. Eu ia lá ou ela vinha cá, em casa. A gente ia junto e depois ela dormia comigo”, completou.
Após apresentar Roberto para a família, ela contou que o pai, inicialmente, não foi a favor do casamento. E, após o confrontar, pois não desejava “ficar na casa dos outros a vida inteira”, se casou com 24 anos.
Roberto Gonzáles Montero contou que começou a frequentar o footing com 16 anos
Júlia Guimarães/g1
Hoje, Aparecida e Roberto estão casados há 49 anos e têm um casal de filhos, três netas e um neto. Eles relatam que muita coisa mudou da década de 1970 para cá.
“Mudou bastante coisa. As coisas daquela época nem existem mais, acabou tudo. Hoje em dia, você não pode ficar na rua, os outros mexem com você de dia, aprontam, é até perigoso você sair na rua”, ressaltou Aparecida.
“Depois que chegou a televisão, acabou até o cinema, hoje é só em shopping, dificultou o acesso, o povo deixou de sair para as ruas”, completou Montero.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes começaram a namorar no footing
Cedida
Paixões desde os tempos de escola 📚
Apesar de sempre terem estudado juntos no Colégio Doutor José Foz, na Vila Furquim, Alice Aparecida Dotta Ximenes, de 72 anos, e Osvaldo Gonzáles Ximenes, de 73 anos, nunca tiveram amizade. Embora ele afirme que, desde aquele tempo, já existia uma paquera entre os dois.
Com risadas, eles contaram sobre o primeiro bailinho que foram juntos após se encontrarem no footing.
“A gente desceu conversando, ele falando sobre as balanças dele, que ele tinha que fazer um serviço lá não sei aonde. Só falava de serviço. Só serviço, até hoje”, relembrou Alice.
“Nós saímos da praça e fomos num baile na Rua Primeiro de Maio, um jogador do Corinthinha passou a mão no seu cabelo e você já virou a baiana [gargalhadas], já queria bater nele. Essa menina ficou brava. Eu fiquei até com vergonha”, completou Ximenes.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Pedro Aqualti
Para o casal, que começou a namorar no footing, o passeio nada mais era do que um ponto de encontro entre os jovens.
“Footing quer dizer flerte. Flertar era namorar, conquistar. Mas ninguém falava flerte, inventaram um apelido: footing”, pontuou Ximenes.
“Era a semana toda aguardando chegar o domingo para encontrar o pessoal que você viu no domingo passado. Tanto os colegas quanto as pessoas que você ia ver, ia paquerar, ia flertear. Tinha o local certinho de encontrar os colegas. E a segunda-feira demorava para chegar sábado, porque durante a semana, não tinha nada”, complementou.
Já para Alice, era um momento de “diversão de paquera, de ver um moço bonito”. Ela relembra que as meninas, sem preguiça, saiam dos bailinhos, tomavam banho correndo, se arrumavam e iam para o passeio.
“Era bem divertido, eu gostava. Um ponto de encontro, um ponto para você encontrar, arrumar um namorado porque, antes, não tinha isso de conhecer pelo celular, era um ponto de encontro para você arrumar namorado”, contou Alice.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes começaram a namorar no footing
Arquivo pessoal
“As meninas andavam todas de braços dados, então, elas olhavam os moços e os moços frenteavam elas. Se dava certo, o moço saía e ia do lado dela. Aquela que tinha paquera, ficava do lado, nas beiradas. O moço ia ao lado, conversando. Dava uma volta, assim, conversando. Não deu certo? Ele saía fora e ia em outra”, relembrou Ximenes.
Ainda segundo ele, os homens deveriam estar com os sapatos bem engrachados, com a roupa toda passada, até formar vinco.
“A gente trocava olhares e sorrisos até no outro domingo, depois de três, quatro domingos, que ia tomar coragem. E com o cigarrinho no dedo, porque, com 16 anos, se não tivesse o cigarro, não era homem. Depois, para largar, teve que ser mais homem ainda. Tinha que ser hominho, se o rapaz não tivesse com o cigarrinho no bolso ou na mão, não falava com a menina de jeito nenhum. Ia falar com a menina e já tinha que acender o cigarro”, afirmou o aposentado ao g1.
Ainda segundo Ximenes, para conseguir conversar com uma menina, o rapaz deveria perguntar se poderia a acompanhar até em casa, mas a moça jamais poderia ir sozinha com ele.
“Eu era reservada. Eu não dava trela para qualquer um, não. Eu tinha minhas amizades, eu tinha cinco colegas e eram só aqueles cinco colegas que eram só os meus colegas”, explicou Alice ao g1.
O domingo era um dia agitado para os prudentinos, os jovens se dividiam entre as idas aos bailinhos e ao cinema, que era em frente ao footing. Após saírem das sessões, “já ficavam para o fervo”.
“Era um passeio obrigatório porque não tinha outro. Acabava a missa, era o footing”, pontuou Ximenes.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo José Carlos Daltozzo
Além disso, ele explicou que a Praça Nove de Julho era dividida em grupos:
a maior concentração de pessoas era na fonte luminosa;
os casais mais idosos ou com filhos ficavam por perto;
em frente à fonte, havia uma ilha bem larga onde tocava a banda Sete de Setembro e os casais de namorados se encontravam ali;
onde há o Castelo Japonês Choju Komoda, ficavam os japoneses; e
