Cidades melhoram Índice de Desenvolvimento Sustentável em 2025


O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) de 2025, divulgado nesta quarta-feira (15), em Brasília, revela uma melhora na média do país, que este ano subiu para 49,9 pontos em uma escala de zero a 100.

O número deixa o país ainda em uma classificação baixa, mas revela uma melhoria em relação a 2024, quando a média era de 46,7.

“Isso é uma grande notícia para o país. Onde vivem 90% da população brasileira nós estamos conseguindo ter uma inflexão, pela primeira vez em dez anos. Isso não significa que não tenha cidades que melhoraram nesse período de dez anos, mas na média”, destaca Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis.

O índice mede avanços e desafios a serem enfrentados pelos municípios brasileiros para erradicar a pobreza e proteger o planeta, a partir de 100 índices nacionais para o acompanhamento da evolução dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A partir dessa medição, os municípios são classificados em cinco níveis: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.

Em 2025, houve uma melhoria com mais cidades passando a classificação média, de forma que 47% ficaram com esse percentual, frente a 45,7% das cidades que permaneceram com classificação baixa. Em 2024, 51,3% das 5.570 cidades analisadas apresentaram nível baixo na classificação.

Este ano, nenhuma cidade brasileira atingiu o nível muito alto, mas 3% das cidades receberam a classificação alta e 3,8% aparecem com a classificação muito baixa.

De acordo com Abrahão, os números ainda apontam uma grande desigualdade territorial no país. “A gente observa que o Norte e o Nordeste do país têm grandes desafios”, sustenta.

Os índices podem ser consultados por meio de uma plataforma na internet, que permite a consulta por cidade, além de disponibilizar um ranking e um mapa interativo com diferentes recortes, como por ODS, estado ou bioma.

Entre as maiores cidades do país, São José do Campos (SP), São Paulo e Brasília aparecem com os maiores níveis de desenvolvimento sustentável, com pontuações de 58,3; 57,9 e 57,6 respectivamente. Os piores índices são de Belém, Maceió e São Luís, com pontuações de 40,1; 41,7 e 42,2 respectivamente.

“Assim a gente consegue avançar para ter esse olhar sobre as cidades, como elas estão e como a gente consegue estimular essa troca entre as cidades”, argumenta.

Agenda 2030

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são parte de um plano de ação criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com metas que buscam a erradicação da pobreza, proteger o meio ambiente e garantir a segurança climática em uma Agenda 2030.

No lançamento do IDSC-BR de 2025, durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, em Brasília, o secretaria-executivo da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Lavito Bacarissa, lembrou que a Agenda 2030 é resultado do consenso de 193 países, alcançado no ano de 2015.

“Quando a gente fala com as gestoras e gestores municipais, locais e líderes territoriais, a gente fala da Agenda 2030 como um instrumento importante de desenvolvimento daquele território, com uma lógica de objetivos, metas e indicadores”, reforça.

Declaração

Após a apresentação do IDSC-BR, a Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas lançou um chamado para o enfrentamento da emergência climática, perda de biodiversidade e desigualdades sociais no Brasil.

A Declaração das Cidades pelo clima na COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) elenca dez ações necessárias nos territórios para enfrentar o desafio global.

O texto trata de cuidados com o ar, água, solo; da prevenção e gestão de riscos climáticos; do aumento de áreas verdes; da compra pública sustentável e do tratamento de resíduos sólidos, além da promoção de educação ambiental, agricultura local e justiça climática.

O documento poderá receber a adesão voluntária dos municípios até a realização da COP30, em Belém, em novembro deste ano.




Fonte: Agência Brasil

Tecnologia é ferramenta, não garantia de educação, diz Karnal no Rec’n’Play


O professor, historiador e influencer Leandro Karnal destacou nessa quarta-feira (15) os desafios da educação em um mundo hiperconectado. A palestra dele foi a mais disputada no primeiro dia da sétima edição do festival de inovação e tecnologia Rec’n’Play, em Recife (PE).

