Pedestre morre atropelado por dois carros na Rodovia Raposo Tavares, em Santo Anastácio




Homem foi atingido no km 605,500, no sentido oeste, na noite desta sexta-feira (13). Pedestre morreu atropelado na Rodovia Raposo Tavares, em Santo Anastácio (SP)
Polícia Militar Rodoviária
Um pedestre morreu atropelado na noite desta sexta-feira (13), na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Santo Anastácio (SP).
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De acordo com as informações repassadas pela Polícia Militar Rodoviária, o homem foi atingido em sequência por dois carros, um de Presidente Venceslau (SP) e outro de São Paulo (SP), quando tentava atravessar a rodovia, na altura do km 605,500, no sentido oeste (capital–interior).
Ainda segundo a corporação, o pedestre não portava documentos pessoais, mas os policiais conseguiram identificar no local que se tratava de um homem que trajava bermuda, calçava chinelos e utilizava óculos.
Os motoristas dos veículos envolvidos foram submetidos ao teste do bafômetro, que não constatou influência alcoólica em ambos.
O local do atropelamento foi periciado pela Polícia Científica e a ocorrência, registrada no Plantão da Polícia Civil, em Presidente Venceslau.

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Fonte: G1

Bombeiros combatem mais de 330 incêndios no estado do Rio


O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro combateu mais de 330 incêndios florestais em todo o estado nessa sexta-feira (13), de acordo com comunicado divulgado neste sábado (14) pela corporação. Entre os pontos considerados mais críticos está a Serra da Beleza, na cidade de Valença, onde o combate às chamas dura alguns dias.

Segundo os bombeiros, na manhã deste sábado (14) ainda havia mais de 20 ocorrências de fogo em vegetação em andamento no Estado do Rio. O Corpo de Bombeiros informou que mais de 200 militares e 60 viaturas estão empenhadas no combate às chamas.

Nas últimas 24 horas, houve 345 focos de incêndio no estado, sendo que 333 deles foram extintos pelo Corpo de Bombeiros, estando os demais sendo debelados.

Ao todo, em 2024, foram registradas no estado mais de 16,5 mil ocorrências de incêndios florestais.

Drones

A atuação é feita por terra e ar, com bombeiros militares especialistas, viaturas de alta tecnologia equipadas com materiais específicos para o combate a ocorrências de fogo em vegetação e drones com câmera térmica para monitoramento das áreas afetadas, além de aeronaves com capacidade para transporte de até 1,2 mil litros de água para ataque direto aos focos em locais de difícil acesso.

De acordo com Corpo de Bombeiros, o Governo do Estado investiu mais de R$ 1 bilhão na corporação, sendo R$ 115 milhões diretamente no reforço operacional visando ao combate a incêndios florestais.




Fonte: Agência Brasil

Brasil concentra 71,9% das queimadas na América do Sul nas últimas 48h


Nos últimos dois dias, o Brasil concentrou 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul. De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13).

Na sequência, aparecem Bolívia com 1.137 focos (11,2%), Peru com 842 (8,3%), Argentina com 433 (4,3%) e Paraguai com 271 (2,7%) focos de queimadas nas últimas 48 horas.

Considerando o acumulado do ano, até a data de ontem, o Brasil registrou 180.137 focos em 2024, 50,6% dos incêndios da América do Sul. O número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram anotados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro.

Entre os estados brasileiros, Mato Grosso lidera o ranking, com 1.379 registros nas últimas 48 horas, seguido por Amazonas, com 1.205, Pará, com 1.001, e Acre, com 513 focos. O município com o maior número de queimadas no período é Cáceres (MT), que teve 237 focos nas últimas 48 horas. Novo Aripuanã (AM) e São Félix do Xingu (PA) vêm logo atrás com 204 e 187 focos de incêndio, respectivamente.

A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando 49% das áreas atingidas pelo fogo nas últimas 48 horas. Na sequência, aparecem o Cerrado (30,5%), a Mata Atlântica (13,2%), o Pantanal (5,4%) e a Caatinga (1,9%).

Ações coordenadas

A Polícia Federal (PF) aponta que há indícios de que parte dos incêndios florestais no país pode ter ocorrido por meio de ações coordenadas.

A hipótese de ação humana em parte das queimadas que assolam o país também já foi levantada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que determinou medidas para o enfrentamento aos incêndios na Amazônia e no Pantanal.

O uso do fogo para práticas agrícolas no Pantanal e na maior parte da Amazônia está proibido e é crime, com pena de dois a quatro anos de prisão.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, associados a essa prática, os incêndios florestais no Brasil e em outros países da América do Sul são intensificados pela mudança do clima, que causa estiagens prolongadas em biomas como o Pantanal e Amazônia. Em 2024, 58% do território nacional são afetados pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa.

Brasília (DF) 26/08/2024- Brasília amanhece encoberta por fumaça de queimadas.
Foto: Joédson Alves/Agência BrasilBrasília (DF) 26/08/2024- Brasília amanhece encoberta por fumaça de queimadas.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Fumaça de queimadas reduz visibilidade na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto:  Joédson Alves/Agência Brasil

Além das consequências para o meio ambiente, o grande volume de queimadas no país tem pressionado o sistema de saúde e causa preocupação, principalmente envolvendo idosos e crianças com problemas respiratórios. Por causa dos incêndios, cidades em diversas partes do país foram atingidas por nuvens de fumaça, o que prejudica a qualidade do ar.

As orientações para a população nessas regiões são evitar, ao máximo, a exposição ao ar livre e a prática de atividades físicas.




Fonte: Agência Brasil

Relatório mapeia conflitos envolvendo transição energética e mineração


A busca por minerais necessários para projetos de transição energética vem causando conflito nas novas frentes exploratórias. É o que indica o Grupo de Pesquisa e Extensão Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (Poemas), ao qual são vinculados pesquisadores de diferentes instituições científicas, como as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), Fluminense (UFF) e de Viçosa (UFV).

Estudo sobre a questão, concluído recentemente, identificou violações de direitos de pequenos proprietários rurais, trabalhadores e comunidades tradicionais, sendo a Amazônia Legal a região que concentra o maior número de ocorrências.

Os casos mapeados se deram entre 2020 e 2023.

“O que o estudo vem que mostrar é que não podemos tratar a mineração dos minerais críticos sem considerar os danos. E é algo que já está ocorrendo”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o geógrafo e professor da UFF, Luiz Jardim Wanderley, um dos signatários do estudo.

Os resultados estão no relatório Transição Desigual: as violações da extração dos minerais para a transição energética no Brasil. O documento foi publicado em julho pelo Conselho do Observatório dos Conflitos da Mineração no Brasil e pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, os quais são compostos por diferentes organizações, entre elas o Poemas.