do outro lado da rua, ainda na calçada da praça, ficavam os negros.
Nos bailes, “todo mundo tinha carteirinha”. O casal conta que pagavam caro para poderem dançar e, muitas vezes, havia poucas meninas disponíveis, já que só dançavam com rapazes que conheciam.
“Para disputar uma menina para dançar, eu prefiro não dançar. Eu ficava o baile todo com os conjuntos tocando, aqueles conjuntos bons. Era a época da Jovem Guarda, tinha os Sombras, tinha os Temperamentais, os Notáveis”, citou.
Além de Presidente Prudente, ele também presenciou o footing em outras cidades, como em Orlândia (SP) e em Guarapuava (PR).
“Sabe o que era o footing lá? De trator, de domingo à tarde. As moças tomando sorvete nas sorveterias e nas calçadas e os moços passavam com os tratores lavados, os mais chiques. Pegavam os tratores dos pais, dos avôs e iam passear, paquerar com os tratores. Era desfile de trator”, relembrou.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes estão juntos há mais de 52 anos
Júlia Guimarães/g1
Conforme o casal, os anos foram passando, o ponto de encontro com os amigos foi mudando e, atualmente, as pessoas não se conhecem como antes.
“Hoje, as pessoas se conhecem, já se encontram, não sabem nem quem é. Às vezes, não é a mesma pessoa que está lá, é a característica de uma outra pessoa que está lá. E, quando você vai se encontrar, não é nada a ver com a pessoa que você estava a falar”, alertou Alice.
“Todo mundo se conhecia. Por exemplo, a missa da catedral acabava, no Natal, todo mundo se cumprimentava na rua. Você passava na rua, as casas com festa até convidavam o pessoal na rua para participar. Não todos, mas a maioria fazia isso, era mais começo de ano”, detalhou Ximenes.
Hoje, Alice e Osvaldo estão juntos há mais de 52 anos e têm um casal de filhos e três netas.
Lídia de Araujo Sanches e Silvério Sanches completam 60 anos de casados
Júlia Guimarães/g1
Melhor do que nos filmes 📽
Lídia de Araujo Sanches, de 81 anos, e Silvério Sanches, de 82 anos, apesar de frequentarem o footing, não foi lá que se conheceram. Na Rua Bela, com janelas um de frente para o outro, o 14 de setembro tem um significado diferente para o casal.
“Quando éramos jovens, eu me criei quase que na Vila Verinha. Nós íamos até a cidade em três primos. Éramos três primos e nós nos encontravámos na cidade, que naquele tempo tinha o tal de footing”, explicou Sanches.
“As meninas passavam de lá para cá. Naquela época, usava muito fita no cabelo e a gente ia atrás das meninas, ‘Vamos puxar a fita’ e sair fora. Tinha menina que virava para trás e metia a mão na cara de quem estivesse ali perto. Eu já sabia que faziam isso aí, porque acontecia muito. Nós já puxávamos e raspávamos fora [risos]. Nós bagunçávamos muito, nós éramos muito bagunceiros”, completou ao g1.
Silvério Sanches relembrou que amava ir ao cinema, chegando a acompanhar mais de uma sessão por dia
Memorial Sorocabano
Ele contou que gostava muito de ir ao cinema, tanto que, tinha vezes que emendava uma sessão na outra.
“Eu gostava muito de cinema. Eu não gostava de circo, eu detestava circo. Quando tinha circo na cidade, ‘Ai, eu vou no circo’. Eu não, não gosto de circo. ‘De palhaço, basta eu’, eu falava assim com os caras. Eu não gostava de circo, mas de cinema eu gostava”, afirmou.
Já Lídia, que já morava ao fim da Rua Bela, com cabelos longos e saias longas bem rodadas, vinha até o Centro acompanhada da irmã e de algumas vizinhas.
“Coisa chata, mas era bom [risos]. Subia a pé e ficava lá passeando, era esse o nosso divertimento”, pontuou ao g1.
Ela detalhou que conheceu o marido de uma janela para outra, quando ele saiu da chácara onde morava e passou também a residir na Rua Bela.
“Eu tive namorada, namorei umas 500 moças, mais ou menos. Eu não parava com ninguém. Eu nunca fui de firmar namorada. Aí eu comecei a namorar com ela [Lídia], acho que no meio de junho. Setembro já nos encontramos”.
Lídia de Araujo Sanches e Silvério Sanches se conheceram quando eram vizinhos
Acervo do casal
No desfile de 14 de setembro, quando ainda eram realizados durante a noite, o casal fugiu para ficar junto, já que a mãe não gostava de Silvério e queria que ela se casasse com outro.
“Foi dia 14 de setembro. Só fui no desfile e fiquei. O desfile era de noite, por isso que eu não voltei, fiquei com medo de a minha mãe me bater”, contou Lídia ao g1.
Sanches disse que não entendia os motivos de a sogra não gostar dele. Como sua mãe havia falecido, ele ajudava o pai a cuidar da casa e trabalhava. Ele complementou que, quando o pai resolveu sair de casa para trabalhar com o tio em uma plantação de arroz, em Presidente Epitácio (SP), acabou ficando sozinho na casa com os irmãos.
“Quatro irmãos, o outro estudava, o outro era pequeno e estudava. E eu falava: ‘Eu vou cozinhar como?’ Então, eu trabalhava na marcenaria e eu levava marmita. Eu lavava roupas pequenas, tinha uma irmã que morava perto, e a roupa maior ela lavava para nós. Passar roupa, eu que fazia. Eu passava minha roupa, naquele tempo usava muita calça de linho e era ruim de passar. Eu e meu irmão, nós passávamos a roupa toda, camisa, calcineira, passávamos todinha. Não sei porque a velha não gostava da gente, porque nós trabalhávamos”, explicou Sanches ao g1.