“Hoje eu posso acessar tudo que está em todas as bibliotecas do mundo, todas as obras de arte, todas as músicas de qualquer cidade. Mas o que está acontecendo é que, apesar disso, não temos mais gênios literários e artísticos do que há 50 anos?”, questionou.

A pergunta é retórica e já vem com a resposta.

“[A tecnologia] é uma ferramenta, não é uma garantia. Não é uma catapulta. Eu preciso sentar e ler. Eu tenho acesso aos livros da Faculdade de Direito de Recife, mas continuo como um aluno do século XIX: tendo que sentar e ler”.

Como professor, lembrou que os educadores precisam desenvolver habilidades para  solucionar problemas inéditos. 

“Pela primeira vez na história, meus alunos sabem mais do que eu. Você, professor, já pediu ajuda a um adolescente para arrumar um aparelho celular”, disse Karnal.

O historiador alertou sobre a necessidade de seguir produzindo conhecimento para não perder o domínio sobre as novas tecnologias: “Tem uma frase de um indiano que eu gosto muito, mora nos Estados Unidos: ‘o futuro não será dominado pela IA [Inteligência Artificial]. Será dominado pelos que dominam a IA’. Ou seja, eu serei dominado por pessoas que se adiantaram a este processo”.

Evento

O Rec’n’Play começou nesta quarta-feira (15). O público chegou já nas primeiras horas da manhã para as atividades do festival, que acontece no centro da capital pernambucana, conhecido como Recife antigo.

A fila para entrar no auditório do Cais do Sertão começou cedo. “Às 7h30 da manhã já começou a formar fila para uma palestra às 10h da manhã. Então, às 9h já não tinha mais como colocar as pessoas para dentro”, conta Raul Cavalcante, do Núcleo de Gestão do Porto Digital, organizadora do evento.

A advogada Raquel Mariche que chegou às 9h foi uma das últimas a conseguir uma vaga.  “Normalmente eu trabalho e nem sempre consigo vir [para o Rec’n’Play], mas esse ano me programei para poder assistir o Karnal.”

Programação

A palestra foi um dos mais de 700 eventos previstos na programação do Rec’n’Play. A  previsão dos organizadores é que as atividades, todas gratuitas, continuem sendo disputadas.

“A gente está na expectativa que esse ano ultrapasse os 90 mil [inscritos] do ano passado”, calcula Raul Cavalcante.

O Rec’n’Play acontece na região do Porto Digital, no Recife Antigo, com atividades espalhadas em 83 espaços em 30 prédios, além de sete palcos e outros 37 estandes de rua, batizadas no evento como ativações.

O festival é realizado pela Ampla Comunicação, Porto Digital e Sebrae Pernambuco.

* A repórter viajou a convite do Porto Digital 




Fonte: Agência Brasil

Tecnologia é ferramenta, não garantia, diz Karnal no Rec’n’Play


O professor, historiador e influencer Leandro Karnal destacou nessa quarta-feira (15) os desafios da educação em um mundo hiperconectado. A palestra dele foi a mais disputada no primeiro dia da sétima edição do festival de inovação e tecnologia Rec’n’Play, em Recife (PE).

“Hoje eu posso acessar tudo que está em todas as bibliotecas do mundo, todas as obras de arte, todas as músicas de qualquer cidade. Mas o que está acontecendo é que, apesar disso, não temos mais gênios literários e artísticos do que há 50 anos?”, questionou.

A pergunta é retórica e já vem com a resposta.

“[A tecnologia] é uma ferramenta, não é uma garantia. Não é uma catapulta. Eu preciso sentar e ler. Eu tenho acesso aos livros da Faculdade de Direito de Recife, mas continuo como um aluno do século XIX: tendo que sentar e ler”.