Brasília (DF), 13.09.2024 - Arte para a matéria Extração dos minerais para a transição energética. Arte/Agência BrasilBrasília (DF), 13.09.2024 - Arte para a matéria Extração dos minerais para a transição energética. Arte/Agência Brasil

Brasília (DF), 13.09.2024 – Arte para a matéria Extração dos minerais para a transição energética. Arte/Agência Brasil – Arte/Agência Brasil

Os minerais críticos ou minerais de transição são aqueles cuja disponibilidade atual é limitada e a exploração é considerada necessária para assegurar a transição energética, já que são essenciais para a fabricação de peças e equipamentos associados à ideia de energia verde.

Por exemplo, há demanda por cobre nas usinas eólicas, por silício para os painéis fotovoltaicos, por níquel e lítio para as baterias, por bauxita e alumina para os cabos de transmissão.

>>> FOTO 4: Painel Solar. Legenda: Fabricação de painéis solares demandam silício

De acordo com dados reunidos no estudo, a exploração mineral no país cresceu de R$ 243 bilhões para R$ 266 bilhões em valores deflacionados entre 2013 e 2022. Trata-se de um avanço de 9,3%. No entanto, levando em conta apenas os minerais críticos, o aumento foi de 39%. Dados dos investimentos das mineradoras em pesquisa mineral também ajudam a ilustrar o cenário. Houve um crescimento de 150%, entre 2013 e 2022. Quando se considera apenas os minerais críticos, porém, a alta foi de 240%. Na última quarta-feira (11), o anúncio da australiana Pilbara Minerals, especializada na mineração de lítio, ilustrou o cenário: a mineradora fará um investimento de R$ 2,2 bilhões em um projeto no município de Salinas (MG), no Vale do Jequitinhonha.

“Nem sempre os conflitos estão associados a mais investimentos. Mas, sem dúvida nenhuma, eles estão associados à profusão de novos empreendimentos”, afirma Luiz. O que preocupam os pesquisadores é que a realidade já evidencia um grande volume de conflitos. Foram identificadas 348 ocorrências em 249 localidades, no período de 2020 a 2023. Ao menos, 101 mil pessoas teriam sido afetadas. Segundo o estudo, os pequenos proprietários rurais são 23,9% das vítimas de violações de direitos. Trabalhadores representam 12,1% e indígenas 9,8%.

“São conflitos que atingem diferentes grupos. Mas eu destacaria os pequenos produtores, sobretudo agricultores familiares que vivem em áreas próximas aos empreendimentos de mineração. Os próprios trabalhadores da mineração enfrentam uma série de violações que envolvem condições precárias de trabalho e super exploração. E temos outros atores como indígenas e quilombolas que também vêm sofrendo com os impactos. No caso particular dos indígenas, chama atenção a questão dos garimpos dos minerais de transição. As comunidades têm sido impactadas por garimpos associados à cassiterita, à manganês e ao cobre”, diz Luiz.

A definição de minerais críticos não é uniforme e varia conforme a base acadêmica e as orientações políticas de cada governo. No estudo, os pesquisadores enquadraram 31 substâncias na categoria, dos quais 14 estiveram relacionadas com conflitos no Brasil: alumina/bauxita, cassiterita/estanho, cobre, cromo, grafite, lítio, manganês (incluindo liga de manganês), nióbio, níquel, prata, silício, urânio, vanádio e zinco.

Brasília (DF), 13.09.2024 - Arte para a matéria Extração dos minerais para a transição energética. Arte/Agência BrasilBrasília (DF), 13.09.2024 - Arte para a matéria Extração dos minerais para a transição energética. Arte/Agência Brasil

 Dados servem como alerta de que a transição pode ser injusta para as localidades e para os povos afetados – Arte/Agência Brasil

Os minerais citados representam atualmente uma participação minoritária na produção do setor. O último balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que reúne as maiores mineradoras do país, consolidou os dados do primeiro semestre de 2024. No período, 61,8% da produção foi de minério de ferro, seguido por 7,5% de minério de ouro. São duas substâncias envolvidas em grandes tragédias nacionais.

A exploração de minério de ferro está associada aos rompimentos das barragens da Samarco em Mariana (MG) e da Vale em Brumadinho (MG). Já o garimpo ilegal de ouro está no epicentro da crise humanitária na Terra Yanomami, em Rondônia. Os dados consolidados do Ibram, no entanto, dizem respeito apenas à produção legal.

De acordo com Luiz, não seria por acaso que Pará (40,8%) e Minas Gerais (25,9%) concentrariam juntos 66,7% das ocorrências. São tradicionalmente os dois principais estados mineradores do país, sobretudo por sediarem as grandes minas de exploração de minério de ferro. No entanto, considerando apenas os minerais críticos, a produção mineira entre 2013 e 2022 aparece apenas em quarto lugar, sendo superada não apenas por Pará, como também por Goiás e Bahia.

Ainda assim foram mapeados mais conflitos em municípios de Minas Gerais do que em cidades goianas e baianas. Os pesquisadores tem uma explicação: os dados indicariam que os conflitos são contínuos em estados onde a mineração é uma atividade com relevância histórica.

“Em Minas, você tem um setor consolidado de mineração envolvendo minerais de transição, como por exemplo a exploração de bauxita na Zona da Mata mineira. E também tem as áreas de expansão recente como é o caso da exploração do lítio, que vem produzindo uma série de conflitos no Vale do Jequitinhonha. Então o estado tem essa característica: ao mesmo tempo que já possui uma presença consolidada do setor mineral, é também uma área de expansão”, avalia Luiz Jardim Wanderley.

Amazônia

Chama a atenção que quase metade das ocorrências identificadas foram registradas na Amazônia Legal. A região que inclui nove estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão – responde por 46,3% dos registros.

“Os dados servem como alerta de que a transição pode ser injusta para as localidades e para os povos afetados: ribeirinhos, quilombolas, indígenas, pequenos agricultores. Eles não precisam fazer uma transição energética porque, na verdade, essas populações já contribuem com a captura de carbono. São elas que resguardam a floresta e protegem a natureza. E, mesmo assim, vão ser elas que mais vão sofrer com os danos de um projeto para a transição energética que é sobretudo do Norte Global, ou seja, dos Estados Unidos e da Europa, além da China e da Índia”, avalia Luiz.

De acordo com ele, a exploração desses minerais compõe mais uma ameaça à dinâmica amazônica.

“Esse estudo não tratou da perspectiva de futuro, mas o que já observamos em outros estudos desenvolvidos é que temos três áreas com maior demanda por títulos minerais da transição energética. Uma é o semiárido nordestino, outra é região amazônica e a terceiro é o miolo do Cerrado, na altura de Goiás com o Tocantins. São áreas que tendem a ser espaços de agravamento ainda maior do desmatamento. Tanto pelo efeito direto da mineração, como pelos efeitos secundários que envolvem por exemplo a atração de pessoas e a abertura de estradas”, acrescentou.