Ele completou que a esposa veio do Paraná para Presidente Prudente e tinha um namorado que era português.
“Ela tinha um namorado e era um português burro. Eu falei burro porque ele não se casou com ela. Comecei a namorar. Aí, o português quis voltar com ela novamente”, afirmou o aposentado.
“Mandou carta e mostrei até para o Silvério. Cheguei em casa e minha mãe falou assim: ‘Você vai casar com o Antônio, você vai casar com o Antônio’, eu falei ‘Casa a senhora’, eu não aguentava mais. Aí eu firmei com o Silvério, falei ‘Agora que eu vou casar’. Não pode uma pessoa casar com outro para fazer pirraça, eu acho que o casamento tem que ser por amor”, complementou Lídia.
Orgulhoso, Silvério Sanches mostra a foto de seu aniversário de 25 anos de casamento
Júlia Guimarães/g1
Sanches explicou que, como o desfile acabou tarde, ele levou Lídia para sua casa, que era em frente a dela. Quando o irmão a encontrou, o marido conta que pediu para que a mãe de Lídia ficasse calma, que iria conversar com ela.
“E a velha estava lá, estava até bufando. Ela falou assim: ‘Bonito o que você fez, seo Silvério’. E eu disse: ‘A culpada é a senhora. A senhora é a culpada de tudo. Por que você não quer que ela namore comigo? O que você achou comigo? Que bronca que você tem comigo? Eu não fiz nada para a senhora’. Ela falou: ‘Não há para fazer’. Falei: ‘O que você quiser decidir, nós decidimos. Ou a senhora quer ela de volta?’ ‘Ah, você não vai fazer isso’. Falei: ‘Não. Se eu fugi com ela, é porque eu quero viver com ela’”, relembrou.
Ele completou que, como a fuga havia ocorrido no fim de semana, na segunda-feira já tinha ido até o cartório e marcado a data do casamento.
Lídia de Araujo Sanches contou que se formou em corte e costura
Júlia Guimarães/g1
“Na igreja, nós casamos no sábado de manhã. Estava cheio de crianças da catequese na catedral. Aí estava o meu primo Jair, e o meu cunhado Antônio de testemunhas. E as crianças da catequese. Eu falo ‘Namoro longo e festa, não traz felicidade para ninguém’. Exatamente, foi essa história aí, já dura 60 anos. Então, melhor do que isso, estraga”, pontuou Lídia.
“Namoramos nem três meses e vamos fazer 60 anos agora em outubro. Namorar demais resolve? Nada”, complementou o marido.
Lídia e Silvério têm quatro filhos homens e dez netos e, para se divertirem, gostam de sair para dançar toda sexta-feira.
“Meu hobby é ir no baile dançar. Ontem, fui chegar, não aguentei e fui embora. Eu gosto de tudo. A gente gosta de dançar, de ir nas quermesses, viajar, tudo de bom viajar”, finalizou Lídia.
Footing ocorria na na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo José Carlos Daltozzo
Memórias de uma geração 🖼
Sanches ainda contou que trabalhou para a ferrovia desde 1964, quando entrou para o serviço de linha e, com o tempo e com os concursos que realizava, foi subindo de posições e melhorando o cargo.
Desde então, viu muitas coisas da cidade irem mudando, como as estradas de terra se tornando grandes avenidas que cortam a cidade.
“Presidente Prudente mudou muito e a vida da gente também. É melhor agora, antes era muito difícil. Eu ficava muito fora e era mesmo um caso sério para me comunicar com a mulher. Eu tinha o telefone em casa, mas eu não tinha como me comunicar com ela. Para falar com ela, era a cada três, quatro dias, eu tinha que comprar aquela ficha e ia colocando no orelhão. E, veja, era cinco minutos, acabava com 50 fichas quase”, completou.
Footing ocorria na na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Acervo Klaus Jürgen Mahrenholz
Montero e Ximenes também relembraram que o footing acabou após a virada da década de 1970.
“Com a reforma da rodoviária velha, os ônibus da Andorinha saíam ali da praça, na Rua Joaquim Nabuco, com a Rua Tenente Nicolau Maffei, embaixo do prédio do Peretti. Quando o ônibus ia atravessar o footing, todo mundo ficava bravo. Os ônibus começaram a atrapalhar o footing e ele foi acabando. Começou a aumentar mais ônibus, atrapalhou o footing”, finalizou Ximenes ao g1.
Conforme os idosos, Presidente Prudente foi crescendo, assim como os pontos da cidade.
“Com o passar dos anos, as coisas foram mudando e a cidade crescendo, claro, e as organizações mudando também, existem agora vários locais na cidade. De encontro, existem várias tribos, que a gente costuma dizer, de jovens e de faixas etárias diferentes, com gostos diferentes”, explicou Valentina.
Ela completou que os encontros são mais diversificados e promovidos por aqueles que têm um gosto musical e cultural diferente, além dos “coletivos que ocupam uma grande parte da cidade, praças, os entornos fazendo suas apresentações, rimas, seus poemas e suas apresentações culturais”.
“Hoje, a cidade diversificou, não fica mais concentrada em um lugar só. E o jovem prudentino procura aquilo que ele se identifica, existem várias opções nesse momento”, concluiu a secretária ao g1.
Footing ocorreu em Presidente Prudente (SP) até a década de 1970
Acervo José Caetano Silva