Como professor, lembrou que os educadores precisam desenvolver habilidades para  solucionar problemas inéditos. 

“Pela primeira vez na história, meus alunos sabem mais do que eu. Você, professor, já pediu ajuda a um adolescente para arrumar um aparelho celular”, disse Karnal.

O historiador alertou sobre a necessidade de seguir produzindo conhecimento para não perder o domínio sobre as novas tecnologias: “Tem uma frase de um indiano que eu gosto muito, mora nos Estados Unidos: ‘o futuro não será dominado pela IA [Inteligência Artificial]. Será dominado pelos que dominam a IA’. Ou seja, eu serei dominado por pessoas que se adiantaram a este processo”.

O Rec’n’Play começou nesta quarta-feira (15). O público chegou já nas primeiras horas da manhã para as atividades do festival, que acontece no centro da capital pernambucana, conhecido como Recife antigo.

A fila para entrar no auditório do Cais do Sertão começou cedo. “Às 7h30 da manhã já começou a formar fila para uma palestra às 10h da manhã. Então, às 9h já não tinha mais como colocar as pessoas para dentro”, conta Raul Cavalcante, do Núcleo de Gestão do Porto Digital, organizadora do evento.

A advogada Raquel Mariche que chegou às 9h foi uma das últimas a conseguir uma vaga.  “Normalmente eu trabalho e nem sempre consigo vir [para o Rec’n’Play], mas esse ano me programei para poder assistir o Karnal.”

Programação

A palestra foi um dos mais de 700 eventos previstos na programação do Rec’n’Play. A  previsão dos organizadores é que as atividades, todas gratuitas, continuem sendo disputadas.

“A gente está na expectativa que esse ano ultrapasse os 90 mil [inscritos] do ano passado”, calcula Raul Cavalcante.

O Rec’n’Play acontece na região do Porto Digital, no Recife Antigo, com atividades espalhadas em 83 espaços em 30 prédios, além de sete palcos e outros 37 estandes de rua, batizadas no evento como ativações.

O festival é realizado pela Ampla Comunicação, Porto Digital e Sebrae Pernambuco.

* A repórter viajou a convite do Porto Digital 





Fonte: Agência Brasil

Festival de inovação Rec’n Play terá mais de 700 eventos em Recife


Começou nesta quarta-feira (15), em Recife (PE), a sétima edição do festival de inovação e tecnologia Rec’n’Play. O público chegou já nas primeiras horas da manhã para as atividades do festival, que acontece no centro da capital pernambucana, conhecido como Recife antigo.

A palestra mais disputada na abertura foi a do historiador Leandro Karnal. A fila para entrar no auditório do Cais do Sertão começou cedo. “Às 7h30 da manhã já começou a formar fila para uma palestra às 10h da manhã. Então, às 9h já não tinha mais como colocar as pessoas para dentro”, conta Raul Cavalcante, do Núcleo de Gestão do Porto Digital, organizadora do evento.

A advogada Raquel Mariche que chegou às 9h foi uma das últimas a conseguir uma vaga.  “Normalmente eu trabalho e nem sempre consigo vir [para o Rec’n’Play], mas esse ano me programei para poder assistir o Karnal.”

No auditório lotado, o professor, historiador e influencer falou sobre os desafios da educação em um mundo hiperconectado.

“Hoje eu posso acessar tudo que está em todas as bibliotecas do mundo, todas as obras de arte, todas as músicas de qualquer cidade. Mas o que está acontecendo que, apesar disso, não temos mais gênios literários e artísticos do que há 50 anos?”, questionou.

A pergunta é retórica e já vem com a resposta:  “[A tecnologia] é uma ferramenta, não é uma garantia. Não é uma catapulta. Eu preciso sentar e ler. Eu tenho acesso aos livros da Faculdade de Direito de Recife, mas continuo como um aluno do século XIX: tendo que sentar e ler”.

Como professor, lembrou que os educadores precisam desenvolver habilidades para  solucionar problemas inéditos. 