No recorte por municípios com maior volume de violações de direitos, lideram a lista Barcarena (PA) e Canaã dos Carajás (PA). Em terceiro lugar, aparece Craíbas (AL). Na cidade alagoana, Mineração Vale Verde, de capital inglês, explora uma mina a céu aberto de cobre. O empreendimento, está atrelado a 29 ocorrências. São registros que colocam Alagoas como o terceiro estado com maior número de conflitos: 8,3% do total mapeado.

De acordo com o estudo, moradores do entorno da mina reclamam de explosões, tremores de terra e de rachaduras em suas residências. Comunidades indígenas Kariri-Xokó, Karapotó e Tingui Botó também têm manifestado temor de contaminação e de impactos em suas terras. Procurada pela Agência Brasil, a Mineração Vale Verde não retornou ao contato.

Mineradoras

O estudo também apresenta uma análise do perfil das mineradoras relacionadas com os conflitos. A maioria deles é de médio porte. Ainda assim, o ranking das principais envolvidas nas ocorrências mapeadas é puxado por duas grandes empresas: a noruguesa Hydro, com 14,4%, e a brasileira Vale, com 11,5%.

Os números de ocorrências envolvendo as duas mineradoras são impulsionados por situações registradas no Pará. A Hydro responde pela exploração de alumina nos municípios Abaetetuba e Barcarena, que chegou a gerar uma ação coletiva movida pelos atingidos na Justiça holandesa. Eles alegam que as águas do rio Murucupi foram poluídas, que há danos à saúde e prejuízos econômicos à população local. violações de direitos de povos indígenas teriam relação com as minas Salobo e Sossego, nas quais há extração de cobre em Canaã dos Carajás, e com a mina Onça Puma, onde são exploradas reservas de níquel a partir de uma operação sediada em Ourilândia do Norte.

Procurada pela Agência Brasil, a Hydro negou a ocorrência de danos ambientais em seu empreendimento. A mineradora afirmou investir continuamente em tecnologias para tornar suas operações cada vez mais sustentáveis e em iniciativas socioambientais com foco em educação, geração de trabalho e renda, fortalecimento de organizações sociais e desenvolvimento econômico e social.

“A principal alegação apresentada no relatório é o suposto transbordamento das áreas de armazenamento de resíduos de bauxita após fortes chuvas em Barcarena em 2018. A Hydro reitera que nenhum transbordo foi confirmado por mais de 90 inspeções no local, inclusive pelas autoridades competentes. As atividades da Hydro são devidamente licenciadas, monitoradas e auditadas pelas autoridades competentes. A Hydro tem o compromisso de ser uma boa vizinha, agindo com responsabilidade e colocando a saúde, o meio ambiente e a segurança em primeiro lugar”, diz o texto.

A Vale, por sua vez, afirma que não realiza pesquisa mineral ou lavra em terras indígenas e que respeita a legislação vigente. De acordo com a mineradora, laudos elaborados por peritos judiciais descartaram sua responsabilidade na contaminação da água no rio Cateté. A mineradora afirma já ter celebrado um acordo que encerrou a quase totalidade de controvérsias com os indígenas Xikrin e Kayapó.

“O relacionamento com esses povos foi fortalecido e iniciativas voluntárias para o empoderamento e autonomia dessas comunidades têm sido trabalhadas, em alinhamento com a estratégia de relacionamento da Vale, focada na geração de benefícios mútuos. Alguns exemplos são as ações de promoção do etnodesenvolvimento do Povo Xikrin, com destaque para o Projeto de Valorização da Cultura e Memória do Povo Xikrin do Cateté. Junto ao Povo Kayapó, a Vale apoiou a elaboração do Protocolo de Consulta desse povo, que foi desenvolvido pela Associação Indígena Floresta Protegida e aprovado na Assembleia Geral de Caciques e Lideranças da Terra Indígena Kayapó, que ocorreu na aldeia Gorotire em janeiro de 2024”, acrescenta a mineradora.

Outro conflito destacado no relatório coloca, de um lado, a Mineração Rio do Norte (MRN), e de outro, quilombolas e ribeirinhos de Oriximiná (PA). No município, minas para exploração de bauxita são apontadas por moradores locais como responsáveis por tornar o Lago do Batata impróprio para pesca e banho. A comunidade quilombola Boa Vista, que vive a menos de 500 metros do empreendimento, afirma ainda que a instalação da MRN afetou a extração de castanhas.

De acordo com nota divulgada pela MRN, o monitoramento conduzido em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1989 mostra que as condições ecológicas no Lago do Batata estão equivalentes às de locais onde não ocorreram intervenções. “Há registros de, ao menos, 199 espécies de peixes e a prática da pesca é comum entre os comunitários, o que é endossado pelo fato de pelo menos 142 dessas espécies são utilizadas para subsistência e comércio de pescado. Da mesma forma, dados da qualidade da água não apresentam nenhum elemento que possa trazer risco à saúde humana”.

Ainda de acordo com a mineradora, ações socioambientais compensatórias e voluntárias fomentam a geração de renda e o acesso à educação e saúde da população da comunidade Boa Vista. “As iniciativas reforçam o compromisso da empresa em fazer uma mineração sustentável e responsável, com respeito às pessoas e ao meio ambiente”, registra o texto.

Futuro

De acordo com Luiz Jardim Wanderley, o mapeamento das violações é importante porque revela dados necessários para se discutir o futuro da mineração e seu papel na transição energética. “Acho que é perigoso adotar um discurso que coloca todo o setor mineral como um setor essencial para a sociedade. Com base nesse discurso, se busca legitimar diferentes tipos de exploração. O setor ainda busca limpar a péssima reputação diante dos grandes desastres que ocorreram em Mariana e em Brumadinho. E faz isso tentando se mostrar como essencial é um caminho”, diz ele.

Ele defende que a transição energética não pode ser compreendida como uma simples substituição de bases tecnológicas e fontes de energia. É preciso considerar a necessidade de medidas para se coibir a ampliação dos conflitos ambientais. “Esses minerais de transição, na maior parte, não são para a sociedade brasileira e sim para a exportação. Há um discurso que coloca o cenário atual como uma oportunidade. Ou seja, o Brasil deve aproveitar essa nova economia e usar a mineração como um vetor para financiar o desenvolvimento. Mas a mineração não faz isso desde o período colonial. A gente tem uma hiperconcentração de minério. Foi assim com o ouro e hoje em dia é com o ferro. Não houve geração de desenvolvimento social e econômico para a população brasileira”.