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Fonte: G1

Construído há mais de 80 anos, atual prédio da Procuradoria Regional do Estado de São Paulo é marco arquitetônico da história de Presidente Prudente | Presidente Prudente e Região


“A Procuradoria Geral do Estado e, especialmente, nós, procuradores da Procuradoria Regional de Presidente Prudente, temos muito orgulho de, de alguma maneira, viver a história e poder preservar uma parte tão relevante da história de Presidente Prudente representada pelo prédio do antigo Fórum e construída, sobretudo, por tantas pessoas, inclusive, importantes juristas de diferentes gerações, que por aqui passaram e que trabalharam neste prédio”, ressaltou Zanuto ao g1.




Fonte: G1

PRF prende homem acusado de atear fogo no Cerrado


Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu em flagrante nesta sexta-feira (13) um homem acusado de atear fogo em uma área de mata nativa do Cerrado às margens da BR-060, no Recanto das Emas, localizado no Distrito Federal. A prisão ocorreu após uma denúncia. 

Um morador da comunidade relatou aos agentes que um homem tinha colocado fogo na área de mata. De acordo com o morador, o homem estava visivelmente alterado e ameaçou incendiar toda a comunidade próxima ao local.

Aos policiais, o acusado confessou ter iniciado o incêndio na mata e afirmou que pretendia continuar com as queimadas. Ele foi preso e conduzido à 26ª Delegacia de Polícia Civil, em Samambaia.

O incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. A vegetação atingida faz parte de uma área de Cerrado, bioma que está bastante afetado pelas recentes queimadas e a falta de chuva há mais de 100 dias.




Fonte: Agência Brasil

Rio deve ter um domingo de chuva com a chegada de frente fria


Influenciado por uma massa de ar quente e seca, o céu se manteve claro ao longo desta sexta-feira (13) na cidade do Rio de Janeiro, com ventos fracos a moderados. As temperaturas caíram um pouco em relação a quinta-feira (12), quando os termômetros marcaram 41,1º Celsius (ºC), em Guaratiba, na zona oeste, a temperatura mais alta do inverno. Já a máxima desta sexta-feira chegou a 36,3°C às 12h, na estação Irajá, na zona norte, e a mínima, 18,7°C, às 6h, na estação Jacarepaguá, na zona oeste da capital.

De acordo com o Sistema Alerta Rio, para este sábado (14) o tempo ficará estável, com o céu claro, passando a parcialmente nublado. A previsão indica que os ventos estarão moderados, principalmente pela manhã. Não há previsão de chuva. A temperatura máxima deve atingir 38°C, e a mínima, 21°C. A umidade relativa do ar deve ficar entre 21% e 30%.

No domingo (15), com a aproximação de uma frente fria e de ventos úmidos vindos do oceano, deve haver aumento de nebulosidade e previsão de chuva fraca a moderada, a partir do final da tarde. Os ventos estarão moderados a fortes e as temperaturas entram em declínio. A temperatura máxima deve chegar aos 28ºC.

Para segunda-feira (16) a passagem da frente fria influenciará o tempo na cidade do Rio de Janeiro. O céu estará predominantemente nublado e há previsão de chuva fraca a isolada, a partir da tarde. Os ventos estarão moderados a fortes. A temperatura estará em declínio e a temperatura máxima deve ficar em torno dos 27ºC.




Fonte: Agência Brasil

Sem inscrição deferida pela Justiça Eleitoral, candidato a vice-prefeito pelo Novo não comparece à sabatina do Portal g1 e da rádio CBN Prudente | Eleições 2024 em Prudente e Região – SP


Em nota oficial enviada à TV Fronteira, emissora que integra o grupo empresarial do qual fazem parte os veículos de comunicação envolvidos na realização da sabatina, Souza justificou a ausência de Perroni na entrevista “pelo fato de estar com processo judicial no qual requer sua inscrição ainda não deferida pela Justiça Eleitoral”.




Fonte: G1

Bombeiros do Rio combatem 460 focos de incêndio em um dia


O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro combateu 460 focos de incêndio apenas nesta quinta-feira (12). Considerando o período de um único dia, este é o recorde do ano. Desde o início de 2024, já foram mais de 16 mil ocorrências atendidas.

Há cerca de duas semanas, dados divulgado pela corporação já apontavam para um alarmante aumento dos casos. Desde o início do ano, foi registrado um volume de ocorrências 85% superior ao do mesmo período de 2023. Os municípios do Rio de Janeiro (4.513), São Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561) estavam no topo do ranking dos mais afetados, seguidos por Maricá, Nova Iguaçu, Niterói, Araruama, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.

Em alguns casos, os incêndios ocorrem próximos a comunidades. Bombeiros estão combatendo chamas, por exemplo, no Parque Estadual da Pedra Branca, na encosta voltada para Realengo, na zona oeste da capital. O fogo também se alastrou na mata do Morro das Andorinhas, em Niterói, gerando preocupação dos moradores.

No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana do estado, o combate a focos de incêndios também tem demandado esforços. A unidade de conservação, que abrange áreas dos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis, tem a maior rede de trilhas do Brasil. É também um dos locais mais buscados para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada e rapel. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICBMBio), que administra o parque, já precisou mobilizar seus brigadistas em diferentes ocasiões desde o mês passado.

“Na noite de 10 de setembro, um incêndio florestal de causas criminosas foi deflagrado na região do Caxambu atingindo a Travessia Cobiçado x Ventania. A brigada de combate a incêndios do Parque Nacional da Serra dos Órgãos está em atividade, porém o clima seco, o relevo da região e os fortes ventos tornam o controle mais difícil. Pedimos que evitem acessar a área do Morro do Cobiçado e Ventania. Essas regiões se tornam muito perigosas na presença do fogo e precisam ser isoladas para que o combate seja realizado de forma segura e eficaz”, registra o informe mais recente divulgado pela administração da unidade por meio  de suas redes sociais.