“Pela primeira vez na história, meus alunos sabem mais do que eu. Você, professor, já pediu ajuda a um adolescente para arrumar um aparelho celular”, disse Karnal.

O historiador alertou sobre a necessidade de seguir produzindo conhecimento para não perder o domínio sobre as novas tecnologias: “Tem uma frase de um indiano que eu gosto muito, mora nos Estados Unidos: ‘o futuro não será dominado pela IA [Inteligência Artificial]. Será dominado pelos que dominam a IA’. Ou seja, eu serei dominado por pessoas que se adiantaram a este processo”.

Programação

A palestra foi um dos mais de 700 eventos previstos na programação do Rec’n’Play. A  previsão dos organizadores é que as atividades, todas gratuitas, continuem sendo disputadas.

“A gente está na expectativa que esse ano ultrapasse os 90 mil [inscritos] do ano passado”, calcula Raul Cavalcante.

O Rec’n’Play acontece na região do Porto Digital, no Recife Antigo, com atividades espalhadas em 83 espaços em 30 prédios, além de sete palcos e outros 37 estandes de rua, batizadas no evento como ativações.

O festival é realizado pela Ampla Comunicação, Porto Digital e Sebrae Pernambuco.

* A repórter viajou a convite da Porto Digital 





Fonte: Agência Brasil

Polícia prende outro suspeito de participar da morte de delegado em SP


Mais um suspeito de participação no assassinato do ex-delegado geral da Polícia Civil paulista, Ruy Ferraz Pontes (foto), foi preso pela Polícia Civil de São Paulo.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, ele tem 36 anos e foi preso na manhã de hoje (15) na região do Morumbi, na capital paulista. O nome do suspeito não foi divulgado pelas autoridades policiais.

Esse homem é a sexta pessoa presa por envolvimento no caso e, de acordo com as investigações, ela teria sido responsável por organizar o transporte de uma outra pessoa que participou do crime.

Morte

O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi assassinado no dia 15 de setembro na cidade de Praia Grande, no litoral paulista, em um bairro perto da prefeitura e do fórum do município.

Imagens de câmeras de segurança mostram seu carro em fuga, em alta velocidade, até capotar entre dois ônibus ao tentar entrar em uma avenida. O carro que o perseguia chegou pouco depois, bateu em um dos ônibus e do carro saltaram três homens com fuzis. Dois deles se deslocaram até o carro de Ruy e dispararam. Na fuga, voltaram pela mesma avenida usada na perseguição.

Ferraz foi delegado por mais de 40 anos, tendo passado pela Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e chefiado a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Antes de se aposentar, ele foi responsável pela prisão de diversas lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos anos 2000.

Ruy Ferraz havia assumido o cargo de secretário de Administração na prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista.




Fonte: Agência Brasil

Mudanças no BPC buscam estímulo ao emprego, diz ministro


O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicaram esta semana portaria conjunta que atualiza as normas do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Entre as novidades está a possibilidade de manutenção do benefício mesmo em caso de variação da renda familiar per capita – o BPC continuará sendo pago sempre que a renda do último mês analisado ou a média dos últimos 12 meses permanecer igual ou inferior a um quarto do salário mínimo.

Outro ponto importante é a conversão automática do BPC em auxílio-inclusão. Sempre que o INSS identificar que a pessoa com deficiência ingressou no mercado de trabalho, com remuneração de até dois salários mínimos, o benefício será convertido de forma imediata, sem necessidade de novo requerimento.

Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, comentou as mudanças.

“A gente está trabalhando o estímulo ao emprego das pessoas do BPC. Para garantir essa condição”, explicou. “Quando elas perdiam o emprego, voltavam para uma fila de perícia. Agora não. Está no BPC, conseguiu o emprego, ganha até dois salários [mínimos], ela recebe metade do BPC mais o salário.”