Para os pesquisadores, o Estado precisa ter responsabilidade sobretudo ao discutir incentivos públicos. Para estimular o setor na implementação de novos projetos de minerais de transição, o governo já criou, por exemplo o Fundo de Investimento em Participações (FIP) Minerais Estratégicos no Brasil. Administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele contará com aporte de até R$ 1 bilhão. O tema também impulsiona a agenda diplomática. Na última segunda-feira (10), a embaixada e os consulados dos Estados Unidos no Brasil organizaram um evento que debateu cooperação bilateral e o intercâmbio técnico visando a exploração de minerais críticos. Estiveram presentes autoridades do governo do país norte-americano que tratam do assunto.

Por sua vez, as mineradoras, representadas pelo Ibram, também buscam apresentar suas posições no debate sobre o tema. Recentemente, a entidade conseguiu colocar em tramitação algumas demandas através do Projeto de Lei 2780/2024 apresentado pelo deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG). Entre diversas medidas, ele prevê a desoneração da produção dos minerais crítico, através da dedução de valores no recolhimento do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica e da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A proposta, de outro lado, não trata da reparação dos impactos exploratórios.

O tema ganhou centralidade nos quatro dias da Exposibram 2024, que se encerrou nesta quinta-feira (12) em Belo Horizonte. O evento, considerado a maior exposição de mineração da América Latina, é organizado pelo Ibram. “A mineração é parte da história e sem ela não haveria a civilização que hoje conhecemos. Somos os artífices do futuro. Os minerais críticos e estratégicos são decisivos para a transição energética e não haverá saída para a humanidade, em razão do agravamento da emergência climática, sem considerarmos o crescimento da oferta desses minerais”, afirmou Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram, na mesa de abertura.

Para Luiz Jardim Wanderley, a mineração já goza de muita isenção fiscal. “Se reduzem o royalty da mineração, por exemplo, os municípios não terão nem a pequena captura de recursos que já se dá em níveis muito baixos. Não superam os 3,5%. E aí fica para os municípios só o dano ambiental e a transformação violenta dos seus territórios”.




Fonte: Agência Brasil

Desfile no Parque do Povo celebra aniversário de 107 anos de fundação de Presidente Prudente; veja fotos




Desfile 107 anos Presidente Prudente
Isabela Gomes/g1




Fonte: G1

Polícia prende homem e mulher que levariam droga para o exterior


A Receita Federal realizou esta semana a prisão de dois passageiros que tentavam embarcar em voos diferentes no Aeroporto Internacional do Galeão (foto), no Rio de Janeiro, levando cápsulas de cocaína. O primeiro caso ocorreu no domingo (8), quando um homem tentou viajar para o exterior com cocaína.

Ele embarcaria em um voo para Paris, levando 65 cápsulas de cocaína. Na terça-feira (10), também no Aeroporto Internacional do Galeão, a Receita Federal apreendeu 122 cápsulas da mesma droga com uma passageira brasileira que seguiria para Paris.

Os alvos foram apontados após análise de gerenciamento de risco feita pela equipe da Receita Federal. O homem, de 20 anos, natural da Bahia, e a mulher, de 19 anos, vinda de Brasília, passaram por revista física. O homem informou que engoliu as cápsulas com o entorpecente. Já a mulher disse não ter conseguido engolir a droga.

Com o homem, as 65 cápsulas estavam também presas ao corpo, em uma cueca com enchimento que o jovem vestia. Ele disse que engoliu também cápsulas de cocaína.

Dívida

Além disso, afirmou ter sido obrigado a participar da ação para pagar uma dívida com traficantes de drogas. O rapaz precisou ser encaminhado a um hospital público para receber atendimento médico e se submeter a uma lavagem estomacal, o que pode levar à morte caso as cápsulas estourem no estômago. Já a mulher tinha 127 cápsulas de cocaína acondicionadas em peças íntimas.

Os dois passageiros e o material foram encaminhados para a Polícia Federal, que atuou na ação em conjunto com a Receita Federal. O homem e a mulher, cujos nomes não foram revelados, foram autuados em flagrante e encaminhados para o sistema penitenciário, onde responderão por tráfico internacional de drogas, cuja pena pode chegar a 15 anos de reclusão.




Fonte: Agência Brasil

Observatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua


O Observatório Nacional vai transmitir ao vivo o eclipse parcial da Lua que ocorre na noite da próxima terça-feira (17) até a madrugada do dia 18. O programa O céu em sua casa: observação remota vai mostrar o fenômeno que será visível em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, e a transmissão ao vivo permitirá que todos acompanhem de perto este espetáculo celeste.

A astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento, explica que um eclipse parcial da Lua ocorre quando apenas uma parte da Lua passa pela sombra escura da Terra.

“A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol, então, quando a Lua está na penumbra (seja totalmente na penumbra ou parcialmente na penumbra) não se percebe nenhuma mudança a olho nu (sem o uso de instrumentos). A essa fase chamamos de fase penumbral. Há  eclipses que são somente penumbrais. Ou seja, a Lua penetra na penumbra e depois sai da penumbra.”

Já a umbra é a sombra mais escura, onde não chega luz solar alguma. No eclipse parcial, a Lua começa a passar pela umbra, o que faz com que uma parte dela escureça e nós podemos ver isso simplesmente olhando para a Lua. À medida que a Lua avança na umbra ela vai ficando com uma “mordidinha” escura, que vai crescendo cada vez mais até o máximo do eclipse parcial. Agora, quando a Lua penetra completamente na umbra, ocorre o eclipse total da Lua.

“Então, todo eclipse total tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial, depois a total, depois nova fase parcial e depois nova fase penumbral. E todo eclipse parcial tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial e depois a penumbral”, explica Josina.

Segundo a astrônoma, o Brasil inteiro vai acompanhar o evento completo. Mas, este será um eclipse parcial com pequeníssima parte da Lua penetrando na umbra. No máximo do eclipse parcial somente 3,5% da área total da Lua estará escura.

A astrônoma esclarece que, diferentemente do eclipse do Sol, no horário do eclipse lunar, quem estiver vendo a Lua verá a lua eclipsada. Ou seja, a condição para ver qualquer eclipse da Lua é que a Lua esteja acima do horizonte no local onde a pessoa está e também que não haja nuvens encobrindo a Lua.

“Como todo eclipse da Lua acontece na lua cheia e como a lua cheia fica a noite inteira no céu (ela nasce quando o Sol se põe e se põe quando o Sol nasce), então a condição é que seja noite no local que você está no horário do eclipse (e que não haja nuvens na frente da Lua)”, diz.

O eclipse parcial da Lua, na noite do dia 17 de setembro, será visto do início ao fim (ou seja, fase penumbral, parcial e penumbral de novo) em todo o Brasil. O início do eclipse penumbral acontece no horário de Brasília às 21h41mine 7 segundos. O início do eclipse parcial será, a partir das23h12min 58 segundos; a força máxima do eclipse parcial acontece às 232h44min e 18 segundos; e o fim do eclipse ocorrerá, à zero hora, 15 minutos e 38 segundos, já na madrugada da quarta-feira (18). E, o fim do eclipse penumbral será a 1h34min e 27 segundos da madrugada.