Dados do monitoramento por satélite realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) endossam as preocupações no estado. Desde o início do ano, foram detectados 840 focos de queimadas. É o maior número de ocorrências já registrado em um único ano desde 2017, quando houve 959 registros. É uma marca que ainda pode ser superada, já que setembro e outubro são meses com uma grande média histórica de incêndios florestais.

Somente em agosto, 240 focos de queimadas foram detectados no Rio de Janeiro. É o maior número registrado para o mês desde 2010, quando houve 355 ocorrências. Em setembro, o Inpe já identificou até o momento 135 incêndios florestais dentro do estado.

O excesso de queimadas no Brasil vem resultando em uma queda na qualidade do ar em diversas regiões, gerando preocupações com a saúde das populações. Nas últimas semanas, viralizaram nas redes sociais imagens que mostram paisagens encobertas por fumaças em algumas capitais, como Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Em algumas cidades do interior do estado do Rio de Janeiro, a fumaça também impressionou os moradores. Isso ocorreu, por exemplo, na região serrana, onde estão municípios como Petrópolis e Teresópolis.

Especialistas têm apontado que os ecossistemas ficam mais vulneráveis a incêndios em momentos de seca, como a que o país está enfrentando. Esse cenário pode estar sendo influenciado por diferentes fatores, como o aquecimento global impulsionado pela ação humana e pelos efeitos do fenômeno climático El Niño, seguido da La Niña.

Mas, apesar do clima seco deixar áreas de mata mais suscetíveis a queimadas, a origem delas está na maioria das vezes relacionada com o comportamento humano. Segundo os Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, em 95% dos casos, as chamas começam pela ação do homem, seja de forma acidental ou mesmo voluntária. Já há investigações abertas em diversos locais do país que apuram indícios de incêndios criminosos. Prisões já foram realizadas nos últimos dias, por exemplo, nos estados de São Paulo e de Goiás.

Investimentos estaduais

Em meio a esse cenário, o governo do Rio de Janeiro trocou o comando Secretaria Estadual de Defesa Civil. Tarciso Salles assumiu no lugar de Leandro Monteiro, e foi anunciada a criação de um gabinete de crise para o combate às chamas. Demitido no início do mês, o antigo secretário lamentou o corte milionário de recursos voltados para o enfrentamento dos incêndios florestais.

“Foram destinados R$ 90 milhões para a corporação investir em viaturas e equipamentos de combate a incêndios florestais. Infelizmente, nos últimos dez dias, fui informado que esse apoio foi cancelado”, afirmou Monteiro em seu discurso durante a cerimônia que selou a transferência do cargo para Tarciso Salles, nesta quinta-feira (12), evento que que contou com a presença do governador Cláudio Castro.

A verba teria sido liberada pela Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, durante o período em que o titular da gestão da pasta era o vice-governador Thiago Pampolha. Ele ocupou o cargo até março deste ano, quando foi exonerado e substituído por Bernardo Chim Rossi.

Questionado ao fim da cerimônia, Cláudio Castro considerou que o Corpo do Bombeiros tem recursos suficientes e minimizou o corte. “Foi algo administrativo, tem que entender o que foi. Mas não falta nada para os bombeiros. Mais de R$ 1 bilhão foi investido na minha gestão.”

Qualidade do ar

Em meio ao grande volume de focos de incêndio, boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) divulgado às 17h desta quinta-feira (12) registra impactos para a qualidade do ar. A situação é pior do que há três dias. Das 57 estações espalhadas pelos municípios fluminenses, apenas 16 registraram qualidade do ar boa. No boletim de segunda-feira (9), 28 estações detectavam boas condições.

Os locais onde a qualidade do ar foi considerada moderada subiram de 26 para 31. Já aqueles onde a condição é ruim aumentaram de três para nove. Assim como no boletim de segunda-feira, o novo levantamento indica que não há estações que detectaram cenário muito ruim ou péssimo.

A queda na qualidade do ar pode deixar a população sujeita a apresentar um conjunto de sintomas como tosse seca, cansaço e ardor nos olhos, nariz e garganta. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardiológicas podem ser mais afetadas.

Em cenários de clima seco e de incidência de fumaça na atmosfera, as recomendações do Ministério da Saúde são para o aumento da ingestão de água e líquidos, para um maior tempo de permanência em casa se possível com ar-condicionado ou purificadores de ar e para a suspensão das atividades físicas ao ar livre sobretudo entre 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais intensas.