“Quando ela perde o emprego, automaticamente, ela volta para o BPC”, disse. “A perícia é um problema nosso. A gente, inclusive, cruza os dados dela com o CNIS [Cadastro Nacional de Informações Sociais]. Isso dá um resultado excelente”, concluiu o ministro.

Entenda

O BPC, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), garante um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade.

No caso da pessoa com deficiência, a condição tem de causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por, pelo menos, dois anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com os demais.

O ministério reforça que o BPC não é aposentadoria e que, para ter direito a ele, não é preciso ter contribuído para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Diferentemente dos benefícios previdenciários, o BPC não paga décimo terceiro salário e não deixa pensão por morte.




Fonte: Agência Brasil

Formandos da Universidade das Quebradas celebram periferia na ABL


“Eu acredito que tudo de mais interessante, tudo de novo, tudo de ousado, tudo com potência de mudar a sociedade brasileira, vem das periferias, vem das quebradas”, disse a escritora Ana Maria Gonçalves. 

O discurso dela, a primeira mulher negra eleita como imortal na Academia Brasileira de Letras (ABL), abriu a formatura da Universidade das Quebradas, nessa terça-feira (14), no Rio de Janeiro.

A fala tocou os 46 formandos que estiveram na solenidade no Teatro Raimundo Magalhães Jr, na sede da ABL. Entre eles, Ismael Queiroz Dias, 29 anos, que se identifica como indígena, negro, causasiano. O jovem escritor é da cidade de Niterói, mas diz que, pela sua história é, na verdade, de muitas partes do Brasil.

Ele tinha certo receio em relação ao curso por receber também escritores já publicados como ele, que lançou em 2022 seu primeiro livro, uma coletânea de contos sobre milicianos do Rio chamado A Cidade Maravilhosa dos Milicianos: Compêndio Poético. No entanto, encontrou um ambiente de aprendizado potente e de companheirismo. 


Rio de Janeiro (RJ), 14/10/2025 - Formatura da turma 2025 do Curso de Formação de Escritores , da Universidade das Quebradas , criada por Heloísa Teixeira (1947–2025) e Numa Ciro, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 14/10/2025 - Formatura da turma 2025 do Curso de Formação de Escritores , da Universidade das Quebradas , criada por Heloísa Teixeira (1947–2025) e Numa Ciro, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Durante a formatura, alunos não esconderam  a emoção- Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“É um orgulho estar aqui me formando hoje e estar falando em nome de muita gente, dos meus ancestrais, de todas as pessoas que vieram antes de mim, da minha mestiçagem, mas principalmente os indígenas dos quais eu sou”, revelou.

Extensão universitária

O Curso de Escritores faz parte da Universidade das Quebradas, um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, idealizado por Heloísa Teixeira e Numa Ciro para formar novos escritores principalmente de áreas periféricas do Rio.

A iniciativa é uma parceria entre a UFRJ, Instituto Odeon e a ABL. Os alunos têm aulas semanais no prédio dos imortais e estudam suas obras como parte do material das aulas. A turma de 2025 estudou as obras do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna.

Durante o semestre a turma mergulhou no trabalho do autor paraibano, que une literatura e arte popular com tradição e identidade. Como peça final, os quebradeiros e quebradeiras, como foram apelidados pela escritora Heloísa Teixeira, lançaram ontem (14) o livro Suassuna Quebradeiro, com contos e peças produzidos por eles e disponível na internet.

A própria história

Para Lady Victória Padilha, 23 anos, nascida em Manaus e graduanda de Letras-Português na UFRJ, as aulas levam a universidade para quem tem uma realidade por vezes mais distante da academia. Ela aponta que não é tão veterana quanto seus colegas, mas a paixão por livros criou o desejo de escrever suas próprias histórias. 