Além de acompanhar a transmissão ao vivo do Observatório Nacional, é possível ver o eclipse simplesmente olhando para o céu (desde que não haja nuvens na frente da Lua). Como o eclipse visível a olho nu é o eclipse parcial, que só começa às 23h12, a Lua estará bem alta no céu para todo o Brasil, o que facilita ainda mais a observação.

Josina Nascimento avalia ainda que “não é preciso nenhum equipamento especial para observar o eclipse. Além disso, os observadores podem olhar diretamente para a Lua, sem preocupações, pois, ao contrário de um eclipse solar, não há riscos para os nossos olhos”.

É interessante notar que eclipses da Lua e eclipses do Sol acontecem em sequência. Isso se deve ao fato do plano de órbita da Lua ser inclinado em relação ao plano de órbita da Terra, de aproximadamente 5 graus. Se não houvesse essa inclinação em toda Lua Nova haveria um eclipse do Sol e em toda Lua Cheia haveria um eclipse da Lua.

Em sequência ao eclipse da Lua haverá o eclipse anular do Sol no dia 2 de outubro próximo, que também será transmitido pelo Observatório Nacional.




Fonte: Agência Brasil

Justiça monta posto de atendimento no Rock in Rio


O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) instalou um posto de atendimento para os sete dias do Rock in Rio, evento que começou nesta sexta-feira (13). A base móvel ficará dentro da Cidade do Rock, na Central de Órgãos Públicos nas dependências da Arena 1 do Parque Olímpico, nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro.

Ao todo, 14 juízes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro participarão da escala de plantão.

Serão atendidos casos de competência cível e criminal, como conflito com a organização do evento, direito do consumidor, furtos,  venda de ingressos de forma ilegal e violência física. Além de realizar audiências de custódia, que já foram implementadas em outras edições do festival, o Juizado contará, nesta edição, com uma Sala de Acolhimento para atendimentos de mulheres vítimas de violência.

Os magistrados têm competência plena, exceto para casos de homicídios e da infância e juventude.

A base do Juizado Especial está montada em uma área que também abriga os postos do Ministério Público, da Defensoria Pública e das polícias Civil e Militar do Rio.




Fonte: Agência Brasil

Festival Revelando SP leva cultura regional a 80 mil paulistanos


A edição de 2024 do festival Revelando São Paulo, maior evento dedicado às culturais regionais do estado, termina neste final de semana, após passar pelas cidades de Barretos, Iguape, Presidente Prudente e São José dos Campos. Segundo a assessoria do festival, as edições no interior atenderam 200 mil visitantes. A edição na capital, que começou na quinta-feira (12) e vai até domingo (15) tem previsão de público de 80 mil pessoas, com maior concentração no sábado e domingo. O festival é gratuito.

São Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária. Show do cantor Almir Sater.

Foto: Paulo Pinto/Agencia BrasilSão Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária. Show do cantor Almir Sater.

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

São Paulo – Show do cantor Almir Sater no Festival Revelando São Paulo, no Parque da Água Branca – Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

A programação é variada, com barracas de artesanato e comidas típicas da culinária paulista, distribuídas na área de exposições do Parque da Água Branca, que sedia órgãos do governo como a Secretaria de Agricultura, e fica localizado na zona oeste da cidade. Os 142 participantes representam 88 municípios de 12 regiões paulistas. Também haverá apresentações de dança e música típicas, além de shows como o do violeiro Almir Satter, que encerrou a programação do palco ontem.

Em nota, a organização informou à Agência Brasil que a curadoria do Revelando São Paulo é pautada pela tradição e pela transmissão desses conhecimentos, que são passados de geração para geração. “É uma reverência a esses mestres, guardiões das expressões mais tradicionais da nossa cultura tão diversa”.

São Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária.

Foto: Paulo Pinto/Agencia BrasilSão Paulo (SP)  13/09/2024 Festival da tradicional cultura paulistana, REVELANDO SP acontece no Parque da Água Branca com a participação de 88 municipios com stands de artesanato e culinária.

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

São Paulo – Festival da tradicional cultura paulistana, Revelando São Paulo ocorre no Parque da Água Branca – Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

Essa diversidade pode ser observada no evento por meio das comunidades representadas: caipiras, caiçaras, povos originários, quilombolas e ciganos. Além disso, este ano o Revelando fez parcerias com outras instituições, como o Catavento e o Museu de Arte Sacra, que trazem a experiência das culturas tradicionais por meio da estética”. Detalhes da programação estão no site do evento.




Fonte: Agência Brasil

Footing: Como era o comportamento que marcou gerações e contribuiu para a formação de famílias ao longo da história de Presidente Prudente