O uso de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas também é indicado, especialmente para populações que residem próximas às áreas de focos de queimadas.




Fonte: Agência Brasil

Vítimas da Braskem protestam durante encontro do G20, em Maceió


Moradores de bairros de Maceió atingidos pelo afundamento do solo causado pela atividade de exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem, realizaram nesta sexta-feira (13) um ato de protesto ao mesmo tempo em que ocorria a  reunião dos ministros da Economia dos países do G20, na cidade. As vítimas chamaram atenção para a necessidade de reparação ambiental pelos danos causados pela atividade exploratória. Aproximadamente 60 mil pessoas e 15 mil imóveis foram afetados. 

O protesto foi organizado pelo Muvb (Movimento Unificados de Vítimas da Braskem) diante da agenda do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, que trava discussões sobre combate à desinformação e inclusão digital, entre outros temas, e que se reuniu na capital alagoana desde a segunda-feira (9) até esta sexta-feira.

O movimento divulgou uma carta aberta para os participantes da reunião na qual chama a atenção para o sofrimento causado a milhares de famílias que tiveram que sair de suas casas em razão do afundamento do solo. Segundo a organização, o texto foi protocolado na secretaria do G20.

“O crime cometido pela Braskem, decorrente da exploração descontrolada de sal-gema resultou no afundamento de bairros inteiros, deixando um rastro de destruição e desespero”, denuncia a carta.

O afundamento levou ao desaparecimento dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol. E as comunidades do Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes, Bom Parto e a Rua Santa Luzia, na Vila Saem, querem o remanejamento das famílias, devido à perda das condições de sobrevivência.

Na carta, o movimento lembra que o fórum do G20 aborda, entre outros temas, a proteção ambiental, o desenvolvimento econômico sustentável e a justiça social, e defende a necessidade de ações concretas para enfrentar esses desafios.

“Solicitamos que este honrado fórum internacional considere em suas discussões a necessidade de medidas mais rigorosas para responsabilizar empresas transnacionais pelos crimes ambientais que cometem, independentemente das fronteiras. A impunidade com que empresas como a Braskem agem colocam em risco não apenas o meio ambiente, mas também a dignidade humana”, diz a carta.

Os moradores questionam os valores apresentados para indenização das vítimas em acordo firmado pela empresa, no valor de R$ 40 mil por núcleo familiar. A Corte Internacional de Direitos Humanos foi acionada pelo movimento, que considera esses valores insuficientes para arcar com os danos causados pela empresa.

“A Corte Internacional de Direitos Humanos estabelece parâmetros de compensação que ultrapassam, em muito, os valores atualmente praticados, e acreditamos que este deva ser o padrão mínimo a ser seguido. Para que haja verdadeira justiça, é necessário que as reparações sejam proporcionais aos danos sofridos, e que as vítimas sejam ouvidas e colocadas no centro de qualquer reparação, garantindo a participação direta dos atingidos em todos os espaços de discussão dos seus problemas”, diz o texto.

Em julho, a Braskem foi condenada por um Tribunal da Holanda a indenizar nove vítimas do afundamento.

Na decisão, a Justiça holandesa não fixou um valor a ser pago, mas determinou que as partes entrem em acordo sobre o quanto deve ser indenizado. A Braskem ainda pode recorrer da decisão. A ação é individual, ajuizada por nove pessoas, mas poderá servir de base para outros processos.

Barragens

No mesmo mês, durante audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), vítimas dos rompimentos das barragens em Mariana (MG) e em Brumadinho (MG), dos incêndios da Boate Kiss e do Ninho do Urubu e do afundamento de bairros em Maceió, cobraram a responsabilização pelas tragédias nos âmbitos judicial e legislativo.

“Solicitamos que a comissão inste o Estado brasileiro a restaurar ou reabrir processos penais ou administrativos, estabelecer um efetivo controle social sobre a atividade do Ministério Público e dos órgãos de fiscalização e análise de riscos e conceber uma legislação específica para casos de tragédias coletivas e de grande impacto social prevendo mecanismos de prevenção e responsabilização”, defendeu, na audiência, a advogada Tâmara Biolo Soares, representante da defesa das vítimas.

Outro lado

Em nota, a Braskem diz que desde 2019 desenvolve medidas amplas para mitigar, compensar e reparar impactos da subsidência do solo nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol, principalmente com a realocação preventiva dos moradores da área de risco, hoje 100% desocupada. 