Rio de Janeiro (RJ), 14/10/2025 -A formanda Lady Vitoria, durante formatura da turma 2025 do Curso de Formação de Escritores , da Universidade das Quebradas , criada por Heloísa Teixeira (1947–2025) e Numa Ciro, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 14/10/2025 -A formanda Lady Vitoria, durante formatura da turma 2025 do Curso de Formação de Escritores , da Universidade das Quebradas , criada por Heloísa Teixeira (1947–2025) e Numa Ciro, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Lady Vitoria diz que a paixão por livros criou o desejo de escrever suas próprias histórias Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Lady gostou de estudar Ariano Suassuna. “Não é só uma questão de literatura regional, é uma questão [que envolve] uma parte da cultura brasileira que a gente acaba tendo acesso”. Seu conto na coletânea da Formação de Escritores – O Jovem Vendedor de Codajás – abraça suas raízes do norte.

“E é um conto de humor sobre essa trajetória de uma viagem de barco e, ao mesmo tempo, aborda a experiência dos produtos e das vendas de açaí que são muito costumeiras no território de onde eu escrevi”, argumenta.

Arte plena

Rose de Souza Garcia, de 60 anos, também passou pela faculdade de Letras da UFRJ e conhecia a Universidade das Quebradas. Mas, só depois de publicar seu primeiro conto esse ano sentiu que era a hora de se inscrever para o curso de escritores.

Rose reconhece que, pelo projeto estar ligado a determinadas instituições, alguns processos acabam sendo mais rígidos. Segundo ela, é preciso “cavar espaços”, encontrar brechas e flexibilizar certas estruturas para a arte se manifestar plenamente. 

Apesar dos desafios, a experiência tem sido enriquecedora: “é um aprendizado porque a gente está junto, trocando e conhecendo também as realidades de outros escritores”.

Para Carlos Gradim, presidente do Instituto Odeon, os alunos trazem uma bagagem com a escrita – profissional ou amadora – e o curso trabalha com esses talentos.  “A gente tem um lugar muito de escuta, porque a gente entende que, nos territórios aos quais a gente seleciona esses jovens, há um saber muito potente que já está posto e a gente traz, de alguma forma também, o saber acadêmico que dialoga com esse saber existente”. 

*Estagiária sob supervisão do jornalista Gilberto Costa




Fonte: Agência Brasil

Acordo encerra disputa por falhas em monotrilho em São Paulo


As empresas que compõe o Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), responsável pela construção e operação da Linha 15 do monotrilho, assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) no valor de R$ 41,2 milhões.

O acordo foi divulgado nessa terça (14), apesar de firmado no último dia 26 de setembro.

Com a assinatura o MP-SP abre mão de ação civil pública contra o consórcio, formado pelas empresas Alstom e Queiroz Galvão (atualmente Álya).

Entenda

O valor indeniza o Metrô pelo estouro de um pneu em 27 de fevereiro de 2020 e a queda de peças em uma avenida (imagem em destaque) abaixo do monotrilho, em 11 de janeiro de 2023.

As falhas já haviam rendido um acordo entre o Metrô e o Consórcio, com pagamento de R$ 27,3 milhões para encerrar processos administrativos e judiciais relacionados a prejuízos e à aplicação de multas.

O valor será aplicado na própria linha, que liga a zona leste da capital, região mais populosa da cidade, ao centro.

Parte da indenização será destinada à aquisição de itens como assentos dos bancos, câmeras e filtros de ar.




Fonte: Agência Brasil

Operação da PF mira lavagem de recursos do tráfico com uso de bets


A Operação Narco Bet, realizada nesta terça-feira (14) pela Polícia Federal, resultou em 11 prisões, mais de uma dezena de veículos de luxo apreendidos e R$ 630 milhões bloqueados. Os recursos tinham como origem a lavagem de dinheiro via empresas de apostas on-line (bets), usadas como ferramenta para entrada de recursos ilegais obtidos no exterior com rota de tráfico internacional de cocaína pelo mar.