Casais lembram como se dava a paquera entre as décadas de 1950 e 1970. Footing marcou gerações em Presidente Prudente; saiba como era realizado
Imagine-se em uma viagem no tempo para Presidente Prudente (SP) ainda nas décadas de 1950 a 1970, quando ainda era apenas uma “cidade menina”. As moças trajavam seus melhores vestidos e saias rodadas e os rapazes saíam das vilas para caminhar na área central. Esse era o footing. Do inglês, “ir a pé”, o ponto de encontro que era realizado na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho marcou gerações que por ali buscavam se divertir e, quem sabe, encontrar o amor (assista ao vídeo acima).
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Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Prudente de Antigamente
Nesta reportagem especial, publicada neste 14 de setembro em que a cidade completa 107 anos de fundação, o g1 explica como acontecia o footing e por que tantas vidas ficaram marcadas pelo passeio.
A diretora do Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antônio Sandoval Netto” e secretária municipal de Cultura, Valentina Tereshkova Trugilo Romeiro, explicou que o footing ocorria desde quando a Praça Nove de Julho era só um passeio público e, ainda assim, o ponto de encontro de muitos jovens. Desde então, cerca de três gerações passaram por ali.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antônio Sandoval Netto”
Flertar, trocar olhares, sorrir, tentar namorar, cativar um pretendente e conquistar uma paquera eram ações que faziam parte do encanto das noites no fim de semana. Era um momento de beleza, como também era algo natural e integrava a organização de qualquer cidade, descreveu o escritor Benjamin Teodoro de Resende, de 91 anos.
Os rapazes ficavam parados nas beiradas das calçadas, tanto da direita quanto da esquerda, enquanto as moças se dividiam e passavam em grupos de três a cinco mulheres, todas de braços dados, ao centro.
“O footing era uma super paquera. Naquele tempo, nem se falava em mandar beijo, era apenas mais os olhares que funcionavam e isso era um jeito da gente tentar começar um namoro. Funcionava pelo carinho, pela atenção dos jovens da época que iam para esses lugares e que dali nascia um namoro e, logo depois, com um tempo, o casamento. Funcionava como um encanto da cidade e para os jovens”, detalhou Resende.
Roberto Gonzáles Montero e Aparecida Guimarães Montero estão juntos há 49 anos
Cedidas
Nas ondas do alto-falante 🔈
Roberto Gonzáles Montero, de 76 anos, descreveu que o footing era organizado por um serviço de alto-falantes. Havia um no Edifício Cruzeiro do Sul, que era um bar, e outro na Praça da Bandeira, os quais eram interligados e tocavam músicas e as notícias do dia.
Além disso, os rapazes tinham o costume de pagar para que o locutor da época, Wolfgang Bendrath Júnior, lesse o bilhete que escreviam dedicando uma canção para a amada. Geralmente, as declarações descreviam as aparências, as roupas e quem estava acompanhando tanto a mulher quanto o homem.
A sonoplastia também datava o encerramento do footing, às 22h, quando as moças corriam para voltar para a casa. Além de servir para informação e entretenimento, visto que, na época, não eram todas as pessoas que tinham condição financeira de ter um rádio em casa.
“Era um ponto de encontro, você podia encontrar com uma colega, com a própria namorada, com um amigo. Nossas opções de lazer, naquela época, eram a fonte luminosa, a banda Sete de Setembro, que tocava das 20h às 22h no coreto da Praça Nove de Julho e iam em torno de 300 pessoas, logo após a missa e tinha também o alto-falante que tocava, dava as informações e o apresentador era o Bendrath Júnior, que foi um dos últimos”, lembrou ao g1.
Roberto Gonzáles Montero contou que começou a frequentar o footing com 16 anos
Júlia Guimarães/g1
Montero também explicou que o footing era um passeio normal, mas, como não havia televisão naquela época, era o predileto do domingo, dia em que mais enchia de pessoas.
“O movimento era imenso. Inclusive, esse footing continuava ao redor da fonte luminosa, que era toda colorida, era muito bonita e também onde era o antigo bar do Jardineiro, naquela calçada continuava ali também, onde hoje é a Polícia Militar”, pontuou.
Ele também detalhou que perto do passeio, na Praça Nove de Julho, havia um tipo de palanque, onde eram realizados comícios e shows com bandas e cantores vindos de São Paulo (SP), como a dupla Ouro & Prata.
Nas idas e vindas pela Rua Tenente Nicolau Mafei, em 1971, Roberto começou a namorar a esposa, Aparecida Guimarães Montero, de 73 anos.
Aparecida Guimarães Montero contou que gostava de passear pelo Centro de Presidente Prudente (SP)
Júlia Guimarães/g1
Cida, como é chamada pelos familiares e amigos, detalhou que conhecia o marido havia mais de três anos, mas não dava bola para ele porque estava namorando outras pessoas.
“Eu conheci o Roberto no footing e ele lá, sempre pedindo para descer comigo. Ele vivia no meu pé. Depois, como eu não estava namorando com ninguém, falei para ele que eu iria tentar. Fiquei namorando para tentar porque eu queria ter uma família, queria casar e ter uma família porque eu morava longe da minha mãe, ela morava no São Judas e eu morava no emprego”, explicou ao g1.
Aparecida Guimarães Montero detalhou como funcionavam os casamento na época
Júlia Guimarães/g1
Ela também relembra que, naquela época, a mulher para qual trabalhava não a deixava sair, apenas no fim de semana, mas, como todas as moças, deveria estar em casa às 22h.
“Eu não ia para lugar nenhum, eu só ia passear, andar na rua. Eu gostava de andar, passear, paquerar os outros. Paquerava um monte, nossa, cada esquina eu tinha um. [risos] Naquele tempo não tinha outra coisa, só tinha aquilo para a gente ir. Saía do serviço e ia no footing no domingo. Só ia no domingo também. Em dias de semana, diziam que tinha, mas eu nunca fui”, pontuou Aparecida.
“Eu só tinha uma amiga, uma colega que se chamava Dinaura, eu ia no emprego dela, que era ali na Rua Barão do Rio Branco. Eu ia lá ou ela vinha cá, em casa. A gente ia junto e depois ela dormia comigo”, completou.
Após apresentar Roberto para a família, ela contou que o pai, inicialmente, não foi a favor do casamento. E, após o confrontar, pois não desejava “ficar na casa dos outros a vida inteira”, se casou com 24 anos.
Roberto Gonzáles Montero contou que começou a frequentar o footing com 16 anos
Júlia Guimarães/g1
Hoje, Aparecida e Roberto estão casados há 49 anos e têm um casal de filhos, três netas e um neto. Eles relatam que muita coisa mudou da década de 1970 para cá.
“Mudou bastante coisa. As coisas daquela época nem existem mais, acabou tudo. Hoje em dia, você não pode ficar na rua, os outros mexem com você de dia, aprontam, é até perigoso você sair na rua”, ressaltou Aparecida.
“Depois que chegou a televisão, acabou até o cinema, hoje é só em shopping, dificultou o acesso, o povo deixou de sair para as ruas”, completou Montero.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes começaram a namorar no footing
Cedida
Paixões desde os tempos de escola 📚