“Ao longo dos últimos quatro anos, cerca de 40 mil moradores das áreas de desocupação definida pela Defesa Civil, em 2020, foram realocados de forma preventiva e 97,4% das propostas de compensação financeira já foram pagas. Há, entre outros, cinco acordos principais celebrados com autoridades federais, estaduais e municipal, homologados pela Justiça, que abrangem diversas medidas além da realocação preventiva e compensação financeira das famílias: pagamento de apoio financeiro e auxílio para aluguel temporário; apoio psicológico; ações sociourbanísticas e ambientais; apoio a animais; zeladoria nos bairros; monitoramento do solo e fechamento definitivo dos poços de sal; integração urbana e desenvolvimento da comunidade dos Flexais; e indenização ao Município de Maceió”, diz a nota, acrescentando que “todas as ações seguem em implantação conforme acordos com as autoridades e são fiscalizadas pelos órgãos competentes”.

A Braskem diz ainda que até o momento, R$ 15,9 bilhões foram provisionados e mais de R$ 10,6 bilhões já foram desembolsados pela empresa.




Fonte: Agência Brasil

Aumento da temperatura da Terra foi tema de reunião do G20 no Rio


A Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima do G20 fez sua quarta reunião que se encerrou nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro. Ela vai propor mudanças sistêmicas necessárias para evitar o aumento de temperatura além do 1,5 grau Celsius (°C), por meio de respostas coordenadas das trilhas de sherpas (representantes de cada país do G20 que encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado) e de finanças do grupo. Conter esse aumento é fundamental para evitar impactos mais nocivos do aquecimento global.

A secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, disse que, durante a reunião, foi reforçada ainda mais a importância de ter uma força-tarefa que junte financiamento, mudança do clima e meios de implementação. “Uma das coisas que ficou muito clara é o apoio dos países ao instrumento de plataforma de país, ou country platform, para agilizar e dar escala nos tipos de mudança que a gente precisa fazer”, disse.  

Segundo ela. ficou clara a existência de “um consenso da importância desse instrumento de agilizar a atração de investimentos externos para prioridades na área de clima”.

O encontro no Rio de Janeiro sucede três reuniões, a primeira por videoconferência (11 e 12 de março), e outros dois encontros presenciais: em Brasília (4 e 5 de abril) e em Belém (11 e 12 de julho).

A Força-Tarefa dá especial ênfase às questões econômicas e financeiras ligadas ao enfrentamento da mudança do clima – peça central no aumento progressivo de ambição pelos países, conforme previsto no Acordo de Paris.

Segundo a coordenadora da Trilha de Finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito, o objetivo da força-tarefa é a mobilização e transferência maciça de recursos para facilitar a transição climática e o desenvolvimento sustentável.

Rio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 - A secretária de Assuntos Internacionais do MF, embaixadora Tatiana Rosito. fala durante coletiva de balanço da 4a reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA), no  Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade.  Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilRio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 - A secretária de Assuntos Internacionais do MF, embaixadora Tatiana Rosito. fala durante coletiva de balanço da 4a reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA), no  Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 – A secretária de Assuntos Internacionais do MF, embaixadora Tatiana Rosito. fala durante coletiva de balanço da 4ª reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima, no Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Tivemos uma reunião com excelentes resultados tendo aprovado as quaro principais prioridades da presidência brasileira. Há algumas superposições entre o que é discutido no grupo de finanças sustentáveis e na força-tarefa do clima, notadamente a importância de facilitar a mobilização de recursos privados e um melhor compartilhamento de riscos entre recursos públicos e privados para permitir um aumento maciço dos investimentos dos fluxos financeiros para o combate à mudança climática e para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, informou Tatiana.

Rio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 - Coletiva de balanço da 4a reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA), no  Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade.  Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilRio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 - Coletiva de balanço da 4a reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA), no  Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 13/09/2024 – Coletiva de balanço da 4ª reunião da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA), no Hotel Sheraton Gran Rio, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O documento firmado hoje será chancelado em encontro em nível ministerial nos Estados Unidos em outubro. “Nós estamos aqui discutindo nessa reunião a preparação da reunião de ministros que será em Washington em outubro. Estamos vendo os documentos que poderão ser apresentados na ocasião. Criamos essa força-tarefa para juntar o trilho de finanças e o trilho de sherpas porque a nossa ideia é acentuar o quanto é importante integrar o clima nas discussões de financiamento, de investimento”, disse o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador André Corrêa do Lago.

 




Fonte: Agência Brasil