“As investigações indicam que o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais, voltadas à ocultação da origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial”, explica a PF em nota à imprensa.

Ao todo 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, para obter mais informações sobre a rede criminosa e capturar bens da organização criminosa. Os alvos estavam relacionados principalmente à contabilidade e nacionalização dos recursos.

Na operação, a PF afirmou ter indícios que parte dos recursos obtidos com o tráfico estava sendo usado para regularizar empresas de bets. A lavagem utilizou ainda criptomoedas e pagamentos internacionais para esconder a origem dos recursos.

Desdobramento

Essa operação foi um desdobramento da apreensão de um veleiro brasileiro pela marinha dos Estados Unidos, em fevereiro de 2023. Investigada, ela revelou uma rota de tráfico naval entre a América do Sul e a Europa, tanto em sua face operacional quanto em suas estratégias de lavagem e nacionalização do dinheiro.

A primeira operação, chamada de Narco Vela, envolveu mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo. Na ocasião, foram cumpridos 35 mandados de prisão e 62 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Santos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina, com bloqueio e apreensão de bens de cerca de R$ 1,32 bilhão.




Fonte: Agência Brasil

Quadrilha que furtou 775 transformadores é alvo de operação no RJ


Policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) realizaram, nesta terça-feira (14), uma operação contra um grupo criminoso envolvido no furto de mais de 700 transformadores de energia elétrica da distribuidora de energia Enel, que atua em 66 dos 92 municípios fluminenses e atende a mais de 7 milhões de consumidores no estado do Rio de Janeiro.

Equipes cumpriram dez mandados de busca e apreensão em endereços na cidade do Rio de Janeiro, de Niterói e em municípios do estado de São Paulo.

Durante a ação, foram apreendidos transformadores da concessionária, além de documentos, mídias eletrônicas e outros bens que vão auxiliar nas investigações. A associação criminosa tinha um esquema estruturado, que consistia em furtar transformadores de grande porte da Enel e transportá-los para pontos de receptação em cidades de São Paulo, para realizar a comercialização dos equipamentos.

Entre 22 de junho e 10 de agosto de 2024, 775 aparelhos de energia elétrica foram furtados da companhia, em pelo menos oito sábados seguidos, quando havia menos funcionários de plantão. Os equipamentos eram colocados em carretas e seguiam para São Paulo. O prejuízo é estimado em mais de R$ 800 mil.

O depósito da Enel de onde foram retirados os transformadores fica no município de Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro. Lá, são armazenados equipamentos para distribuição e manutenção de energia elétrica, como postes, transformadores, cabos, medidores e peças.

Segundo as investigações, um funcionário da distribuidora de energia, que era responsável pela autorização de movimentação desses aparelhos, foi o principal articulador interno do esquema criminoso. O homem determinava a liberação dos transformadores em sábados previamente definidos e permitia a saída irregular dos equipamentos sem registro formal.

Para isso, dava ordens para um segundo funcionário, que liberava os equipamentos e assinava as notas de saída. Esse segundo homem era o elo entre os funcionários internos e os receptadores localizados em São Paulo e o responsável por coordenar as retiradas e pagamentos pelos transportes.

Um motorista confirmou ter realizado, desde setembro de 2023, o transporte de transformadores do depósito em Itaboraí para endereços situados em São Paulo, mediante pagamento por transferência bancária. Os transformadores eram então revendidos, a preços abaixo do custo.

Em nota, a Enel Distribuição Rio informou que a operação é um desdobramento das investigações iniciadas pela distribuidora em julho de 2024, quando a concessionária identificou o desvio de equipamentos por um funcionário. “Assim que tomou conhecimento do furto, a empresa desligou o funcionário envolvido nas irregularidades. Na ocasião, a Enel Rio acionou as autoridades policiais e, desde então, tem colaborado com as investigações.”

A distribuidora informou que permanece à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento dos fatos.




Fonte: Agência Brasil