Apesar de sempre terem estudado juntos no Colégio Doutor José Foz, na Vila Furquim, Alice Aparecida Dotta Ximenes, de 72 anos, e Osvaldo Gonzáles Ximenes, de 73 anos, nunca tiveram amizade. Embora ele afirme que, desde aquele tempo, já existia uma paquera entre os dois.
Com risadas, eles contaram sobre o primeiro bailinho que foram juntos após se encontrarem no footing.
“A gente desceu conversando, ele falando sobre as balanças dele, que ele tinha que fazer um serviço lá não sei aonde. Só falava de serviço. Só serviço, até hoje”, relembrou Alice.
“Nós saímos da praça e fomos num baile na Rua Primeiro de Maio, um jogador do Corinthinha passou a mão no seu cabelo e você já virou a baiana [gargalhadas], já queria bater nele. Essa menina ficou brava. Eu fiquei até com vergonha”, completou Ximenes.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Pedro Aqualti
Para o casal, que começou a namorar no footing, o passeio nada mais era do que um ponto de encontro entre os jovens.
“Footing quer dizer flerte. Flertar era namorar, conquistar. Mas ninguém falava flerte, inventaram um apelido: footing”, pontuou Ximenes.
“Era a semana toda aguardando chegar o domingo para encontrar o pessoal que você viu no domingo passado. Tanto os colegas quanto as pessoas que você ia ver, ia paquerar, ia flertear. Tinha o local certinho de encontrar os colegas. E a segunda-feira demorava para chegar sábado, porque durante a semana, não tinha nada”, complementou.
Já para Alice, era um momento de “diversão de paquera, de ver um moço bonito”. Ela relembra que as meninas, sem preguiça, saiam dos bailinhos, tomavam banho correndo, se arrumavam e iam para o passeio.
“Era bem divertido, eu gostava. Um ponto de encontro, um ponto para você encontrar, arrumar um namorado porque, antes, não tinha isso de conhecer pelo celular, era um ponto de encontro para você arrumar namorado”, contou Alice.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes começaram a namorar no footing
Arquivo pessoal
“As meninas andavam todas de braços dados, então, elas olhavam os moços e os moços frenteavam elas. Se dava certo, o moço saía e ia do lado dela. Aquela que tinha paquera, ficava do lado, nas beiradas. O moço ia ao lado, conversando. Dava uma volta, assim, conversando. Não deu certo? Ele saía fora e ia em outra”, relembrou Ximenes.
Ainda segundo ele, os homens deveriam estar com os sapatos bem engrachados, com a roupa toda passada, até formar vinco.
“A gente trocava olhares e sorrisos até no outro domingo, depois de três, quatro domingos, que ia tomar coragem. E com o cigarrinho no dedo, porque, com 16 anos, se não tivesse o cigarro, não era homem. Depois, para largar, teve que ser mais homem ainda. Tinha que ser hominho, se o rapaz não tivesse com o cigarrinho no bolso ou na mão, não falava com a menina de jeito nenhum. Ia falar com a menina e já tinha que acender o cigarro”, afirmou o aposentado ao g1.
Ainda segundo Ximenes, para conseguir conversar com uma menina, o rapaz deveria perguntar se poderia a acompanhar até em casa, mas a moça jamais poderia ir sozinha com ele.
“Eu era reservada. Eu não dava trela para qualquer um, não. Eu tinha minhas amizades, eu tinha cinco colegas e eram só aqueles cinco colegas que eram só os meus colegas”, explicou Alice ao g1.
O domingo era um dia agitado para os prudentinos, os jovens se dividiam entre as idas aos bailinhos e ao cinema, que era em frente ao footing. Após saírem das sessões, “já ficavam para o fervo”.
“Era um passeio obrigatório porque não tinha outro. Acabava a missa, era o footing”, pontuou Ximenes.
Footing ocorria na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo José Carlos Daltozzo
Além disso, ele explicou que a Praça Nove de Julho era dividida em grupos:
a maior concentração de pessoas era na fonte luminosa;
os casais mais idosos ou com filhos ficavam por perto;
em frente à fonte, havia uma ilha bem larga onde tocava a banda Sete de Setembro e os casais de namorados se encontravam ali;
onde há o Castelo Japonês Choju Komoda, ficavam os japoneses; e
do outro lado da rua, ainda na calçada da praça, ficavam os negros.
Nos bailes, “todo mundo tinha carteirinha”. O casal conta que pagavam caro para poderem dançar e, muitas vezes, havia poucas meninas disponíveis, já que só dançavam com rapazes que conheciam.
“Para disputar uma menina para dançar, eu prefiro não dançar. Eu ficava o baile todo com os conjuntos tocando, aqueles conjuntos bons. Era a época da Jovem Guarda, tinha os Sombras, tinha os Temperamentais, os Notáveis”, citou.
Além de Presidente Prudente, ele também presenciou o footing em outras cidades, como em Orlândia (SP) e em Guarapuava (PR).
“Sabe o que era o footing lá? De trator, de domingo à tarde. As moças tomando sorvete nas sorveterias e nas calçadas e os moços passavam com os tratores lavados, os mais chiques. Pegavam os tratores dos pais, dos avôs e iam passear, paquerar com os tratores. Era desfile de trator”, relembrou.
Alice Aparecida Dotta Ximenes e Osvaldo Gonzáles Ximenes estão juntos há mais de 52 anos
Júlia Guimarães/g1
Conforme o casal, os anos foram passando, o ponto de encontro com os amigos foi mudando e, atualmente, as pessoas não se conhecem como antes.
“Hoje, as pessoas se conhecem, já se encontram, não sabem nem quem é. Às vezes, não é a mesma pessoa que está lá, é a característica de uma outra pessoa que está lá. E, quando você vai se encontrar, não é nada a ver com a pessoa que você estava a falar”, alertou Alice.
“Todo mundo se conhecia. Por exemplo, a missa da catedral acabava, no Natal, todo mundo se cumprimentava na rua. Você passava na rua, as casas com festa até convidavam o pessoal na rua para participar. Não todos, mas a maioria fazia isso, era mais começo de ano”, detalhou Ximenes.
Hoje, Alice e Osvaldo estão juntos há mais de 52 anos e têm um casal de filhos e três netas.
Lídia de Araujo Sanches e Silvério Sanches completam 60 anos de casados
Júlia Guimarães/g1
Melhor do que nos filmes 📽
Lídia de Araujo Sanches, de 81 anos, e Silvério Sanches, de 82 anos, apesar de frequentarem o footing, não foi lá que se conheceram. Na Rua Bela, com janelas um de frente para o outro, o 14 de setembro tem um significado diferente para o casal.
“Quando éramos jovens, eu me criei quase que na Vila Verinha. Nós íamos até a cidade em três primos. Éramos três primos e nós nos encontravámos na cidade, que naquele tempo tinha o tal de footing”, explicou Sanches.
“As meninas passavam de lá para cá. Naquela época, usava muito fita no cabelo e a gente ia atrás das meninas, ‘Vamos puxar a fita’ e sair fora. Tinha menina que virava para trás e metia a mão na cara de quem estivesse ali perto. Eu já sabia que faziam isso aí, porque acontecia muito. Nós já puxávamos e raspávamos fora [risos]. Nós bagunçávamos muito, nós éramos muito bagunceiros”, completou ao g1.
Silvério Sanches relembrou que amava ir ao cinema, chegando a acompanhar mais de uma sessão por dia
Memorial Sorocabano
Ele contou que gostava muito de ir ao cinema, tanto que, tinha vezes que emendava uma sessão na outra.
“Eu gostava muito de cinema. Eu não gostava de circo, eu detestava circo. Quando tinha circo na cidade, ‘Ai, eu vou no circo’. Eu não, não gosto de circo. ‘De palhaço, basta eu’, eu falava assim com os caras. Eu não gostava de circo, mas de cinema eu gostava”, afirmou.
Já Lídia, que já morava ao fim da Rua Bela, com cabelos longos e saias longas bem rodadas, vinha até o Centro acompanhada da irmã e de algumas vizinhas.
“Coisa chata, mas era bom [risos]. Subia a pé e ficava lá passeando, era esse o nosso divertimento”, pontuou ao g1.
Ela detalhou que conheceu o marido de uma janela para outra, quando ele saiu da chácara onde morava e passou também a residir na Rua Bela.
“Eu tive namorada, namorei umas 500 moças, mais ou menos. Eu não parava com ninguém. Eu nunca fui de firmar namorada. Aí eu comecei a namorar com ela [Lídia], acho que no meio de junho. Setembro já nos encontramos”.
Lídia de Araujo Sanches e Silvério Sanches se conheceram quando eram vizinhos
Acervo do casal
No desfile de 14 de setembro, quando ainda eram realizados durante a noite, o casal fugiu para ficar junto, já que a mãe não gostava de Silvério e queria que ela se casasse com outro.
“Foi dia 14 de setembro. Só fui no desfile e fiquei. O desfile era de noite, por isso que eu não voltei, fiquei com medo de a minha mãe me bater”, contou Lídia ao g1.
Sanches disse que não entendia os motivos de a sogra não gostar dele. Como sua mãe havia falecido, ele ajudava o pai a cuidar da casa e trabalhava. Ele complementou que, quando o pai resolveu sair de casa para trabalhar com o tio em uma plantação de arroz, em Presidente Epitácio (SP), acabou ficando sozinho na casa com os irmãos.
“Quatro irmãos, o outro estudava, o outro era pequeno e estudava. E eu falava: ‘Eu vou cozinhar como?’ Então, eu trabalhava na marcenaria e eu levava marmita. Eu lavava roupas pequenas, tinha uma irmã que morava perto, e a roupa maior ela lavava para nós. Passar roupa, eu que fazia. Eu passava minha roupa, naquele tempo usava muita calça de linho e era ruim de passar. Eu e meu irmão, nós passávamos a roupa toda, camisa, calcineira, passávamos todinha. Não sei porque a velha não gostava da gente, porque nós trabalhávamos”, explicou Sanches ao g1.
Ele completou que a esposa veio do Paraná para Presidente Prudente e tinha um namorado que era português.
“Ela tinha um namorado e era um português burro. Eu falei burro porque ele não se casou com ela. Comecei a namorar. Aí, o português quis voltar com ela novamente”, afirmou o aposentado.
“Mandou carta e mostrei até para o Silvério. Cheguei em casa e minha mãe falou assim: ‘Você vai casar com o Antônio, você vai casar com o Antônio’, eu falei ‘Casa a senhora’, eu não aguentava mais. Aí eu firmei com o Silvério, falei ‘Agora que eu vou casar’. Não pode uma pessoa casar com outro para fazer pirraça, eu acho que o casamento tem que ser por amor”, complementou Lídia.
Orgulhoso, Silvério Sanches mostra a foto de seu aniversário de 25 anos de casamento
Júlia Guimarães/g1
Sanches explicou que, como o desfile acabou tarde, ele levou Lídia para sua casa, que era em frente a dela. Quando o irmão a encontrou, o marido conta que pediu para que a mãe de Lídia ficasse calma, que iria conversar com ela.
“E a velha estava lá, estava até bufando. Ela falou assim: ‘Bonito o que você fez, seo Silvério’. E eu disse: ‘A culpada é a senhora. A senhora é a culpada de tudo. Por que você não quer que ela namore comigo? O que você achou comigo? Que bronca que você tem comigo? Eu não fiz nada para a senhora’. Ela falou: ‘Não há para fazer’. Falei: ‘O que você quiser decidir, nós decidimos. Ou a senhora quer ela de volta?’ ‘Ah, você não vai fazer isso’. Falei: ‘Não. Se eu fugi com ela, é porque eu quero viver com ela’”, relembrou.
Ele completou que, como a fuga havia ocorrido no fim de semana, na segunda-feira já tinha ido até o cartório e marcado a data do casamento.
Lídia de Araujo Sanches contou que se formou em corte e costura
Júlia Guimarães/g1
“Na igreja, nós casamos no sábado de manhã. Estava cheio de crianças da catequese na catedral. Aí estava o meu primo Jair, e o meu cunhado Antônio de testemunhas. E as crianças da catequese. Eu falo ‘Namoro longo e festa, não traz felicidade para ninguém’. Exatamente, foi essa história aí, já dura 60 anos. Então, melhor do que isso, estraga”, pontuou Lídia.
“Namoramos nem três meses e vamos fazer 60 anos agora em outubro. Namorar demais resolve? Nada”, complementou o marido.
Lídia e Silvério têm quatro filhos homens e dez netos e, para se divertirem, gostam de sair para dançar toda sexta-feira.
“Meu hobby é ir no baile dançar. Ontem, fui chegar, não aguentei e fui embora. Eu gosto de tudo. A gente gosta de dançar, de ir nas quermesses, viajar, tudo de bom viajar”, finalizou Lídia.
Footing ocorria na na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Arquivo José Carlos Daltozzo
Memórias de uma geração 🖼
Sanches ainda contou que trabalhou para a ferrovia desde 1964, quando entrou para o serviço de linha e, com o tempo e com os concursos que realizava, foi subindo de posições e melhorando o cargo.
Desde então, viu muitas coisas da cidade irem mudando, como as estradas de terra se tornando grandes avenidas que cortam a cidade.
“Presidente Prudente mudou muito e a vida da gente também. É melhor agora, antes era muito difícil. Eu ficava muito fora e era mesmo um caso sério para me comunicar com a mulher. Eu tinha o telefone em casa, mas eu não tinha como me comunicar com ela. Para falar com ela, era a cada três, quatro dias, eu tinha que comprar aquela ficha e ia colocando no orelhão. E, veja, era cinco minutos, acabava com 50 fichas quase”, completou.
Footing ocorria na na Rua Tenente Nicolau Maffei e na Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente (SP)
Acervo Klaus Jürgen Mahrenholz
Montero e Ximenes também relembraram que o footing acabou após a virada da década de 1970.
“Com a reforma da rodoviária velha, os ônibus da Andorinha saíam ali da praça, na Rua Joaquim Nabuco, com a Rua Tenente Nicolau Maffei, embaixo do prédio do Peretti. Quando o ônibus ia atravessar o footing, todo mundo ficava bravo. Os ônibus começaram a atrapalhar o footing e ele foi acabando. Começou a aumentar mais ônibus, atrapalhou o footing”, finalizou Ximenes ao g1.
Conforme os idosos, Presidente Prudente foi crescendo, assim como os pontos da cidade.
“Com o passar dos anos, as coisas foram mudando e a cidade crescendo, claro, e as organizações mudando também, existem agora vários locais na cidade. De encontro, existem várias tribos, que a gente costuma dizer, de jovens e de faixas etárias diferentes, com gostos diferentes”, explicou Valentina.
Ela completou que os encontros são mais diversificados e promovidos por aqueles que têm um gosto musical e cultural diferente, além dos “coletivos que ocupam uma grande parte da cidade, praças, os entornos fazendo suas apresentações, rimas, seus poemas e suas apresentações culturais”.
“Hoje, a cidade diversificou, não fica mais concentrada em um lugar só. E o jovem prudentino procura aquilo que ele se identifica, existem várias opções nesse momento”, concluiu a secretária ao g1.
Footing ocorreu em Presidente Prudente (SP) até a década de 1970
Acervo José Caetano Silva

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Fonte: G1